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c i n c o

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    Passamos o caminho todo conversando, logo chegamos à um restaurante, muito chique por sinal. Dylan abriu a porta do carro para mim e tudo mais. O jantar foi ótimo, conversa vai, conversa vem e Dylan acabou insinuando que aquilo era um encontro, mas eu disse que não, que era apenas dois amigos saindo para comer e conversar, ele não disse mais nada. No final eu disse que pagaria a conta, porém, ele foi bem mais rápido que eu e pagou.

    — Está tudo bem? – ouço a voz de Dylan ecoar pelo carro.

    — Porque? – respondo sua pergunta com outra pergunta.

    — Você não para de olhar para trás, para os lados e até mesmo no GPS. – lanço um olhar para ele e penso se devo falar o que se passa na minha cabeça ou não.

    — Tá. – digo. — Você tem certeza que esse é o caminho para sua casa? – ergo minhas sobrancelhas em questionamento e Dylan abre um sorriso.

    — E quem disse que a gente está indo para lá? – ele diz tranquilo e eu fico mais nervosa ainda. Nos conhecemos não faz nem um mês, não sei se posso confiar segamente em Dylan. Vai que ele está me sequestrando.

    — Mas eu achei que... – fico um pouco nervosa ao falar, mas ele coloca a sua mão direita sob a minha.

    — Fica tranquila, ok? – ele pergunta. — Eu não vou te sequestrar. – ele me olha rápido e joga uma piscadela em minha direção, logo voltando à prestar atenção na rua novamente. Só então consigo respirar um pouco aliviada.

    Foco meu olhar em Dylan e, com certeza, eu não me cansaria de olhar para ele. Com a mão esquerda no volante e a direita, que a segundos atrás estava na minha mão, no colo, maxilar tenso e olhando pra frente ele fica ainda mais maravilhoso.

    — Você quer uma foto? – ele pergunta sorrindo.

    — Não entendi. – digo sem jeito, olhando para o lado oposto.

    — É que você ficou me encarando. — ele percebeu, meu Deus, e agora eu só sinto o meu rosto queimar. — Chegamos. – ele anuncia, me tirando dos meus pensamentos, assim que para o carro em um jardim, todo gramado e com algumas flores, ele é cercado por árvores e por entre elas eu vejo o local mal iluminado e que não tem ninguém.

    — Não é perigoso? Parece abandonado. — digo já descendo do carro.

    — Fica tranquila, Mell. – Dylan solta um pequeno sorriso nasal ao abrir a porta de trás. — Me dá uma mãozinha? – chego mais perto e ele me entrega um violão, que eu nem tinha reparado que estava lá, e ele pega um forro.

    Dylan segura minha mão e me conduz para dentro do local. Quando chegamos no meio do lugar, ele solta a minha mão e coloca o forro no chão, se senta e indica para mim sentar também, entrego o violão para ele e ele coloca o mesmo ao seu lado no chão, e só então eu me sento e Dylan se deita, cara doido, mas acabo fazendo o mesmo.

    — Caraca. – digo olhando para o céu. Ele está todo estrelado, algo que não da muito para se ver no meio da cidade. Olhando assim, parece uma cidade cheia de lâmpadas acesas. É simplismente lindo!

    — Não sei se esse palavreado foi algo bom ou ruim. – percebo o olhar de Dylan e me viro para l encarar também.

    — Foi bom, seu bobo. – respondo.

    — Sabia que você ia gostar. – diz ele, todo convencido. — Eu gosto de vir aqui as vezes. – continua após alguns segundos.

    — Você trás suas "amigas" aqui? – a pergunta sai antes mesmo de minha mente processar ela e como resposta, eu recebo um sorriso.

    — Não, você é a primeira pessoa que eu trouxe aqui. – ele me olha e sorri novamente, retribuo. Ficamos em silêncio observando as estrelas e então minha mente é invadida por lembranças de quando meu irmão me levava no parque para gente conversar e também ver as estrelas.

    Sinto uma movimentação e vejo Dylan se sentando e pegando o violão.

    — Levanta ai, preguiça. – me sento rindo.

    — Não sabia que você tocava, Sr. Campel. – digo em tom de brincadeida.

    — Tem muitas coisas sobre minha pessoa, que você não sabe, Sra. Clark. – ele diz rindo, entrando na brincadeira.

    — Ui, então me mostre o que sabe fazer. – digo. Dylan assente e começa a tocar uma melodia, que logo percebo que é Never be alone. Meu sorriso se alarga e o dele também.

    — I promise that one day I'll be around, I'll keep you safe, I'll keep you sound, Right now it's pretty crazy, And I don't know how to stop or slow it down.

    Me arrepio quando ouço sua voz rouca cantar mas não paro de sorrir.

    — Hey, I know there are some things we need to talk about, And I can't stay, Just let me hold you for a little longer now.

    Ele continua cantando e sorrindo. Quando chega o refrão eu canto com ele.

    — Take a piece of my heart, And make it all your own, So when we are apart, You'll never be alone, Never be alone.

    Ele canta o restante da música toda me olhando e quando termina ele diz:

    — Acho que você gostou, não é?! – ele pergunta incerto. Não digo nada, apenas o abraço e Dylan demora um pouco, mas acaba retribuindo.

    — Eu amei. – digo ainda sorrindo e ele também sorri. Pego o violão em seu colo. — Agora é a minha vez, qual sua música preferida? –
pergunto, o pegando de surpresa.

    — Então você também toca? – ele diz.

    — Tem muitas coisas sobre minha pessoa, que você não sabe. – uso sua frase contra ele mesmo.

    — Ok! – ele Dylan dá uma risada gostosa e, ao parar, me olha. — Então tá, love is easy, McFly.

    — Mentira que essa é sua música preferida? – pergunto sentindo um arrepio e ele assente. — Eu também amo essa música. – digo sorrindo.

    — Olha, então você sabe tocar ela? – assinto. — Então me mostre o que sabe fazer. – o local fica em silêncio e assim, eu começo a tocar love is easy.

    — Do do do do do do, Do do do do do do, Do do do do do do.

     Começo sorrindo.

    — Today I’m laughing the clouds away, I hear what the flowers say, And drink every drop of rain, And I see places that I have been, In ways that I’ve never seen, My side of the grass is green. Oh, I can’t believe that it's so simple, It feels so natural to me.

    No refrão, Dylan canta comigo.

    — If this is love then love is easy, It's the easiest thing to do, If this is love, then love completes me, Cause it feels like I’ve been missing you, A simple equation, With no complications to leave you confused. If this is love, love, love, Oh, it’s the easiest thing to do.

    — Casa comigo garota. – Dylan fala rindo. — Você canta e toca muito bem. – diz depois de alguns segundos.

    — Posso dizer o mesmo de você. – coloco o vilão no chão e me sento mais ao seu lado, encosto minha cabeça no seu ombro e ele segura minha mão. Se alguém me dissesse, no dia em que conheci o Dylan, que estaria assim com ele, eu mandaria a pessoa ir se catar, mas posso dizer que esse momento está perfeito.

    Olho para as estrelas e penso em Nathan, talvez poderia ser ele aqui ao meu lado, mas Deus sabe o que faz. Em meio ao silêncio, confortável, só escuto a minha respiração e a de Dylan.

    — Eii, estrelinha. – o mesmo me chama, com o apelido que meu irmão me chamava, devo dizer e Fico tensa e meio perdida em pensamentos até que Dylan diz: — Tá tudo bem, Mell?

    — Sim. – assinto. — Só estava pensando em uma pessoa pessoa. – ele me olha e se levanta. Dylan estende a mão e me ajuda à levantar também e eu dou um sorriso para ele, pego violão e ele pega o pano e só então seguimos em direção ao carro e entro no mesmo e coloco o violão no banco de trás, Dylan entra e faz o mesmo com o pano. Encosto minha cabeça no vidro e ficamos em silêncio o restante do caminho.

    — Está tudo bem, Mell? Você não gostou? – quando entramos no condômino, Dylan rompe o silêncio.

    — Não.. – digo e ele me olha com o olho arregalado. — Quer dizer, sim, eu amei o encontro, foi tudo perfeito. – digo segurando sua mão e então Dylan abre um sorriso.

    — Então era um encontro? – ele pergunta com o sorriso mais lindo que eu já vi.

    — Você me entendeu Dylan. – digo empurrando ele pelo ombro, brincando. Chegamos em frente sua casa, ele aperta no controle, o portão se abre e entramos com o carro na garagem. Saímos do carro e voltamos para fora. — Por que não passamos pela porta da garagem? – pergunto para ele, confusa.

    — Ela é trancada por dentro e eu não tenho a chave. – assinto e seguimos para porta da frente. Ele abre a porta e me dá passagem, entro e Dylan entra logo em seguida fechando a porta. — É..é..e..

    — Muito obrigada por esta noite incrível. Foi perfeito. – digo e ele assente. Subo para o meu quarto, troco de roupa e me deito. E quem disse que eu consigo dormir? Eu fico rolando de um lado para o outra na cama, mas o sono não vem.

    Minutos depois, percebo que alguém abre a porta do meu quarto e então eu fico quieta com os olhos fechados por um tempo. Sinto a minha cama afundar, logo sinto o cheiro familiar do perfume do Dylan, o mesmo toca meu rosto, fazendo um carinho. Ele se levanta da cama e antes de sair do quarto, deposita um beijo na minha testa.

    Pelo anjo, o que foi isso? Do nada, tudo fica mais embaraçoso do que nunca. Lembranças do encontro inundam minha mente, a parte que o Dylan me leva pra ver as estrelas e me chama de estrelinha. Logo lembro de Nathan, isso me trás boas e más lembranças daquela época.

    As boa era de quando Nathan estava do meu lado e as más é de quando eu já me via sozinha, sem meu porto seguro.

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Até mais 💕

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