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Capítulo Quatro

Acordo com Theo ao meu lado ainda adormecido... A luz do Solário batia em minha face exatamente como havia feito no dia anterior, mas o garoto dormindo do outro lado da cama e o espaço privado totalmente diferente do meu do fez com que eu me lembrasse da minha nova realidade. Aquela em que correr era a únicacoisa que poderia fazer para me manter viva.
-Bom dia.-Disse Theo me fazendo pular de susto.
-Filho da mãe!-Grito lhe dando um tapa no braço, furiosa.
-Ai! Por que você fez isso?-Ele perguntou, em meio a resmungos.
Dei de ombros cruzando meus braços.
-Sei lá, talvez porque você quase me matou de susto?.-Olhei furiosa para o garoto que olhava pra mim, tranquilo.
-Meu Deus, só quero ver quando você for combater algum Spike Water.-Ele disse, ainda deitado na cama, com o corpo apoiado nos cotovelos para me observar melhor
Levantei da cama, não me dando o trabalho de responder a Theodore e fui até o quarto de Sarah, ela estava deitada de bruços, com os cabelos castanhos ondulados espalhados pela cama e por suas costas. Ela parecia em um sono profundo.
-Dorminhoca você.-Ela diz se sentando e abrindo os olhos, me assustando mais uma vez.
-Vocês combinam essa parada?!-Eu perguntei, indignada com o senso de humor doentio desse casal de irmãos.
-Está na hora de irmos.-Diz Theo, entrando no quarto e parando ao meu lado, mas com os olhos em sua irmã.
Suspirei. Não queria ir. Queria continuar nessa casa com meus irmãos. Mas tinha que fazer isso pelos meus pais e pela humanidade. Ri de mim mesma internamente. Aquilo havia soado ligeiramente brega e forçado, mas infelizmente era a verdade.

Aqui eu paro para que vocês, do século XXI possam entender. Mesmo com todos os problemas, Spike Waters, guerras e outras ameaças que poderiam ser encontradas no futuro, a filha de um político em ascensão sempre será a mesma. Eu nunca havia entrado em contato direto com um Spike

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-Vou sentir sua falta.-Diz Martha me abraçando, com lágrimas escorrendo por seu rosto pequenino.
-Eu também.-Diz Clover me beijando na bochecha e tentando secar as lágrimas antes que eu as visse.
Eu me ajoelhei em frente à Martha, para poder olhar dentro de seus olhos.
-Cuide bem de seu irmão, Martha. Faça dele tão forte quanto você.-Eu disse, me contendo para não chorar. Martha apenas assentiu em resposta, me deixando ligeiramente mais aliviada.
Elizia conversava com Theo e Sarah. Ela algumas poucas lágrimas caíam de suas órbitas castanhas e podia-se notar o quanto estava preocupada com os seus filhos.
Isso me lembrou o dia em que mamãe morreu. Lembrou-me que mesmo antes de sair de casa naquele dia fatídico, ela parecia saber o que estava prestes a acontecer. Lembrou-me de como ela beijou a testa de cada um de seus filhos e disse que nos amava. Lembrou-me do beijo que ela e meu pai trocaram, antes que ela se fosse para sempre.
-Preparei as mochilas que seu pai ofereceu.-Diz Elizia, secando as lágrimas e respirando fundo, sem encarar nenhum de nós.
Três mochilas pretas, as mesmas que meu pai me deu estavam lá. Mas pelo visto com outros apetrechos, que talvez nos ajudariam durante a nossa fuga para um lugar seguro o suficiente para que eu mande a mensagem para o futuro
Havia no bolso menor, o único que eu olhei, duas Knifellys, com suas lâminas azuis brilhantes tremeluzindo com a energia que as faziam ser armas mais do que mortais e uma Spot30 prateada.
Estes agora seriam meus meios de sobrevivência.

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Theo fechou a porta atrás do prédio de si, olhando para a rua silenciosa a nossa frente.
Andamos algumas quadras em pleno silêncio, enquanto o sol começava a nascer por entre os morros da cidade.
-Espere.-Disse Sarah, parando repentinamente, concentrada em alguma coisa.
Eu e Theo paramos de andar, como o instruído, mas os sons de passos continuaram por mais dois segundos. Estávamos sendo seguidos.
-Quem está aí?-Pergunto, num fio de voz.
Torcia veementemente para ser apenas um dos meus irmãos com a ideia insistente de nos seguir.
Silêncio.
Já dirigia a minha mão para a mochila quando uma faca passou rente a minha perna e fincou no compartimento de trituração de detritos. Me abaixei, agarrei a faca e juntamente com meus companheiros, corri o mais rápido que pude.
Nós corremos em linha reta por alguns metros antes de que fizéssemos uma curva fechada, parando e olhando para o lugar onde estávamos
-Droga!-Eu digo, me desesperando e procurando desesperadamente uma saída.
Era um beco sem saída. Havia um prédio com a porta abaixo do chão, com uma escadaria íngrime que serviria de esconderijo provisório
-Aqui!-Sussurrei meio alto, apontando para a escada de concreto negro.
Nos deitamos de costas na escadaria, torcendo para que o perseguidor não averiguasse o local aonde estávamos escondidos.
Mas de repente, em meio àquele silêncio matinal e a nossas respirações entrecortadas, sons de disparos retumbaram, sentenciando morte.

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