Capítulo 46
Josh
Enviei algumas mensagens para Any que demorou para me responder. Eu ficava olhando no celular a cada um minuto, em um certo momento Patrick percebeu e eu deixei meu celular de lado por um segundo e continuei a ajudar na mesa do café da manhã. Eles deveriam almoçar tarde, pois já eram dez horas, um pouco tarde para o café.
Lolla estava com Chloe no andar de cima, segundo Patrick ela estava a arrumando para aquele dia.
— Você soube que o Bailey vai se mudar para o Canadá? — perguntou Giulia em um sussurro. Eu não sabia. Franzi a testa e balancei a cabeça enquanto me sentava na cadeira ao seu lado, aproximando mais o copo de vidro vazio.
— Não.
— Any não te contou? Pensei que sabia. Ele me disse que eles se encontraram. — comentou ela. — Ele estava saindo da loja de casacos da cidade.
— Loja de casacos? — perguntei e Giulia confirmou com um aceno.
— Também não sei o porquê da sua namorada querer comprar casacos de inverno no verão. — ergueu as sobrancelhas e desviou o olhar do meu rosto. Mesmo que parecesse, seu rosto não carregava maldade alguma como se ela quisesse insinuar algo de ruim da Gabrielly.
Pensei em responder, dizendo que perguntaria para ela depois, mas resolvi deixa-la sem uma resposta.
— Quem está aqui? — ouvi uma voz doce e calma vindo do corredor que tinha a escada para os quartos.
Não ouvi se Lolla havia respondido alguma coisa, mas logo ela apareceu na cozinha com Lolla logo atrás, segurando seu ombro. Patrick apoiou a mão no encosto de madeira da cadeira enquanto tinha uma xícara de café que levava até a boca.
— Quem são esses? — perguntou ela, intercalando os olhos para mim e para Giulia.
— Já conversamos sobre o cumprimento, Chloe. — Lolla disse baixo, mas consegui ouvir claramente.
— Bom dia! Quem são vocês? — questionou em seguida. — São seus amigos mamãe?
A garota caminhou até a mesa e parou na cadeira em frente a de Giulia. Patrick colocou a sua xícara na mesa.
— Esses são Josh e Giulia, querida. — disse ele, respondendo a pergunta que ela havia feito para nós. — São visitas bem-vindas e muito legais. Aposto que você se dará muito bem com a Giulia.
— O seu cabelo é legal. — elogiou ela.
Logo em seguida, Chloe foi em direção a pia da cozinha para lavar as mãos, fazendo com que todos que estavam lá se entreolhassem. Eu não estava entendendo o motivo dos olhares, mas quando Lolla se dispôs a falar eu até imaginei o que seria.
— Não conte á ela ainda. — pediu, recebendo um aceno de Giulia em concordância.
— Você fez o que de café, papai? — perguntou Chloe, sentando-se na cadeira que havia parado antes de ir lavar as mãos. — Bacon. — disse com a voz carregada de vontade e passou a língua nos lábios. — Vocês gostam de bacon?
— É uma das minhas coisas favoritas para o café da manhã. — contou Giulia. Olhei para o seu rosto e percebi seu nervosismo. Eu percebi porque ela mexia suas mãos umas nas outras no seu colo.
— Com ovos? — perguntou Chloe, com esperança nos olhos que Giulia dissesse que sim.
— Claro! — animou-se.
— Ótimo! Vamos comer! — anunciou Patrick, se sentando em um lado da mesa e Lolla em outra. — Os convidados merecem ótimas panquecas também, não acha? — ergueu uma sobrancelha para a filha e deu um sorriso divertido.
— O papai faz as melhores panquecas do mundo! — exclamou ela, revirando os olhos. — Eu quero aprender a fazer panquecas igual a ele quando puder mexer no fogão.
— Os seus pais nos disseram que você gosta de culinária. — comentei.
— Eu gosto. — sorriu para mim. — Você faz o que?
— Eu ainda só vou para a escola. — dei de ombros.
— Só? Você não trabalha? — questionou de maneira engraçada, me fazendo sorrir. — Uma vez vi uma blusa igual a sua na internet, ela estava cara. — arregalou os olhos incrivelmente azuis, igual aos do Patrick.
— Meu pai me deu de presente. — contei, forçando um sorriso apenas por estar sendo praticamente obrigado me referir a ele como o meu pai. Ele ainda era mesmo, infelizmente, porque depois do que fez com a minha mãe, se eu pudesse, o desconsideraria como pai de verdade.
Como eu queria fazer isso...
ミミミ
— Vamos para aonde com a Chloe? — perguntou Giulia, entrando no quarto que ficaríamos. Desviei o olhar para o celular para o seu rosto e parei para raciocinar.
Any havia respondido minhas mensagens de manhã, ela disse que havia ficado na casa de Sina porque bebeu um pouquinho demais. Na verdade, era a primeira vez que ela bebia daquele jeito que eu não estava lá para leva-la para casa quando quisesse ou precisasse.
Perguntei á ela referente aos casacos de Inverno que Giulia comentou comigo, mas ela ainda não havia respondido. Apenas visualizou.
— Há alguma sorveteria por aqui? — perguntei. Giulia deu de ombros, como se provavelmente tivesse. — Podemos pedir o caminho para sua mãe ou o Patrick e levamos ela.
Giulia balançou a cabeça e deu mais alguns passos para dentro do quarto.
— Obrigada pelo o que está fazendo. — ela disse. — Sei que você até preferia estar com a Any do que estar aqui comigo, mas obrigada por não deixar com que eu enfrentasse isso sozinha.
— Somos amigos, Giulia. Apesar de tudo, somos amigos. — dei um sorriso simples. — Sei isso é importante para você.
— Ela acabou de me mostrar o quarto dela. — comentou, não conseguindo evitar um sorriso. — Ela tem muitos ursinhos de pelúcia. Eu também fazia coleção deles. Ela estava agindo tão bem sem saber que sou a irmã dela, como será que ela vai reagir quando souber?
— Podemos contar na sorveteria. — sugeri. — Vou estar lá. Eu ajudo você.
— Mesmo? — ergueu as sobrancelhas.
— Daremos um jeito de contar. — garanti.
Naquele momento meu celular vibrou e Chloe gritou o nome de Giulia, que olhou para mim com um sorriso grande antes de sair do quarto. Desviei o olhar para o meu celular e franzi a testa pelo o que eu vi.
Taylor contou á você então? Pedi para ela não fazer isso porque eu quem deveria contar. Me desculpe.
Fiquei olhando para o quarto inteiro, sem lugar específico, apenas estava tentando raciocinar para entender porquê ela estava pedindo desculpas. Eu não estava chateado que ela havia se encontrado com o Bailey. Eu também até pensei em ir falar com ele uma vez, porém, não sei se isso iria dar certo.
Está tudo bem. Eu não estou chateado.
Respondi logo em seguida.
ミミミ
— Então você tem uma namorada? — perguntou Chloe, sentava no banco alto da mesa da sorveteria. Lolla e Patrick haviam deixado com que fôssemos apenas nos dois á sair com a Chloe.
— Ela se chama Any Gabrielly. — respondi.
— Ela tem cabelos castanhos assim como você. — Giulia falou em seguida, dando um sorriso de lado.
— Eu pensei que vocês dois fossem namorados. — Chloe franziu a testa e apontou para nós dois com a colher do seu sorvete.
— Somos apenas amigos. — Giulia deu de ombros. — O Kyle é chato. — sussurrou apenas para Chloe, mas consegui escutar bem.
Abri a boca me fingindo de ofendido pelas suas palavras e Chloe escondeu uma risada atrás das mãos. Eu peguei a minha colher de sorvete e quando Giulia estava distraída, levei para o nariz da mesa e consegui passar na bochecha antes que ela ficasse brava.
— Eu vou jogar alguma cadeira dessas na sua cabeça. — ela deu uma cotovelada no meu braço e Chloe caiu na gargalhada.
— Por que vocês vieram para a minha casa? São amigos do papai e da mamãe há muito tempo? — perguntou ela, com um olhar de curiosidade. Giulia estava limpando seu rosto com papel e eu me segurando para não rir e levar outra cotovelada.
— É uma cidade legal. — disse Giulia. — Queríamos ver como era, e seus pais nos ajudaram deixando a gente ficar na sua casa.
— Na verdade... — limpei a garganta e desviei o olhar para Giulia, para que fizéssemos o que combinamos. Iríamos embora amanhã, no começo da noite. Ela precisava contar para Chloe que era irmã dela, caso contrário, essa viagem seria em vão.
E mesmo que no final acabe sendo em vão, eu não ficaria bravo. Eu apenas quero que ela supere algo que eu sei que ela consegue, e para ela superar o medo da Chloe não gostar da irmã, ela precisa contar que é a irmã. Chloe se deu bem com ela, ela ficaria tão brava assim ao saber o que tínhamos para contar?
Giulia balançou a cabeça para mim lentamente. Seus olhos estavam carregados de medo.
— O seu sorvete está gostoso, Chloe? — desconversei, olhando para a pequena sentada na cadeira á minha frente. Ela balançou a cabeça completamente animada e sorriu.
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