Capítulo 1
— Ah não Austrália, eu não vou seguir o Henrique com você de novo! Eu quero passar o recreio paquerando o Filipe! E sabia que nós temos uma vida social fora desse universo que você chama de "Henrique"?!— Minha melhor amiga Sarah me repreende.
— Shiiiihh, não fala o nome dele em voz alta!— Respondo olhando para os lados— E por favor, faz isso por mim, só mais uma vez!
— Ai Senhor, tudo bem, hoje é a última vez que a gente segue ele, mas sério, você tem que tomar alguma atitude, vai logo falar com o Henrique!
— Calma Sarah, tudo leva tempo, eu estou lendo milhões de livros de romance, ouvindo músicas sobre amor e principalmente vendo filmes melosos... Nem eu sei quantas vezes eu reprisei "10 Coisas Que Eu Odeio Em Você".— Digo.
— Olha Lia — Lia é o meu apelido— Eu tenho uma ideia, pois pra começar esse garoto tem que saber da sua existência...— Sarah começa.
— Fala logo Sah, não enrola.— Eu a interrompo.
— Você disse que ele está na equipe de handebol da escola, então como a equipe é mista, porque você não entra? Os treinos são às segundas e quartas à noite, você só precisa falar com a professora Cláudia, que é a treinadora.—
— POR QUE VOCÊ NÃO PENSOU NISSO ANTES?! Eu amei a ideia! Vou hoje mesmo falar com a Cláudia! Mas só tem um problema... Eu não sei jogar handebol, você mesma sabe que eu sou péssima em esportes.— Digo.
— Isso é o de menos, depois você aprende a jogar, e para entrar na equipe não tem que fazer nenhum teste.— Sarah me ampara.
— Olha lá Sarah, ele tá saindo da sala comendo uma maçã... Agora ele a jogou na lixeira reciclável... Sabe o que isso significa?! Significa que ele é saudável e ainda por cima se preocupa com o meio ambiente!— Digo completamente empolgada.
— Sério mesmo Lia?! Ai ai, dei-me paciência— Sarah diz colocando uma das mãos na testa em sinal de reprovação.
— Boa noite gente! Hoje temos uma nova integrante aqui na equipe, vou deixar ela se apresentar— A treinadora Cláudia se pronuncia na frente dos outros alunos que estão sentados e me dá a vez da fala.
— Oi gente, meu nome é Austrália— quando falo meu nome escuto um burburinho e umas risadinhas, algo que já é comum para mim— Mas vocês podem me chamar de Lia, e eu sou do primeiro ano...— Falo meio envergonhada.
— Bom Austrália, você poderia contar para seus colegas o motivo pelo qual você quis entrar para a equipe de handebol.—
Ah não, só me faltava essa!
— Então né, eu sempre amei handebol, é uma das minhas paixões— mentira—E eu sempre acompanho os campeonatos pela TV e tudo mais— mentira de novo— mas como eu não sou boa no esporte eu não tinha coragem de vir aqui treinar.— a única coisa que não era mentira, era o fato de eu não ser boa nessa modalidade!
Mas por favor, não me julguem! O que vocês queriam que eu respondesse?! "Ah treinadora, eu estou um pouquinho obcecada por um garoto, e como ele participa dessa equipe eu resolvi entrar para ele pelo menos ter noção da minha existência, e pra finalizar, eu odeio handebol." Até parece que eu ia falar isso. E que os jogos comecem!
É oficial, eu não me dou bem com esportes. Agora estamos no intervalo para se hidratar, mas ao invés de beber água como os outros, eu estou tendo que segurar uma sacolinha com gelo no meu nariz, pois só na primeira parte do treino, eu levei quatro boladas no rosto!
Mas pensando melhor, daqui do lugar onde eu estou sentada, tem um visão maravilhosa do Henrique... Nossa como esse garoto pode ser tão perfeito?! Com aquele cabelo castanho queimadinho de sol, ondulado batendo no ombro, aqueles olhos castanhos claros puxado pro verde, ombros largos e uma altura que combina direitinho com a minha.
— Ei garota — sou acordada dos meu devaneios por um estalar de dedos na frente do meu rosto — garota, limpa aqui na sua boca, porquê eu acho que você está babando pelo Henrique. — Um garoto de cabelos também queimados de sol diz e depois cai na gargalhada.
Eu não tenho reação. Não sei como agir ou o que falar, o menino percebendo meu desespero silencioso ri ainda mais.
— Prazer, eu sou o Carlos Eduardo, mas geral me chama de Cadu, e sou o melhor amigo do Henrique... Pera, você não é a garota que se mudou para a casa ao lado da minha!?— Ele diz estendendo a mão em minha direção.
Ainda sem muita reação, acabo apertando a mão dele.
— Eu sou a Austrália... E acho que já te vi saindo da casa ao lado de manhã cedo.— Finalmente consigo tomar fôlego para dizer algo.
— Olha, eu vou direto ao ponto Japinha. Eu sei que você tá gostando do Henrique, você acha que eu não percebi você nos seguindo já há um mês! — Ele diz.
— Tá, tanto faz, eu admito que estou gostando dele.— Digo.
O garoto ri novamente.
— Enfim, eu posso te ajudar com isso...— Carlos Eduardo começa a falar.
— Prossiga. — Respondo com mais firmeza.
— Eu vou te ajudar a conquistar o coração do meu melhor amigo.—
— Okay, mas você não vai fazer isso só pela felicidade alheia, né?! O que você quer em troca? —
— Agora sim, chegamos onde eu queria: a única coisa que eu quero é que você me arrume um encontro com aquela menina que sempre anda com você, a loirinha de cabelo encaracolado. — Cadu faz sua proposta a mim.
— A Sarah? — Pergunto.
— Essa mesma. —
— Beleza então, negócio fechado?! — Estendo a mão
— Negócio fechado! — Ele diz e aperta minha mão. — Ah, amanhã me encontre atrás as arquibancadas na hora da saída para discutirmos o plano, vamos depois andando juntos para a casa.— Ele finaliza e vai embora.
Convencer a Sarah a sair com Cadu talvez seja um novo obstáculo, pois além do mais, a garota está caidinha pelo Filipe, o garoto da outra sala, mas com jeitinho e bons argumentos, eu posso convence-la.
Estar apaixonado nem sempre é bom, e eu ainda posso te dar uns cinco motivos para você não se apaixonar.
Abro minha mochila e arranco um folha do meu caderno, pego uma caneta e escrevo no topo da folha "5 Motivos para não se apaixonar", pego uma caneta de outra cor e escrevo:
•MOTIVO 1: Se apaixonar faz com que você se torne meio estúpido(a), agindo irracionalmente e sem pensar nas consequências.
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