✥ㅡ O PLANO ㅡ✥
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O mar nos saúda com toda a sua glória na tarde do outro dia.
Dakar parece a ponto de pular de alegria. Até mesmo me ofereceu uma bebida diferente para "comemorar" sua glória. Porém, quando chegou perto demais de mim, Korian me agarrou pela cintura e grunhiu para ele com uma animosidade tão grande que até mesmo eu estremeci. Dakar se afastou com um sorriso malicioso, erguendo as mãos. Se eu pensasse antes que ninguém tinha nos ouvido, qualquer dúvida foi retirada quando vi sua expressão. O nojo subiu tão rápido que me fez perder o fôlego.
Korian me abraçou com raiva mal disfarçada para tentar me acalmar. Porém, qualquer fúria remanescente foi esquecida quando me vi diante do infinito mar, brilhando como pequeninos diamantes sobre toda sua superfície.
Era uma beleza anormal, imortal. Não se viam oceanos assim ao redor das terras humanas. Nada era comparado com a magnitude deste lugar, cada tom causando uma explosão de sentimentos por meu corpo. Enquanto observava o horizonte, mirando nas pequenas ilhas espalhadas pelo vasto oceano, mal pude conter o tremor que ainda insistia em chacoalhar meu corpo. Dakar estudava um mapa há alguns metros, e eu tinha o livro dourado em minhas mãos, tentando encontrar a localização exata do Círculo, mesmo que conseguisse lembrar claramente do sonho.
Nem mesmo a beleza do Reino Lunar pôde me deixar mais calma.
Korian permanece sempre ao meu lado, sem deixar de me tocar. Desde a noite passada, é como se um interruptor fosse ligado entre nossa relação e nos mostrou que os toques são totalmente permitidos. Se ele não está segurando minha mão, está acariciando meu cabelo ou minhas costas. Nunca reclamo de qualquer coisa disso; a presença constante dele é uma calmaria em um mar revolto. Exatamente como me sinto interiormente. Inquietação e desespero crescem cada vez mais dentro de mim, me deixando ansiosa por várias horas.
O sol queimando sobre minha cabeça me faz pensar em meu irmão. Ele amava sair quando o dia estava ensolarado, principalmente para treinar sozinho no campo. Eu geralmente o acompanhava, mas quando ele ia sem ninguém, passava o dia inteiro fora e retornava com um grande sorriso e a pele bronzeada. Grant sempre amou o mar, mesmo que não tenhamos ido até lá muitas vezes. E agora, olhando para a visão mais linda que já pude ter o prazer de ver, a emoção entope minha garganta. Saudades, preocupação. Tudo aperta meu coração com desespero enquanto tento pensar que ele continua vivo e isso não é apenas mais uma forma de Dakar nos manter na linha enquanto meu irmão já está morto.
Depois da Guerra, Grant ficou traumatizado ao ponto de jamais me deixar sozinha nas viagens até o mercado com Lena. Mesmo sabendo dos perigos que rodeavam nossas terras, nunca fui atacada diretamente lá. Mas não podia impedir meu irmão. Seu olhar assombrado todos os dias sempre me deixavam pisando em ovos até que tivesse coragem o suficiente para enfrentá-lo e dizer que podia fazer minhas coisas sozinha. Não era ruim tê-lo me acompanhando, mas quando se torna algo que me impede de conseguir o que preciso, já chega a hora de intervir. Porém, mesmo com tudo isso, eu o amava com uma intensidade que chegava a ser esmagadora.
Pela história que Lena nos contou quando éramos crianças, nós dois fomos deixados ali quando eu ainda era um bebê e Grant tinha oito anos. Ele me segurava nos braços com uma expressão tão amedrontada que Lena o puxou para dentro e imediatamente exigiu saber o que tinha acontecido. Até hoje eu não fazia ideia se éramos filhos da mesma mãe, e ninguém nos confirmou tal fato. Mas Grant tinha cuidado de mim na tempestade quando fomos encontrados, não permitindo que eu tivesse uma virose grave pela água sempre em contato com meu corpo frágil. Mesmo se não fôssemos irmãos de sangue, eu ainda o amo do mesmo jeito e sinto a necessidade de salvá-lo.
Solto um suspiro cansado, olhando para as algemas em meus pulsos. Não recordo qualquer dia da minha vida onde pude verdadeiramente me considerar uma pessoa livre. Cada passo meu foi marcado desde quando tive idade suficiente para trabalhar. Depois, Hethan me levou para Korian, onde permaneci presa. E agora, enquanto encaro a beleza da paisagem, imaginando como a realidade seria diferente se eu pudesse estar aqui sem ter uma maldita escolta, continuo me encontrando mais aprisionada do que nunca estive.
Uma coisa é estar presa por alguém e ter apenas poucas responsabilidades a fazer. Outra é ser cúmplice de um homem maligno que preza somente por sua própria glória.
A culpa pesa em meus ombros, mesmo quando tento me convencer de que não tive culpa. Talvez tivesse, sim, minha parcela. Se não tivesse provocado Hethan há tantos anos, quando ele destruiu meu pé, seria diferente agora? Eu poderia ter sido morta naquele dia, mas ele não mostrou qualquer indício de que faria isso.
Até mesmo Korian teve várias oportunidades de acabar comigo. Por que nunca fez? Por causa do meu poder, que todos os reinos considerariam um prêmio? Quem me tivesse, ganhava mais, até onde eu sei. E ele me teve por um tempo. Agora, éramos nós dois escravos de Dakar.
Korian chega ao meu lado com um rosnado, seguido por agitação das algemas. Ele olha para algum ponto atrás de mim, e sei que se me virar vou ver um guarda contrariado que o acompanha para todos os lados. Provavelmente não permitiu que ele se aproximasse de mim.
Quando sinto seus longos braços me envolvendo, imediatamente sou atraída por seu calor maravilhoso e intenso. Korian suspira quase em adoração quando me apoio nele, deixando a cabeça cair em cima da minha, apoiada em seu peito. Sentindo o aroma de grama que emana dele, tão característico. Talvez por viver a vida inteira cercado por plantas. Mas não ligo. É o cheiro dele. E por mais que odeie admitir, estava precisando senti-lo mais do que imaginava.
ㅡ Você está bem?
Sua voz, baixa e hesitante, me fazem olhar para cima. Aprecio o contorno de sua mandíbula marcada, os olhos verdes impressionantes estreitos por causa do sol, as sobrancelhas grossas e pouco mais escuras que o cabelo loiro, a testa livre de linhas de expressão.
Abro um pequeno sorriso diante de sua óbvia preocupação.
ㅡ Vou ficar depois que acabarmos com isso. O que Dakar queria conversar com você?
Korian suspira, sem parar de analisar meu rosto. Uma de suas mãos solta minha cintura para colocar uma mecha de cabelo atrás de minha orelha, os dedos se demorando em minha bochecha.
ㅡ Estava falando do plano para entrarmos lá ㅡ faz um sinal com a cabeça para o mar.
Me recuso a olhar naquela direção, estremecendo com o nervosismo corroendo minha cabeça.
ㅡ Vai dar tudo certo, Asterin ㅡ ele sussurra, levantando meu queixo quando passei a encarar os músculos de seu peito. ㅡ Vamos sair dessa. Você vai ver.
Mesmo sem querer, abro um sorriso.
ㅡ Eu queria poder fazer as coisas de forma diferente.
ㅡ Foi você mesma que disse que não podemos mudar o passado. E não podemos mesmo. Basta olhar para a frente e fazer do presente um momento inesquecível para um futuro brilhante. Quando olharmos para trás depois de tudo isso, poderemos ficar orgulhosos.
ㅡ Como eu ficaria orgulhosa sabendo que ajudei Dakar a...
ㅡ Não termine essa frase ㅡ ele me corta, sombrio, o rosto contorcido. ㅡ Você não tinha escolha. É muito diferente quando você o ajuda porque está sendo obrigada, ou quando é cúmplice de suas ideias.
ㅡ Talvez nós tenhamos uma escolha. Eu que não consigo enxergar.
Korian suspira, baixando a cabeça até encostar a testa na minha, as duas mãos espalmadas em minhas bochechas. Fecho os olhos quando eles queimam com lágrimas e aperto uma de suas mãos, sentindo a angústia estremecer seu corpo.
ㅡ Nós não temos. Yura não teve ㅡ ele fala baixinho, acariciando meu rosto com os polegares. ㅡ Mas vamos encontrar uma forma de sair dessa enrascada.
Solto uma lufada de ar, cansada.
ㅡ Se não pensamos em nada até agora, duvido que consigamos criar um plano até encontrarmos o maldito Círculo.
ㅡ Ah, aí que você se engana. É na hora do aperto e desespero que surgem as ideias mais brilhantes.
Desencosto meu rosto do dele para sorrir.
ㅡ Você não para de me surpreender mesmo.
Korian retribui o sorriso. Me perco por um momento com a beleza da visão, mas ele logo me faz suspirar de contentamento quando deixa um beijo casto em meus lábios. E ri quando solto um gemido de protesto quando se afasta rápido demais.
ㅡ Ainda teremos tempo para fazer isso depois, Asterin ㅡ sussurra em meu ouvido, as mãos voltando para minha cintura. Quando sinto uma delas deslizando até se espalmar sobre uma nádega, contenho o gemido. ㅡ Não me provoque, humana. Estou tão louco como você por um pouco de privacidade, mas não vou arriscar fazer isso mesmo sabendo que apenas visualmente não há ninguém por perto.
Ele está certo. Na noite passada, mesmo depois de eu ter esquecido o local onde estávamos quando ele me saboreava com vontade, sentia outros olhares. Mas Korian foi astuto e inteligente ao me fazer esquecer disso tão rapidamente. Com apenas alguns movimentos da língua, me levou ao esquecimento total.
Korian pareceu extremamente satisfeito desse fato quando acordamos de madrugada para repetir a rodada. Ele riu contra minha pele molhada quando acabei admitindo ㅡ entre suspiros e gemidos ㅡ como ele era ridículo por me fazer esquecer das preocupações tão rápido. Me arrependi assim que vi o olhar presunçoso voltar ao seu rosto, e até cheguei a xingá-lo, mas *novamente* tudo foi deixado de lado quando sua língua se moveu sobre minha pele.
Eu odiava como ele era experiente nisso. Maldição, me levou ao clímax tantas vezes na noite passada que acordei de pernas bambas. E mesmo que a presunção dele me irritasse, não podia deixar de amar seu largo sorriso enquanto viajávamos. Era uma expressão que eu tinha visto pouquíssimas vezes, mas que ainda mexia com meu interior.
ㅡ Você está bem longe daqui.
A voz dele penetra a névoa dos meus pensamentos, e me forço a retornar para o presente. Noto que o brilho de alegria em seus olhos verdes já se foi e que agora uma carranca foi posta no lugar.
ㅡ O que foi? ㅡ pergunto, franzindo a testa.
Korian suspira e pega minha mão.
ㅡ Dakar nos chamou. Você não estava ouvindo porque estava ocupada demais pensando em como minhas habilidades lhe deram prazer.
Infelizmente, a presunção dele não tem limites.
ㅡ Na verdade, eu estava pensando que não tive o suficiente ontem a noite.
Korian quase tropeça.
Ele finge uma tosse quando se aproxima de alguns guardas que o olham esquisito. Viro o rosto para esconder o sorriso.
ㅡ Eu criei um monstro ㅡ ouço-o murmurar, mas logo somos interrompidos pela voz abafada de Dakar.
ㅡ Tragam logo esses dois exibicionistas para dentro.
Minha provocação morre quando ouço o inconfundível barulho de um tapa vindo da cabana que ele está. Em seguida, o choro de Yura.
Quando entramos, o ódio já me consome. Olho para o lado, onde ela está encolhida completamente nua em cima de um pequeno colchão, a palma da mão pressionada contra a bochecha já vermelha. Olho para Dakar em acusação.
Ele ergue uma sobrancelha.
ㅡ O que está olhando?
ㅡ Não acha que Yura está bem machucada para que você ainda assim a deixe ainda mais ferida?
ㅡ Ah ㅡ ele sorri, pegando uma garrafa de cima da mesa e despejando um líquido âmbar em um copo de vidro. Me pergunto se conseguiria alcançar o copo e enfiar o vidro em sua garganta sem chamar a atenção dos guardas. ㅡ Yura está muito bem. Tenho cuidado dela.
Cuidado. É claro.
Olho para ela brevemente, vendo que me encara com um misto de preocupação e terror. Ela tenta se cobrir como pode, ficando ainda mais envergonhada quando Korian olha em sua direção.
Viro novamente para Dakar.
ㅡ O que estamos fazendo aqui? Mandou nos chamar?
ㅡ Sim. Iremos entrar no mar pela manhã. Venha aqui, humana ㅡ ele diz sem nem olhar em nossa direção, seguindo para outra mesa que possui um grande mapa estendido sobre ela. ㅡ Estamos marcando nossa rota, passando longe de todas as criaturas marinhas.
Ergo uma sobrancelha.
ㅡ Você sabe onde elas estão?
ㅡ Elas resolvem aparecer quando querem, mas estou evitando os lugares onde outros navios desapareceram.
ㅡ Uau, a sua lógica é contagiante.
Dakar inclina a cabeça.
ㅡ Deveria estar feliz por ter a oportunidade de trabalhar para o futuro ser mais poderoso de Taryan.
Ah, deuses. Esse cinismo é mesmo burrice ou ele está tentando fazer uma piada?
Até mesmo Korian bufa.
ㅡ Não sei se me acha idiota o suficiente para ficar feliz ao sei lado, ou burra o suficiente para aceitar esse "trabalho".
ㅡ Bem, bem. Feliz ou não, voltemos aos preparativos. Tenho um navio maior, que vai seguir na frente e é onde nós vamos. Outro menor nos seguirá por trás, lançando as armadilhas para quando voltarmos.
ㅡ E quem vai garantir a proteção na ida?
Dakar quase revira os olhos.
ㅡ Eu, é claro. Não me subestime, humana.
ㅡ Até mesmo seres mais poderosos do que você morreram nesses mares. Inclusive aqueles com poderes legítimos ㅡ provoco apenas para vê-lo perder um pouco do controle.
Uma veia pulsa em seu pescoço, e posso ouvir atrás de mim um soldado lentamente desembainhar a espada.
ㅡ Eles não tinham minha inteligência ㅡ finaliza Dakar, o queixo erguido.
ㅡ Encontrei alguém mais cheio de si do que você, Korian ㅡ murmuro para ele, recebendo de volta um cutucão. Mas quando olho para seu rosto, vejo que está segurando o riso.
E pela expressão de puro ódio de Dakar, a provocação deu muito certo.
Nós nos encaramos por um bom tempo. Ele, obviamente tentando conter o desejo de pular no meu pescoço. E eu, a presunçosa da vez, encarando-o em desafio.
Por fim, ele solta o ar que estava prendendo e aponta para um ponto do mapa, onde há apenas o oceano.
ㅡ Pela informação que você me deu sobre o Círculo, aqui é onde ele deve estar. Quando você me contou o lugar, percebi que faria sentido este local, pois aqui já existiu um templo criado pelos adoradores de Althaea antes dela morrer. Agora restam apenas as ruínas, e talvez nem mesmo elas existam mais. Passaram-se tanto tempo que não me surpreenderia que encontrassem apenas poucas rochas.
ㅡ O templo está escondido por magia? ㅡ Korian pergunta, falando pela primeira vez desde que entramos.
Dakar confirma.
ㅡ É claro, assim como os outros esconderijos. Percebemos a onda de magia há algum tempo, mas não demos a atenção suficiente ao fato. Na verdade, o mar inteiro tem ondulações de poder, provavelmente por causa das criaturas enviadas para lá. Isso ajudou a manter as ruínas bem escondidas, assim como o Círculo.
ㅡ Mas por que ela o colocaria em um lugar tão óbvio? ㅡ pergunto. ㅡ As pessoas sabiam que ela era muito amada, assim como sabiam que este lugar era guardado com muita magia. Ainda é. Então, seria o primeiro local a se procurar. Principalmente depois que soubessem dos desaparecimentos. Imagino que, após tantos deles, as pessoas ficaram ainda mais ambiciosas em busca do que pertenceu a ela.
ㅡ Muito esperta, humana. Mas de qualquer forma, magia não os assusta. Eles preferem morrer tentando capturar algo que supostamente jamais deveria ser tocado do que viver sem nunca descobrir o que realmente havia ali.
ㅡ Então está dizendo que já sabia onde o Círculo estava.
Dakar puxa uma cadeira até onde Yura está encolhida e se senta ao lado dela, acariciando sua cabeça como se fosse um animal.
ㅡ Eu não sabia, mas tinha minhas suspeitas. Porém, não poderia ir até lá sem a certeza concreta.
ㅡ E como sabe que estou falando a verdade? ㅡ esta era uma questão que eu ainda não compreendia. Mesmo ele estando com meu irmão, eu poderia estar blefando sobre tudo o que descobri. Os sonhos, as revelações, as pistas. No fundo, eu poderia saber que ele estava tão desesperado para encontrar o que procurava que jamais iria assimilar as entrelinhas em minhas falas, rapidamente acreditando em tudo e partindo para a viagem o mais rápido possível.
De certa forma, foi o que aconteceu. Tudo foi organizado tão rápido que fiquei surpresa quando os guardas foram nos buscar na prisão. Naquele momento, eu soube que Dakar nunca entendeu o livro. Nunca se deu a um pensamento sobre o que eu estava falando poderia ser verdade ou mentira. Estava apenas corrigindo os fatos que já sabia, ou percebendo que o que eu dizia não fazia parte de seus planos. Assim, o caminho que eu lhe disse, automaticamente se tornava o certo.
Dakar olha para mim com tanta intensidade que me pergunto se ele sabe para onde meus pensamentos migraram. Seu olhar vermelho me faria estremecer antes, mas não agora. Vejo apenas o brilho do homem louco pelo poder.
ㅡ Você pretende mentir para mim mesmo sabendo que sua família, assim como todos aqueles maldita vila humana, estão sob meu comando? Eu poderia dar apenas um sinal, e todos eles seriam mortos, humana.
Trinco os dentes. Mesmo já tendo minhas suspeitas de que o ataque na vila foi manipulado por ele, é bem difícil ouvir a confirmação.
ㅡ Então, eu espero que encontremos rápido o que procura ㅡ digo por entre os dentes cerrados, fechando as mãos em punhos. Yura e Korian me observam atentamente, como se soubessem como estou perto de atacá-lo.
Dakar sorri.
ㅡ Eu sabia que iria cooperar. Quando chegarmos em nosso objetivo, eu lhes darei uma dose de magia que os permitirá respirar debaixo d'água. Vocês dois vão buscar o que é meu, e retornar sem nenhuma surpresa.
ㅡ Tipo, se um bicho do mar resolver nos comer? Não acho que tenhamos algo a fazer quanto a isso ㅡ Korian diz, seco.
Dakar estreita os olhos para ele.
ㅡ Não seja engraçadinho, semideus. Também tenho algo seu nas mãos que odiaria ver destruído.
Korian enrijece completamente. Quase posso sentir seu ódio emanando por cada poro ao mesmo tempo em que minha curiosidade aguça. O que Dakar possui dele? Algo valioso, ou alguém especial?
ㅡ Parem de pensar tanto. Vocês me dão dor de cabeça ㅡ Dakar esfrega as têmporas.
ㅡ O sentimento é mútuo.
Ele parece achar graça do meu comentário quando faz um gesto com o braço para que nos aproximemos.
ㅡ Vamos acabar logo com isso. Venham aqui.
E enquanto caminhamos em sua direção e começamos a estudar cada mínimo detalhe da missão, o medo corrompe cada nervo de meu corpo, me fazendo estremecer a cada movimento.
A ficha caiu. E agora não tem mais volta.
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