Capítulo 25
Mesmo sabendo que eu poderia não ter condições e energias o suficiente para sair de casa, resolvi acompanhar Sina e Taylor até a casa da senhora Beauchamp.
Quando chegamos, Taylor precisou estacionar um pouco distante da casa, já que haviam vários jornalistas com câmeras e microfones lá no portão. Tudo piorou. Eles começaram a fazer mais e mais perguntas quando eu e as outras duas garotas nos aproximamos no portão para entrar.
Taylor digitou o código de segurança e esperou que vissem que era ela para liberar e entrada. Tentei ir rápido, para não correr o risco de nenhum daqueles jornalistas entrarem na casa sem autorização alguma e, acabar sendo acusado de invasão.
Senhora Beauchamp estava no sofá. No momento em que fechei a porta da sala de estar, ela estava sendo servida com o que parecia ser água com açúcar.
— Tia... — Taylor correu até o sofá para abraça-la. Senhora Beauchamp ergueu as sobrancelhas, quando o copo quase caiu da sua mão.
— Está tudo bem. — ela assegurou, deixando a água com açúcar na bandeja novamente e acariciando o braço de Taylor. — Eu já suspeitava.
— E por quê não quis investigar? Um cara desses não merece sair sem levar um xingamento quer. — disse Sina, indignada e cruzando os braços.
— Sina! — disse entre dentes, chamando a sua atenção. Ela balançou o ombro e voltou a olhar para a senhora Beauchamp.
— Está cheio de jornalistas lá fora. — Taylor contou. — Posso quebrar um vaso de vidro na cabeça deles ou jogar um balde de água gelada, se quiser.
— Não se preocupe com isso. Não quero minha sobrinha indo para a delegacia por matar alguém com um vaso. — disse senhora Beauchamp em divertimento, me fazendo sorrir, o que ela também não evitou fazer. — Vocês sabem aonde está o Josh? Eu não sei se ele já viu as notícias... Bem provavelmente, sim.
— Eu não consegui falar com ele hoje. — contei, sabendo que de certa parte, a pergunta dela era mais especificamente para mim.
— Fiquei sabendo que você foi para o hospital, querida. Está tudo bem agora? — quis saber, parecendo preocupada. Balancei a cabeça e ela me enviou um sorriso de lado.
— Eu vou ligar para o Joshua. — avisou Sina, indo para um canto da sala de estar.
— Você sabe quem é a mulher, tia? — perguntou Taylor, um pouco receosa.
—Tudo o que eu sei é que ela é uma modelo. — contou, realmente parecendo não dar muita importância.
Depois daquela notícia falsa sobre o senhor Beauchamp trair á esposa tempos atrás, eu realmente não acreditava que ele poderia realmente fazer isso.
Mesmo com a sua ausência, Joshua não era muito de falar dele, e se falava não era uma coisa ruim. Lembro-me de quando, no segundo ano do ensino médio, precisávamos falar sobre uma pessoa que gostávamos muito da nossa família. Joshua falou sobre senhor Beauchamp, já que, segundo ele, parecia se identificar mais com o pai.
Eu sentia agora que a sua reação ao saber que a pessoa quem ele mais admirava, traiu a sua mãe e agora várias pessoas da internet estão falando disso, descontaria toda a raiva acumulada em alguém.
E eu realmente espero que não seja em mim.
Sina voltou após alguns minutos de silêncio que se formou no local. Ela ainda continuava mexendo no celular, parecendo digitar alguma coisa.
— James disse que Josh não está com ele. Bailey também não o viu — contou, levantando o olhar para nós.
— Ele saiu de manhã para ir na casa da Any. Não sei se ficou sabendo se ela foi para o hospital. — disse Taylor, agarrando a mão da senhora Collins. — O Clark está na cidade?
— Taylor, não comece a chama-lo de Clark. — repreendeu senhora Beauchamp.
— Ele não merece ser chamado por mim como um parente da família. — deu de ombros.
— Ele é. — discordou senhora Beauchamp. Antes que Taylor pudesse protestar, ela completou: — Por enquanto.
Taylor relaxou a sua expressão e voltou a segurar a mão da tia com uma certa força, pelo o que parecia, ela tentava passar uma proteção para a mesma. Querendo mostrar que, apesar de qualquer coisa, ela estava ali.
Eu me impressiono com a senhora Beauchamp. Apesar de tudo. Apesar de vários jornalistas estarem no seu portão, fazendo perguntas de uma notícia que saiu nesta manhã, ela tenta se preocupar com filho e mostra que o que estão falando dela não é de muita importância em comparação.
Ela estava se mostrando uma pessoa forte, e, não tenho certeza se era isso mesmo o que realmente ela estava sentindo.
— Senhora Beauchamp. — uma voz grave chama atenção de todas nós na sala de estar. — Há jornalistas lá fora dizendo que se não falarem com você, eles não vão embora.
— Edgar Bender é um deles? — perguntou ela, me fazendo pensar sobre quem seria mesmo esse jornalista. Logo veio na minha mente sobre quem estava assinando no final da notícia falsa, de tempos atrás, sobre a suposta traição do marido dela.
— Sim senhora. — disse o segurança, de terno ajeitado e gravata borboleta. Suas mãos estavam para trás, e ele tinha uma postura de invejar. — Quer que eu pense em algo para eles irem embora? — quis saber.
— Vou falar com eles! — respondeu senhora Beauchamp determinada.
— Você vai? — Taylor franziu as sobrancelhas. Senhora Beauchamp soltou a sua mão e levantou, estendendo o copo que ainda tinha metade da água com açúcar para o segurança.
— Não vou ficar em casa como se fosse uma mulher das cavernas. — protestou, mostrando que realmente achava essa ideia um absurdo. — Clark não se importou em chamar atenção dos paparazzis no meio da rua, então eu não terei de me importar em dar uma pequena entrevista para os jornalistas lá fora.
— Eu acho que você deveria deixar a poeira baixar. — Taylor discordou da ideia da tia. Eu e Sina apenas observavámos, enquanto Taylor encarava a tia caminhando em direção a porta com o segurança de boa postura a seguindo. — Vocês estão vendo isso? — questionou Taylor, quando a senhora Beauchamp fechou a porta da sala de estar.
— Se ela se sente bem para falar sobre isso, Tay, deixe. — aconselhou Sina calmamente.
— O problema é que ela apenas não quer ver pessoas falando dela e ela nem pronta está. — comentou. — Aliás, não é todos os dias que uma notícia dessas sobre ela aparece nas redes sociais. A maioria são de coisas boas que ela e o Clark haviam feitos juntos para caridade.
— Ainda, deixe-a absorver o assunto da maneira que ela acha melhor. — tentei acalma-la. — As vezes, a pessoa apenas supera algo, quando ela o conta várias vezes. E com todas aquelas câmeras, a pequena entrevista sempre estará na internet.
ミミミ
Quando todo aquele barulho de jornalistas, todos fazendo perguntas ao mesmo tempo, senhora Beauchamp voltou para dentro em questão de alguns minutos demorados, com a expressão normalmente e completamente impecável. Taylor ainda não acreditou que ela estava bem por falar daquele assunto, mesmo que magoe, ela quer ser forte para dar o exemplo.
Minha mãe estava no trabalho. Noah provavelmente trancado no seu quarto. Resolvi deixar para falar com ele amanhã de manhã quando estivéssemos tomando café.
No meu celular, mamãe havia mandado várias mensagens querendo saber se eu e estava bem, e qualquer coisa não deveria hesitar em ligar para ela.
Alguém deu três batidas na madeira branca da porta de meu quarto. Sentei na cama e avisei que poderia entrar, logo, Noah apareceu, entrando por completo e fechando a porta com o pé.
— Podemos conversar? — ele quis saber. Eu, na verdade, quem deveria fazer essa pergunta á ele. Mesmo que os meus Assuntos que aconteceram não tem nada a ver com ele, foi injusto tê-lo deixado a par de tudo o que estava ocupando a minha cabeça. Eu sem querer, deixei a pessoa que sempre foi o meu melhor amigo, de lado.
— Claro. — respondi sem pensar duas vezes. Ele se aproximou da minha mesa de estudos e pegou minha cadeira giratória, trazendo-a para frente da minha cama. Quando ele se sentou, deu um suspiro antes de falar.
— Me desculpe pelo surto que eu dei na mesa do café hoje de manhã. — pediu, parecendo realmente arrependido. Ele olhou nos meus olhos, e através deles, eu conseguia ver tristeza, insegurança e medo. — Você já está melhor? Aquilo foi culpa minha. — acusou a si mesmo, se referindo ao meu estado de ter ficado no hospital e inconsciente por algumas horas.
— Eu entendo que você estava confuso em meio de tudo aquilo. — falei honestamente, arrastando mais para a ponta da cama. Eu bati algumas vezes no colchão ao espaço do meu lado. — Vem aqui e me conta tudo o que está acontecendo. Eu quem deveria pedir desculpas á você, por primeiro ficar mais íntima do seus amigos do que com você. Mas eu não quero falar de mim. Me conte como está sendo sobre a Universidade de Londres.
Noah demorou alguns segundos para raciocinar com tudo o que eu falei, até que ele se rendeu e veio até o meu lado. Ele sentou-se um pouco longe mas logo entendi o que ele iria fazer.
Ele encostou a cabeça na minha coxa, e eu abaixei a minha para conseguir olha-lo.
— Lembra que você brincava com o meu cabelo quando eu fazia isso? — perguntou-me. Balancei a cabeça positivamente e levei as mais até os fios macios do seu cabelo. — Muito bem. Tudo está indo muito bem. Um pouco difícil, mas está tudo bem. — repetiu.
— Eu sei que você está com medo. — afirmei, fazendo-o fechar os olhos e balançar a cabeça.
— Como não ficar, á frente de tudo isso... — soltou um longo suspiro.
— Você vai se sair muito bem. Eu tenho certeza. — sussurrei.
— Nas férias de verão, promete que vai vir me visitar? — ele abriu os olhos e me encarou.
— A mamãe não vai me deixar escapar dessa. — revirei os olhos, fingindo que não gostava da ideia. Noah sorriu e seu um leve tapa na minha testa, me fazendo resmungar. — Eu vou te jogar no chão! — ameacei.
Noah me contou sobre muitas coisas a ver com a Universidade de Londres. Apenas por vê-lo contando dos seus novos amigos, das novas experiências que ele terá, dos novos lugares que irá visitar; mesmo que ele esteja com medo, triste ou inseguro, ele ainda estava feliz.
Ele estava feliz por saber que, mesmo depois de qualquer coisa, mamãe e eu sabíamos com toda certeza do mundo que ele teria capacidade de entrar em qualquer Universidade que ele desejasse. Ele era o nosso Noah.
Quando depois de uma hora ele foi embora do meu quarto, avisando que ainda precisava revisar algumas coisas, meu coração ficou tão leve ao ouvir ele dizendo que me amava. Fazia tanto tempo que não tínhamos isso, uma conversa apenas nós dois, que eu tinha perdido o costume de me sentir com a mente leve novamente.
Aquela noite serviu para falar apenas dele. Eu não queria enche-lo dos meus assuntos entre Bailey e Joshua. Isso seria assunto para outra noite, outro momento, quando tudo estivesse mais calmo.
Meu celular vibrando em cima da mesa de estudos me chamou atenção. Dei um pulo da cama e corri até lá, com a expetativa de que fosse o Joshua.
Minhas sobrancelhas franziram quando a foto da Giulia estava na tela, com o número mostrando como desconhecido. Peguei o celular nas mãos e fiquei o encarando por alguns segundos, tentando adivinhar o porquê da sua ligação.
Arrastei o dedo para atender.
— Giulia? — chamei, ao levar o celular para o ouvido.
— Any. — anunciou. — Eu apenas liguei porque imagino que você estava preocupada com o Kyle.
— Ele estava com você? — meu coração apertou ao dizer aquelas palavras.
— Estava. — respondeu simplesmente.
— Se era só isso, eu vou desligar. — avisei, tentando não deixar a minha voz falhar.
— Espera! — percebi que ela disse isso alto demais, com certeza com um certo desespero. — Não desse jeito que você está pensando. Não sei se você sabe, mas ele acabou tudo comigo já faz um tempo.
— Eu sinto muito. — lamentei honestamente. Apesar de tudo o que a Giulia fez ou faz, apesar de ela não ser uma boa pessoa ás vezes; ninguém merece sofrer.
— Ele estava bêbado. Ficou falando de você o tempo inteiro. — comentou, me deixando em silêncio. — Nunca vi o Josh dessa maneira. Nunca vi ele chorando por uma garota!
— Chorando?! — repeti para confirmar, Giulia resmungou um sim e eu arregalei os olhos.
— Você gosta dele? — perguntou ela.
— Giulia...
— Não precisa responder essa pergunta, me desculpe. Esqueci que não somos esse tipo de amigas íntimas. — me interrompeu. — Mesmo depois de tudo, não quero ver o Josh magoado.
— Ele magoou você? — quis saber, mas aquilo pareceu ter soado como uma afirmação.
— Não desejo a mesma coisa para ele.
Essa era a Giulia que o Bailey, James e Sina tanto falavam?
— Eu sei que você está tendo algo sério com o Bailey, mas você alimentou o Josh de esperanças sobre achar que poderia rolar algo entre vocês. Você sabe que o destruiu ontem. Ele ainda lembra de tudo o que você disse. — fechei os meus olhos e mordi o lábio inferior. Aquela foi o pior pôr do sol da minha vida.
— Eu não sei o que fazer...
— Siga o seu coração. — disse simplesmente. — Mas com consciência. Além do mais, não é todo dia que tem dois gatos como eles atrás de você, convenhamos?!
— É, talvez. — afinei um pouco a minha voz.
— Converse com ele amanhã.
— Obrigada por avisar que ele estava com você.
— E obrigada por não recusar minha ligação. — ela disse em um tom brincalhão.
Era aquela Giulia.
— Josh ainda não sabe que você foi para o hospital de manhã e nem sabe que o pai dele traiu a mãe. — contou, me deixando surpresa. — Ou seja, amanhã, quando você chegar, se ele ainda não souber conte de uma maneira tranquila.
— E como você sabe que eu estava no hospital?
— Bailey me contou. — deu de ombros. — Se você deseja ficar com o Joshua, diga isso á ele. Se você não deseja, eu sugiro que se afaste dele.
Respirei fundo, triste por saber que ela tinha razão.
— Boa sorte.
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