35. Fênix
GENTEEEEE VOLTEI! Meu Deus, que dias foram esses? Quem me acompanha nas redes sociais viu meu surto no último show, finalmente consegui ir no show da Lud , pedi minha namorada em casamento e sobre a benção da Ludmilla estamos noivas. Foi incrível, perfeito, do jeitinho que eu pedi a Deus e quem não viu ainda, me procura no twitter e no insta @meubrumilla pra ver! Obrigada a todos que me ajudaram pra esse momento acontecer. Acompanhem meu insta que eu e minha noiva vamos fazer uma live contando como foi essa experiência ok?
Agora vamos pro próximo capítulo. Ouçam Amor Difícil da Ludmilla.
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
A Fênix é uma ave que simboliza o renascimento, o triunfo da vida sobre a morte, o eterno recomeçar, a volta por cima, porém sem perder a essência ao se tratar sempre da mesma criatura, desta maneira, simboliza a vida e seus ciclos, a esperança, o fato de que é preciso dar a volta por cima nas situações adversas.
Suas lágrimas podiam curar qualquer doença, possuía um lindo canto e ao final da vida entoava uma melodia triste. Após isto, queimava-se, voltava a ressurgir e as cinzas que sobravam deste processo tinham a propriedade de ressuscitar os mortos.
Pov Isabelly
O cúmulo do ser humano era criar coragem de fazer ou falar as coisas depois que se encontra num estágio deplorável de embriagues. Eu precisava colocar minha cabeça no lugar e agir racionalmente, eu não podia aparecer e bagunçar de novo a vida dela, mas como se esses pensamentos me atormentavam e pediam o contrário?
Desde que eu vi que a Ludmilla abriu para a mídia sobre sua orientação sexual, e sobre seu namoro com a Brunna, eu me senti completamente diminuída e desprezível que parece que tudo que vivemos foi verdade só no meu lado da história. Ela me jurava que nunca chegaria a fazer isso por ninguém e que queria manter esse segredo a sete chaves. Mas ela fez completamente o contrário, ela era outra pessoa, ela era quem eu gostaria que fosse há alguns anos atrás. E eu queria entender porque ela não mudou comigo, o que faltou em mim para ela conseguir toda essa força.
Depois que terminamos eu sofri muito não vou negar, precise ide u mtempo pra me afastar das redes sociais e de algumas pessoas, e com o tempo aprendi a admirá-la como pessoa e artista que ela sempre foi, mesmo tendo sido um término difícil para nós duas, mas quando eu vi ela se "assumindo", eu tive uma recaída drástica, voltei a beber, fumar e não conseguia focar mais na minha vida, agora era tudo pela Ludmilla, eu estava doente.
Passava horas stalkeando ela em todas as redes sóciais com minha conta fake já que na minha pessoal eu era bloqueada.
Quem nunca sofreu por um grande amor que atire a primeira pedra. Eu acordava e ia ver os stories dela só para ter o prazer de ouvir de novo sua voz.
Olhava nossas fotos no celular e sempre chorava relembrando os momentos com a tropa, e ninguém poderia negar que vivemos momentos maravilhosos. Eu tinha todas as fotos que tiramos juntas, e convenhamos, formávamos um casal incrível. Eu sentia falta do cuidado dela, de como sua família me ajudava e como ela me fazia feliz.
Em uma das minhas buscas por informações dela, comecei a notar que a Ludmilla fazia os mesmos roles com a Brunna que fazia comigo, postava as mesmas músicas que dizia para mim ser "nossa", gravava stories do que ela fazia comigo e nunca teve coragem de postar, e gradativamente e de forma dolorosa um sentimento de inferioridade e insuficiência caiu sobre mim.
Eu me afundei tanto a ponto de não conseguir mais cumprir minha agenda e fui perdendo pouco a pouco a vontade de sair e voltar a viver. Eu era uma das mulheres mais fortes que eu já conheci, era difícil algo me abalar, mas me dei conta de que o sentimento só havia adormecido, que eu ainda a amava e ela continuava sendo meu ponto fraco e meu espinho na pele.
Dentre um pensamento e outro me lembrei justamente do dia que saímos uma vez e levamos a Brunna com a Cristal para uma festa exclusiva de uns amigos em comum. Elas tinham acabado de entrar para a tropa da Ludmilla e fomos todas juntas para curtir a noite e aproveitar o dia livre. Nós não falávamos sobre nossa relação quando não tínhamos intimidade, e por elas serem novas no grupo, não sabiam que eu era namorada da Ludmilla, então na frente delas mantínhamos totalmente a descrição, mesmo porque eu nunca tive o direito de chama-la de "minha" publicamente. Era injusto, eu queria gritar pro mundo, mas respeitava a decisão dela por causa da carreia.
Era super incômodo ver as duas dando em cima dela descaradamente, como se estivesses competindo por atenção e me ver de mãos atadas sem poder fazer nada para evitar.
Eu tinha que engolir muita coisa, nós não confiávamos nelas ainda e era a imagem da Ludmilla que estava em jogo. Até que quando estávamos sentadas numa mesa curtindo, rindo muito, bebendo e finalmente tentando se entender, um cara chegou querendo chamar a Brunna para conversar.
Flashback:
- Fala garotas, posso trocar uma palavra com essa princesa? – O cara estendeu a mão pra Brunna.
- Ela não vai cara, pode dar licença. Primeiro que ela namora e mesmo se não namorasse ela não ia aceitar. – Ludmilla reagiu de uma forma estranha, ela estava alcoolizada e sempre dava merda quando ela bebia muito.
- Ah, já entendi, estão de casalzinho, duas e duas, ela namora qual de vocês três? Eu não tenho ciúmes, vamos fazer um trisal. – O cara era tão escroto que não se tocava que estava incomodando e continua insistindo.
Quando a Brunna ficou realmente incomodada e abriu a boca para falar, a Ludmilla se levantou e começou a peitar o cara.
- Eu vou falar só uma vez irmão, você está incomodando a menina. Da para sair daqui?
- Deve ser você a namorada dela já que é a única que está incomodada. Prova que ela namora então, beija ela pra eu acreditar nesse papinho de vocês!
Eu olhei pra Ludmilla sem acreditar que ela seria capaz de fazer isso comigo. Eu engoli seco e a encarei com medo.
Ela nem me olhou e se abaixou perto da Brunna, segurou ela pela nuca dando uma pegada com vontade e a beijou sendo correspondida de imediato. Caralho.
Meu mundo tinha desabado ali, ver ela me traindo assim na minha frente e nem se importar comigo, me fez ficar enjoada e minha cabeça começou a rodar. Corri para o banheiro e fiquei inclinada com as mãos na pia sentindo que poderia vomitar a qualquer momento.
- Ei amiga, o que houve? – Cristal veio atrás de mim e colocou sua mão nas minhas costas.
- Só mal-estar mesmo, eu acho que bebi demais.
- Vou ficar aqui com você até se sentir melhor, ta bom?
Eu assenti e me apoiei nela. Ela ficou me alisando e passando a mão no meu cabelo demostrando preocupação. Me abraçou e eu aceitei ficar ali, acolhida, eu precisava de apoio para conseguir ficar de pé.
Uma onda de sentimentos veio sobre mim. Raiva, indignação, desprezo e mais uma vez ela dando mancada comigo. Eu queria chorar de tanto ódio e decepção.
- Você quer uma água tônica ou, sei lá, uma blusa? Você está tremendo! – Ela alisava meu braço para me esquentar.
Elas não sabiam, mas eu tinha crise de ansiedade e toda vez que a Ludmilla fazia qualquer merda comigo que eu não podia falar eu ficava assim, sofria calada aguentando a pressão sozinha.
- Ei não fica assim, está tudo bem ok? – Cristal falou segurando meu rosto. Ela realmente parecia estar preocupada.
Nós estávamos tão perto, ela estava tão cheirosa e eu tonta perdida nos meus pensamentos, e ela ficava encarando minha boca até que eu entendi a mensagem, seria ousadia se aproveitar do meu estado de embriagues, mas eu mal conseguia pensar então eu cedi e a beijei. Nossas bocas se encaixaram de uma forma tão intensa que ela me segurou me jogando na parede e segurou minha bunda durante o beijo a apertando sem pudor.
Caralho porque eu não fiz isso antes? Eu cansei de tudo, cansei de ter que ficar sofrendo calada e aceitar ser a submissa da relação, eu tinha sentimentos e ela não respeitou nada disso.
Seu beijo me envolvia e seu perfume invadia aquele banheiro. Como ela era cheirosa e beijava bem, foi uma química instantânea que parecia que nossos corpos estavam inflamados.
Ouvimos um barulho na porta, mas não parei de beijá-la, não quis ter o trabalho de abrir os olhos e interromper aquele momento.
Eu só ouvi passos vindo na nossa direção e uma mão violentamente tirando a Cristal de cima de mim.
- Que – Porra – é – essa - aqui? – Ludmilla disse pausadamente demonstrando estar indignada.
A Brunna me encarava com uma cara de que estava amando a situação e não se importava nem um pouco com nada.
- Vai se fuder Ludmilla. – Falei saindo quando ela me segurou pelo braço.
- Onde você pensa que vai filha da puta, como você me trai assim?
- Te trai? – Brunna e Cristal falou em coro.
- E você pode me humilhar beijando outra mina na minha frente né?!
- Eu só estava tentando tirar o cara dali, e você não pode ter um espaço que já quis vir aqui com ela? – Ludmilla olhava medindo a Cristal com um certo nojo.
- Ah é? Tirando ele dali com a sua língua na boca dela? Me poupe Ludmilla, você é sem moral. Vai se fuder! – Falei a última frase com potencialização.
Sai de lá ouvindo a Ludmilla gritar com a Cristal, eu não estava acreditando que além de tudo isso, acabou expondo nossa relação da pior forma e ela me deixou voltar para casa sozinha de madrugada.
Eu sai da festa já sentindo o vento gelado da calada da noite bater na minha pele me fazendo arrepiar inteira. Que frio maldito. Dei sinal para um taxi e senti uma mão me tocar delicadamente no meu braço nu.
- Posso ir com você? – Era Cristal, ela estava sozinha e chegou toda ofegante e sem jeito, parecia que tinha apanhado pelo vermelhão no rosto.
- O que foi isso no seu rosto? – Perguntei assustada.
- Sua mulher Isa.
Eu fiquei indignada quando o carro parou e nós entramos. Indiquei para ao motorista o local de desembarque e permanecemos caladas até que ela se sentou perto de mim e segurou minha mão colocando sua cabeça no meu ombro. Eu entrelacei meus dedos nos dela e fiz carinho com o dedo polegar sobre sua pele.
- Me desculpa. – Ela falou.
- Não precisa se desculpar gatinha, você não sabia.
- Mas eu gostei, foi um dos melhores beijos que já me deram.
- Eu também gostei. – Falei para ela sem ressentimento.
Ela mordeu o lábio inferior e sua respiração ficou ofegante até que ela encostou seu lábio no meu e nós no beijamos de novo.
Fim do Flashback.
Voltei dos meus pensamentos quando veio uma nostalgia imensa na minha mente e uma vontade de falar com ela que só bebendo para eu conseguir, de fato, e eu fiz isso.
Dei o último gole que tinh na minha taça da garrafa de vinho que estava vazia e peguei o celular e digitei uma mensageme mas a apaguei em seguida.
Voltei a escrever e enviei.
Eu fiquei com o cu na mão, meu coração estava acelerado, eu estava tonta pelo teor do vinho, mas eu tinha certeza que ela não responderia.
Fiquei com o celular na mão o dia inteiro até que chegou uma notificação e era ela.
Céus!
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eu estou pronta para os surtos, venham nos comentários, no tt e no instagram.
amo vocês rs ♥
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