Capítulo 18
Eu sabia que era difícil eu tentar entender o que as pessoas estão pensando ao seu respeito. Mas não pensei que fosse dessa maneira. Eu passei essas 24 horas querendo voltar no tempo e não ter mentido para ninguém. Não foi uma experiência ruim.
Noah estava ao meu lado dirigindo. Eu mandei uma mensagem para o Joshua dizendo que ele não ia precisar vir me buscar, dessa vez, não sei se ele acreditou que Noah mesmo me levaria.
— O que está rolando com a mamãe? Ela está indo trabalhar agora como se fosse concorrer á um concurso de beleza. — Noah me perguntou. Depois daquela conversa curta que eu tive com ela, e acabei descobrindo sobre a sua paixão da empresa, eu não tive mais notícias. Mas parece que tudo ainda está bem. Não que ela não possa fazer isso. Mas estou curioso.
Entendo ela não ter contato nada para o Noah. Ele poderia não ter a melhor reação se soubesse que a mamãe está flertando com alguém, mas ele precisava entender que ela precisava correr atrás da felicidade dela.
— Depois pergunte para ela. — sugeri. Fiquei pensando sobre o que o Joshua havia falado para mm: a mentira magoa mais do que a verdade. E sobre esse assunto, eu não acharia certo que eu contasse. Isso precisava ser conversado entre os dois. Logan precisava ouvir isso dela.
— Por que você não quer me contar? — ele perguntou, virando o rosto rapidamente para me encarar, mas eu continuava olhando para frente.
— Porque eu não sei a resposta da sua pergunta. — falei simplesmente. — E você, aonde vai todo arrumado? — desconversei. Noah estava usando uma blusa social, bem diferente das blusas que ele costumava usar no dia a dia.
— Vou me encontrar com alguns amigos que fazem faculdade em Londres. — ele comentou. — Preciso já me enturmar com as pessoas de lá. Eles estão com algumas semanas de férias e vieram para cá.
— Ano que vem? — perguntei, sentindo meu peito apertar.
— O que?
— Ano que vem você vai para Londres. — expliquei. Noah sabia o quanto eu ficava chateada ao lembrar que nossas conversas seriam através de uma câmera.
— Você vai poder me visitar quantas vezes quiser. Sabe disso. — ele lembrou.
— Vou transformar seu quarto no meu cômodo do tédio. — ele achou graça e balançou a cabeça. — Eu estou falando sério.
— A mamãe não vai deixar. — ele alertou.
— Você que pensa. — resmunguei.
ミミミ
Com os meus fones de ouvido, comecei a pegar alguns livros no meu armário que precisava entregar para a bibliotecária. Manobrei para conseguir segurar os seis, que eram mais pesados juntos do que eu pensava.
Dei um pulo para trás e segurei os livros com mais força quando a porta do meu armário foi fechada. Virei o rosto lentamente e dei de cara com o Joshua me observando, encostado no armário ao lado. Ele tirou meus fones de ouvido sem a minha permissão e os segurou.
— O que está fazendo? Vai matar a aula de educação física?
— Essa não seria uma idéia ruim. — respondi, começando a caminhar pelo corredor e percebendo que várias pessoas tinham o olhar sobre mim. Ou talvez, no Joshua, que me alcançou.
— O que vai fazer no final de semana que vem? Antes do jogo e da minha prova. — ele perguntou. Eu franzi a testa e dei de ombros.
— Eu não sei.
— Eu tenho um pedido então. O meu último. — ele contou. Fiquei em silêncio e entrei na biblioteca, colocando os livros em cima do balcão e esperando que a bibliotecária aparecesse.
— E o que é? — perguntei, apoiando um cotovelo no balcão e olhei para ele, curiosa.
Ele não parecia estar bravo comigo. Isso me deixava contente porque o Joshua nervoso é a mesma coisa do que querer enfrentar um dragão com chamas saindo da boca.
Um sorriso divertido se formou nos seus lábios, e meu coração já acelerou pelo o que estava por vir. Seu olhar também passava a mesma diversão, com um brilho que me fazia ficar perdida.
— Eu quero que você vá a casa do lago da minha família comigo. — pisquei várias vezes seguidas e passei a língua nos lábios. Ele não parecia estar brincando, e isso que me deixou mais impressionada. — Eu preciso me distrair antes de fazer a prova. A casa do lago é um lugar relaxado.
— Quem mais vai? — perguntei curiosa. Joshua soltou uma risada e jogou a cabeça para trás, zombando da minha cara. Ergui uma sobrancelha, sem entender aquela expressão.
— Mais ninguém. — disse fazendo uma careta, como se não fosse óbvio.
— Você quer que eu vá para a casa do lago com você? — repeti. — Apenas com você?
— É um pedido, Gabrielly. Você não pode recusar. — ele lembrou. — Caso contrário, vou poder recusar um seu.
— Vai ser estranho se ficarem sabendo que eu e você estamos juntos e sozinho em uma casa distante daqui.
— É só ninguém ficar sabendo. — ele deu de ombros.
— Eu não quero mentir mais. — encolhi os ombros e Joshua respirou fundo.
— Você não vai mentir. Vai omitir um acontecimento. — ele insistiu. — Além do mais, vai servir para você relaxar também. Lembrando que: você não pode recusar.
— E o Bailey? O que eu vou falar para ele, Joshua? — perguntei preocupada. — Desculpe, mas vou recusar. Não posso ficar em uma casa sozinha com você enquanto...
— Enquanto o que? — ele me interrompeu. — Qual é a definição que você e o Bailey tem agora? Namorados?
— Se eu aceitasse, seria uma falta de respeito com ele.
— Eu concordo com a Any. — Sra. Parkes, a bibliotecária entra na conversa. Ela não estava nem á um mês tomando contada biblioteca e já sabia o nome da metade dos alunos que estudavam lá. Ela nos olhou por cima do óculos e parou de fazer as anotações. — Você gostaria que a sua namorada aceitasse ficar em uma casa sozinha com um garoto.
— Eles não são namorados. — Joshua lembrou. — Eles não estão fazendo nada além de dar alguns beijinhos.
— Você não tem certeza! — afirmei, cruzando os braços.
— Fizeram alguma coisa além daqueles dois selinhos dentro do carro? — me perguntou. Eu ergui as sobrancelhas e me virei para frente de novo, o ignorando. — É claro que não. E outra, nós vamos como amigos.
— Ainda sim seria bem estranho. — comentei.
— Podemos chamar a minha prima então. — ele sugeriu, suspirando pesado. Ele parecia fazer isso contra a sua vontade. — Não vamos estar sozinhos.
— Podemos chamar o Bailey e...
— Gabrielly. — Joshua me interrompeu. — Não força! — ele pediu. Fiz uma careta e revirei os olhos. — Vai aceitar?
— Eu vou pensar ainda. — ele concordou e caminhou para fora da biblioteca sem reclamar.
— Na hora da saída te espero no estacionamento. — ele avisou, ainda de costas.
— Essa história de casa do lago vai ser divertida. — disse a Sra. Parker. — Me conte tudo quando voltar. — Ela pediu, como se fosse vidente e já soubesse a minha resposta. Franzi a testa e esperei-a terminar de anotar os livros que eu já havia devolvido, e os que eu precisaria.
ミミミ
Enquanto separava algumas anotações e exercícios para o Joshua fazer, ele estava tomando banho. Não havia entrado faz muito tempo, mas o suficiente para que eu terminasse aquelas anotações e ficar apenas o observando enquanto ele fazia. Ou melhor em outras palavras: relaxando.
Eu tinha meu encontro com o Bailey hoje à noite. Não sabia o que vestir. Por incrível que pareça eu não estava nervosa, pensando no que poderia ou não dar errado. Deve ser pelos vários encontros que tivemos antes desse que é o oficial. Sempre é legal estar com alguém que faz você se sentir confortável.
Ouvi uma voz um pouco distante, que parecia estar vindo do corredor. Era uma voz feminina. Meu palpite seria que ela é a prima do Joshua, já que assim que eu cheguei, a Sra. Beauchamp teve que sair.
Fiquei encarando a porta como se soubesse que ela seria aberta. Quando isso aconteceu, a garota com cabelos totalmente curtos e fones de ouvido grandes me encarou. Ela tirou os fones da orelha e pausou a música no celular, que antes, dava para ouvir da distância que eu estava.
— Any? — ela perguntou, parecendo incerta. Balancei a cabeça e ela se aproximou em alguns passos, praticamente escorregando, já que assim como eu usava apenas meias. A dela tinha várias desenhos misturados com um fundo preto, já a minha era apenas uma simples meia branca. Pelo menos ela combinava com o meu laço. — Minha tia falou que eu te encontraria aqui hoje.
— Prazer em te conhecer. — cumprimentei, estendendo a minha mão para que ela a apertasse. Fui surpreendia com um toque de mão camarada. Ela gargalhou com a minha cara de assustada.
— Sou a Taylor. — se apresentou. — Então está fazendo um trabalho com o meu priminho? — ela quis saber, se sentando no chão.
— Tem espaço aqui na cama. — avisei, inclinando a cabeça para o lado. — Não vai atrapalhar.
— Eu gosto de ficar no chão. Ainda mais nesse tapete. — ela passou as mãos pelo pano preto de pelinhos. — Vou levar para a minha casa. — sussurrou. Balancei a cabeça em concordância. — Mas enfim, como vai o trabalho?
— Não é um...
— Gabrielly! — Joshua chamou, ainda dentro do banheiro. — Pode pegar uma bermuda que está em cima da poltrona por favor?
— Está atrapalhando nosso diálogo, mané! — Taylor avisou, com um grito. Joshua abriu a porta do banheiro e colocou apenas a sua cabeça para fora, para que pudéssemos vê-lo.
— O que faz aqui? — Joshua quis saber.
— Dialogando com a Any. — Taylor explicou. Ela se levantou e pegou a bermuda que o Joshua falou, jogando-a em direção ao banheiro e acertando-a na sua cara. — Agora vaza! — Joshua bufou e fechou a porta do banheiro. — Continuando o nosso... Caramba!
— O que foi? — perguntei, olhando para os lados; depois para mim; e para a cama, vendo se tinha alguma coisa errada.
— Você parece com um cara que eu já fiquei. — ela comentou, fazendo uma careta e virando o rosto para o lado. Ergui as sobrancelhas e ela se apressou em dizer: — Não estou te chamando de homem. — assegurou. — Só que a cor do cabelo e o olhar se parecem muito.
— Coincidência! — exclamei. — E - aonde foi? Aqui na cidade mesmo?
— Sim — ela deu de ombros. — Foi quando eu vim passar 2 semanas aqui. Conheci ele em um grupo de amigos que o Joshua andava, ou ainda deve anda — ela explicou. — Mas o Josh não sabe. — ela sussurrou.
— Como era o nome dele? — perguntei curiosa.
— Noah.
— Noah? — me exaltei, dizendo o nome dele um pouco alto. — Ele é o meu irmão!
— Fala ai, cunhada. — Taylor zombou. — Estou brincando. Não gosto mais dessa fruta. — ela deu uma piscadinha.
— Eu estou... — fiquei parada, sem saber como completar aquela frase.
Joshua saiu do banheiro apenas com a sua bermuda que ele havia pedido, enquanto estava no banheiro. Taylor faz uma careta e fingiu que ia vomitar, me fazendo dar risada. Joshua nos olhou com uma expressão confusa.
— Estavam falando do que? — perguntou para nós. Olhei para Taylor e ela olhou para mim.
— Nada. — ela deu de ombros. — Que seja da sua conta. — completou.
— Já estão assim? — ele questionou. — Engraçado que até hoje você não é legal comigo. — Joshua disse para mim.
— Quem aguenta você, meu filho? — Taylor franziu a testa. — Coitada dela que precisa passar as tardes com você.
— Falando nisso, eu já preciso ir embora. — avisei, tirando os pés da cama e pegando meus tênis. — Joshua, eu deixei os papéis com as anotações e alguns exercícios aqui. — apontei para os papéis organizados no colchão.
— Por que? — perguntou Taylor.
— Tenho um encontro. — contei. Ela pareceu surpresa, olhou para o Daniel e eu fiz o mesmo. Ele tinha a cara fechada, e naquele momento, me lembrei que não havia comentado com ele que era hoje.
— Pensei que vocês tinham alguma coisa. — Taylor comentou. — Sorte sua, Any.
— Taylor! — Daniel a chamou. — No final de semana que vem vamos para a casa do lago? Gabrielly não quer ir sozinha comigo.
— Isso significa aturar você por um final de semana inteiro, sendo que eu poderia ir para baladas aqui? — ela questionou. — Só se mais alguém for também. Não vou ficar segurando vela para vocês!
— Não somos um casal. — lembrei-a, terminando de amarrar meu cadarço.
— Querida, ele é o meu primo, você não gosta do que eu gosto. — ela insistiu. — Então sim, eu vou segurar vela. Pode ser qualquer pessoa, cara!
— Pode ser o Bai...
— Sina. — Joshua me interrompeu. — James vai estar ocupado esse fim de semana, como comentou comigo. Noah não vai querer ir, ele nem sai mais. Sobrou a Sina.
— E o Trevor. — disse, levantando o olhar para ele.
— E com o Trevor que você vai sair? — desviei minha atenção para Taylor, que perguntou.
— Como sabe?
— Está dando para sentir o cheiro de ciúmes vindo do Josh a quilômetros de distância. — falou, despreocupada. — Ei, eu conheci a Sina! Tá aí alguém mais louca do que eu.
— Resolvido. Vamos chamar a Sina. — Joshua garantiu.
— A casa cabe mais um, Josh. Por que não convidamos o Bailey também? — Taylor provocou, recebendo um olhar de repreensão do Joshua.
— Cale a boca, Taylor. — Joshua disse firme.
— Vou nessa. — avisei mais uma vez, colocando as alças da bolsa nos ombros.
— Eu vou levar você. — Joshua disse, mas eu levantei a mão, fazendo-o parar.
— Quero ir andando hoje. — pedi. Ele concordou com um breve aceno e eu me despedi de Taylor com um toque de mão, assim como ela tinha feito quando me cumprimentou. Eu não era acostumada a cumprimentar ou me despedir das pessoas com esse gesto. O máximo era um beijo na bochecha e um aperto de mãos. Mas está aí uma coisa nova que os adolescentes fazem e eu preciso adquirir.
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Taylor Hatala
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