20. A boba fui eu
Fala meus amores, muito calor no último capítulo? kkkkk espero que estejam gostando ok! Pra essa leitura quero que ouçam "A boba fui eu" e viajem na história. Fiz um capítulo um pouco maior pra compensar o fim de semana. Espero que gostem
Pov. Brunna
Olhando ela dormindo assim nos meus braços nem parece que fode tão gostoso, ela consegue ser completamente safada na cama e um nenê que precisa de cuidados na mesma proporção, duas versões de Ludmilla que eu tinha só para mim.
Sua respiração estava pesada, ela estava tão cansada e eu prometi para mim mesma que não ia mais discutir com ela por nada, eu confiava nela e sabia que independentemente de qualquer coisa ela me amava muito. Fiz carinho com o dedo no rosto dela e pousei um beijinho em sua testa. Ela se mexeu se ajeitando melhor no meu colo e eu continuei admirando o bebe mais lindo desse mundo.
Eu estava com sono mas queria ficar zelando pelo sono dela, quando fossemos viajar eu aproveitava para dormir no avião. Nosso voo estava marcado para de tarde, seria o tempo de ela descansar, comer alguma coisa no almoço e irmos viajar. As malas já estavam prontas perto da porta do quarto, então ela teria mais tempo para descansar.
Fiquei ninando ela no meu colo e a abracei forte. Eu não era mais capaz de viver sem essa mulher, ela preenchia todas as lacunas que estavam vazias dentro de mim. Dizem que quando se ama um completa o outro, no nosso caso, uma transborda a outra, é tanto amor e tanta cumplicidade que nossa história tinha que ter acontecido e eu não via a hora de um dia poder casar com ela, de poder morar juntas e dividir uma rotina ao seu lado mais do que já vivemos hoje.
[...]
Chegamos em Portugal para os últimos shows da Tour Hello Mundo, passamos pela avenida principal e vimos várias pessoas na fila do local do show acenando e algumas até chorando emocionada ao nos ver nossa van passando, uma emoção indescritível, a Lud sempre ficava orgulhosa babando nos fãs dela. Tínhamos pouco tempo até o show começar então fomos direto para o hotel se arrumar correndo para ainda fazer passagem de som. As pessoas acham que ser bailarina é fácil, mas estão muito enganados, ainda mais eu que sou a mais visada pelo público e cobrada pela Lud, tem que estar tudo impecável. Tem gente que pensa que tenho privilégios por ser namorada dela, mas se enganam porque eu não gosto de ganhar meritocracia por isso, eu me esforço muito e dou meu sangue para ser admirada pelo meu próprio suor.
Chegamos no hotel onde o Renatinho já estava nos esperando. Ele ajudou a Lud a se arrumar e se maquiar enquanto eu fui para o banheiro arrumar meu cabelo e ajeitar meu figurino. As meninas e a produção também estavam em outros quartos se arrumando para mais tarde.
[...]
https://youtu.be/eZXwszg2shk
Ficamos numa escala de Portugal e África. E nesse meio tempo a Lud teve que viajar para o Brasil para o final do programa Show dos Famosos no Faustão. Enquanto ela viajou nós ficamos em Portugal porque seria muito gasto voltar com ela para o Brasil e depois seguir viajem de novo para os últimos shows na Europa, então com muita dor no coração ela foi sozinha.
Aproveitamos para ir no shopping que tinha lá no centro e fiz várias comprinhas, inclusive comprei um presente pra Lud também. Entre roupas, maquiagens, acessórios, bolsa, perfume e tênis.
Eu estava tão acostumada a ficar com a Lud que quando ela estava longe eu me sentia incompleta. Me peguei pensando nela e quando tive que me afastar pela primeira vez.
Flashback
O ano era 2015 e eu tinha acabado de entrar para o Ballet da Ludmilla, minha carreira começou a ter visibilidade e comecei a fazer parte do Ballet oficial, acompanhava nas viagens, nos ensaios com mais frequência e meu contato com a Ludmilla aumentou. Nos tornamos amigas e ela sempre me convidava para sair com ela ou para ir na sua casa. Até que um dia ela me deu carona até minha casa e assim que ela estacionou o carro um clima tenso surgiu e eu comecei a ficar quente e ela percebeu que seu olhar me intimidava, meu coração começou a acelerar e minha mão gelar e suas ao mesmo tempo. Eu nunca tinha sentido isso antes com uma mulher, tudo bem que a Ludmilla intimidava qualquer pessoa, mas e essa vontade absurda de beijar ela? Ela ia pensar que eu era só mais uma.
Ela tirou o sinto de segurança, aumentou o som do carro que estava tocando uma das músicas que coincidentemente eu mais amava e me puxou pelo pescoço para me beijar.
C-A-R-A-L-H-O
Que beijo foi esse Brasiiiiiil? Eu imediatamente correspondi com toda a pressa que eu tinha pela aquela boca que me chamava, nossos lábios se encaixaram perfeitamente e seu beijo quente me aqueceu, aqueceu a ponto de um fogo subir pelo meu corpo e incendiar dentro daquele carro. A música, o tesão, a pegada dela, sua mão segurando meu pescoço me prendendo contra ela, sem condições, não sabia que beijar uma mulher seria tão perfeito assim.
A gente parou de se beijar com um selinho no final e eu sorri para ela sem jeito e sai do carro toda desnorteada. Fui até o portão e antes de entrar olhei para ela e mandei um beijo. Ela me constrangia de uma forma que eu não sabia explicar, puta merda.
Estava mexendo no celular quando chegou uma mensagem dela:
"Amei nosso primeiro beijo, não sei porque não aconteceu antes, você é maravilhosa, espero que você me dê a chance de ter um replay"
Fiquei olhando para o celular rindo igual uma besta e comecei a pular segurando o celular. Ela tinha gostado do meu beijo, ela tinha gostado do m-e-u beijo. Dei um pulo na cama me deitando e fui responder.
" Você acha que eu sou fácil assim?? "
"Amanhã tem festinha em casa, você vem por favor, vai!? "
"Vou pensar e te falo amanhã".
Era óbvio que eu queria ir, mas eu tinha muito medo de me envolver com ela porque ela era minha "chefe", e também eu nunca tinha tido contato com uma mulher, e eu sabia que a intenção dela era só me pegar sem se envolver, ela tinha vários contatinhos e eu tinha certeza que essa festa que ela daria, estaria cheio de gente que ela ia pegar. Mas não custava pensar positivo e dar uma chance para mim mesma já que tinha sido perfeito nosso primeiro beijo.
[...]
Dito e feito, assim que eu cheguei entrei na casa e fui pegar uma bebida. Algumas pessoas eram familiares outras eu nunca tinha visto, mas sai cumprimentando todo mundo, até que achei o Marcos e perguntei da Ludmilla. Ele me olhou meio sem jeito e indicou onde ela estava, sentada no sofá com uma menina sentada no seu colo a beijando. Meu coração trancou, eu sabia que isso ia acontecer, mas ver na minha frente era muito estranho. Bebi todo o líquido que tinha no meu copo, mal reconheci o gosto, só senti rasgar pela minha garganta. Ela parou de beijar a menina e ao me ver pediu para a menina sair do meu colo fazendo com que ela me olhasse me reprovando e ela veio em minha direção com cara de sínica e me segurou pela cintura me impedindo de ir para outro lugar. Seu hálito era de álcool, no mínimo estava alterada.
- Vem cá, vamos conversar. – Ela me levou para outra sala que estava vazia.
Encostei na parede de braços cruzados e ela ficou na minha frente. Porra que mulher gostosa, ela estava vestindo um top preto e uma saia de couro bem curta, um tênis da Nike laranja e sua lace era de cor castanho escuro longa até a cintura. Seu perfume exalando perto de mim, eu estava perdendo a cabeça ou sendo hipnotizada?
- Olha... – Ela começou a se explicar. – Eu não sabia que você viria mesmo e você sabe né, eu curto muito a vida. Eu to "afinzassa" de ficar com você de novo, mas não quero que você se apegue e sofra depois.
Eu não acredito que ela está falando isso para mim, eu não estou. Respirei fundo com dificuldade pelo calor do momento e pela reação da bebida no meu corpo lembrando de que ontem à noite tinha sido o melhor beijo da minha vida, e antes mesmo dela me beijar eu já estava começando a gostar dela, eu só não demonstrava porque não queria misturar o profissional com o pessoal, mas claro que eu já tinha uma queda gigantesca por ela, quem eu queria enganar? Porra só essa que me faltava, pensei antes de falar e segurei sua mão.
- Eu não estou apegada a você Ludmilla! – Cheguei perto do ouvido dela para falar devido o som alto que nos atrapalhava. – Foi só um beijo gata, nada demais.
Que caralho eu estava louca para beijar a boca dela de novo, eu não podia estragar tudo, mas também não podia ser fácil, depois quem sofreria seria eu.
- Pega, mas não se apega Brunninha. Hoje eu sou sua! – Ela abriu os braços rindo safada e veio direto na minha boca não me deixando dizer mais nada, no começo relutei, mas depois não resisti. Sua boca era tão gostosa que era difícil lidar.
Naquela noite eu fui curtir com o pessoal e um cara pediu para ficar comigo. Como uma solteira desimpedida acabei ficando com ele e depois que ele foi embora a Ludmilla veio tirar satisfação comigo.
- Garota? – Ela falou alterada.
- Que foi Ludmilla? – Perguntei sem entender.
- Eu não quero você ficando com ninguém aqui! – Ela disse num tom autoritária.
- E eu posso saber porque?! – Rebati.
- Aqui só eu te pego garota. – Ela falou num tom superior como se eu fosse só dela.
- Se toca Ludmilla, você não é minha dona, não sou nada sua!
- É minha bailarina.
- Acho que quem está confundindo as coisas aqui é você, Ludmilla! – Fui me virar para ir embora e ele segurou meu braço.
- Me solta! – Falei nervosa.
Quem ela pensava que era para dizer que por eu ser bailarina dela tinha que obedecer até na minha vida pessoal? Ela se achava demais, o arrependimento bateu por ter sido "só mais uma para ela" e eu só queria ir para minha casa, o que eu estava fazendo ali.
- Brunna, fica! – Ela abaixou o tom da voz.
- Ludmilla você está completamente bêbada, nem vai lembrar das coisas que me falou agora. É melhor eu ir embora antes que eu fique mais chateada.
- Se quiser ir embora vai então. – Ela falava atropelando as palavras.
Peguei meu celular e comecei a chamar um carro para me buscar, minhas mãos tremiam tanto que eu mal consegui digitar o endereço de onde eu estava.
Caminhei até o portão e ela nem sequer veio atrás de mim, o que esperar dela? Ela sempre ficava sem juízo quando bebia e não media as consequências. Ela precisava amadurecer muito. E boba fui eu de ter me permitido esse tipo de comportamento. Eu já vi ela agindo assim antes com o cara que ela se relacionou, mas não imaginava que ela capaz disso.
Puxei o ar bem fundo e soltei pela boca tentando me acalmar, já estava de madrugada e eu só queria ir embora. O carro estava demorando e eu estava morrendo de frio. Abracei meus próprios braços e fiquei passando as mãos sobre ele para me esquentar. Inferno.
[...]
No dia seguinte, eu perdi as contas de quantas vezes ela tinha me ligado, e em todas eu fiz questão de não atender. A campainha de casa tocou e minha mãe gritou em seguida que era a Ludmilla que estava lá embaixo esperando, eu gritei de volta da porta que não iria descer e me tranquei. Eu me magoava muito fácil e eu não queria contato com ela até minha raiva passar.
Ouvi passos na escada e em seguida bateram na porta.
- O Bruô, abre aqui por favor, quero falar com você.
- Vai embora.
- Por favor, eu te devo no mínimo desculpas, escuta o que eu tenho para dizer por favor, não precisa dizer nada.
Que saco, porque eu me rendia para ela com tanta facilidade?
Caminhei e destranquei a porta fazendo ela entrar.
- Obrigada por me ouvir. – Ela disse sem jeito.
- Fala o que você quer. – Disse seca me sentando na cama.
Ela sentou do meu lado e abaixou a cabeça.
- Eu não sei exatamente o que aconteceu ontem, mas tenho uma vaga lembrança de que você foi embora antes da festa terminar. Então, se eu fiz alguma coisa que te magoou eu vim te pedir desculpas pessoalmente. Te liguei para saber se estaria em casa e como você não me atendeu eu resolvi arriscar e vir.
- Olha Lud. – Olhei nos olhos dela. – Eu não tenho nada a ver com sua vida pessoal, mas você precisa se cuidar sabe? Você foi muito inconsequente ontem, falou coisas que nem lembra mais e bebeu horrores. Você é cercada de amigos, mas não tinha um ali do seu lado quando estava ultrapassando seu limite. Reveja isso, nem todo mundo quer seu bem. – Ela me olhava com receio. – E quanto ao que você falou para mim, ainda estou digerindo. Eu só quero ficar longe de você por enquanto.
- Eu te peço tudo, menos isso. Me ignora, não me atende, mas eu imploro não se afasta, você é uma das poucas pessoas que me fazem bem. Eu vacilei logo com você que tem sido uma pessoa tão incrível comigo, que me apoia em tudo. Eu nem sei onde esconder minha cara. Eu estou me sentindo péssima, me perdoa por favor.
- Eu te perdoo, mas me afastar vai ser melhor.
- O que eu falei que te deixou tão puta?
- Primeiro que você já tinha pegado várias antes de eu chegar que eu sei, tinha uma no seu colo quase te engolindo, depois você deixou ela e veio querer me pegar e ainda disse para eu não me apegar. Isso foi ridículo, ter me comparado com o tipo de gente que você se sujeita a se envolver foi o fim para mim, eu não sou como elas, você sabe muito bem que eu nunca peguei mulher, que isso é tudo muito novo e você nem se importou comigo, eu estava me permitindo com você, nem ligou para o que eu pensava, se você está acostumada com todo mundo lambendo seu chão, me desculpa eu não sou assim.
Ela me olhava sem acreditar.
- E outra. – Me arrumei na cama. – Eu estava curtindo a festa depois de tudo que você falou, trocando uma resenha com um cara e você ficou puta comigo porque eu beijei ele. – Me levantei e fiquei de frente para ela. – E ainda falou que eu não podia ficar com ninguém so com vc, que sou sua bailarina e você mandava em mim. Ta satisfeita?
- Eu disse isso? – Ela apontou para si própria.
Eu balancei a cabeça concordando e cruzei os braços.
- Meu Deus. – Ela dizia olhando para um ponto fixo. – Eu realmente não lembro de nada disso, só me lembro que a gente ficou, mas eu já tinha bebido tanto que depois disso não lembro mais de nada. Você está no seu direito de ficar chateada comigo, eu pisei na bola real, mas por favor me perdoa e não se afasta de mim?
- Eu te perdoou agora e você faz de novo depois.
- Eu vou rever tudo isso, eu juro que vou me redimir com você.
Ela se levantou e tentou me abraçar, mas eu recusei.
- Me solta Ludmilla. Não põe a mão em mim.
Ela deu um passo para trás e colocou a mão na cabeça em sinal de desespero.
- Você pode ir embora?! – Disse triste ainda olhando para ela.
Ela concordou com a cabeça e saiu fechando a porta atrás dela.
Eu não acredito que eu deixei me envolver assim, que caralho de sentimento era esse que eu estava sentindo? Deitei na cama e pensei em todas as possibilidades que eu poderia fazer. Continuar no ballet e ser sujeita a tudo isso de novo ou mudar o rumo da minha história.
Decidi dar uma chance e me decepcionei de novo, isso foi me degastando e mexendo com meu psicológico. Fui conversar com a produção e pedi para cancelarem meu contrato para eu poder sair do pais.
Logo nessa época recebi um convite de uma escola de ballet nos EUA e foi o escape que eu tive para começar tudo do zero.
Fiquei lá por dois anos e foram os anos mais difíceis da minha vida, ficar longe da minha família, ver a Ludmilla pela tv e pela internet e querer estar perto dela, me machucava muito, mas foi esse o tempo que nós precisávamos para colocar a cabeça no lugar e amadurecer.
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termino esse flashback aqui e retorno com a história ao normal. Próximos capítulos a história vai intensificar mais, então vale a pena esperar! Aguardo TODO mundo nos comentários, digam o que estão achando, isso é MUITO importante pra mim! Obrigada mais uma vez pelo votos. Se tiver algum erro na fic eu arrumo depois. É nois ♥
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