Boa leitura!

  
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"Porque parecia tão difícil se expressar agora? Porque as palavras pareciam fugir?"

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Hoseok andava animado pela calçada acompanhado de seu melhor amigo, Taehyung. O mais novo ainda não se sentia 100%, mas não faria mal tentar assistir as aulas daquele dia. Não eram tão difíceis, e Taehyung gostava das matérias tanto quanto Hoseok. O dia estava mais frio, com a proximidade do outono as pessoas na rua agora se agasalhavam mais e evitavam sair sem motivo. Os dois meninos iam rápido, ansiando por chegar logo a escola para se aquecerem.

Quando bem adentraram o prédio logo se dirigiram ao segundo piso, onde ficava as salas dos segundos anos. Mas antes que chegassem a sala de aula Jung se lembrou de algo e parou, deixando um Taehyung confuso no meio do corredor.

— Pode ir na frente, Tae. Eu... Preciso fazer algo. — Hoseok avisou. Taehyung arqueou as sobrancelhas em sinal de desconfiança, deixando seu hyung envergonhado. — Não vou demorar.

— Ok, tudo bem. Vou fingir que não tem nada a ver com a garota misteriosa. — Hoseok tentou esconder o rosto, corado. — Irei guardar o seu lugar. — Taehyung falou e sorriu, continuando seu caminho até a sala.

Aproveitando a deixa do amigo, Jung correu para o outro corredor, onde ficava o seu armário, e ao lado, o 612. Pegou a folha de papel em seu bolso e a analisou por um instante, relendo o que havia escrito. Sabia que estaria invadindo novamente a privacidade dela, e sabia que ela deixou bem claro que não queria mais ser lembrada por ele. Mas será que ela tinha a mesma mentalidade depois do dia anterior?

Apesar de que ela não sabia que o menino misterioso era Hoseok, então era uma possibilidade que ela se mantivesse fechada para qualquer aproximação estranha.

Um pouco nervoso por ter algumas pessoas transitando por ali, Hoseok passou a cartinha pela fresta do armário, na esperança de que ela lesse o que havia escrito. Desejava que ela tivesse ido a escola àquele dia, talvez assim pudesse se aproximar novamente e quem sabe revelar ser o JH. Ou pelo menos ver se ela estava bem.

Como se seus desejos tivessem sido ouvidos por um gênio da lâmpada, a garota acabara de surgir em meio a multidão de alunos no início do corredor.

Paralisou completamente. Uma mistura de alegria e medo tomou conta de seu corpo naquele instante. Não sabia se ficava ali, se corria, se sorria ou se escondia. Talvez correr fosse uma boa ideia.

Não entendei o porquê do seu mundo parecer bem mais colorido agora. Era como se as borboletas que deveriam estar em seu estômago estivessem voando ao redor da garota, junto com várias luzes brilhantes. Ela parecia ter um brilho próprio, algo que a destacava em meio a todos. Infelizmente ele era o único que via o quanto ela era linda.

Mi Hi estava vindo em direção ao seu armário e Hoseok congelou. Ela iria o abrir.

E agora? E a carta? E se por algum motivo ela desconfiasse dele?

Mi vinha olhando para baixo, procurando pela chave do seu armário na mochila. Era a oportunidade perfeita para que Jung saísse sem ser percebido, já que a garota pareceu não notar que ele estava ali. Mas seus pés pareciam não querer sair do lugar e isso o deixou mais nervoso ainda, a cada segundo ela chegava mais perto dele e ele estava mais perto de sofrer um desmaio.

Assim que encontrou sua chave, Mi Hi olhou para frente, vendo o menino com uma expressão tão assustada quanto a dela. Ainda assim, se aproximou, tentando acalmar seu coração agitado.

O garoto desconhecido começara a despertar coisas as quais ela não sabia decifrar. E isso a assustava.

Agora estavam os dois lado a lado, não sabendo lidar com esse sentimento que tinham em comum. Ambos queriam que aquele silêncio morresse, ambos queriam se comunicar, mas parecia tão difícil romper essa barreira... Parecia não haver palavras a serem ditas.

— Olá! Ainda lembra de mim? Nos vimos ontem! — Hoseok falou rápido, talvez um pouco desesperado. Uma súbita coragem o tomou, fazendo com que desse o primeiro passo para um diálogo. Apertava o livro de física contra o peito, como se Einstein fosse o passar alguma fórmula para se ter segurança.

— Sim, ainda lembro. O garoto do parque. — Mi tentou esboçar um sorriso, mas alguma coisa a impedira. Se sentiu mal por não conseguir o corresponder com a mesma animação, mas o menino pareceu não ligar. A verdade é que outra coisa o afligia.

— Eu nem consegui me apresentar para você. Me chamo Hoseok. — sorriu, se recompondo. — E como você se chama?

— S-Son Mi Hi. — gaguejou, respirando fundo logo após. Reformulou as palavras em sua mente, dizendo-as pausadamente em seguida. — Son Mi Hi. É meu nome.

— Seu nome é muito bonito. — Mi corou e deixou escapar um sorrisinho pequeno. Mas antes que pudesse dizer algo o sinal da primeira aula tocou, e Hoseok a interrompeu. — Está na hora de ir. Espero te ver no intervalo, Mi Hi! — acenou, deixando a menina parada no corredor.

Mi Hi demorou um pouco a se situar. Esse tal de Hoseok era bem diferente de qualquer outro garoto que conhecera. Mesmo em um dia triste ele estava alegre, com uma aura radiante. Hoseok não parecia ter dias nublados, com ele todos os dias pareciam ser limpos e ensolarados.

Acabou soltando um leve sorriso. Conseguia ver bondade no menino, e aquilo a deixava com uma sensação boa. Ele era estranho, mas parecia ser tão legal. Imaginava que devia ser bom ser amiga dele.

Mas ao mesmo tempo, tinha medo. Medo de não ser suficiente, medo de não ser ideal, de decepcionar. Medo de não ser quem ele esperava.

"Quem eu quero enganar? Ele se cansaria de mim em menos de um dia", pensava. "Eu não deveria estar pensando nisso. Preciso ir para a aula e esquecer essa maluquice de amizade."

Quando finalmente abriu o seu armário, um papelzinho voou lentamente de encontro ao chão. Mi o pegou com cuidado, reconhecendo ser mais uma carta do garoto secreto. Ela já não tinha o pedido para a esquecer? O que aquilo estava fazendo entre suas coisas?

Acordando com o segundo toque do sinal, Mi Hi guardou o papel no bolso e pegou os livros de que precisava. Adiantando seu passo, chegou à sala de aula ainda pouco preenchida e se sentou em sua mesa. Aproveitando o atraso do professor e vencida pela curiosidade Mi abriu cuidadosamente o papel, iniciando sua leitura.

"Hey, garota do 612!
Sou eu de novo, o JH.

Sei que me pediu para não vos escrever mais, mas ainda sinto que algo de errado está acontecendo. Não sei se você foi tão sincera naquele pedido.

Então, mesmo que você não me escreva de volta, ou até mesmo que nem leia o que irei escrever daqui pra frente, eu irei continuar escrevendo pra você. Não sei se o que estou fazendo é o certo, mas é o que meu coração manda e eu costumo ouvir muito ele.

Você também ouve seu coração? O que ele te diz agora?

As pessoas não acham muito importante sentir o coração hoje em dia, não é? Acham que podem controlar tudo apenas com a razão, não que a razão não seja importante, mas sentir se tornou algo banalizado.

O que você acha? Você tem banalizado o seu sentir? Espero que não, sentir é muito importante pra ser tratado como algo tão fútil.

Não irei tomar mais o seu tempo por hoje, garota do 612. Caso queira me responder, sabe onde deixar a cartinha :)

Te vejo na carta de amanhã.

Fique bem e sorria!
Ass: JH."

 
 
 
 
  
Mi Hi não tardou a esconder aquele bilhete antes que alguém visse. A sala de aula começava a encher e ela temia que alguém fizesse algo.

O professor acabava de entrar e a aula estava a ponto de começar, então não teria tempo para pensar, raciocinar ou responder naquele momento. Apenas guardou-a novamente no bolso de seu uniforme e ajeitou sua postura.

Foi difícil se concentrar na aula. Os conceitos de geometria fugiam da sua mente tanto como as explicações do seu professor. Vozes adentravam sua mente, sempre sussurrando as mesmas frases lidas anteriormente.

"Você também ouve seu coração? O que ele te diz agora?"

Como responderia a isso? Não sabia como se ouvia o coração, tudo dentro de si estava tão confuso que nem mesmo sua própria voz era ouvida. Vivera tanto tempo no automático que agora não sabia decifrar os sinais que emitia. Será que ainda era capaz de sentir?

Quando terminados todos os seus exercícios, Mi pegou uma folha e uma caneta, pensando no que poderia escrever. Porque parecia tão difícil se expressar agora? Porque as palavras pareciam fugir?

Não entendia como apenas uma carta a fazia ficar dessa forma. Não entendia como era tão difícil dizer as palavras. Para ela, sempre fora difícil dizer qualquer coisa, sua voz sempre fora difícil ser ouvida, seja pelos outros ou por ela mesma. Passou apenas a escutar. Sua única forma de dizer algo eram as palavras que escrevia, mas sempre guardara para si. E agora, nem elas queriam aparecer.

Bem, não tinha muito tempo, logo o intervalo iria começar e ela precisava ser o mais rápida possível. Espantando qualquer pensamento e fechando brevemente os olhos, deixou suas mãos se levarem e tentou ouvir o que as batidinhas leves do seu coração diziam por ela.

"Olá, JH!
Aqui é novamente a garota do armário 612.

Não sei porque estou te respondendo, na verdade. Ultimamente tenho estado estranha, pensamentos aleatórios tem rondado a minha mente. Eu não queria estar sentindo isso.

Estou tentando ouvir o meu coração também. Mas tudo o que ouço é um tum-tum, tum-tum, em alguns ritmos diferentes dependendo do momento. Mas, além disso, algo me diz que você realmente quer me ajudar, mas não sei se isso veio do meu coração. Seja lá de onde isso venha, eu tenho medo.

Meu sentir tem se tornado automático. Talvez isso o deixe decepcionado, mas é a verdade. Sentir é difícil, mais difícil do que parece.

Irei lhe dar um voto de confiança. Espero que você não esteja mentindo, estou exausta de superficialidades, tenho necessidade de humanos. Tenho necessidade de verdades.

Está sendo verdadeiro comigo?

Irei esperar por suas próximas palavras.
Fique bem, JH.
Ass: a garota do armário 612."

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Hai meus cubinhos de açúcar!!!
Tudo bom???

Eu demorei bastante a atualizar, e devo demorar um pouquinho mais (sorry galerous). Estamos no final do bimestre, a tão temida época de provas chegou... Espero sobreviver às próximas semanas.

Além disso estou trabalhando em alguns outros projetos, e até desejava que vocês pudessem me ajudar. Eu deveria continuar a saga de Gucci's ou dar lugar a um novo universo para o OT7??

Deixem aqui nos comentários qual vocês querem primeiro :)

Vejo vocês em breve, fiquem bem e sorriam!!!
Beijos 😘😘