Capítulo 33
JOSH POV'S
Antes
Por que sempre o que nunca podemos ter, é o que nós mais queremos?
Eu não sei quando começou. Não me lembro qual foi o momento exato que comecei a olhar para ela de maneira diferente. De uma maneira que eu sabia que não poderia contar á ela, porque eu era o babaca do Josh.
É tipo, eu jamais poderia contar para ela também apenas pelo fato de que uma simples declaração seria o puro alvoroço na minha vida, e não seria nada bom.
— E o joelho, cara? — quis saber Liam, enquanto meus pensamentos começaram a evaporar. Apoiei os cotovelos no joelho e balancei a cabeça, logo a levantando para ver o rosto de Liam. — Está ruim ainda?
— Cara, relaxa! O jogo é daqui sete meses! — levantei e dei leves tapinhas nas suas costas. — Vou estar melhor.
— Não podemos jogar sem você. — ele deu de ombros.
Eu gostava da forma que Liam não tinha receio em elogiar alguém. A maioria dos caras do time jamais diriam isso de uma forma tão leve, e tão normal. Eles não tratariam isso como algo normal. Jamais.
— Claro que vocês podem! — encorajei. — Eu tenho certeza que o treinador vai colocar você como capitão do time se acontecer de eu sair.
— Está brincando? — ele fez uma careta e gargalhou. — O treinador já deixou claro que vai colocar o Tracey.
— Agora quem está brincando é você. — acusei, franzindo a testa. — Aquele cara só quer pegar garotas. É apenas para isso que ele quer ser o capitão.
— Vai me dizer que você não gosta que as garotas fiquem em cima de você? — Liam revirou os olhos. Mesmo eu não tendo dito nada, ele não iria acreditar se eu dissesse.
— Elas vem atrás de mim de qualquer maneira Liam. Eu não gosto disso, mas não tenho muita coisa para fazer. — balancei os ombros. — Além do mais, estou ficando sério com uma garota.
— Aquela garota? — Liam pareceu animado. — Qual é cara? Até hoje você não me contou quem é. — ele lembrou-me, se fingindo de ofendido.
— Não. — neguei sobre a sua pergunta. — Aquela garota, eu não posso ter. Você sabe. — fiquei olhando para o nada por um tempo, até que Liam bate nas minhas costas.
— Já tentou? — balancei a cabeça negativamente. — Então como pode afirmar algo que não viveu?
Fiquei em silêncio. Liam era um idiota! Sabia muito bem como me deixar sem argumentos.
— Cara... — chamei, estendendo a mão para ele. — Vai se ferrar. — disse lentamente. Liam balançou os ombros sabendo que tinha razão.
Eu não vou julga-lo por isso. Ele tinha mesmo.
ミミミ
Naquele treino que eu fiz, meu joelho pirou mais um pouco. Minha mãe não poderia nem sonhar que eu estava jogando com todos os problemas que o exame mostrou.
Mas do que importava? Eu precisava jogar. Eu precisava treinar.
Eu precisava de muitas coisas na verdade. A principal era apenas fazer a Soares reparar quando eu ao menos estivesse presente.
Mas esse apenas serve só para dizer. Porque na prática, não tinha nada de apenas.
ミミミ
— Se eu ver você treinando de novo, acabo com você, cara! — Liam avisou quando o treino acabou, logo em seguida pegando sua garrafa de água e bebendo. Enquanto eu, estava jogado no banco dos reservas.
Eu não estava afim de ser reserva.
— Está parecendo a minha mãe. — revirei os olhos.
— Ela vai amar saber que você está jogando. — ele ergueu as sobrancelhas.
— Está parecendo uma garota agora. — zombei. Liam fez uma careta e aposto que se segurou para não mostrar o dedo do meio. — Como está a Dytto? — provoquei, sorrindo para ele.
Liam ficou completamente sem graça e bebeu mais um pouco de água.
— Você fez eu falar da minha garota que não posso ser minha, agora fala da garota que você quer também. — dei de ombros. — Você é um lerdo! Por que não falou com ela ainda?
— Cala a boca, Beauchamp. — fez gesto de me dar um soco. — Sério mesmo... — ele suspirou e sentou ao meu lado, todo largado também. — Ela me odeia!
— E o que você fez? — dei uma cotovelada no seu braço.
— Faz algumas semanas que ela estava tentando entrar para o time das líderes de torcida. — ele começou a explicar. — Então, parece agora ela entrou. — balançou o ombro. Fiquei olhando para a quadra vazia, tentando encontrar o erro. — Ela estava com o uniforme, comemorando com as outras garotas. Ela estava muito feliz. Mas eu tropecei e meu lanche estava com muito ketchup. Tente imaginar o que aconteceu.
— Pediu desculpas?
— Não deu tempo. Ela estava com cara de quem ia chorar, mas também estava parecendo que ia me matar. Eu sai andando. — retrucou, como se a opção do desculpas fosse algo difícil.
— Ketchup mancha roupas. — pensei alto. Liam olhou para mim com um olhar de tédio e fez uma careta engraçada.
— Não me diga. — revirou os olhos. — Esquece, cara. Vou sair com a Melissa mesmo. Ela é divertida, e parece gostar de mim.
— Se eu fosse você, falaria com a Dytto. — avisei, erguendo as sobrancelhas.
— Eu não sei que conselho você está querendo me dar porque está mais na merda do que eu. — recebi um soco de leve no braço e Liam saiu da quadra, indo direto para o vestiário.
Liam parecia nunca estar errado. Pois mais uma vez ele tinha razão, e eu, não tinha nenhuma carta na manga para conquistar a Any Gabrielly.
ミミミ
Atualmente
Na manhã de domingo, eu estava cheio de questionamentos comigo mesmo.
Any havia indo embora na noite anterior e estava ignorando minhas mensagens e minhas ligações.
Giulia havia me chamado para conversar, eu não sabia bem o motivo, mas ela não parecia estar muito feliz quando me ligou.
E o que parecia ser o pior de todos, para completar o trio, amanhã seria a suposta prova de quem estava com notas baixas, para poder jogar no jogo de sexta feira á noite. E, eu queria ver o que diria para Any.
— Não posso fazer a prova porque eu não preciso. Eu tenho notas boas o suficiente para poder jogar, mas o meu joelho na colabora.
Pensei nessas falas, mas estava uma porcaria.
Eu precisava saber primeiro o porquê de ela ter ido embora, e porquê estava me ignorando.
Mesmo que parecesse estar um clima estranho, eu tentei me esforçar para que tudo ficasse normal. Quando ela me disse que não queria namorar, fiquei sem entender o que estávamos tendo.
Eu não posso, não quero e nem vou ficar com outras garotas. Aposto que ela também não ficaria com nenhum outro garoto. Então, o que estávamos tendo, se não era um namoro?
Eu estava considerando que era, porque só faltava a aliança. Apenas perguntei aquilo para ela, para saber se ela gostaria de um pedido mais formal. Se ela gostaria que, em um jantar, eu ajoelhasse e a pedisse em namoro.
Mas ela não estava afim de um pedido ao jantar a luz de velas.
Ela não estava afim de nenhum tipo de pedido.
Ela não estava afim que eu a pedisse em namoro.
Não que a opinião alheia fosse de algum valor, mas se perguntassem o que somos, o que eu diria?
Vesti uma camiseta cinza e fui para a garagem pegar meu carro. Giulia disse que me encontraria na praça de alimentação do shopping, e estava de frente para a pizzaria.
Eu não estava conseguindo ficar normal.
Liguei para Any várias vezes no caminho. Mandei mensagens quando parei no farol mas ela nem visualizava.
Giulia estava sozinha na praça, sentando em uma das cadeiras e olhando para a mesa. A cabeça dela estava bem longe.
Ela ainda tinha seus cabelos rosas, desde quando nos conhecemos. Ela gostava de ter algo que chamasse atenção no seu rosto. Ela me disse isso uma vez.
O que tivemos foi algo legal no começo. Mas a insegurança que ela tinha era atoa, e não era para qualquer pessoa. Em um piscar de olhos, ela achava que o que tínhamos acabaria e que eu ficaria com outra garota.
Mas talvez, se ela não tivesse ficado insegura como ficou com Any, as coisas poderiam ter dado certo com nós dois.
Eu nunca disso isso nem para ela, e nem para outra pessoa. Ninguém iria entender, porque apesar de tudo, apenas eu conseguia ver a verdadeira Giulia. A verdadeira garota cheia de sentimentos e completamente sensível por dentro.
Quando eu fiquei com ela naquela festa, aonde conheci o resto do pessoal, lembro que fiquei em choque quando soube que naquela mesma época ela ficava com o James. Mas eu não a deixei por isso. Não a deixei naquele momento em que descobri.
Giulia me disse uma vez que James era um garoto muito bom para ela. Acho que quando ela me contou todas as coisas que envolviam ele, ela nem se deu conta. Quando penso sobre isso, sugiro que ela apenas precisava tirar esse peso das suas costas.
— Eu não quero aprofundar meu relacionamento com ele porque eu sei que vou magoa-lo. — ela bufou, fazendo o fio de cabelo que parou no seu rosto, se afastar. — James é o cara mais legal e compreensivo que já conheci. Sem ofensas. — ela acrescentou depressa, me fazendo sorrir. — Eu acho que ele merecesse alguém melhor do que eu, você não acha? Ele é uma pessoa boa demais para mim.
— É por isso que você está comigo? — eu quis saber. Mas eu não estava com raiva dela.
— Não se sinta usado. Eu gosto de estar com você. — ela inclinou a cabeça para o lado. — Mas sabe, eu gosto muito, muito do James. E só de pensar o quanto eu poderia magoa-lo, me da um certo desespero.
— Mas você o magoou. — pensei alto e franzi a testa. — Quando ficou comigo naquela festa.
— Trevor me disse que ele iria me pedir em namoro. — ela desviou o olhar para mesa e um biquinho engraçado e sentimental se formou nos seus lábios. Ela pareceu pensar por alguns segundos em como seria se ela tivesse deixado acontecer, mas logo estalou a língua e completou: — Eu precisava fazer alguma coisa para impedir isso.
— Você poderia conversar com ele para dizer que não era o momento para isso. Que não era o seu momento para isso. — sugeri. Giulia balançou a cabeça negativamente.
— É mais complicado do que parece, lindinho. — ela fez uma careta. Uma careta engraçada que me fez sorrir.
Quando parei sobre a mesa dela, Giulia percebeu a minha presença e se levantou para me dar um abraço. Foi um abraço tão apertado que estou me perguntando o que estava acontecendo para ela precisar da minha ajuda.
— Podemos ir para a cafeteria. Preciso ficar acordada e necessito de café. — ela pediu rapidamente. Eu não me importei, balancei a cabeça ainda abraçado com ela e acariciei suas costas suavemente.
— O que aconteceu? — perguntei. Ela se afastou de mim e deu um sorriso simples. — Está tudo bem?
— Eu preciso que você me ajude com uma coisa. — ela falou cautelosamente. Quando franzi a testa e olhei nos seus olhos, eu consegui ver que ela estava com medo de alguma coisa. — Mas primeiro, eu preciso de um café para ficar acordada.
Concordei rapidamente, andando ao seu lado até a cafeteria do shopping. Ela preferiu não se sentar em uma das mesmas daquele canto, e simplesmente, pediu para que ficássemos no estacionamento, porque o dia estava bonito.
E realmente estava.
Enquanto ela tomava seu café, não tocou no assunto pelo qual havia me chamado. Mas eu sabia que ela iria falar, então, eu não perguntei nada, esperei que ela ficasse pronta para me dizer seja lá o que parecia ser tão sério.
Quando olhei para ela, seu café já havia acabado. Ela, sem se importar, me deu o seu copo vazio.
— Você sabe que a minha mãe mora fora da cidade, e quando meus pais se separaram eu fiquei aqui na cidade com o meu pai, não sabe? — perguntou. Eu balancei a cabeça e então ela soltou um suspiro. Franzi a testa quando o sol bateu na minha cara, mesmo estando praticamente no fim da tarde e o pôr do sol estivesse perto, estava forte. — Então... A minha mãe se casou novamente. Ela teve outra filha.
— Está falando sério? — perguntei, erguendo as sobrancelhas. Isso fez o meu olho doer um pouco pela claridade excessiva.
— Fiquei sabendo disso há 2 meses atrás. Mas disse que só conseguiria ir visita-la quando me dessem folga no trabalho.
Enquanto ela explicava, eu tentava imaginar a loucura que estava na cabeça dela. Para Giulia me contar tudo sobre o que tinha acontecido na separação dos seus pais, foi a coisa mais difícil que eu percebi que ela precisou fazer.
Como eu disse: eu conseguia ver a verdadeira Giulia.
— Na sexta á noite eu vou viajar para a cidade vizinha, visita-la. — continuou.
— E qual o problema disso tudo? — perguntei. Se ela já tivesse falado, eu não tinha percebido.
— O problema é que a filha dela, minha irmãzinha de 10 anos, não... — ela fez uma pausa, e suspirou. — Ela disse para a minha mãe que não quer me ver. Ela disse que eu abandonei a minha mãe e preferi ficar com o meu pai. Ela me odeia! — abaixou a cabeça e começou a olhar para o chão e colocou as mãos no bolso do colete.
— Não fala assim, Giu. Ela é muito pequena para ter ódio de você. — falei. Giulia levantou a cabeça para o céu e deu uma gargalhada, que segundos depois, percebi que era forçada.
— Não duvide da capacidade dela, Josh. Pelo o que minha mãe disse sobre ela, é muito inteligente para pouca idade. — comentou. — Enfim... Eu te chamei até aqui e estou te contando tudo isso, porque eu queria saber se você pode ir comigo.
Ao dizer isso, ela virou o rosto para mim. Provavelmente para ver a minha reação, que na verdade não foi de espanto.
— Olha é apenas como um amigo. Eu preciso muito que alguém vá comigo. — explicou depressa e parou na minha frente, me fazendo parar de andar. — James jamais aceitaria me ajudar. Bailey está mal com tudo aquilo da Any e não sou próxima da Sina e não mais da Taylor. — completou.
— Giu...
— E... E se a Any não gostar da ideia. Ela pode até ir junto. Eu apenas preciso de alguém lá comigo. — ela soltou um suspiro pesado. — Eu preciso muito.
— Está tudo bem. — sussurrei. — Eu vou com você.
Naquele momento, Giulia agarrou meu pescoço e me deu um abraço completamente apertado. Eu, pela surpresa, quase fiquei sem ar pela forma desesperada que ela me apertou. Sorri e retribui o abraço.
— Qual o nome da pequenininha cheia de ódio? — perguntei. Ela gargalhou e afastou-se de mim.
— Chloe.
— Muito bem. Daqui uma semana vamos viajar e você vai conquistar a Chloe! — garanti. Eu sabia que ela conseguiria isso.
Ela saiu da minha frente, continuei a andar. Mas logo parei novamente quando ela também parou.
— Aquela não é a caminhonete do James? — perguntou para mim, incerta. Eu balancei a cabeça. Realmente era.
— Ele deve estar por aí com a Lisa. — dei de ombros, como uma sugestão.
— Ela é uma garota legal? — quis saber, voltando a caminhar ao meu lado.
Deu para perceber que quando citei o nome da Lisa, Giulia ficou um pouco pensativa sobre o que ela estava tendo com James.
— Sim. Ela é. — respondi um pouco sem jeito, colocando as mãos no bolso da calça.
— Espero mesmo que ele esteja feliz... — declarou ela, por fim. Eu realmente consegui ver o quão sincera ela estava sendo. O quão sincera essa frase soou saindo da sua boca. E, para mim, pelo menos, não era difícil descifrar Giulia.
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