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02. Cadeia Alimentar


Ainda bem que a porta estava trancada, porque aquilo certamente seria bastante de difícil de explicar. Quem trabalhava no quarto andar, nunca subia para o quinto, o que deixava o décimo terceiro ainda mais inacessível. Aquilo era coisa de doido e todas as pessoas presentes naquela sala sabiam disso.

— Então... — Era a primeira vez que Jongin não sabia o que perguntar durante uma entrevista, estava sendo a segunda mais difícil de sua vida, a primeira havia sido com Sehun, quando ficou completamente desconcertado com aquele sorriso bonito — Seu nome é Do Kyungsoo e você trabalha no almoxarifado.

— Estagiário, na verdade.

Ouviu quando Sehun sussurrou um "Como se não pudesse ficar pior" ao seu lado, era o Oh quem estava querendo piorar as coisas, isso sim. Precisavam chegar a um comum acordo, e logo.

Era outro dia, tudo havia começado numa terça-feira caótica e foi se arrastando até aquela quinta-feira problemática, e aquilo que estava completamente fora de cogitação, começou a ser muito cogitado.

— O Sr. Byun me falou sobre o que estavam querendo fazer. — O garoto foi direto ao ponto, era assustador o modo como estava calmo, essa era a parte mais bizarra da história, mas ainda não podiam tirar conclusões precipitadas, havia uma grande chance de Baekhyun ter dito que a vaga era para outra coisa que nada tinha a ver com levar dois caralhos na bunda — Então pensei que não tinha nada a perder.

As pregas, talvez.

— Ah, sobre isso...

— Por que diz que não tem nada a perder? — Sehun interrompeu seu namorado antes que ele começasse com qualquer papinho chato que cortaria completamente o que estavam prestes a ter ali. No fim, o Kim acabou se dando conta de que o Oh estava demonstrando mais interesse do que o esperado — Quer dizer, você está ciente, exatamente, do que queremos, não é?

O garoto moveu a cabeça para cima e para baixo lentamente, e em um movimento tão mínimo que chegava a deixar dúvidas.

— É que eu sou estagiário do almoxarifado, estou tão abaixo na cadeia alimentar que não importa o que aconteça, não tem como ficar pior. — Isso era um fato, ninguém tiraria a razão de suas palavras — Aí pensei que não haveria problema em, sei lá, me arriscar um pouco.

Um pouco era eufemismo.

Jongin encarou seu namorado esperando que qualquer decisão fosse tomada, mas tudo o que encontrava era dúvida e uma grande camada de sei lá o que no meio de tudo aquilo. Tinha perdido o juízo, isso sim. Anos de uma carreira impecável e ali estava, pronto para cair na pegadinha do assédio sexual e ser processado por um estagiário de menos de 50kg.

— Do Kyungsoo, certo? — O Kim só estava enrolando — Talvez o seu amigo, não sei se são amigos, Byun Baekhyun, tenha passado informações exageradas, ou equivocadas.

Aquele olhar de calma estava ficando ainda mais assustador, Kyungsoo os olhava como se estivesse na fila para pagar uma conta na lotérica, não era normal continuar tão... normal.

— Ele me disse que estavam procurando recheio para um sanduiche. — Ele disse — Não exatamente com essas palavras, as que ele usou eram um pouco mais explicitas, mas se quiserem posso repetir exatamente o que ele falou.

— Não, não precisa.

— Precisa, sim. — Sehun havia mudado da água para o vinho, do nada, alguma chavinha havia virado em sua cabeça e agora ele praticamente se debruçava sobre a mesa e encarava o visitante do quarto andar com extremo interesse e curiosidade — Use exatamente as palavras de Byun Baekhyun.

Ok, era um teste, Jongin havia se dado conta.

Aquele seria, enfim, o momento que aquele garoto se recolheria a sua timidez e insegurança, daria para trás e sairia correndo daquela sala. Não era possível que fosse ter coragem de repetir as palavras obscenas que Baekhyun certamente havia usado.

Kyungsoo piscou seus olhões algumas vezes.

— Ele disse... — Não era possível, não mesmo — "Conheço um casal de ativos que está procurando alguém que goste de ser comido por dois", foi uma grande surpresa quando ele me disse que eram vocês.

Não o culpariam, também estavam surpresos, esperavam por palavras explicitas, mas aquelas já eram demais, Baekhyun precisava lavar aquela boca com sabão urgentemente.

Tudo ficou silencioso por meio minuto, o que só deixou as coisas mais estranhas, se é que algo assim era possível. Sehun chegou a soltar um pigarro, porém Jongin não tinha nenhum discurso pronto, e muito menos uma resposta para aquela pergunta muda que pairava por suas cabeças.

— Então... — Kyungsoo resolveu arriscar, já estava ali, na chuva, então não haveria problema em se molhar mais — Eu... deixo um currículo e vocês me ligam depois?

Aquilo fez Sehun soltar uma risadinha cortada, definitivamente não era hora para piadinhas, porém piadinhas eram as únicas coisas que poderiam os salvar daquela torta de climão.

— Eu não acho que seja assim que funcione. — Jongin respondeu, estava incerto sobre tudo — Nós podemos conversar sobre isso depois, já passou quase metade do horário de almoço e... é melhor você ir.

Kyungsoo pareceu levemente decepcionado, desde que havia chegado naquela empresa, sempre ouvia os funcionários falando que quando se era chamado no décimo terceiro andar, a vida mudava. Mas sua vida não mudou em nada, se sentia exatamente a mesma pessoa quando passou por aquela porta grande, que andavam longe de ser os portões do Paraíso como nos boatos.

Depois que ele saiu, Sehun e Jongin puderam finalmente respirar.

— O que achou? — O Kim perguntou primeiro, antes de dar qualquer chance de Sehun o encher de questionamentos primeiro — Um pouco magro, baixinho.

— A gente pode fazer tipo a Bruxa Malvada de João e Maria, engordar ele antes de comer.

Jongin fez uma careta.

— Essa foi uma das piores coisas que já saiu da sua boca.

[...]

No geral, quando deixavam a empresa, a maioria dos funcionários já tinha ido embora, deixando o lugar bastante silencioso. Sehun gostava de ficar sozinho com Jongin no elevador, era quase como uma pequena caixinha de mundo particular, onde tudo se resumia aos dois dividindo o oxigênio.

Uma infinita paz de fim de expediente.

Por isso, quando o elevador abriu no quarto andar, foi uma surpresa. Não estavam esperando ver um moletom de desenho animado e um boné vermelho, aquela combinação só servia para ficar de bobeira no parque, não para ir trabalhar em um ambiente como aquele.

— Eu juro que não planejei isso. — Kyungsoo se defendeu antes mesmo que o acusassem de qualquer coisa — Fiquei até mais tarde para colocar alguns arquivos em ordem alfabética, tudo é um caos lá no almoxarifado, nunca encontro nada.

Estranhamente, ele parecia combinar com o ambiente caótico, não por ser agitado ou coisa do tipo, aliás, o que andava longe de ser. Do Kyungsoo só tinha aquele olhar de "nada é o que parece", assim como os arquivos com nomes estranhos que sempre acabavam dando no projeto de um prédio que nunca foi construído.

— Acreditamos em você.

— Eu não acredito. — Sehun passou por cima das palavras do Kim novamente, havia entrado nessa onda de ver até onde as coisas iam, e não conseguia mais esconder o quanto estava curioso a respeito daquele pequeno ser de múltiplos moletons — Tenho certeza de que planejou nos encontrar aqui, deve ter até molhado a mão do cara da manutenção para fazer o elevador parar e nos deixar trancados aqui por horas.

Era para ser uma piadinha, mas ninguém riu.

— Não estou podendo molhar a mão nem dos mendigos da rua. — Foi sua resposta, deprimente quanto a de qualquer membro da classe trabalhadora — Só tive a sorte.

— Então você é um garoto de sorte?

— Depende. — Jongin apenas os observava, estava começando a achar aquela conversa interessante — O que o senhor define como sorte, Dr. Oh? Não se esqueça de que sou um estagiário, não passo de uma sardinha nesse aquário.

Eles se separaram depois que as portas do elevador se abriram. Jongin seguiu com Sehun para o estacionamento coberto, com passos lentos demais, como se o mundo não tivesse pressa, e só quando saíram dali que vieram a perceber que havia chovido e boa parte do lugar estava com poças de água, assim como a pista.

Na tela do celular, Sehun via que a noite seria fria.

— Como será que ele vai para casa?

— Quem?

— Kyungsoo.

— Ah, de ônibus, não sei. — Jongin também estava interessado no assunto, mas estava se fazendo de difícil, como sempre — Por quê? Está preocupado?

Ele não estava, não exatamente. Mas quando passaram em frente ao ponto de ônibus mais próximo, conseguiu ver a figura colorida de moletom, completamente enxarcado, encolhido e com uma cara de quem havia arrumado um problema para finalizar o dia com chave de merda.

— Já até sei o que você vai falar. — Jongin deu a volta na rotatória antes mesmo que Sehun terminasse de pensar nas palavras certas — Mas vai ser só dessa vez, essa história já foi longe demais.

Quando o carro parou perto do meio fio e o vidro foi baixado, Kyungsoo caminhou surpreso até o encontro deles.

— O que aconteceu com você?

— Um carro passou com tudo aqui na frente. — Contou, estava começando a ficar com os lábios escuros de frio — Espirrou água da poça em mim.

— Quer uma carona para casa? — Sehun, do outro lado, perguntou — Não aceito não como resposta, você está péssimo.

— Eu não ia negar.

Kyungsoo ocupou o banco de trás, agradecendo pelo calor do carro, lá fora era como ser abraçado pela Elsa do Frozen. Aproveitou para dar esfregada com seu celular no banco e enxugá-lo antes que morresse de vez.

— Onde você mora?

— Eu moro no... — Olhou para a tela do celular rapidamente, lendo qualquer coisa que tinha ali — Ah, não, como se o meu dia não pudesse ficar pior. Está tendo um apagão no meu bairro, então tudo bem me deixar umas ruas antes, é um lugar meio perigoso, vocês podem acabar sendo assaltados.

Sehun e Jongin tiveram mais uma daquelas conversas silenciosas que andavam tendo ultimamente, algo que durou quase meio minuto.

— Se é perigoso para a gente, é perigoso para você também. — O Kim respondeu, parando um segundo para umedecer os lábios ou discutir sozinho uma última dúvida — Está enxarcado, é noite, faz frio, e com o apagão... Não prefere ficar no meu apartamento até o apagão passar?

[...]

Kyungsoo não sabia o que pensar a respeito daquele lugar, era igualzinho as pastas que montou no Pinterest para o caso de um dia ganhar na loteria ou se casar com algum velho rico que morreria rápido de causas naturais. O apartamento de Kim Jongin era incrível, e as luzes acendiam quando alguém batia palmas.

— Se quiser tomar um banho e tirar essa roupa molhada, o banheiro fica no quarto, infelizmente é o único banheiro da casa. — Sehun estava sendo gentil, uma gentileza que era vigiada por seu namorado com os olhos bem atentos — Vou procurar alguma coisa para você vestir, depois colocamos a suas roupas para lavar e secar.

— Obrigado.

Kyungsoo seguiu pela porta indicada, e ainda estava perto o bastante para ouvir quando Jongin perguntou a Sehun o motivo de ter mentido, havia outro banheiro naquele apartamento.

O Do adorou aquele banheiro, tinha tudo o que os banheiros de filmes americanos tinham, e sua vontade era sair mexendo em tudo, mas conseguiu conter o ímpeto. Escolheu um sabonete líquido cheiroso e tomou um banho quente, o primeiro naquela semana, todos os outros foram frios.

Quando saiu, o vapor o acompanhou, e era quase um pequeno demônio deixando o inferno. Estava sozinho no quarto, o que não era exatamente o que estava esperando, mas isso lhe dava a chance de mexer nas gavetas e procurar por alguma camisa, iria ignorar completamente aquele projeto que pijama que havia sido deixado sobre a cama, xadrez era uma coisa triste para se usar em um fim de noite como aquele.

Cruzou a sala atrás de seus anfitriões, os encontrando na cozinha, enquanto dividiam um beijo tão afoito que demoraram a perceber que ele estava ali, os olhando e calculando alguma coisa naquela cabecinha.

— Ah, Kyungsoo, não vimos você aí. — Jongin foi o primeiro a abrir a boca, era ele quem estava tentando ser um pouco racional.

No restante, nada era, Kyungsoo estava ali com a porta da sala trancada, e aqueles dois poderiam muito bem ser uma dupla de canibais igualzinho ao Jeffrey Dahmer.

— Não vestiu o pijama que te arranjei.

— Pois é, ele não ficava muito bem em mim. — O mais baixo foi se aproximando como quem não queria nada, se recostando naquela mesma bancada de mármore — Desculpa, eu mexi nas suas coisas, peguei uma camisa, Sr. Kim.

Jongin juntou as sobrancelhas, tinha algo nas entrelinhas.

— Só a camisa?

— Só a camisa.

O Kim desceu os olhos até suas pernas, a camisa mal ia até metade de suas coxas, aquele garoto era um desgraçadinho esperto, sabia o tempo todo o que estava fazendo, e toda aquela insegurança nos olhos não passava de uma fachada para atrair pássaros para a gaiola.

— Eu queria muito subir nessa bancada e continuar a minha cena, mas infelizmente ela é muito alta para mim. — O mais novo confessou — Um de vocês poderia me ajudar?

Jongin fez isso, o segurou pela cintura e o colocou sentado ali em cima, deixando a blusa ainda mais curta enquanto se amassava. Kyungsoo deixou a mão sobre seu ombro, enquanto com a outra se esticava para puxar Sehun pela gola e trazer mais para perto.

— Sabe, eu gosto desse novo aquário. — O Do disse — Ele está cheio de tubarões, e sabem o que os tubarões fazem?

— O quê?

— Eles devoram peixes como eu.

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