Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

55 Cancri

55 CANCRI

...

          O caminho a ser percorrido seria, além de muito longo, cheio de obstáculos. Ele já sabia disso, soube desde o momento em que decidiu que sairia do Japão, ainda tão jovem, e iria buscar pelos próprios sonhos na Coréia do Sul. Com o apoio da mãe e o carinho das irmãs, pegou o voo mais barato e foi, mochila nas costas e sorriso trêmulo no rosto.

          Os obstáculos não demoraram a surgir. Preciso aprender rápido esse idioma, ele pensava. Por isso, todas as noites depois dos ensaios na academia de dança, ele estudava até cair no sono sobre o celular velho e rachado, com um aplicativo carregando o tempo da próxima lição de vocabulário coreano.

          Ele precisou de alguns meses e muitos olhares feios para entender que a barreira cultural era maior que a do idioma. Ele poderia saber cumprimentar e entrar em uma conversa por alguns minutos, mas no fim, ele ainda seria diferente de todos ali, e não apenas por ter o japonês como língua materna. Aquela foi a primeira vez que ele ligou para a mãe, lágrimas nos olhos e voz quebrada.

– Antes, se eu tivesse um desejo, desejaria que todos soubessem falar japonês pra eu poder finalmente ter amigos. Agora eu sei que esse muro entre nós vai muito além do idioma. Agora, se eu pudesse ter um desejo, desejaria que todos de repente tivessem a mesma cultura e os mesmos costumes que eu tenho, então ninguém mais me olharia tão estranho.

          A mãe chorou junto a ele, e disse:

– Quando se sentir sozinho, lembre-se de que eu e suas irmãs estamos sempre com você. Se lembra do que eu te dizia quando você vinha chorando para o meu quarto no meio da madrugada porque estava com medo do escuro?

          E com a voz embargada, ele respondeu:

– Quando estiver escuro, procure pelas estrelas – ele repetiu a frase como um mantra. – Você sempre dizia isso, mas eu nunca encontrava estrela nenhuma no céu – ele riu em meio às palavras, se lembrando de como se sentia frustrado toda vez que olhava pela janela e se deparava com o céu escuro da noite, nada mais que a lua o iluminando.

          As palavras seguintes da mãe ele marcou na mente, para nunca esquecer.

– Qualquer coisa podem ser as estrelas, filho. Quando você era pequeno e sentia medo, buscava pela mamãe. Quando cresceu mais um pouco, buscava pela suas irmãs. Mesmo que você não encontrasse estrelas no céu, você ainda encontrava seu próprio caminho pela escuridão. Agora você está longe demais de todas nós, então você precisa procurar por algo que alivie esse seu medo, filho.

          E foi o que ele fez. Depois da conversa com a mãe, ele resolveu que iria procurar motivos para se animar e se sentir bem. Ele estava seguindo um sonho e estava tendo sucesso nisso, não poderia se deixar perder na escuridão dos próprios pensamentos.

          A primeira coisa em que ele viu a oportunidade de encontrar as tais estrelas foi a dança, afinal, sempre foi o que ele mais gostou de fazer. A academia de dança deveria ser o porto seguro dele, mas as coisas não estavam acontecendo como deveriam. A cada dia que passava, ele se sentia mais desmotivado. A caminhada pelo centro de Seul não tinha a mesma magia de quando ele pisou na capital pela primeira vez e o ambiente da academia parecia sufocá-lo, as paredes cinza-claro e o piso de madeira polida pareciam querer engoli-lo. Os fins de aula eram preenchidos pelos passos vazios dele até a porta de saída, os ouvidos esquivando dos convites para festas e passeios que ele nunca seria chamado. As noites eram solitárias, embora vivesse em um dormitório cheio de adolescentes da mesma idade que ele. Seguindo o costume adquirido na infância, ele ia até a janela pequena do quartinho que dividia com outros dois garotos e olhava para o pedaço de céu que as construções ao redor não cobriam. A frustração ainda o perseguia, incapaz de ver qualquer estrela no céu poluído de Seul. Mas, ele sabia que não era só aquilo. Sabia que a frustração ia muito além de não poder enxergar algumas estrelas espalhadas pelo céu, como uma criança desesperada.

          Demorou mais algumas semanas, até que finalmente encontrou uma estrela; a estrela mais brilhante que ele já tinha visto em todos os poucos anos de vida que tinha. Seu nome era Kim Sunoo, dois anos mais velho e muitas vezes mais sorridente. A primeira vez que Nishimura Riki o viu, se sentiu ofuscado. Ele nem sabia que uma pessoa tão brilhante como aquele garoto poderia existir na vida real, mas lá estava ele, sorrindo abertamente e dando gargalhadas para todos escutarem e apreciarem, como se fosse um chamado: vejam, vejam como sou feliz! Vejam como sou capaz de brilhar, e como brilho.

          A segunda vez que Nishimura Riki o viu, estava se sentindo escuro como o interior de um buraco negro. As olheiras escuras deixavam os olhos dele fundos e o corpo todo doía por ter dormido em uma péssima posição. Havia discutido com os dois colegas de quarto e estava se sentindo mal, com tantos sentimentos ruins misturados que tudo junto o dava uma sensação de nada. Vazio. Se da primeira vez que se esbarraram Riki não falou com ele, não seria naquele dia que falaria com o garoto brilhante. Entretanto, quando Kim Sunoo colocou os olhos sobre ele, pôde sentir a gravidade do olhar cheio de estrelas o puxando para perto.

– O seu nome é Nishimura Niki, não é? Soube que é o melhor dançarino da academia, mesmo sendo um dos mais novos – foi o que Sunoo disse assim que Riki se aproximou um pouco, com um sorriso que chegava aos olhos claros e pequenininhos.

– É Riki.

– Oi?

– Meu nome. É Nishimura Riki.

– Ahh, então acho que escutei errado. Mas é que Niki é tão fofo, igual a você.

          E Sunoo sorriu, um sorriso lindo e genuíno. Então Riki soube que o menino não estava rindo do sotaque forte dele ou de como o vocabulário dele ainda era péssimo; ele estava rindo porque ele era Kim Sunoo, e sorrisos e felicidade combinavam com ele.

          Riki estava sentindo falta de ter amigos. Sentia falta de ter alguém com quem conversar e se divertir, ou apenas passar o tempo junto, e ele viu em Sunoo a oportunidade de voltar a ter esse tipo de coisa.

          Como a criança que procurava por estrelas, ele começou a procurar por Sunoo. Durante as manhãs calmas e silenciosas ele caminhava pelos corredores ainda vazios, procurando pela única pessoa que provavelmente estaria falando animadamente. Ele sempre encontrava o garoto, exatamente como imaginava que ele estaria: animado e falante, deslumbrante em meio ao cinza que Riki estava começando a enxergar em todo lugar.

          Riki finalmente tinha encontrado a estrela dele, sabia disso. A presença de Sunoo o deixava feliz, espantava o mau humor e os dias magicamente se tornavam mais alegres, e para isso acontecer bastava o garoto mais velho estar no mesmo ambiente que ele. Kim Sunoo era muito mais que apenas um garoto sorridente, Riki logo percebeu. Ele era genuinamente feliz e bom, e parecia ser alguém que brilhava naturalmente, por isso que Riki passou a andar sempre atrás dele, na esperança de ser iluminado também. Todas aquelas pessoas ao redor dele – alunos e professores, desconhecidos e funcionários – estavam ao redor dele em busca de algo que inicialmente Riki pensou que fosse interesse em alguma coisa, mas depois descobriu que o que todos buscavam era um pouco da luz do garoto de riso fácil e olhinhos afiados, da mesma forma que Riki costumava buscar pelo pedaço de céu por entre as casas e edifícios. Sem ao menos saber, todos buscavam por um pouco da luz de Sunoo.

          A rotina dele passou a se resumir em procurar por Sunoo.

– Você viu o Sunoo hyung?

          Ele perguntava para qualquer pessoa que encontrasse pelo caminho, e alguém sempre sabia onde ele estava. Riki ia até o garoto, que sempre o recebia alegremente e com um monte de coisas novas para contar. As ruas de Seul passaram a parecer mágicas de novo, como eu nunca tinha visto esse lugar?, ele se perguntava a cada esquina nova que passava com o garoto mais velho, que sempre que podia o levava para passear na cidade. O coreano dele melhorou em um mês o que não tinha melhorado em quase um ano, e até os colegas de quarto pareciam mais gentis.

          Com o tempo, Sunoo não era mais um garoto que ele via como um astro, quase impossível de ser alcançado. Eles tinham se tornado amigos, e Riki às vezes se perguntava se era egoísta demais por ter se aproximado do garoto de cabelos coloridos com a intenção de ter algo dele em troca – luz, felicidade, qualquer coisa boa que ele pudesse oferecer. De qualquer forma, Sunoo parecia feliz em oferecê-lo tudo isso, nunca reclamou das aproximações repentinas e nem das brincadeiras (às vezes) um pouco implicantes demais.

          Riki passou a perseguir o garoto por todos os lados, e um dia Sunoo o questionou, com aquele jeitinho divertido dele que Riki sempre achou bonitinho.

– Por que você está sempre atrás de mim, Niki?

          E ele não sabia como responder àquela pergunta. Na dúvida, disse a verdade.

– Porque minha mãe sempre me disse: ''Quando estiver escuro, procure pelas estrelas''. Então eu procurei por você.

          A risada de Sunoo preencheu a salinha pequena em que eles estavam comendo, ecoando pelo corredor vazio. Riki riu junto e o observou batendo palminhas e secando as lágrimas que se formavam no canto dos olhos, e aceitou o tapinha que o garoto o deu no braço, sem esquivar.

– Você é tão bobo, Niki!

          E o japonês riu junto a ele e continuou comendo os biscoitos que o mais velho o presenteou no dia anterior como presente de aniversário. Sunoo não precisava acreditar no que ele disse, pois aquilo não mudaria o fato de que era a mais pura verdade.

          Naquele mesmo dia, durante a noite, ligou para a mãe, os cotovelos apoiados no pequeno batente da janela e os olhos perdidos no céu escuro.

– Eu fiz um amigo – ele contou, tentando não parecer tão agitado com uma coisa tão simples.

          Aquele foi o jeito dele de dizer que tinha, finalmente, encontrado a estrela que tanto precisava. Ele não iria dizer à mãe que encontrou a própria 55 Cancri e que ele não é apenas o responsável por iluminar todos os seus dias e noites, como também todos os seus pensamentos e sentimentos.

          Agora, depois de anos, Riki sabe que talvez nem mesmo Sunoo saiba desse efeito que tem, mas o deixará descobrir isso sozinho. Por enquanto, se permitirá ser iluminado pela presença radiante do amigo, torcendo para não deixar que fique tão claro que ele não apenas ama Kim Sunoo, mas também precisa dele para ser feliz.

...

55 CANCRI

> 55 Cancri é uma estrela da constelação de Cancer (signo do Sunoo).

o sunki day mais atrasado que eu vou postar :( mas de qualquer forma, happy sunki day <3

(e vão assistir ao comeback do ive bjsss)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro