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Capítulo 2 - Pollux Stars

        Como prometido, Thomás bateu à porta da casa de Maya nas primeiras horas da manhã.

        – Tenho apenas um aviso para essa despedida, mon chérie: não me faça chorar – Disse Thomás, quase chorando.

        – Não há motivos para isso – Maya emendou, rindo da reação do amigo, ao ver suas malas jogadas pela sala – A não ser que seja de alegria por sua amiga estar prestes a partir numa viagem tão cara que, se tivesse que pagar, teria que vender três rins.

        – Três? Mas você só tem dois e eles nem funcionam direito.

        – Exatamente – Gargalharam juntos.

        – Você está nervosa, estrelinha?

        – Um pouco – Assumiu, sentando-se no sofá – Eu estudei duro para entrar na Ivory, você sabe.

        – Claro que sei. Você conseguiu o impossível.

        – Exatamente. E esse projeto é muito importante. Ter sido selecionada para acompanhar o processo de implantação foi uma oportunidade única. Se tudo der certo, estarei garantindo minha permanência na Ivory por mais muitos anos e reafirmando minha qualificação.

        – Mas?

        – Mas se der errado, há uma probabilidade enorme de eu ser demitida.

        – Você acha que isso pode acontecer?

        – Claro. Se esse projeto dar errado os sócios irão querer que alguém seja punido. Entre eu e mais três homens, quem você acha que será taxado como incompetente?

        – Ah, mon chérie – Thomás segurou sua mão – Vamos tentar não pensar nisso. Sei que você fará o seu trabalho melhor do que qualquer um lá, porque é o que você faz. Você se destaca!

        Maya se permitiu rir das gracinhas de Thomás. Por mais que a possibilidade do fracasso a assombrasse, queria mesmo focar nos pontos positivos. E, apesar de toda a responsabilidade que a viagem carregava, seria incrível passar 60 dias em um cruzeiro de luxo.

        – Bom, vamos organizar essa bagunça – Thomás tomou a frente em recolher algumas peças de roupa que caíram para fora das malas – Até porque você vai pegar o avião hoje à noite.

        Maya estava grata. E com a ajuda de Thomás descobriu que estava levando muita coisa inútil e deixando de lado coisas essenciais – como a própria escova de dentes.

        – Se você esquecesse teria como comprar lá, não é?

        – Teria, sim. Mas provavelmente custaria um quarto rim.

        No meio da conversa em que ambos tentavam adivinhar o possível preço das peças de roupa e acessórios que eram vendidos nas lojas do cruzeiro, a campainha da casa de Maya tocou. Antes que ela levantasse para abrir, Henrique adentrou a sala.

        – Graças a Deus você está bem – Disse, voltando-se para Maya – Posso conversar com você um instante?

        Maya trocou um último olhar com Thomás antes de ir atrás do namorado na varanda. O olhar de Thomás dizia "por favor, acaba logo com isso".

        – Me desculpe por ontem, eu...

        – Não precisa inventar nenhuma desculpa, Maya – Henrique a interrompeu – Que horas você chegou ontem?

        – Pouco depois da meia-noite – Ela respondeu com a voz baixa.

        – Viu que eu te enviei mensagens e liguei?

        Maya pensou em mentir, dizer que chegara bêbada e acabou não notando, mas soube que seu olhar a denunciou quando Henrique balançou a cabeça negativamente e deu um passo para traz.

        – O que está acontecendo, Maya? 

        Henrique estava sendo o mais calmo que conseguia, ela sabia. Maya sentiu-se imediatamente culpada por ser a razão da frustração dele. Mas mais que culpada estava triste, por perceber que não saberia responder sua pergunta e que talvez não conseguisse fazer isso nem para ela mesma.

        – Nada – Foi o que saiu de seus lábios.

        – Você está saindo com outra pessoa? – Perguntou abruptamente.

        – Não! Por Deus, não!

        – Então você tem vergonha de mim?

        – Também não! De onde você tirou isso?

        Ao longe, Thomás começava a ouvir as vozes se exaltando.

        – Eu não sei, Maya! Me diz você! – A voz dele era desesperada, porém ainda carinhosa. Henrique era incapaz de ser grosseiro com ela, mesmo com o coração partido – Você não gosta de sair comigo, recusa meus convites e sempre que vai sair faz questão de esconder de mim. Eu só quero entender o que está acontecendo – Ele se aproximou dela, tocando seu braço.

        – Eu não escondi de você – Disse Maya, tentando amenizar toda a situação.

        Henrique lentamente retirou sua mão de sobre o braço dela e, com o olhar temeroso transformando-se em um olhar decepcionado, respondeu:

        – Você está mentindo. De novo.

        Maya não soube o que responder novamente, sentia-se encurralada.

        Henrique esperou alguns segundos, no que Maya sabia ser uma chance, mas quando percebeu que Maya não diria nada, continuou:

        – Você quer terminar?

        – Não! Não, Henrique! Não é nada disso!

        – Então o que é? – O rapaz estava à beira de derramar as primeiras lágrimas – Eu amo você, Maya. E eu quero me casar com você e construir uma família. Mas preciso saber se é o que você quer também.

        As palavras dele acertaram ela como um soco no estômago. Ela precisou de meio minuto para responder, pois um choro amargurado formara-se em sua garganta, a impedindo de pronunciar qualquer som.

        – Eu também quero – Disse em meio às lágrimas, ao passo que foi imediatamente abraçada por Henrique.

        Era verdade. Maya queria. Ela queria se casar com Henrique e dar a luz aos filhos dele. Ela queria sair para jantar com ele aos finais de semana e segurar sua mão na formatura das crianças.  E também era verdade que ela o amava. Mas, céus, como poderia explicar que o amava, mas não era apaixonada por ele? Ela o amava por ser um homem bom, por seu caráter inquestionável, por sua gentileza e delicadeza. E ela queria casar-se com ele por causa disso. Porque era certo. Porque era bom. Porque era conveniente. Mas nenhum tipo de sentimento incontrolável tomava posse dela ao estar na presença dele, ao ouvir sua voz, sentir o toque dos seus lábios ou de sua mão atrevida.

        E ela passou tanto tempo achando que isso era suficiente, que não podia desistir de tudo agora. Ela havia iniciado o relacionamento sabendo exatamente qual sobrenome estaria em sua lápide quando morresse. Se satisfez com a ideia de um sentimento calmo e morno, que jamais chegasse a pegar fogo, mas também não a deixasse passar frio. Mas o que a torturava era saber que para ele era diferente. Que sua pupila dilatava ao vê-la, que ele não podia resistir tocá-la quando a via, que seu corpo e mente sentiam abstinência com a distância. E ela queria retribuir. Ela queria mesmo.

        Henrique continuou a abraçando, enquanto as lágrimas de Maya tornavam-se um soluço. Ela estava tão confusa e perdida, não podia abrir mão daquela sensação de segurança. Não podia abrir mão dele.

        – Querida – Ele começou, enquanto acariciava a cabeça dela – Não quero que se preocupe antes da viagem. Sei o quanto é importante. Vá, faça o seu melhor e divirta-se tanto quanto possível. Quando você voltar, nós resolvemos as coisas, pode ser?

        Ela limitou-se a secar as lágrimas e concordar com a cabeça.

        Quando ela voltou, com o nariz vermelho e olhos inchados, Thomás soube que nada havia mudado. Parte dele sempre achou que quando terminassem, quando ela finalmente entendesse que não estava feliz, não iria chorar. 

        Henrique passou o dia com os dois, ajudou Maya com os preparativos para a viagem e preparou filé wellington para almoçarem. Ele era um ótimo cozinheiro. Maya se acalmou e antes da hora de viajar sentia-se menos angustiada. Sentiu a falta de Sabrina, mas enquanto ela estava folgando para preparar-se para a viagem, a amiga estava trabalhando, então conversaram bem pouco.

        Henrique levou Maya e suas malas para o aeroporto. Thomás os acompanhou. Lá ela encontrou Igor, Jorge, Victor e Monteiro. A esposa de Igor também estava lá, chorosa pela partida do marido.

        – Igor, não esqueça de ligar toda noite antes de dormir – Ela o advertiu. Igor ficou envergonhado e respondeu algo tão baixo que ninguém além dela conseguiu ouvir.

        – Não quero saber se seus amigos estão aqui – Ela respondeu, sendo ouvida por todos.

        Enquanto Maya segurava a risada, ouviu Victor comentar:

        – Aposto que ela tem que ter mais cuidado com ele do que com o filho deles.

        Desta vez, ela não conseguiu segurar a risada, e teve que tossir para disfarçar. Jorge perguntou se ela precisava de um lencinho.

       – Não, eu estou bem, obrigada.

        Não demorou até chegar a hora de embarcarem. Maya despediu-se de Thomás que secou algumas lágrimas enquanto a culpava por "estar fazendo isso".

        – Sentirei sua falta – Henrique sussurrou em seu ouvido, quando a abraçou.

        Maya olhou em seus olhos e, sem dizer palavra, beijou-o.

        Henrique a enlaçou da maneira menos vulgar que conseguiu, pois Maya sabia que a vontade dele era de levá-la até o banheiro do aeroporto e despedir-se de uma maneira mais privada. Mas eles estavam em público, então ele manteve o pudor. Ela podia sentir o desejo dele a atingindo através do calor do corpo dele ao encostar no seu. E ela amava seu beijo, mas seu corpo mantinha a temperatura normal.

        – Eu amo você – Ele disse, quando ela se soltou de seu abraço e pegou sua mala de mão.

        – Eu também.

        A viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro seria curta, então ninguém planejava cair no sono. Jorge e Igor sentaram lado a lado, enquanto Maya e Victor sentaram juntos e Monteiro atrás deles, ao lado de uma mulher com um bebê de colo.

        Ninguém estava conversando, mas em algum momento o bebê atrás de Maya começou a chorar. A mãe tentou acalmá-lo, mas a maioria dos esforços foram em vão. Maya ficou paralisada, com medo de se mexer e parecer impaciente ou desconfortável, deixando a mulher ainda mais constrangida. Apesar da paciência e esforço da mãe, o bebê não parou de chorar. O avião inteiro podia ouvir.

        – Era só dar logo um remédio para dormir e acabar com esse inferno – Comentou Igor, para si mesmo, mas suficientemente alto para ser ouvido por Maya e Victor e possivelmente pela mãe do bebê.

        Jorge olhara para Igor tão indignado que Maya pôde reparar nas veias em suas têmporas, mas antes que ele dissesse algo, Victor perguntou:

        – É o que você faz com seu filho quando ele chora à noite?

        – Meu filho não faria um escândalo desse – Atalhou Igor, ao passo que Jorge superou sua surpresa e o repreendeu.

        – Igor menos, por favor.

        – Ele deve ter desistido de esperar ajuda do pai – Victor acrescentou desafiadoramente.

        Maya nunca havia visto Victor ou Jorge rebaterem as falas estúpidas de Igor, mas aquilo lhe trouxe uma satisfação imensa. 

        – Vocês poderiam se comportar como adultos? – Monteiro perguntou, aproximando o rosto da poltrona de Victor.

        Todos olharam para Igor, querendo saber se ele obedeceria a Monteiro ou daria mais uma resposta afiada a Victor. Quando Igor colocou seus fones de ouvido, Victor e Maya deram um risinho, quase ao mesmo tempo.

        – Serão longos dois meses – Comentou Victor, para apenas Maya ouvir.

        – Já estou com medo – Ela riu.

        O resto da viagem seguiu tranquilamente, já que em algum momento o bebê se acalmou e adormeceu aos cuidados da mãe. Além de que a trindade divina parou de trocar farpas entre si.

        Chegando no Rio, todos foram juntos para o hotel em que ficariam hospedados até entrarem no Pollux Stars para partir às 17:00h. Maya se permitiu dormir profundamente por mais tempo que o de costume. Não desfez suas malas, tirou apenas o necessário para passar a noite e foi junto com os outros para o jantar no hotel. Igor não disse nenhuma bobagem, para a felicidade de todos, pois estava de boca cheia quase todo o tempo.

        Almoçaram juntos no dia seguinte também. Maya se sentia confortável na presença deles, apesar de ter de segurar o ímpeto de socar o rosto bonito de Igor diversas vezes. Percebeu logo que esse desejo era compartilhado pelos outros. Sentia a falta de Thomás e de Sabrina sempre que estava sozinha e toda vez que pensava em Henrique sentia um aperto no peito. Tinha a esperança de, talvez, com a distância proporcionada pela viagem, ser surpreendida com uma saudade absurda, de derreter os ossos, e de repente flagrar-se queimando de paixão. Mas ainda era muito cedo para isso.

        Finalmente chegou o momento de embarcarem no cruzeiro. O Pollux Stars era muito maior do que Maya poderia ter imaginado. Era uma cidade flutuante, pensou.

        – Uau! – Soltou ela.

        – Eu poderia facilmente lamber o casco desse navio de tanto tesão que estou sentindo por ele agora – Comentou Victor.

        Maya, ouvindo aquilo, gargalhou alto.

        – Obrigada por isso, agora a imagem não vai sair da minha cabeça.

        Victor dirigiu a ela um de seus sorrisos tortos, típicos de quando ele faz alguma gracinha.

        – Se quiser se juntar a nós, aceitamos um ménage à trois – Piscou pra ela e seguiu os outros que se encaminhavam para o interior do cruzeiro.

        Suas malas foram recolhidas por funcionários do Pollux e os passageiros puderam observar o cruzeiro zarpar. Foi um pouco mais demorado do que Maya esperava que fosse.

        Logo em seguida, os passageiros foram levados a participar da reunião de segurança, onde informações importantes sobre a estadia no Cruzeiro foram passadas e foram convidados para o primeiro jantar à bordo do cruzeiro. Sentaram-se na mesma mesa, no Restaurante Samsara. Maya não estava com muita fome, pois havia comido bastante no almoço e comido alguns biscoitos enquanto esperava a hora de zarpar, para amenizar a ansiedade. No entanto, seu apetite abriu imediatamente assim que chegou o primeiro prato. O cheiro, as cores, texturas e sabores faziam amor na boca dela, que se viu pensando que nunca havia comido algo tão bom em toda sua vida. E olha que ela tinha Henrique como namorado, e ele sabia fazer um show na cozinha. 

        No meio do jantar, Monteiro recebeu uma ligação e se afastou para atender. Em seguida chamou um dos funcionários de canto e desatou a conversar.

        – É agora que a gente descobre que a Ivory não pagou por nossas passagens e teremos de voltar nadando – Soltou Victor.

        – Eu não sei nadar – Emendou Jorge, com expressão séria, o que fez os outros caírem na gargalhada.

        – Como você pode ter a idade que tem e não saber nadar? – Perguntou Igor.

        – Como pode ter a idade que tem e não saber que é um idiota? – Maya sussurrou. Achou que ninguém tinha ouvido, mas Victor encostou o joelho no dela e, num sussurro que arrepiou os pelos de seu pescoço, disse:

        – Eu ouvi isso.

        – Hei, o que vocês estão fofocando? – Interviu Igor.

        – Estávamos dizendo que podemos usar Jorge para distrair os tubarões enquanto voltamos – Victor respondeu.

        – Eu não disse isso! – Maya soltou, temerosa de ofender Jorge de alguma maneira.

        – Relaxa, eu sei que você jamais diria algo assim. Por outro lado... – Olhou desafiadoramente para Victor que respondeu com um sorriso de menino.

        – Mas, sério, tem alguma coisa errada nisso – Igor insistiu, apontando com um movimento de cabeça para Monteiro, que estava conversando com três funcionários agora.

        – Foi bom enquanto durou – Victor beijou os talheres como se estivesse se despedindo deles.

        Enquanto todos riam, Monteiro retornou. A face do homem denunciava que algo ruim tinha acontecido.

        – Então, o que houve? – Perguntou Jorge, após esperarem por alguns segundos e Monteiro manter-se calado.

        – Nada demais. Reservaram os quartos errados.

        – Como é?! – Os quatro estavam confusos.

        – Deveriam ter reservado uma cabine externa para mim, uma cabine interna com três lugares para vocês e uma cabine interna para Maya.

        – E o que reservaram? – Maya perguntou, realmente nervosa.

        – Duas cabines de dois lugares – Propositalmente ou não, Monteiro esperou um tempo antes de continuar, tempo suficiente para fazer os quatro se entreolharem desconfortáveis – Mas não tem problema – Ele apoiou a mão esquerda no ombro de Victor – Victor fica na cabine externa comigo. Terá espaço lá.

        – Por dois meses?! – Victor quase engasgou.

        – Algum problema? – Inqueriu Monteiro.

        – Nenhum – Respondeu prontamente, sem passar nem um pouco de credibilidade.

        Igor e Jorge começaram a rir baixinho, ao passo que Monteiro perguntou se um deles gostaria de trocar de lugar com Victor.

        – Não, senhor – Responderam quase em uníssono. Desta vez foi Maya quem teve de segurar a risada.

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