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20 - Eu estive aqui.

[26 de Janeiro de 2021]

Uma dor forte alcançou sua cabeça. A energia passava pelo seu corpo e tudo estava escuro, não sabia qual era a sensação de um raio cair sobre si, mas naquele ponto, jurava que estava vivendo algo parecido, e pela segunda vez.

Então, a luz, de novo e ela fechou os olhos. Quando abriu, estava dentro de sua casa, no presente. Já se faziam semanas que não via aquele lugar.

Ela estava com raiva, perdida, devastada caiu ao chão escorada na parede. Lembrou-se daquele dia que no presente fazia menos de 24 horas, daquele dia em que sua mãe, quer dizer, Sônia, a desferiu um cuspe no rosto e a despejou palavras malditas e cortantes. Dandara chorou e olhou para o chão da sala, vendo em sua cabeça a imagem de si mesma deitada nos braços de Celine, sem vida. Dandara gritou. Gritou o mais alto que pôde. Não fazia ideia de onde Sônia estivesse, ou se seus vizinhos a ouviram gritar, já não se importava com aquilo. Gritou de novo. Com forças, se levantou, pegou um martelo na caixa de ferramentas que tinham guardado na despensa e com ele, quebrou a tevê de sua casa, quebrou uma das portas da sala, quebrou copos, pratos, revirou aquele lugar de cabeça para baixo, não se importava com o prejuízo, seria o prejuízo de Sônia, aquela mulher que havia usurpado cada centavo que Dandara havia juntado ao longo dos anos, aquela mulher que já havia deixado cortarem a energia da casa, apenas para que pudesse usar o dinheiro das contas com bebida, aquela mulher...

Quando se cansou, Dandara subiu as escadas até seu quarto, pegou um moletom, fones de ouvido e algumas outras coisas, e saiu daquela casa.

Colocou música nos fones e andou rumo a praia. As ondas quebravam, o vento balançava e ela colocou o capuz em sua cabeça. O céu estava nublado. Uma máscara estava no seu rosto novamente. A praia estava vazia, só algumas crianças um pouco afastadas brincavam de futevôlei. Nos seus ouvidos, músicas de 2021, e ela fechou os olhos e respirou aliviada, já estava com saudades daquelas canções, as mesmas canções que sempre a dariam aquela sensação boa, a sensação que não a deixava desistir.

Desviou do caminho da praia e entrou naquele mesmo beco onde tudo começou. Não tinha ninguém ali. Pegou então o spray preto no bolso do seu moletom, e com ele, pinchou o muro, dizendo: "Em 2021, Dandara esteve aqui."

E apertou o botão do relógio, sumindo.

***

[15 de Maio de 1985]

— Até mais, Celine.

E Dandara desapareceu no ar.

— Fique bem. – Celine disse para o nada, limpando as lágrimas. Olhou para o relógio em seu pulso. Por um breve momento, pensou em ir atrás dela, mas não era o que Dandara queria, e ela iria aceitar aquilo. – Sentirei saudades. – Foi o que ela disse, se virando.

E então um barulho, uma luz, e quando voltou seu olhar para trás, Dandara havia se materializado em sua sala de estar, e caído no chão. Celine soltou um grito assustado e correu em direção a garota caída.

— Dandara! Você está bem?!

Dandara estava um pouco suja, e suas mãos pareciam machucadas. Ela estava com um aspecto cansado e sua cabeça parecia estar querendo explodir. Celine a ajudou a se levantar e a guiou até o sofá, onde ela se sentou. A loira rapidamente foi até a cozinha buscar um copo de água com açúcar para Dandara. Apesar de saber bem que tal bebida não tinha efeito calmante nenhum, parecia acalmar aqueles que acreditavam em tal costume.

— Estou melhor. – Ela balançou a cabeça.

— Você...quer me contar o que houve? – Celine perguntou relutante. – Quanto tempo você ficou fora?

— Uma hora no máximo, eu acho. – Dandara respondeu. – Eu só descarreguei a raiva e a tristeza em algumas coisas materiais.

— E você se sentiu melhor?

— É...não sei. Não tanto quanto eu gostaria.

Elas ficaram em silêncio.

— E você... vai ficar aqui? – Celine teve coragem de perguntar o que estava engasgado em sua garganta.

— Eu não sei ainda, Celine, – Dandara contou, sincera. – Mas decidi que preciso de tempo e espaço. Espaço para conhecer os anos oitenta com meus próprios olhos e meus próprios pés, e tempo para decidir o que fazer em seguida.

— Eu entendo. – Celine afirmou com a mesma sinceridade. – Você pode ficar na casa de praia. Eu fico no apartamento, e só te visitarei se você me convidar para isso.

— Eu agradeço. Mas, de verdade, eu prefiro que não, além do mais você precisa da casa para mexer em seu laboratório. Eu ainda tenho algum dinheiro, arrumarei um lugar.

Celine então se virou, deixando Dandara sozinha na sala. Quando retornou, carregava uma bolsa.

— Tome, para você. – Celine estendeu a bolsa e Dandara a pegou e a abriu. Havia boas notas de cruzeiros dentro dela.

— Celine, não precisa.

— Você precisa para alugar um lugar decente.

— Tem certeza?

— Tenho.

— Obrigada. Sei que já te incomodei demais.

— Nunca me incomodou. – Celine afirmou.

— Eu irei ir, só tomarei um banho antes e pegarei minhas coisas. Obrigada de novo.

— Não há de quê. Você vai ficar bem?

— Irei sim. – Ela caminhou até a portinha do banheiro do apartamento.

***


Dandara subiu naquele ônibus antigo, rumo a algum lugar. Não sabia aonde ir, mas não se preocupou com aquilo, sentou-se em um assento e observou as pessoas, as pessoas dos anos oitenta, com sua moda extravagante e charmosa, com seus brincos, calças legging, jaquetas jeans. Pessoas com seus cubos mágicos, seus jornais, seus fones de ouvido e fitas cassete.

Desceu do ônibus, mas continuou observando aquelas pessoas, enquanto andava com sua pequena bolsa e seu coração quebradiço. E então, perto do centro, achou um lugar, uma casa amarela de varandinha branca e, ali, ela ficaria por um tempo. Era um lugar pequeno, mas com móveis encantadores e uma vitrola na estante. Seria ali que Dandara ficaria até saber o que fazer, seria ali que pensaria e pensaria, seria dali que conheceria os anos oitenta, e seria assim que tentaria remendar seu coração com uma agulha e linha.  

✨✨✨

O que acharam do capítulo?
Não esqueçam de comentar ;) é muito importante

Ah e eu lancei mais um capítulo! É, isso mesmo, dois em um! Então se quiser, já passe para o próximo 💜

Um beijo na fuça e nos vemos em breve

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