d e z e s s e t e
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Olho para o meu colo e vejo Dylan, ele parece bem focado na tela do notebook. Ele fez a barba, cortou o cabelo semana passada e parece ter ganhado os quilos que perdeu. Não que ele esteja gordo, ele está o Dylan, vamos dizer assim.
Se passou um mês desde a festa de Ian e podemos dizer que esse um mês foi tranquilo, sem emoções conturbadas, sem Tiffany e, principalmente, sem festas onde o dono me agarra à força.
— Achei que era para assistir a série. – saio dos meus pensamentos assim que ouço a voz de Dylan. — Mas parece que você está me assistindo. – ele dá um sorriso, fazendo eu sentir meu rosto esquentar.
— Cala a boca. – dou um tapa de leve em sua testa, fazendo o sorriso do mesmo se alargar.
Estamos desde cedo em seu quarto e já assistimos vários filmes e, agora, estamos maratonando uma série.
— Mellanie. – vejo Dylan me olhando enquanto eu tento prestar atenção na tela.
— Eu. – respondo passando a mão em seus cabelos e sem olhar para o mesmo.
— Posso te fazer uma pergunta? – ele fala com calma e eu apenas assinto, mesmo sabendo que isso já foi uma pergunta. — Eu percebi que todas as vezes que a gen.. – Dylan é cortado pela porta que é aberta rapidamente, sem a pessoa que entra ter batido nela.
— Meu amores. – a pessoa que passa pela porta, vulgo Tyler, diz pulando em nós dois na cama, fazendo eu e Dylan gritar, pois o mesmo quase derrubou o notebook.
Segundos depois, Eva entra no quarto.
— Eu disse que eles estavam ocupados. – ela empurra Tyler dando um sorriso sugestivo.
— Você não bater na porta? – Dylan pergunta para Tyler com uma leve irritação na voz.
— Larga de ser grosso. – reclamo com Dylan e já puxo Tyler para um abraço. Meu amigo retribui o abraço, já se sentando na cama e Eva faz o mesmo. — Como vocês estão? – pergunto.
— Bem e vocês? – Tyler pergunta revezando seu olhar entre Dylan e eu.
— Bem, até vocês invadirem meu quarto. – Dylan responde por nós dois.
— Eu tentei impedir ele de subir, mas é o Tyler, né? – Eva se justifica.
— Sem problemas. – falo.
— Não, tem problemas sim. – Dylan começa falando, mas para assim que lhe belisco. Ele me olha e coca a nuca. — O que o casal deseja? – o rapaz pergunta, fazendo Eva ficar toda vermelha.
— Nós não somos um casal. – ela se apressa em dizer.
— Não? – Tyler a olha incrédulo, assim como eu e Dylan.
— Não me lembro de você me pedido em namoro, Ty. – explica sem jeito.
Olho para Tyler e ele sorri presunçoso. Aí tem.
Tyler respira fundo, se levanta da cama e, logo após, se ajoelha e então eu entendo o que tá acontecendo. Eva arregala os olhos e parece sem reação.
Meu amigo enfia a mão no bolso e de lá tira uma caixinha vermelha, abrindo ela de frente para Eva.
— Eva, você chegou na minha vida de repente e fez tudo dar uma grande reviravolta. Você me mostrou o que é se apaixonar por alguém em pouquíssimo tempo e o que é amar do mesmo jeito. – Tyler dá uma pausa dramática e então Dylan entrelaça nossa mão, fazendo meu coração vibrar. — Com você, eu sei que posso ser feliz. Eva Darlley, você aceita namorar comigo? - olho para Eva e percebo que ela está emocionada.
Tyler, que até então estava com um sorriso enorme no rosto, fica preocupado com a falta de resposta.
— Se você não quiser, eu entendo. – ele diz sem jeito e vejo Dylan segurar o riso e, no mesmo momento eu lhe empurro. Ele me olha e sorri, eu com vergonha, encosto minha cabeça em seu ombro e observo nossas mãos entrelaçadas.
— É claro que eu aceito. – ouço. Sorrio por ver meu amigo tão feliz, e então ele coloca o anel no dedo de Eva e a mesma me mosra.
— Parabéns. – falo. Tyler me abraça e sussurra em meu ouvido Ela aceitou me fazendo rir.
Eles não ficaram muito mais tempo com a gente. Logo eu e Dylan descemos para o jantar e jantamos todos em silêncio, até o momento em que terminamos de comer e eu falei que iria arrumar tudo.
— Eu ajudo. – ouço Dylan dizer.
— Ok. Boa noite crianças. – Ani fala se levantando para sair. Me despeço de Mia, que me dá um abraço e logo após sai com seus pais.
Começo a retirar a mesa e vejo que Dylan está me olhando com um sorriso nos lábios.
— O que foi? – pergunto.
— Nada. – diz, mas nem ele mesmo acredita nisso. Dylan me ajuda, sem trocar uma palavra se quer comigo e, assim que a gente termina tudo, me encosto na pia.
Dylan se aproxima, ficando a uns 30 centímetros de distância e nós nos olhamos dentro dos olhos um do outro.
— Você se lembra daquele dia que você ficou comigo, quando eu estava, é... – começa me dizendo e eu assinto. — Quando eu disse que não queria estar com a Tiffany, mas sim com você. – ele faz um pequena pausa dramática. — Você acreditou em mim? – termina.
Passo longos segundos lhe encarando, procurando uma resposta sincera para aquela pergunta, uma que não doa tanto, até porque eu tentei acreditar, mas estava difícil.
— Bom, eu não posso dizer que acreditei cem por cento, pois... – começo dizendo, mas paro assim que ele assente.
— Eu preciso que você saiba que o que eu disse não foi mentira. – ele revela, me parecendo sincero. — Você acredita em mim? – pergunta. Desço meu olhar para o chão, que parece bem mais interessante do que qualquer coisa no momento.
— Eu não sei, Dylan. – revelo. Me sinto uma boba por estar frente à frente com o garoto que eu gosto e, simplesmente, não me sentir segura em confiar nele.
— Eu te entendo. – me surpreendo quando ele diz, pois achei que ficaria chateado, já que se passou mais de um mês desde que a história com Tiffany se passou. — Se eu estivesse no seu lugar, eu também não saberia. Mas eu peço que não desista de mim, eu sei que fiz merda, mas, Mellanie, eu realmente gosto de você. – declara.
Respiro fundo tentando jogar toda a minha insegurança fora, mas percebo que não consegui quando Dylan se aproxima de mim, na tentativa de me beijar e eu, simplesmente, viro meu rosto e o beijo é depositado em minha bochecha.
O rapaz suspira frustrado, como se estivesse cansado. Na verdade, ele deve estar, até porque eu nunca lhe dou abertura para que possamos tentar novamente.
— Tudo bem, eu já venho percebendo que você está fazendo de tudo para evitar isso. – ele se afasta abruptamente.
— Desculpe, Dylan. – só consigo dizer isso. O rapaz sai da cozinha praticamente correndo. — Idiota. – digo para mim mesma.
— Oi. – me assusto quando ouço a voz de Tyler ecoar pela cozinha. – A porta estava aberta. – justifica. Ele se aproxima, se encostando no balcão e eu lhe encaro, sabendo que ele quer perguntar o que aconteceu.
— Dylan perguntou se eu acreditava nele e nos seus sentimentos e eu disse que não sabia, ai ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto. – digo tudo muito rápido.
Encaro Tyler e o mesmo não esboça reação.
— Se eu fosse você, eu também estaria confuso, Mell. Mas.. – ele se aproxima de mim, tocando minha mão num gesto carinhoso.
— Tyler, eu não sei o que fazer. – confesso.
— Mell, já se passaram semanas desde que a Tiffany já não faz mais parte da vida do Dylan, se passaram semanas desde que a festa do Ian aconteceu. – ele começa dizendo. — Eu sei que você pode estar insegura e tudo mais, mas o Dylan pensa que você não sente o mesmo por ele. E pelo que você me disse, ele está tentando algo desde o dia da festa, ele não vai esperar para sempre. – por um instante, me sinto em pânico.
Eu gosto do Dylan, mas eu não consigo dizer, demostrar ou coisa do tipo. E o medo da gente se beijar e, minutos depois, aparecer uma versão 2.0 da Tiffany?
— Não é para você fazer algo forçado, mas as vezes a gente tem que deixar o medo de lado e enfiar a cara. – diz. Encaro Tyler e não consigo não sorrir e então ele me abraça.
— Estava com a Eva até agora? – pergunto ainda abraçada a ele.
— Sim, deixei ela em casa e passei aqui. – assinto, com os olhos fechados, não querendo soltar meu amigo.
— Eu sei que você me ama. – digo. Sinto o peito do mesmo vibrar em uma risada.
— Coitada. – ele resmunga e por isso lhe dou um beliscão, fazendo o mesmo dar um pulinho. — Já vou indo, está tarde. – Tyler olho seu pulso, fingindo ter um relógio no mesmo, me fazendo sorrir assim que me afasto dele.
— Idiota. – falo. — Eu sei que você vai me trocar pela Eva a partir de agora, eu vou me acostumar. – finjo um drama.
— Tem Tyler para todo mundo. – fala convencido, me fazendo dar uma risada. — Mell. – ele chama a minha atenção, parecendo querer dizer algo sério. — Você acha que a Eva gostou do pedido de namoro? – Tyler pergunta um tanto acanhado.
— Se ela gostou? Cara, até eu gostei, e olha que nem era para mim. – sorrio e Tyler me olha sem nenhuma expressão no rosto, a não ser seus olhos que parecem ler minha alma, e isso me faz querer cavar um buraco no chão e me esconder dentro dele. — Tyler, ela amou, com certeza. – digo, somente. — Meu amigo está apaixonado. – brinco, dando um pequeno empurrão no mesmo em seu braço.
— Seu amigo tá apaixonado. – ele repete. Ficamos em silêncio alguns segundos, quando Tyler faz um barulho com a boca. — Agora é sério, vou indo. – assinto. O rapaz me dá um abraço desajeitado, mas eu somente sorrio.
Assim que ele sai da cozinha, eu faço o mesmo. Quando chego na sala, ele já não está mais lá.
Subo o lance de escadas com tudo, mas quando passo em frente ao quarto de Dylan, pela fresta de sua porta meio aberta, vejo ele tocar um dedilhado no violão. Ele deixa o instrumento de lado, mostrando ainda mais seu corpo desnudo, vestido apenas por uma bermuda, pega seu celular na cama e, no mesmo segundo, dá um sorriso totalmente apaixonado.
Tyler tem razão. Dylan não vai me esperar para sempre.
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