Capítulo 58
Josh
— E você veio pra cá ao invés de ficar lá e se resolver com ela? — Liam questionou, erguendo as sobrancelhas. Não respondi nada, apenas peguei um moletom na minha mochila em cima da cama e coloquei-o. — Não adianta ficar sem me responder, vou fazer essa pergunta até pegarmos a droga daquela ônibus para ir embora.
— Esqueci o quanto você é insuportável. — reclamei.
— Eu? — questionou. — Cara, enquanto eu estou há sei lá quanto tempo tentando ficar com a Dytto, você vem pra droga de um acampamento deixando a garota que você ama naquela cidade. Você tem o que na cabeça? Merda?
— E você não cansa de ser chato? — virei-me para encara-lo. — Você não viu o quanto ela e o Bailey estavam próximos quando fui devolver a blusa dela, então pare de julgar.
— Você viu eles se beijando? — perguntou, mas ele sabia que não, então nem me dei ao trabalho de responder. — E fica tirando conclusões precipitadas?
— Caramba, Liam! — revirei os olhos, cansado daquela conversa. — Estamos aqui há dois dias e você vem me dizendo a mesma coisa toda hora.
— Claro! Você parece não ouvir o que eu digo. — reclamou, abrindo os braços. — E eu juro por Deus que se você fizer alguma coisa nesse tempo que vocês estão dando, eu mato você!
Suspirei alto e me joguei na cama, colocando as mãos atrás da cabeça e encarando Liam de forma despreocupada. Ele apontou o dedo indicador para mim e eu já sabia que ele ia começar a falar.
— Eu vi você conversando com a Thabata ontem a noite enquanto estávamos perto do lago. — contou, com um tom de voz nada legal. — Ela estava se jogando pra cima de você, então você nem pense!
— Está louco? — perguntei. — Eu não faria isso com a Any.
— Eu sei que não. — ergueu uma sobrancelha, mas não sei se essa resposta me passou tanta confiança quanto ele queria. — Mas antes de qualquer coisa, lembre-se de que tem uma garota que você ama na cidade.
— Ontem a amiga da Thabata estava se jogando em cima de você também. — lembrei-o.
— E por acaso eu namoro? — questionou. — Ah, entendi. — deu um risinho de provocação e eu alcancei uma almofada, jogando-a na sua direção. — Vamos que os caras estão esperando.
Me levantei na cama em um pulo e acompanhei Liam até a saída do dormitório. Alguns caras estavam sem camiseta, bermuda e toalha nos ombros. Estava um frio do caramba mas eles queriam mostrar que são machos o suficiente para entrar no lago que estava um gelo.
— Ainda bem que não sou assim — Liam disse apontando com o queixo para os caras que estavam na nossa frente.
— Sua namoradinha não veio não, Beauchamp? — ouvi alguém perguntar, e logo Kenedy aparece ao meu lado, sem camiseta igual aos outros meninos. Ele era o time de vôlei desde que entrou na escola, e das vezes que ele não jogou nos campeonatos, seu time perdeu. Total de cinco vezes.
Por conta disso o treinador faz de tudo para que Kenedy sempre esteja presente nos Jogos.
— É da sua conta? — questionei, desviando o olhar dele.
— Terminaram? — perguntou. — Aproveita, a Thabata está te dando mole.
Dito isso ele caminhou um pouco mais rápido para chegar até aonde os outros caras estavam.
— Poderia se afogar no lago. — desejei baixo, mas era brincadeira. Ele só me irritava.
Quando cheguei no campo para ficar mais uma noite em volta da fogueira com alguns caras, todos já conversavam e riam de algo. Um cheiro de marshmallow queimado tomava conta do ar a cada vez que chegava mais perto.
— Pensei que já tinham ido dormir, crianças. — zoou Lincoln. — Sentem ai e comam um marshmallow.
Fiquei em um espeço que havia com o Liam ao meu lado. Não demorou nem dois minutos para algumas garotas do time de líder de torcida chegarem na roda e querer participar da conversa, igual ontem.
Alguns caras tinham namoradas ali e eu até entendia, mas elas vinham acompanhadas de amigas solteiras que estavam doidas para ficar com alguém.
Para a minha sorte, Thabata sentou ao meu lado no pequeno espeço vago que tinha, e logo ouvi ela me cumprimentando com um oi suave.
— Você vai entrar no lago? — perguntou.
Thabata era legal. Ela dava em cima de mim mais ao menos tempo nem era literalmente se jogar em cima de mim, era só tentando ser simpática demais até nos beijarmos. Uma coisa que não iria acontecer.
— Deus me livre. — franzi a testa e ela deu uma leve risada. Dizem que quando uma garota gosta de um cara ela da risada de qualquer coisa que ele disser que não tem graça. Não importa o quanto for ruim a piada ou o trocadilho, ela vai rir.
— As garotas estavam me chamando para entrar, mas eu disse que iria se você fosse. — contou, me fazendo respirar alto que pressionar os lábios um no outro. — Seria mais divertido.
— Uma pena que eu não vou. — respondi com um pouco de ironia.
— Estão dizendo por ai que você terminou com a Samantha, é verdade? — quis saber. Olhei para o seu rosto e seus olhos pareciam duas estrelas de tanto de brilhavam.
— É apenas uma briga boba de casal, nada demais. — dei de ombros. Na verdade o motivo da briga nem era tão pequeno assim, mas nem todos precisavam saber. — Só estamos dando um tempo.
— E quem pediu o tempo, foi você ou ela? — perguntou. Eu estava prestes a responder, mas o meu celular começou a vibrar no bolso da minha calça. Peguei-o e na tela estava mostrando a foto da Giulia.
Graças a Deus.
— Eu preciso atender. — falei levantando e me retirando da roda.
— Boa noite garoto do campo. — cumprimentou ela, já caçoando.
— Eu daria um ótimo garoto do campo para a sua informação.
— Como você está? — perguntou.
— Tirando o fato da minha cabeça estar girando em torno da imagem de imaginar Any beijando Bailey, tudo bem. — falei como se não fosse nada demais.
— Eu já mandei você esquecer isso. — suspirou. — A Any não faria isso com você e você sabe disso. Te manca!
— Já não basta o Liam estar me enchendo o saco com esse assunto, você também vai começar? — questionei.
— Se for pra dar um jeito nessa sua mente, vou sim! — disse com o tom de voz autoritária. — Enfim, só liguei porque estava com tédio. Está legal ai?
— Apenas fogueira, lago, comida e cama. — dei de ombros. — Eu só quis vir porque ficar na cidade estava mexendo ainda mais com a minha cabeça.
— James me disse que no sábado é aniversário da Any. — comentou.
— E desde quando você fala com o James? — perguntei, franzindo as sobrancelhas.
— Todos podem se resolver.
— Você acha que vai ser uma boa ideia eu aparecer na casa dela mesmo sem nos resolvermos?
— Ficou maluco? É claro que você tem que ir lá. — Giulia aumentou o tom de voz, me fazendo até afastar o celular do ouvido. — É aniversário dela.
— Antes de tudo isso eu havia comprado um anel para ela. — contei. — Está guardado. Acho que vou precisar dar outra coisa nessas circunstâncias.
— Da o anel e aproveita pra vocês se resolverem. —disse ela com confiança. — Que dia você vai voltar?
— Vai ter uma festa antes de voltarmos para casa, então provavelmente ela vai acabar no fim da tarde de sexta e vamos embora em seguida. — respondi.
— Nos encontramos sábado bem cedinho e eu aproveito para ir com você quando for na casa dela. Quero desejar os parabéns. — contou, me fazendo erguer as sobrancelhas.
— Você está querendo se resolver com todo mundo agora? — perguntei.
— Algum problema garoto do campo?
— Nenhum.
— Eu vou desligar, estou ficando com sono. — avisou. — Até sexta-feira.
— Até!
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