Sempre em meu coração
14 de Agosto
7:00 A.M.
Apartamento dos Stylinson
*Harry*
Último dia em que Harry voltaria para a universidade, por um lado ele se sentia, vazio, afinal, passou parte do tempo ali, chegou a desenvolver muitas coisas com seus alunos, gostava de dar aulas, contudo sentia-se mais aliviado por saber que seu relacionamento com Louis poderia ser de fato livre de qualquer regra. E depois, ele já recebia uns e-mails de empresas para que ele fosse trabalhar, ainda estava decidindo qual escolheria, era como ele dissera antes, um fotógrafo nunca estava desempregado.
Esses dias vivendo com Louis estava sendo lindos e grandiosos, de vez em quando eles discutiam, mas não passava de uma discussão de casal, no final ambos não conseguiam ficar sem falar. O que era bom.
O sol daquela manhã resplandecia lindamente, fazendo com que os raios iluminassem o quarto do casal, Harry meio sonolento, começa a distribuir beijos pelo pescoço do Louis, subindo pra seu rosto, indo de encontro aos lábios adormecidos do amado, Tomlinson resmunga alguma coisa e se espreguiça como uma criança manhosa, abrindo os olhos lentamente ele olha para Harry.
— Bom dia amor! — Murmurou bocejando com a mãos entre os lábios.
— Bom dia! — Harry o beija rapidamente — É tão bom acordar com você em plena manhã. — Comentou enterrando seu rosto no pescoço do jovem que soltou uma risada baixa.
— Mesmo eu acordando com a cara amassada e os cabelos rebeldes? — Louis acaricia sua nuca.
Harry apoia os anti-braços nas laterais do corpo de Louis, fitando bem o de olhos azuis com um sorriso mais bobo de todos.
— Você fica sexy assim. — Louis negou a cabeça, sorrindo sem mostrar os dentes.
— Você é um bobo sabia?!
— Por você, com toda a certeza.
O maior, envolve seu braço direito na cintura do Louis, arqueando o corpo do jovem para encostar no seu, Tomlinson abraça seu pescoço, facilitando seu movimento para beija-lo. Seus lábios bailavam no mais puro clássico beijo preguiçoso de uma manhã, as línguas estavam calmas enquanto entravam em contato uma com a outra. Louis interlaça suas pernas na cintura do Harry, que deixa seu corpo todo cair sobre o do namorado, Styles massageia a cintura de Louis subindo e descendo seus dedos pelo seu corpo.
— Temos quanto tempo para namorarmos? — Louis perguntou entre seus lábios.
Harry ergueu o olhar para o despertador na sua cabeceira, vendo a hora.
— O bastante para fazermos o que queremos fazer. — Foi tudo que disse.
As pequenas mãos de Louis agarram as costas nuas de Harry alisando-a com dedos, enquanto Harry avançava o gosto daquele beijo, Styles sente as mãos de Louis percorrendo todo seu corpo indo para a sua barriga atravessando seu short amarelo taquitel, apertando com cuidado o seu membro. Harry gemeu, porque não conseguia se segurar aos toques de Louis, foi mais difícil ainda quando o jovem começou a masturba-lo sem aviso prévio. Harry envolve sua palma nas nádegas de Louis, apertando-a cada movimento que o jovem faziam com a mão.
Harry mordeu os ombros do jovem, sentindo seu corpo acender uma chama ainda maior aquela manhã, Louis gemia quase num sussurro perto do seu ouvido atiçando mais a sanidade do Styles. O garoto mordeu o queixo do namorado roçando suas pernas uma na outra.
(...)
A água do chuveiro caia sobre seus corpos, lavando seus corpos que minutos atrás estavam suados devido ao fato de terem se masturbado e provocando um orgasmo bem intenso. Harry passa o shampoo nos cabelos de Louis fazendo uma massagem para espalhar o produto inteiro na cabeça do jovem, que passava o sabonete em seu tórax.
— Como se sente ao saber que hoje é seu último dia na universidade? — Louis desliza as mãos para os gominhos da barriga de Harry com o sabonete.
Harry não chegou a pensar muito nesse sentimento, era confuso, porque ele sentiria falta, causando dentro dele uma tristeza, contudo, havia um pouco mais de felicidade por estar livre daquelas regras que a universidade e qualquer lugar impunha, de não se relacionar com os alunos, estava livre para viver seu amor com Louis.
— Amor, eu não sei explicar, estou sentindo uma mistura de sentimentos aqui. — Explicou pegando a quantidade de bolhas que o shampoo fez na cabeça do Tomlinson e colocou nas laterais da bochecha do jovem — O maior deles é saber que nada vai me impedir de beijar você na frente de todos e poderei buscá-lo como um bom namorado faz com o outro.
O garoto na sua frente corou mas não deixou de sorrir.
— Você é um cara incrível, sabia? — Louis morde os lábios, colocando o sabonete de volta no suporte grudado na parede. — A cada dia que passa eu só me apaixono mais por você. — Foi para de baixo da água, deixando que ela lavasse seu cabelo ensaboado, Harry ajudou passando seus dedos naquela região.
O rapaz tinha uma surpresa para fazer ao namorado, estava ansioso para que o fim do dia chegasse logo e sua despedida fosse fechada com chave de ouro.
Assim que o sabão escorre para o ralo, Louis se afasta e da espaço para que Harry se enxaguasse, contudo o maior lhe puxa pela cintura para que ambos ficassem cobertos pela água.
— Ahh Harry seu louco. — riu o pequeno se segurando nos braços largos do namorado. — Hazza!
— Você é um pedaço de mim, eu te amo desde do dia em que me disse sei nome. — Comentou Harry, baixando a cabeça para que seus lábios juntas sem aos de Louis.
— Me pergunto, que se não tivesse sobrevivido aquilo, E-Eu não estaria vivendo esse momento. — O pequeno toca nos lábios do outro.
— Mas eu voltei para você, nunca vou te deixar amor. Você me fez forte e eu estou aqui agora. — Harry beija Louis, misturando o naquele jato de água que caia sobre seus corpos.
||•|| Flashback ||•||
8 de Junho
8:28 P.M.
Holmes Chapel
A chuva caia muito forte aquele dia, Harry estava com muita raiva após ter uma discussão feia com Louis, ele sabia que não deveria ter gritado com o namorado, ainda mais por saber que Louis não gostava daquilo, mas ele estava enciumado por ter visto o tal Phill muito próximo do namorado, Harry era uma pessoa bastante ciumenta e deixava isso bem claro, infelizmente não sabia um jeito de controlar esse sentimento de modo “pacífico”. Por isso não agiu com a cabeça quando saiu aos murros com o rapaz. No final resultou no Louis se chateando com ele e uma briga inesperada.
Harry estava na sua moto, andando em alta velocidade, sentindo a brisa e água da chuva caindo sobre seu corpo, havia saído tão rápido da sua casa que se esqueceu de pegar o capacete, mas tudo bem, pensava, não iria acontecer nada de ruim com ele, afinal a pista estava deserta e logo ele voltaria para casa, precisava esfriar a cabeça para poder pedir desculpas pelas merdas que fez e pela briga desnecessária com o seu namorado.
Não notando, ele já sabia que havia chegado a uma conclusão, a quem ele queria enganar?
Louis é tão importante para ele, não suportaria ficar mais algum tempo sem ter seu Tomlinson ao seu lado. Convencido do que era certo, ele deu meia volta com a moto e ir para a casa. A tempestade aumentou e os trovejos reluzia no céu acima, Harry acelerou mais a moto, não percebendo que uma árvore acabará de cair no meio da pista narrando a passagem de Qualquer veículo, o impacto fora forte, seu corpo foi jogado para frente e a moto ficou estirada atrás de si, a cabeça de Harry colide com força no chão e ele não vira mais nada.
(...)
“Ele precisa de uma cirurgia urgente”
“A pancada foi forte, isso é um problema”
“Harry!”
Eram palavras que ouvia, mas Harry não conseguia distinguir de quem era, ele havia aberto os olhos, contudo, não via nada, Harry estava tão fraco que desistiu e apagou novamente.
10 de Junho
1:15 P.M.
Sala da UTI
O som apitando perto de seu ouvido, diversas vezes ao seu lado, fez sua cabeça doer e Harry queria que aquilo parasse para que ele pudesse voltar a dormir, mas era pedir demais. Ele se mexe um pouco, na cama desconfortável, seu corpo tremia e Harry se sentia fraco demais. Era como se um jato de água tivesse lhe acertado o deixando sem fôlego e forças para nadar contra a corrente. Soltando um gemido de dor, ele abre os olhos, mas foi como se não os tivesse aberto, estava tudo tão escuro, sozinho, Harry queria que alguém ligasse as luzes para ele poder ver o que estava acontecendo, piscou várias vezes para ver se aquilo passava mas não, ainda estava na escuridão.
Seu peito começou a queimar e uma ânsia lhe subiu na garganta, Harry deixou as lágrimas escorrerem, ele queria entender porquê não conseguia ver nada.
— Harry?! — Ouviu a voz doce e manhosa de Louis ao seu lado, o garoto parecia estar chorando muito e ele queria tanto olha-lo para secar suas lágrimas — Amor, você acordou, e-eu achei que ia te perder você, oh céus, quando os médicos ligaram dizendo que sofreu um acidente eu fiquei sem chão, não sabia o que fazer... — Soluçava o Tomlinson, segurando sua mão, o maior sentiu a cabeça do namorado em seu peitoral molhando-o com as lágrimas.
Acidente?
Então ele estava em um hospital? Mas por que aquilo estava acontecendo com ele?
Harry fez a junção das coisas e lembrou que andava em alta velocidade na moto, quando depois sentiu seu corpo ser arremessado para a pista e depois nada. Ele começou a chorar pensando que agora estava sem visão, não poderia mais viver com aquilo, Harry não queria que aquilo fosse real.
— Lou.. — Chamou o namorado em prantos — Me diz que está de noite e a luz está apagada. — Fungou esperando pela resposta, o pior de tudo aquilo era que ele só poderia ouvir os sons e nada mais.
— V-Você não consegue me ver? — a voz de Louis era surpresa e assustada. Harry negou com a cabeça — Amor...
— Que horas são? — Harry pergunta ríspido.
Ouve um momento de silêncio.
— Uma da tarde. — falou o namorado.
Harry chorou cada vez mais, repetindo a palavra “não” várias vezes, então seu mundo já não fazia sentindo, como iria ser agora? Sem visão ele não pode ser nada, perderá uma das maiores dádivas que um ser humano, que era poder ver o mundo, as paisagens, as coisas da vida, de ver o rosto mais belo do seu namorado. Desesperado, ele arranca os aparelhos que sentia em seu corpo.
— Harry para, não faça isso! — Tentava Louis o impedir, mas Harry lhe empurrou chorando cada vez mais.
Ele se levanta zonzo e se apoia na cama de hospital, não sabia como andaria naquela escuridão, sem saber aonde pisar, mas fez assim mesmo o movimento para frente, caindo de bruços no chão.
— Harry por favor! — Ouviu os passos de Louis até ele, em seguida sentiu as mãos do pequeno envolta do seu corpo, novamente ele estava sem forças e tudo que fez foi abraçar Louis de volta — Vai ficar tudo bem, eu sei que vai meu amor. — Beijou o topo da cabeça do Harry.
19 de junho
3:45 P.M.
Casa dos Styles
Nove dias que Harry descobriu que perdeu a visão, o médico disse que o acidente impactou seu nervo ocular, por isso Harry não conseguia ter sua visão, mas ele ainda tinha chance de recuperá-la por ter recebido atendimento rápido, e não ter piorado tudo. Mesmo que fosse melhor ele ficar no hospital se recuperando, Harry pediu ao doutor para que ele voltasse para a casa pois se sentia mais confortável, demorou cerca de uma semana, para que o mesmo cedesse, contudo, as enfermeiras iam na sua casa, ajudá-lo com alguns medicamentos para as dores de cabeça que ele sentia, todas as manhãs, Louis ou sua mãe, lhe levavam no oftalmologista e no neurologista para o seu tratamento e ver se havia algum avanço mas por enquanto nada de resultados positivos.
Harry se tornou um cara frio e não falava muito com seu namorado, família e amigos que vieram lhe visitar, estava tão desolado que nada no mundo lhe importava, sabia que aquilo era egoísta e maldoso mas ele estava quebrado, perder sua visão fora a pior coisa de todas. Ele sentia falta de tirar suas fotos, de olhar nos olhos azuis do seu namorado e se perder por completo, Harry agora só conseguia ouvir sons, agora eles se tornaram seus olhos, na maioria do tempo ele se pegava imaginando como era que as coisas ao seu redor agora, tentava visualizar a expressão facial das pessoas quando ouvia elas conversando perto de si ou com ele. Era estranho fazer isso, mas também considerava algo curioso.
Sua mãe havia contrato uma professora de Braile, afim de fazer o filho ficar ocupado ao invés de pensar que aquela cegueira seria para sempre, que era bom, descobrir um pouco do outro “mundo” cujo ele não viveu antes. Harry aceitou para não desapontar Anne, ele sabia que ela sofria com aquilo, em vê-lo triste, ainda mais que faz pouco tempo que Robin morrerá, Harry sofreu o acidente, Anne deveria estar devastada, infelizmente isso fazia com que Harry se sentisse um peso na vida dela, como nas das pessoas ao seu redor.
Confessava que as aulas eram seu único divertimento, a senhorita Rosalinda era divertida e lhe explicava com paciência as coisas sobre o braile. Ao longo desse pouco tempo, Harry conseguia sentir a presença de alguém que estava perto dele, decorou rapidamente os passos de cada um da sua casa, o que era bom, ele conseguia se sentir...seguro?!
Mas mesmo que lhe tivesse dias bons, Harry não deixava de chorar baixinho todas as noites, se lamentando por tudo o que aconteceu, ele sabia que Louis o ouvia e também que o jovem dexava-o viver esse momento sem interferência, Louis era compreensível é mesmo que o diálogo dos dois passaram para um “Oi”, “Tudo bem?”, “Estou”, “Bom Dia”, “Boa Noite”, “Estou aqui caso queira minha companhia”, o garoto continuava com ele, Harry até se sentia mal por estar agindo com tanta frieza com seu namorado, no fundo ele esperava para o momento em que Louis dissesse que iria embora por não aguentar mais ficar ali convivendo como se fossem dois fantasmas, mas se surpreendia por não ouvir nada disso, Harry até acharia melhor que Louis não convivesse com esse novo “eu” dele, só que ao mesmo tempo, sabia que precisava de Louis ali com ele de alguma forma.
Hoje era o dia em que ele não iria a consultas, nem tinha aulas, era seu descanso, Harry ouvia suas músicas clássicas enquanto passava os dedos no livro que sua professora lhe deu para aprender um pouco mais a ler em braile, seu corpo estava encostado na cabeceira da cama assim que ele sentiu uma presença familiar próximo de si.
— Oi Lou! — Falou mantendo sua concentração no livro.
Ouviu um suspiro profundo do outro lado do quarto, imaginou Louis com as mãos no bolso e o rosto corado por ter sido pego olhando para Harry.
— Vim saber se está tudo bem. — Comentou o jovem baixinho.
— Está sim. — Respondeu.
— Ãn...okay, estou lá embaixo, qualquer coisa pode me chamar. — Ouviu o rurgir na madeira do seu quarto, sabia que Louis estava se virando para sair dali.
— Fica aqui comigo?! — Pediu parando tudo que fazia.
Um silêncio pairou entre eles, Harry engoliu seco a espera da resposta.
— Oh, sim. Claro! — Os passos de Louis foram se aproximando novamente. O seu lado da cama afundou e ele constatou que agora Louis se encontrava perto demais dele. — O que consegue entender até agora?
Harry deduziu que Louis falava sobre sua leitura, ele sorri e respira profundamente.
— Algumas coisas, decorei o alfabeto em braile, então fica mais fácil. — Explicou, o que era verdade, Rosalinda havia dito que Harry pegava as coisas muito rápido, logo não precisaria das suas aulas caso sua dedicação continuasse assim.
— Pode me ensinar? — Louis pediu.
— Quer mesmo aprender isso? — Harry indaga.
Ouviu a risada baixa do namorado.
— Sim, por favor. — comentou manhoso.
Harry franziu o cenho e assentiu.
— Feche os olhos e coloque sua mão sobre a minha. — Pediu, sorrindo.
— Okay, fechei. — Louis segurou a mão de Harry.
O maior sentiu um calorzinho bom ao contato que fizeram novamente, já fazia um bom tempo que não faziam àquilo, ele realmente sentia falta. Louis ofegou ao seu lado e ele soube que o garoto sentia o mesmo que ele.
— Fechou mesmo ou está enganando esse pobre cego aqui? — Brincou para descontrair.
— Estou com os olhos fechados Harold. — Praguejou Louis.
Harry solta uma risada e vira a palma do garoto para baixo, manteve seus dedos grudados nos de Louis, deixando apenas o indicador e o médio em posição da leitura. Deslizou os dedos de Louis em cada braile do livro.
— Essa é a letra A. — Sentiu e fez com que Louis também sentisse, ao menos assim pensou — Essa é B, C e D. — percorreu todo o livro, mesmo que não estivesse vendo, sentiu o olhar de Louis sobre ele.
Harry explicou todo o abecedário ao Louis, que ouvia e murmurava que estava entendo algumas vezes.
— Acho que agora você pode ler em Braile. — Harry comenta feliz.
— Não tenho certeza disso, Harry, eu não pego as coisas tão fácilmente como você, sério, eu tenho que ler várias vezes até conseguir decorar, e olha que a chance disso acontecer é de zero a um. — Louis resmungou.
— Ora para de drama, sei que consegue, ao menos tente então. — Harry volta a segurar os dedos de Louis, colocando o sobre a frase que lia minutos atrás.
— Harry...
— Shiiiu, nem pense em tirar seus dedos daqui rapazinho. — Bravejou.
— Ei, pare de me tratar como se eu fosse uma criança.
— Está agindo como uma. — Harry rir, imaginando o rosto zangado de Louis.
— Tá, vamos logo com isso. — O jovem bufa, encostando sua perna na de Harry.
Styles voltou a guiar os dedos de Louis pelo livro, acompanhando sua voz que falava a frase no texto.
— “Quando eu fecho meus olhos, mesmo não sabendo como...” — Louis faz um pausa, Harry sabia que ele estava tentando formar as palavras então aguardou até que o outro continuasse — “...como são as cores dos dias, o lugar aonde me encontro, os rostos que me olham, os perigos que corro quando estou andando por aí, vejo o seu olhar sobre mim, vejo nossa vida a cada dia que passa, pois nesse meio tempo descobri que não preciso enxergar com os olhos, pois já tenho os meus e eles veem tudo quando você está ao meu lado.”
Terminada a leitura, Harry sentiu seu livro cair no chão e suas mãos tocarem os lábios de Louis, ambos respirar ofegantes, ele estava com saudade de ver aquele rosto perto do seu, mas como não era mais possível, Harry queria ao menos sentir cada parte de Louis, enxerga-lo novamente pelo seu toque. Deslizou seu dedo em cada traço dos lábios do jovem, sentido a respiração quente nas pontas dos seus dedos, em seguida subiu para as maçãs do rosto do jovem, acariciando-a com cuidado, subindo ainda mais até às pálpebras de Louis, encostando no cílios dele, Harry amava o cílios de Louis, ele sorri e deixa seus dedos caírem para os lábios se Louis novamente.
O garoto abraça a nuca do outro, não deixando mais nenhum espaço existir entre eles, a saudade do toque um do outro fora tão grande que viram seus lábios se chocando um contra o outro, esse beijo estava sendo diferente, de qualquer outro que já deram, mesmo que houvesse lágrimas molhando o, Harry sentiu que aquele beijo demonstrava a força do amor deles para enfrentar qualquer tipo de barreira que se opunha na vida de ambos, porque mesmo que se afastasse algo magnético os juntava novamente, era bom, porque não imaginava sem Louis na sua vida e imaginava que o jovem pensava da mesma forma.
Harry só queria parar de agir como um idiota com uma pessoa incrível como Louis, porque ele foi, ao decidir ficar sem falar com aquele ser incrível que entrará na sua vida, perder Louis estava fora de cogitação, não deixaria que isso acontecesse novamente.
Suas mãos agora seguravam o rosto de Louis, enquanto suas línguas comemoraram o fato de estarem juntas novamente.
— Eu só quero que saiba que esse acidente não foi sua culpa, eu peço desculpas por te tratar com tanta frieza nesses últimos dias, você não tem-
— Harry tudo bem. — Louis o cortou — Eu amo você, mesmo que aja como um cara mais Torrão de todos. Você é o cara que quero viver o resto da minha vida e só sairei dela quando me pedir.
— Eu não seria capaz. — Harry selou seus lábios — Só queria poder olhar dentro dos seus olhos agora...
— Amor, você vai voltar a enxergar, eu te prometo. — Louis beijou a ponta do seu nariz. — Mas se isso não vier acontecer, eu continuarei aqui ao seu lado, não importa, só quero estar com você. — Louis juntou seus lábios novamente, fazendo Harry o abraçar cada vez mais.
.........
22 de julho
10: 47 A.M.
Jardim da casa do Harry
O sol estava agradável aquela manhã, pela primeira vez Harry desceu para ficar ao ar livre, Louis insistiu tanto que ele não pode resistir. O que foi até bom, pois nesse momento sua cabeça estava sobre as coxas macias de Louis, enquanto o jovem lhe fazia um cafuné.
— Mas vocês já tranzaram depois do acidente? — Zayn perguntou a direita de Harry.
O maior ouviu um som de tapa é um gemido de dor na mesma hora, o que lhe fez rir.
— Zayn, isso é lá pergunta de se fazer? — A voz de repreensão do Liam ecoa.
Harry novamente se viu imaginando Liam com a cara amarrada, enquanto Zayn dava de ombros como se nada estivesse acontecido.
— Eu sei que você também quer saber a resposta Payno. — Harry comenta rindo.
— Olha STYLES, não é só porque está sem ver que vai escapar de uma surra minha. — Liam esmurra o no alto do braço.
— Aí, seu idiota! — Harry resmungou. — Não brinco mais contigo.
Harry ouve Louis soltar uma risada e aprofundar os dedos ainda mais nos cabelos dele.
— E como está sendo esses últimos dias? — Liam muda o tom de voz para um mais amigável e preocupado.
— Estou me adaptando a tudo, mas sabe, minha cabeça não dói mais como antes e eu estou sendo bem cuidado pelo meu namorado maravilhoso aqui. — Sorriu visualizando na sua mente Louis fazendo o mesmo. — Estou bem.
— Que bom, fico muito mais feliz em ouvir isso Amigo. — Sentiu as mãos de Liam apertarem seu braço num gesto carinhoso.
— Bom, vocês vão se casar mesmo? — Zayn torna a falar.
Harry e Louis começam a tossir surpresos com a pergunta.
— Zayn, não. — Louis falou — Só temos cinco meses de namoro, ainda é muito cedo pra pensar nisso.
— Nunca é tarde para pensar em algo assim. — Liam provoca.
— Se for pra ser será Payno, agora vamos mudar de assunto por favor? — Harry tateou os braços soltos de Louis, procurando sua mão.
— Também acho. — o jovem segura sua mão e ele a aperta.
— Dois chatos. — Zayn e Liam resmungaram.
.........
23 de junho
7:20 A.M.
Consultório de oftalmologia
— Então, como andam as coisas senhor Styles? — Perguntou a doutora Elena, após massagear as têmporas de Harry.
O rapaz estava com os olhos fechados, na madrugada Harry jurou ter visto vultos ao abrir os olhos, ele se assustou e acabou tropeçando no próprio pé e caindo com tudo no chão, sua cabeça bateu e ele desmaiou, tudo que sabe foi que Louis dirigiu as pressas a oftalmologista, mesmo sabendo que Harry deveria era ir para o hospital. Harry desde que chegou negou a abrir os olhos novamente, estava acontecendo tudo tão rápido e aquilo era inexplicável, ele não queria ilusionar que sua visão voltaria novamente. Pois ele surtou antes e agora poderia ser a mesma coisa.
Harry machucou as pessoas que amava, não queria que isso acontecesse de novo.
— Minha cabeça dói um pouco. — Falou num resmungou.
— Tudo bem, isso foi devido ao fato de ter caído, o remédio que tomou logo irá aliviar isso. — A voz doce de Elena o envolve, Harry apenas concorda balançando a cabeça.
— Ele ficará bem doutora? — Louis pergunta, sua voz parecia distante e preocupada.
— Vai sim querido, a queda não afetou muito a cabeça desse rapaz aqui. — Ela rir — Harry, preciso da uma olhada nos seus olhos, pode abri-los?
Aquela pergunta era o que Harry mais temia.
— Harry? — Elena indaga.
Ele solta um suspiro e umedece os lábios, de qualquer forma não poderia escapar daquilo, então sem mais opções e desculpas na mente, Harry abre os olhos lentamente, vendo um vulto bem na sua frente, tinha a forma de uma mulher, mas não podia distinguir porque eram escuras, seu coração acelerou aquilo não era um sonho, Harry podia ver algumas coisas como vulto, ele só não sabia se aquilo o assustava ou lhe deixava animado.
— Tudo bem querido?
— Acho que posso te ver. — Falou com a voz tremida.
— Como? — Anne levantou a voz.
Harry viu outro vulto preto se juntar ao outro que estava na sua frente.
— Explique bem isso Harry.
— Bem, são vultos na minha frente, não é uma imagem totalmente, mas posso ver que tem dois vultos parados próximo de mim. — Explicou olhando perdido para as pessoas.
— Isso é inacreditável, nunca aconteceu com nenhum paciente nosso antes. — Elena dizia assustada e com tom de felicidade.
— Lou? — Chamou o namorado.
Podia ouvir o fungar da sua mãe assim como outro o acompanhando, um vulto menor se aproxima e toca na sua mão.
— Estou...aqui. — Tomlinson disse choroso.
Harry sentiu-se mais calmo com o namorado ali por perto, era como se Louis fosse sua força para manter ele de pé.
— Eu tenho que ligar para o doutor, se as coisas forem mesmo como estou pensando, Harry voltará a enxergar mais rápido do que previsto. — Elena comenta e o maior pode ouvir seus passos se afastando.
Seus olhos se encheram, por mais que fosse uma boa notícia, Harry sabia que ela poderia ser apenas um alarme falso. Contudo o rapaz não conseguiu segurar o choro diante as duas pessoas que amava.
— Você vai vencer filho, tenha fé. — Anne massageou sua perna, chorando junto com o Harry.
— Eu disse a você amor, dará tudo certo. — Sentiu os lábios molhados de encostando nos seus.
........
Aquele dia, Harry fez uma série de exames, ninguém parecia acreditar que ele conseguiu um pouco da sua visão de volta, a verdade é que nem ele mesmo acreditava. O resultado daquilo foi deixá-lo exausto a ponto de chegar em casa e subir para seu quarto, Louis o acompanhou e saiu assim que Harry disse que tomaria um banho, o jovem gritou que iria preparar alguma coisa para que eles comessem antes de dormirem.
Harry deixou a água percorrendo todo seu corpo enquanto pensava em tudo o que estava acontecendo, isso era obra de Deus, porque não havia outra explicação, Styles fechou os olhos e agradeceu com todas forças por tudo, chorando novamente ele conversou com Deus e mostrou sua gratidão. Harry ficará tão emocionado que cairá de joelhos e assim ficou durante algum tempo do banho.
...........
28 de Junho
2:08 P.M.
Joalheira
— Tem certeza de que é esse? — Gemma , bem, o vulto dela mexia ao seu lado.
A voz da sua irmã estava duvidosa em relação a sua escolha, mas Harry tinha a convicção de que aquela era a escolha certa. Segundo a descrição da dona para ele, o objeto era bom, então por que não Ouvir?
Umas das coisas que Harry veio aprendendo foi que ouvir os outros é algo muito importante, descobriu quando alguém está falando a verdade e quando não está, pois muito das vezes olhar nos olhos de outrem não significa que aquela pessoa está sendo cem por cento sincera no que diz, o tom de voz que ela usa é o que vale.
— É esse Gem, confia em mim. — Afirmou apertando os dedos um nos outros.
— Então tá, se diz.
Ele riu do jeito desconfiado que a irmã usou no tom de voz.
.......
6:00 P.M.
Harry dormia tranquilo na sua cama, ultimamente andava cansado, os exames não paravam e ele se sentia um verdadeiro cobaia dos médicos, não parava mais em casa e quando conseguia seu tempo, estava dormindo pois tudo o deixava cansado. Ele agradeceu por ter seu contrato com a universidade no fim, pois agora que não tinha o cem por cento da sua visão, não poderia dar mais suas aulas, ele andava pensando no que faria daqui para frente, não queria ficar parado sem o que fazer.
Mesmo não podendo ver como antes, ele tentaria algo e poder realizar sua vida ao lado de Louis sem se tornar um dependente, Harry gosta de ter sua própria independência, sempre pensou assim desde que terminou o ensino médio.
Lábios quentes encostam no seu maxilar, isso faz com que o maior se mexa ainda com os olhos fechados na cama. Ele sorri por reconhecer o cheiro doce do seu namorado, Louis estava em cima dele, deslizando os dedos nos seus cabelos enquanto fazia o percurso com a boca pelo Harry.
— Senti sua falta hoje! — murmurou o pequeno beijando sua pálpebra.
— Eu também, desculpe por estar dormindo, ando bastante exausto. — Comentou apoiando suas mãos na altura da cintura de Louis.
— Ei, tudo bem.
— De Verdade? — Harry indagou.
— Sim amor. — Louis rir.
“Eu só queria poder ter o prazer de te ver de novo”
Pensava Styles soltando um suspiro triste na mente, ele abre os olhos como fazia todas as vezes, todavia as cores não eram visíveis, nem as formas eram boas, os rostos e o lugar em sua volta tinha foco, como ele via agora, seu olhar se arregalou e ele começou a tremer assustado novamente, aquilo não era real era?
Louis estava bem ali na sua frente sorrindo enquanto seus dedos brincavam com a covinha de Harry, Styles piscou repetida vezes, atraindo um olhar apreensivo do namorado.
— Lou? — Sua voz sai tremida.
— Sim, Hazza?
Uma lágrima escorreu pelo canto do seu olho.
— Pode ligar para a doutora Elena? — Indagou, mantendo o olhar em Louis.
— Aconteceu alguma coisa? Está se sentindo mal?
Harry negou.
— Acho que minha visão voltou. — Harry disse chorando.
||•|| Flashback off ||•||
Harry já havia deixado Louis na universidade, ambos se despediram com um beijo antes de seguirem caminhos opostos, no bolso da sua calça estava algo que ele usaria no fim do dia. Ele estava tão nervoso quanto antes ou no mês de junho, mas confiante no que iria fazer, já andou pesquisando algumas coisas também, se desse tudo certo, e daria, sua felicidade com Louis se estenderia cada vez mais. Ambos já estavam bem maduros nesse relacionamento, Harry começou a conversar mais com Demi para poder trabalhar suas crises de ciúme, agradeceu por ter uma amiga que era psicóloga.
Seus passos se apressam para a sala do reitor George antes dele ir se despedir dos seus alunos e amigos professores, é claro que ele iria manter o contato e eles iriam sair, mas ele se despediria no quesito de colegas de trabalho.
Sorrindo docemente para a secretária da escola, Harry da duas batidas na porta do reitor.
— Entre Sr. Styles! — George gritou lá de dentro.
Harry rodou a maçaneta e fitou o reitor embolado com papéis sobre a mesa e uma bagunça de livros no pequeno sofá da sua sala, o maior lembrou-se da primeira vez que entrou ali para fazer sua entrevista de emprego, o quão nervoso ficará a cada pergunta feita pelo George, ou das vezes que vinha fazer companhia ao reitor rindo de algumas coisas esquisitas que eles faziam. Sentiria falta daquilo e das piadas sem graça que ambos contavam e riam juntos.
— Tudo bem? — Harry apontou para o mesmo que deixará os fios grisalhos caírem sobre o rosto.
— Esqueci aonde coloquei a minha certidão de casamento, minha mulher a quer a qualquer custo, mas não acho em lugar algum. Não sei mais o que fazer. — Falou balançando as mãos no ar — Nem sei pra quê ela precisa dessa porcaria. — bufou chutando a cadeira.
— Esse seu humor carinhoso para as coisas me faz querer ficar mais para presenciar isso todos os dias. — Gargalha o maior.
— Ora, é claro, ao invés de ajudar esse pobre coitado que pode acabar tendo em vista um papel de divórcio por não saber aonde enfiou o do casamento. Que ótimo da sua parte Styles. — George disse com ironia.
— Tudo bem eu te ajudo, só porque estou de bom humor hoje.
— Obrigado?!
Harry rolou os olhos e rir.
(...)
Passado certos minutos eles reviraram toda a sala, fazendo uma grande bagunça quando a filha de George liga dizendo que a mulher dele estava com certidão na bolsa e havia esquecido. Isso fez xingamentos nada amigáveis do George saíram da sua boca, ambos arrumam a sala deixando a como estava novamente, Harry ouviu o reitor reclamar das formas que as mulheres tinham de deixar os homens loucos.
— Já tem um emprego? — Perguntou o reitor de ajeitando na cadeira.
— Um fotógrafo nunca está desempregado George. — Harry passa os dedos entre o cabelo — Não se preocupe que ficarei bem.
O outro balançou a cabeça concordando.
— Saiba que todos aqui sentiram sua falta, tenho que agradecer por me ajudar ao prestar seus serviços nessa universidade.
— Eu que agradeço por me dar a chance de mostra-lo durante esse semestre. — Harry sorri.
— Vai manter contato com esse velho aqui, não vai? — George se levanta abrindo os braços.
— Não posso perder o contato das pessoas importantes, não é?! — Harry o abraça, sendo retribuído.
— Cuide do garoto Tomlinson, desejo toda a felicidade para os Dois.
— Agradeço e desejo o mesmo para você. E mais uma vez obrigado por ser compreensivo e não expulsar a mim ou o Lou, quando soube sobre nós. — Harry se afasta.
— Com amor não devemos brincar e nem meter o bedelho, não é mesmo meu caro?!
Harry concorda rindo mais um pouco junto com George.
..........
Andando pelos corredores Harry sentiu tudo estar tão quieto, causando suas suspeitas do que poderia estar acontecendo. Aos poucos foi gravando os lugares da universidade como as fotos e vídeos que fazia. Harry estava tão disperso que assim que seus pés se movem e param, ele trava seu corpo, não acreditando no que via.
CONTINUA....
⚓⚓⚓
Penúltimo capítulo é o próximo gente
Desculpem os erros :-/
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