✥ㅡ ARMADILHA ㅡ✥
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Paraliso. Cada músculo de meu corpo endurece com a baforada de magia que envolve meu corpo em questão de segundos.
A risada de Hethan ecoa logo em seguida, e Lena se agarra em meu braço, o rosto uma máscara de pedra. Sinto a mesma fúria emanando em minhas costas, o ódio mortal saindo pelos dedos de Korian. Posso ver as faíscas verdes em seus dedos, o que fazem com que Hethan abra um sorriso animalesco e cruze os braços, obviamente apreciando o show.
Os soldados de Korian estão em posição de ataque, os rostos marcados pela raiva de não terem percebido a armadilha até que já estivessem dentro dela, contidos e desarmados. Todas as pessoas da vila estão com um misto de medo e preocupação. Por mim, percebo. Os olhares estão todos dirigidos à mim e Lena, colada em meu corpo. Só agora percebo que todos aqueles pedidos desesperados dela era apenas uma forma de me fazer sair daqui antes que eles aparecessem.
Trinco os dentes, retirando delicadamente as mãos de Lena de meu corpo. E chamo meu fogo.
Hethan sorri largamente quando as pessoas ofegam, chocadas quando veem as chamas brilhando em meus dedos.
ㅡ Vejo que continua com o título de cadela do príncipe, humana. ㅡ ele diz, inclinando a cabeça. ㅡ Uma pena que essa barreira não adiantará muito aqui.
E estala os dedos. Em um piscar de olhos, um estranho sentimento de liberdade toma conta de meu corpo. Como se ele, de alguma forma, ficasse mais leve.
Olho para Korian, que parece estar quase a ponto de explodir de raiva. Ele encara Hethan com um olhar tão mortal que eu mesma estremeço.
ㅡ Está se enroscando com as bruxas novamente, Hethan? ㅡ ele pergunta, a voz enganosamente suave.
O outro imortal ri, caminhando ao redor das pessoas, sorrindo em seus murmúrios de medo. Lentamente, ele enrosca uma grande unha no cabelo de uma mulher que segura um bebê adormecido nos braços, inclinando a cabeça quando ela instintivamente treme em seu toque.
ㅡ Sabe, viver como um Inferior nunca me deixou satisfeito. ㅡ ele graceja, agora acariciando os cabelos macios do bebê que a mulher trêmula segura. ㅡ E como as bruxas me deviam um favor, acabei cobrando antes do tempo. Fiz bem, não acha?
Ele dirige a pergunta para Korian, mas seus olhos estão em mim.
ㅡ O que fez por elas? Matou algum inocente? ㅡ um dos soldados pergunta, fazendo Hethan abrir um sorriso maldoso.
ㅡ Exatamente.
Korian e seus soldados trincam os dentes. Olho para eles com curiosidade. Esse pensamento tem rondado minha cabeça nos últimos dias, e agora pelo menos uma parte dele foi concretizado. Talvez eles realmente não sejam violentos. Quero dizer, em questão de inocentes.
E, pela expressão de todos eles, o ódio que sentem por quem os executa a troco de interesse próprio o enfurece ainda mais.
Lena se põe em minha frente, encarando Hethan com bravura.
ㅡ Como se não bastasse roubar nossa casa, ainda precisa matar inocentes? ㅡ ela fala friamente, raiva em cada palavra.
O imortal a olha como se ela fosse um piolho lhe incomodando a cabeça.
ㅡ Se você fosse ardilosa como eu, faria muito mais do que simplesmente matar, minha querida Lena. ㅡ graceja, enrolando uma mecha de seu cabelo nos dedos. ㅡ Acho melhor não abrir a boca novamente, humana. Eu poderia simplesmente apreciar beber seu sangue.
ㅡ Continue blefando, imortal maldito, e veremos de quem você beberá o sangue.
ㅡ Lena! ㅡ sussurro, furiosa, puxando-a para trás.
Hethan ri.
ㅡ Acho melhor levar vocês logo antes que acabe matando mais inocentes. Minhas garras ficam doloridas.
ㅡ Levar? ㅡ repito, estreitando os olhos ㅡ Levar para onde?
ㅡ Para Dakar. ㅡ é Korian quem responde, a mandíbula trincada.
Hethan bate palmas e ri da fúria emanando de todos nós.
ㅡ Está inteligente hoje, príncipe. Desde que seu pai morreu pelas garras de Dakar, tem se sentido estranhamente medroso, não?
ㅡ O quê? ㅡ guincho, enviando um olhar cauteloso para Korian, que parece estar quase a ponto de explodir. ㅡ O seu pai morreu?
ㅡ Sim. ㅡ ele responde baixinho, dor em seu tom.
ㅡ Não tive a chance de perguntar ao semideus de Fanillen se ele sentiu o gosto do próprio sangue. ㅡ Hethan diz, retirando algo das unhas como se lembrasse o momento exato. Depois, sorri. ㅡ É claro que meu soberano o matou antes mesmo de dizer uma palavra.
Tento não olhar para Korian com acusação. Ele não tinha a menor obrigação de me contar, eu sei, mas até o tempo em que estivemos juntos depois da morte de seu pai ele parecia totalmente calmo. Ou estava escondendo muito bem ou não se importava.
ㅡ É claro que me importo com meu pai, humana. ㅡ ele rosna ㅡ Mas não é da sua conta saber sobre minha vida pessoal.
ㅡ Claro, já que em seu caso, tudo é unilateral. Você sabe tudo sobre mim; eu sei absolutamente nada sobre você.
ㅡ Oh, os pombinhos estão brigando. ㅡ Hethan murmura, apreciando o show.
Korian revira os olhos para mim, mantendo o inimigo sempre em seu campo de visão.
ㅡ Sempre que falo com você, humana, joga as sete pedras na minha cara.
Estreito os olhos.
ㅡ Você não hesita antes de me prender com essas suas garras invisíveis, florzinha.
Uma veia no pescoço dele pulsa fortemente.
ㅡ Não me chame de florzinha, humana. E você! ㅡ ele se dirige furiosamente para Hethan, que parece cada vez mais divertido com a situação. Korian aperta a mão em sua espada verde brilhante. ㅡ Se está tão seguro sobre seu poder, Hethan, é porque está quebrando as leis de Taryan.
Hethan solta uma risada alta.
ㅡ As leis que sua amada rainha assassinada criou? Por que iria obedecê-la, afinal? Está morta.
Korian grunhe de raiva, o rosto vermelho brilhante.
ㅡ Feitiços são poderosos e perigosos. Você sabe muito bem disso.
Ele faz um gesto despreocupado com a mão.
ㅡ Sim, sim. Me poupe de seu discurso. Dakar tem planejado este ataque há tempos, e finalmente deu certo.
Estreito os olhos para Hethan.
ㅡ Ele te ofereceu alguma recompensa, não é?
Ele responde com um largo sorriso animalesco.
ㅡ Sim. Uma vida eterna de glória ao seu lado como escudeiro.
Uma risadinha de ironia borbulha de minha boca. Hethan me olha com as sobrancelhas erguidas, as presas afiadas brilhando.
ㅡ Algo engraçado, humana?
ㅡ Bem... ㅡ começo ㅡ Sabendo que muito provavelmente ele está mentindo e também sabendo que você é um Inferior que só busca poder próprio, sei muito bem o que ele vai te dar. E não vai ser glória eterna.
Hethan se encosta em uma viga de madeira, sorrindo para mim o tempo todo. Sinto Lena e Korian atrás de mim duros como pedras, e mesmo eu estou assustada com aquele olhar.
ㅡ Acho que está se sentindo um pouco corajosa demais, não? ㅡ ele graceja, balançando as mãos. Querendo que eu veja suas garras afiadas. ㅡ Você pode pensar que sabe muitas coisas, querida humana, quando na verdade está mais no escuro do que um cego. Por acaso o príncipe Korian contou quais são seus planos para você?
Sei que jogo ele está jogando. Quer me jogar contra Korian, percebo. Por isso finjo indiferença.
ㅡ Sim, ele disse. Pretende libertar uma mulher que...
Ele ergue a mão ossuda.
ㅡ E lhe disse, por acaso, como iria fazer isso?
A pergunta me choca, me fazendo encarar Korian com a testa franzida. Ele parece absorto no choque igualmente bruto, os olhos arregalados e o rosto injetado com fúria mal escondida. Hethan ri quando vê sua expressão e meus olhos acusadores em cima dele.
ㅡ Acredito que isso seja resposta suficiente. Porém, humana Asterin, nós temos planos reais para você.
ㅡ Que planos?
Hethan sorri e estala os dedos, causando uma série de maldições vindas dos soldados de Korian. Me viro, estupefata ao ver que todas as suas armas... sumiram. Eles encaram o outro imortal como se seu único desejo fosse arrancar a cabeça dele, fazendo-o se divertir imensamente.
ㅡ Os planos de meu soberano não podem ser discutidos com a presa, humana.
ㅡ Presa? ㅡ Korian pergunta, e noto o medo em seu tom. ㅡ Por que presa? Por que Dakar iria querer uma humana?
Hethan suspira audivelmente, parecendo entediado.
ㅡ Se eu contar, a surpresa não surtirá efeito.
Meus olhos se arregalam quando Lena se coloca em minha frente mais uma vez, os olhos faiscando de fúria.
ㅡ Você não vai levar minha menina para lugar algum, Hethan. ㅡ afirma, categórica.
Isso o faz rir como doido.
ㅡ Ah, pobrezinha. Ainda acha que uma Inferior pode lutar contra mim.
Com um balançar de sua mão, vejo Lena ser arremessada com violência em direção às paredes de pedra. Seu corpo se choca dolorosamente nas rochas, arrancando um grito de seu corpo minúsculo.
ㅡ Lena! ㅡ corro até ela, ignorando os olhares sobre mim. Ela geme quando tenta se levantar, as costas sangrando.
Quando, por fim, consegue ficar de joelhos, olha para mim.
ㅡ Não vá com ele, Asterin.
Sorrio tristemente, ajudando-a a ficar de pé.
ㅡ Ele vai matar todos vocês se eu não for.
ㅡ Ele vai nos matar de qualquer jeito, Ast. Nós somos alvos fáceis.
Quando Lena se move para tirar o cabelo do rosto, tenho um vislumbre rápido de...
Estreito os olhos. Não, não pode ser.
Lentamente, tiro o cabelo de Lena de seu rosto, ofegando, chocada, quando vejo sua orelha pontuda despontando no meio dos fios escuros.
Ela rapidamente agarra minhas mãos, empurrando-as.
ㅡ Lena! ㅡ exclamo, completamente assustada.
O rosto dela fica vermelho quando me olha. Lena fecha os olhos, provavelmente buscando paciência, e encara Hethan.
ㅡ Você não vai levar minha menina, imortal.
Ele ri sombriamente.
ㅡ Você me conhece bem o suficiente para não me chamar assim, Inferior.
ㅡ Inferior? ㅡ Korian repete, provavelmente com a mesma confusão. Acredito que está pensando a mesma coisa que eu: se ela é uma Inferior, como ele não conseguiu sentir seu poder? Não importa quão mínimo seja, todos sentiriam.
ㅡ Você é um Inferior, Hethan. ㅡ Lena fala, a voz carregada. ㅡ Mas nós dois somos diferentes. Você prefere massacrar os humanos, enquanto eu os protejo.
Ele ri.
ㅡ Uma proteção meia-boca, eu vejo. Se realmente fizesse isso como diz, então Asterin jamais teria caído em minhas garras.
Lena abre um sorriso largo, mesmo através da dor.
ㅡ Você é tão ingênuo, Hethan. O órfão chegará, Inferior. E você não poderá vencer seu poder porque é egocêntrico demais para perceber a grande armadilha que as irmãs Amelin te prepararam.
Meu corpo estremece quando sinto Korian se movendo levemente em minha direção, colando seu peito às minhas costas. A pedra vermelha apoiada bem acima de meu coração estranhamente não esquenta com a presença dele. Minhas mãos tremem suavemente, e eu sinto os dedos quentes com as faíscas quando Korian empurra algo em minha mão direita, sussurrando em minha cabeça.
*Não solte isso nem se te torturarem. Vai impedir que entrem em sua cabeça.*
Tento manter o rosto impassível perante aquela nova descoberta. Aperto o que parece ser uma pedra em minhas mãos, sentindo as pontas afiadas do material pinicando minha palma. Por que ele faria isso, afinal de contas? Até onde sei, adora entrar em minha cabeça e violar meus pensamentos.
*Eles não são como eu, humana. Ao contrário de mim, eles vão te massacrar enquanto penetram sua cabeça em busca de informações substanciais. Não me compare a eles. Nunca.*
Ele fica silencioso em minha mente. Mas ainda sinto o peso de seu escrutínio enquanto Lena continua trocando farpas afiadas com Hethan, que percebe o contato do corpo quente de Korian contra o meu e estreita os olhos para nós dois.
Em um estalar de dedos, eu sou arrastada para as rochas com furiosa rapidez e Korian se mantém no mesmo lugar, duro como uma porta. Hethan estala a língua.
ㅡ Se comunicando, hmm? Vamos manter esses dois separados.
ㅡ Vamos? ㅡ repito, sem fôlego e com as costas queimando. ㅡ Quem mais está aqui?
Hethan sorri.
ㅡ Meu reforço.
Korian repete o ato de seu inimigo, estalando a língua.
ㅡ É fraco demais para fazer o trabalho sozinho, não é? Bem que desconfiei.
ㅡ Se não me engano, Korian, eu tirei seus poderes.
ㅡ Oh, esses poderes? ㅡ ele mostra as mãos, e a ingestão aguda de Hethan me confirma que seu feitiço não teve utilidade em um semideus forte como Korian. Os olhos verdes dele brilham quando encaram ele. ㅡ Sua magia forçada de bruxas não me atinge, Inferior.
Hethan ergue a sobrancelha.
ㅡ Então por que não sai daqui?
ㅡ A diversão ainda não acabou. Estou esperando o momento certo para sair.
O inimigo ri.
ㅡ Você é um fraco. Isso em suas mãos não é poder. É...
Ele não tem a chance de terminar.
A magia de Korian estala, saltando de suas mãos em uma explosão de poder diretamente para Hethan. Ele é empurrado brutalmente contra a parede de rochas enquanto as mulheres ao redor soltam gritos de medo. Galhos grossos saem do chão e prendem o imortal na parede, um pedaço de madeira pressionado contra seu pescoço e cortando sua respiração.
Korian sorri, brutal, se aproximando lentamente de onde o tão egocêntrico Hethan está preso totalmente. Ele luta para respirar, o rosto se tornando roxo em questão de segundos. Quando ele inspira fortemente, sei que Korian liberou apenas um pequeno espaço para que não morresse imediatamente.
Me aproximo de Lena, alisando suas costas quando ela geme ao tentar se colocar de pé. Me esforço para ouvir o que os dois estão conversando.
ㅡ Diga para seu reforço vir buscá-lo, não a nós. ㅡ Korian diz, as palavras saindo com fúria. Ele tem a mandíbula tão trincada quando se vira que poderia quebrar seus dentes.
Mal olhando em minha direção, ele agarra meu pulso e me puxa para a saída, estendendo a mão e liberando seu poder. O trinco explode. Os soldados ao nosso redor resmungam, fazendo Korian abrir um pequeno sorriso. Provavelmente pensando o porquê dele não ter feito isso antes que Hethan jogasse suas armas longe.
Saímos para o sol, a mão dele apertando meu pulso dolorosamente. Quando se vira para me olhar, seus olhos estão mais verdes do que nunca.
ㅡ Diga a eles que saiam dali e se escondam. Há pessoas por aqui.
ㅡ Inimigos? ㅡ pergunto, fazendo um sinal afirmativo para Lena. Korian não me solta ao balançar a cabeça, indicando que sim.
ㅡ Fique atrás de mim. E não solte a pedra, entendeu?
ㅡ Você já disse isso uma vez. O que Hethan quis dizer com seus interesses sobre mim? Você quer roubar meu poder, por acaso?
Ele me olha com tédio.
ㅡ Que os deuses me livrem disso. Eu não quero seu fogo, humana, mas há gente que quer. E cale a boca.
ㅡ O que quer dizer com "tem gente que quer"? Hethan quer me levar para esse Dakar para que ele...
ㅡ Eu não sei, mas suspeito que sim. Se não calar a boca, não terei como ver onde estão os inimigos.
ㅡ Se está procurando, por que não vamos para um local escondido?
ㅡ Eu não preciso disso quando tenho minha barreira.
Bufo, olhando para a floresta.
ㅡ E eu pensando que Hethan era egocêntrico.
Korian me olha com raiva, mas não responde. Quando Lena e outros dois homens saem, os soldados vem junto. Ela fecha a portinhola depois de dizer um "se protejam" sussurrado para os outros.
Meu corpo fica tenso quando, bem longe, ouço o que parecem ser galhinhos estalando.
Minha testa franze quando comparo as possibilidades. Eles estão em cima das árvores?
Korian me empurra para trás dele, o rosto uma máscara de pedra.
ㅡ Asterin ㅡ Ele começa ㅡ, você precisa usar sua magia agora.
ㅡ Agora?
ㅡ Sim. Agora.
Estreito os olhos.
ㅡ Você nunca me treinou, seu bastardo.
ㅡ Mas você treina sozinha, e já é suficiente. Faça isso agora se não quiser que a deixe aqui sem proteção enquanto os outros fogem.
Resmungo, chamando por meu fogo.
Mas não sou rápida o suficiente.
Do alto das árvores, tão alto que preciso erguer a cabeça para ver de onde vem o som, uma chuva de flechas se instala no céu. Meus olhos se arregalam, e imediatamente me viro para Lena.
ㅡ Soldados! Proteção! ㅡ Korian grita, me agarrando com força e nos jogando no chão. Ele fica por cima, um braço cobrindo meu rosto enquanto a outra está erguida, mantendo a barreira de pé.
Lena solta um gritinho quando as flechas nos atingem, quicando na proteção de Korian.
Ele grita para os outros:
ㅡ Ataquem!
Eles obedecem, lançando diversos lances de magia colorida contra as árvores. Tento me livrar do aperto dele, mas Korian sussurra furiosamente em meu ouvido:
ㅡ Fique quieta. Ainda não chegou sua hora de usar o fogo ainda.
Sim, mas sua mão está me machucando. E se me causar mais hematomas, eu talvez lhe daria um chute em sua parte favorita.
Um bufo de riso sai da boca dele, o que significa que captou meu pensamento.
ㅡ Korian! ㅡ ouço Lena gritar e em seguida o movimento dele enquanto vira o rosto para ela, que agita uma flecha no ar para que ele veja. ㅡ Estão todas injetadas com Muriella.
Sinto o corpo dele ficar tenso. Me viro para ver seu rosto, e o pânico tomou conta total de sua expressão. Ele está pálido e duro como uma rocha, me apertando como nunca.
ㅡ Devemos recuar? ㅡ um dos soldados pergunta, mas Korian nega.
ㅡ Não. Se eles ousaram assaltar meu jardim, então irei lutar.
ㅡ Seu jardim? O que é Muriella? ㅡ pergunto.
ㅡ Veneno. O único veneno capaz de matar um semideus. Só é fabricado em meu jardim em toda Taryan.
Estremeço quando outra onda de flechas nos atingem.
ㅡ Por que diabos você tem veneno em seu jardim? Queria me matar qualquer dia desses?
A sombra de um sorriso passa por seu rosto, mas não se concretiza. Ok, distraí-lo dessa súbita tristeza que tomou conta de sua expressão não está dando certo.
ㅡ Eu usaria formas mais criativas se quisesse te matar, humana.
Ele solta uma maldição criativa quando uma flecha atinge sua barreira de cima e se crava ali, não caindo no chão como as outras.
Korian solta meu braço e agarra meu queixo, virando meu rosto para o dele.
ㅡ Escute, humana, essa barreira ainda vai aguentar muita coisa, mas a Muriella a enfraquece. Você vai ter que fazer uma barreira de fogo ao nosso redor.
Meu choque é imenso.
ㅡ O quê? O veneno está te deixando bem maluquinho. Eu não sei fazer isso.
Ele revira os olhos.
ㅡ Claro que não sabe, mas eu vou ajudar você. Não tenho a intenção de morrer, e eu duvido que você tenha.
Balanço a cabeça, vendo um pequeno sorriso brilhar em seu rosto.
ㅡ Então fará isso. Meus soldados também não vão aguentar por muito tempo, então terá que ser grande. Vou juntar meus poderes com os seus e fazer uma barreira mais forte. Entendido?
Faço que sim, engolindo em seco.
Quando o medo passa por minha espinha, Korian olha para meu rosto.
ㅡ O que você...
Ele não tem a chance de terminar antes que seja jogado violentamente para trás.
ㅡ Korian! ㅡ grito, sentindo a barreira de desfazendo ao nosso redor.
Me aproximo dele me arrastando, sentindo a dor no pé cada vez mais proeminente.
Quando chego perto dele, meu coração para por dois segundos ao ver uma enorme flecha iluminada com um verde macabro penetrada fortemente no braço que Korian usava para segurar a barreira.
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