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    — E você deixou ela te bater? – Tyler pergunta segurando o riso.

    — Eu não fiz nada com a menina e o Dylan quase morreu, imagina se eu tivesse feito. – digo negando com a cabeça. Depois dos acontecimentos de ontem de manhã eu não me deixei ficar abalada, desci para o andar de baixo, tomei café da manhã com todos. Ninguém na mesa conversava.

     Ani olhava para Tiffany com uma cara nada boa. E toda vez que Dylan fazia algum carinho na Tiffany, a mesma me olhava vitoriosa. O decorrer do dia foi calmo, o casal só ficou no quarto e nem encheu mais ninguém. Espero que alguém tenha arrumado aquele quarto.

    E pensar que a discussão de ontem foi só por que tentei ajudar o babaca. As vezes é melhor deixar de lado mesmo.

    Agora estamos eu e Tyler numa pracinha perto do condomínio. Custou mais ele conseguiu me traser, não queria sair de casa.

    — Está preocupada é com o Dylan, Mell? – ele pergunta me olhando de relance.

    — Eu não disse isso, Tyler. – reviro os olhos.

    — Mas foi o que deu a entender. – ele dá de ombros. O empurro de leve e ele passa o braço pelos meus ombros. Tyler está se saindo um ótimo amigo.

    — Tyler. – o chamo e ele me olha calmo. — Você acha que... hum... se a caso a Tiffany não tivesse grávida, o Dylan estaria comigo? – pergunto sem jeito.

    — Claro, Mell, ele gosta de você. – tento retrucar, maa Tyler continua. — Ele estar com a Tiffany agora não significa que ele não gosta de você. Ele só está com ela, creio eu, para tentar fazer a coisa certa. O Dylan não é cem por cento babaca, Mell, no fundo, ele também tem um coração e mesmo ele gostando de você e ter se declarado e tudo mais, ele quer tentar corrigir a burrada que ele fez. – ele diz com calma.

    — Mas eu acho que ele deveria ter me falado, poxa. – digo melancólica.

    — Isso foi errado, eu mesmo conversei com ele e ele se arrepende por não ter conversado com você antes do jantar, mas ele achou que iria ser mais doloroso para ele. – ele me dá um sorriso.

    — Ele pensou só nele. – digo. — Está certo que a gente não tinha nada, mas, Tyler, não sei o que pensar. – reviro os olhos pelos pensamentos confusos.

    — As coisas vão se resolver. – ele diz otimista como sempre.

    — Você fala tão confiante que até parece que prevê o futuro e tá vendo eu e Dylan juntos, sem Tiffany e nem bebê. – retruco sorrindo e ele me acompanha.

    — Melhor pensar positivo, né, gata. – sentamos em um banquinho e continuamos conversando. Meus amigos ficariam com ciúmes se visse que eu estou próxima de Tyler e ele tá sendo um belo amigo.

    O rapaz pede um sorvete para ele e para mim, numa barraquinha ali perto. Depois de um tempinho, como já era 5:30 da tarde, decidimos ir embora.

    — Pelo anjo? – Tyler pergunta confuso, quando termino de falar.

    — Não vai me dizer que você nunca assitiu Shadowhunter? – o olho incrédula.

    — Eu não. – ele diz como se eu isso não fosse nada.

    — Você. Precisa. Assistir. – digo pausadamente e ele gargalha abrindo a porta da frente da casa. Assim que entramos, damos de cara com Dylan sentado no sofá com uma cara péssima. Tyler logo fecha a porta e vamos em direção á cozinha, passando em silêncio pelo cozinha.

    — Você não sai mais daqui, Tyler. – Dylan se pronuncia olhando para a televisão, antes mesmo da gente consiguir sair do seu campo de visão.

    — Achei que não tinha problema vim na casa do meu amigo. – Tyler diz dando de ombros.

     — Sem problemas, mas você passa muito tempo com outra pessoa e não com o "seu amigo". – ele faz aspas com os dedos na palavra amigo.

    — Você só fica com a Tiffany agora. – Tyler retruca.

    — E você com a Mellanie. – Dylan retruca do outro.

    — Então esse é o problema, Dylan? – Tyler pergunta e eu interrompo.

    — Vamos, Tyler. – digo lhe puxando para cozinha. — Qual é, Tyler? Ia brigar com ele? – pergunto indo em direção à geladeira.

    — Ele merece. – ele diz um pouco nervoso.

    — Ele merece. – o imito, fazendo-o revira os olhos. — Vai dar tudo certo. – digo arrancando uma gargalhada do mesmo.

    — Boaa. – ele diz. Sorrio também. Coloco uma jarra de suco no balcão e dois copos, sirvo Tyler e a mim. — Aí, que cavalheira. – ele zoa.

    — Sempre. – digo me sentando ao seu lado. Bebemos o suco em silêncio até que Tyler o rompe.

    — Você quer sair? – ele pergunta e eu lhe observo.

    — De novo? A gente acabou de chegar da rua. – ressalto como se fosse óbvio.

    — Não, lerda, sair para um lugar específico. – ele me olha com expectativa, assinto com a cabeça.

    — E qual lugar seria esse? – continuo bebericando meu suco.

    — Eu tava pensando que a gente poderia ir ao cinema. – olhando para Tyler percebo que ele parece um pouco nervoso.

    — Tá bom. – o respondo.

    — Te pego as 8 horas? – ele perguntar e eu apenas assinto. Terminamos de tomar o suco conversando sobre algumas coisas aleatórias, mas logo Tyler foi para sua casa se arrumar, pois teria que voltar aqui para mr buscar. Me despedi dele na sala, já conversei com Ani que estava lá, e subi rapidamente para meu quarto, indo direto ao banheiro, após fechar minha porta, para tomar um banho.

    Visto uma calça jeans rasgada no joelho, uma camiseta preta e um all star branco, pentio meu cabelo e termino de me arrumar rapidamente. Olho no relógio do meu celular e ainda são 7:34 da noite. Me sentei na cama, dei uma olhada rápida nas minhas redes sociais e quando escutei a campanhia tocando, avisei Ani, que estava em seu quarto, que já estava indo e desci quase correndo pela escada para abrir a porta.

    — Oi. – digo, recuperando o folêgo. Tyler sorri e me olha de cima embaixo.

    — Você está linda. – ele diz.

    — Não é nada de mais. – confeço, afinal, é verdade.

— Continua linda. – ele sorri novamente. Saio da casa, fecho a porta e seguimos para o carro do garoto. Tyler abre a porta do carro para mim e eu agradeço com um aceno. — A Tiffany está ai? – ele pergunta, assim que dá partida no carro.

    — E quando ela não está? – pergunto indiferença.

    — E você age como isso não te incomodasse. – Tyler alfineta.

    — Posso ligar o rádio? – mudo de assunto e ele sorri.

    — Claro, fique a vontade. – ele diz. Assim que ligo o rádio está passando a música Panda, Desiigner.

    — I got broads in Atlanta; Twisting dope, Lean, and the Fanta; Credit cards and the scammers; Hitting off licks in the bando; Black X6, Phantom: White X6 looks like a panda; Going out like I’m Montana; Hundred killers, hundred hammers; Black X6, Phantom; White X6, panda: Pockets swole, Danny; Selling bar, candy. – cantarolo me movimentando no ritmo da música.

    — Não sabia que você curtia trap. – Tyler resalta me olhando. — Adorei a dancinha. – ele faz um movimento com o braço e eu gargalho.

    — Eu não fiz isso. – faço bico ainda sorrindo.

    — Jamais. – o rapaz zoa. O restante do caminho passamos converando, cantando e rindo um do outro.

    Chegamos ao cinema, Tyler ficou na fila para comprar os engressos do filme enquanto eu fui pegar pipoca. Não demorou muito para entrarmos na sala, pois a fila estava pequena. Assistimos ao filme e no final passamos em uma lanchonete.

    — O que foi? – pergunto para Tyler que está me olhando travesso. Ele segura seu hamburguer numa mão e com a outra leva para minha bochecha.

    — Tem molho aqui ó. – ele diz e limpa minha bochecha.

    — E você Tyler? – o pergunto e ele me olha com as sobrancelhas arqueadas. — Não tem nenhuma mina na sua vida? Uma que faz teu coração acelerar? – brinco sorrindo.

    — Tem sim. – o olho surpresa com a revelação. — Ela chegou esses dias e já tem grande controle sobre mim. – assinto.

    — E como é o nome dela? – pergunto curiosa.

    — Um dia você vai saber. – ele diz com uma voz misteriosa.

    — Misterioso. – rimos. — É melhor irmos embora, já são quase 11 horas. – digo me levantando. Tyler assente e seguimos para o carro estacionado. Entramos e seguimos para casa, assim que chegamos, Tyler desce do carro e abre a porta para mim novamente.

    Desco do carro e me viro para o rapaz.

    — Muito obrigada pela noite maravilhosa. – digo.

    — Não foi nada, Mell. – ele diz com a mão nos bolsos da calça. — Eu já vou indo, a gente se vê depois. – antes de ir embora, damos um abraço singelo e vejo o mesmo se afastar. Sigo em direção a casa, abro a porta com a chave que Ani me deu, fecho a porta e me viro, dando de cara com Dylan.

    — Cara, quer me matar? – pergunto para ele que aparece atrás de mim como um fantasma.

    — Agora você tá com o Tyler? – ele pergunta sem ligar para o que eu falei.

    — Acho que isso não lhe diz respeito. – tento passar por ele, mas ele segura meu braço. — Me solta, Dylan. – digo baixo.

    — Vocês estão juntos? – ele pergunta mantendo a calma.

    — Não. E se estivéssemos não seria da sua conta. – digo por fim, tentando parecer indiferente. Ele solta meu braço assim que ouve um pigarreio.

    — Oi, meu amor. – Tiffany diz se jogando no mesmo e lhe dando um beijo bem exagerado.

    — Não precisa disso, Tiffany. – Dylan diz sério e ela o olha com raiva. Reviro os olhos e vou em direção à cozinha fingindo não ouvir a voz de gralha da Tiffany.

    Bebo um copo com água, mas logo subo para meu quarto, passando pela sala, que Tiffany e Dylan estava agora pouco. Fecho a porta do Meu quarto e coloco meu pijama e me deito, logo adormecendo.

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