04 | Chupão
O clima após o dia anterior estava péssimo. Era estranho, não sabiam o que estavam fazendo. Acordaram juntos, na cama, depois de uma longa pegação noturna.
China correu para fazer o café da manhã enquanto que Eua fugiu para academia, os dois na tentativa de aliviar o estresse. Adivinhem só? Não aliviou.
Assim que se encontraram em casa não conseguiam parar de se encarar. Estavam perdidos, completamente perdidos.
Em uma tentativa de escape, China ligou para Coréia do Norte, propondo um passeio. Mas segundo o coreano, ele estava ocupado demais com os projetos químicos dele.
Que se foda o Norte, não é? Tinha outros amigos.
Rússia estava com Mongólia.
Japão estava com Taiwan.
E Coréia do Sul com Tailândia.
Mas que porra? Por que todos os seus amigos deram para namorar agora? Aquilo era simplesmente ridículo, nenhum deles estava disponível, era estúpido.
Como escapar desse clima desagradável então?
─ Eua... ─ China aclarou a garganta ─ Ehm... Sei que as coisas andam meio... Meio?...
─ Esquisitas? Estranhas? Desordenadas? ─ completou.
─ É. Meio que isso ─ arregalou os olhos ─ Mas eu queria que esse clima chato sumisse sabe... ─ disse cabisbaixo.
─ É, China, eu também queria.
O clima ficou mais tenso ainda.
─ Por que você tá sendo seco comigo?
─ Eua arregalou os olhos e se levantou da cadeira ─ Por que eu tou sendo seco com você?! Cara você tem noção do que tá acontecendo? Nós somos inimigos, seu merda! Parece que me beijar fez o seu cérebro esquecer disso ─ soltou irritado, fazendo o outro se levantar junto com um olhar indignado.
─ Há! Agora é fácil falar depois de ME beijar! Quem se aproximou primeiro foi você, seu imbecil! Eu só quero ajeitar as coisas entre nós pra que não fique um clima de morte na casa...
─ Cala a boca, sua bichona! Nós somos inimigos e ponto final. É essa nossa solução. Aquelas merdas nunca mais vão acontecer, entendeu?
─ É óbvio que não vão.
Os dois apenas se olharam. Aquele era um olhar sério, de ódio, diferente dos olhares que trocaram na noite passada. Eles estavam voltando a estaca zero.
─ Vou sair com Rússia, volto tarde ─ o asiático mentiu.
─ Foda-se ─ ignorou.
Assim que China saiu, Eua sentiu um aperto no peito. Estava com raiva. Mas do que? De ter sido um idiota e beijado o outro? Sim, mas tinha algo mais. Ele estava com raiva de China. Mais especificamente por ele estar saíndo. Estar saíndo e o deixando. Estar saíndo com Rússia.
Ciúmes?... Não! Que imbecilidade.
Já de noite, Eua não conseguia dormir. Já eram 00h47 e o chinês ainda não havia chegado. Será que havia acontecido algo com ele? Ou será que ele e Rússia...
Eua corou com a ideia e balançou sua cabeça. Estava ficando louco daquele jeito. Não aguentaria sequer um mês naquela casa preso com aquele homem.
Bufou, e desceu para fazer um chá. Tinha essa horrível mania herdada de seu pai. Foi criado com litros e mais litros de chá.
Enquanto bebia o preparado, escutou a porta da sala se abrir e fechar. China havia chegado. E ele estava ali.
Olhou pela porta da cozinha e se deparou com um China desarrumado, com o cabelo completamente bagunçado. Espera, China desarrumado? Aquilo era uma bomba. China nunca andava sem ter seu cabelo perfeitamente arrumado e cortado, com suas roupas passadas e lisas.
Apesar disso, aquela aparência rebelde caía bem no chinês. Ele ficava... sexy.
Eua sentiu seu estômago revirar. Como ele poderia estar pensando isso de seu próprio inimigo? Ele e Rússia com certeza haviam transado. E Eua se sentia um estúpido por se importar com isso. Por que ele estava pensando sobre isso? Por que parecia que o mundo estava girando? Por que, por que, por que...? De repente um estalo acordou o estadunidense de seus pensamentos.
─ Eua? ─ China estava em sua frente, o olhando fixamente, com aquele olhos tão lindos e...
Eua precisava focar. Mas aquela cara linda não o deixava fazer isso. Nunca havia notado sua beleza.
─ S-sim?
─ Por que merdas você tá aí parado me encarando? ─ Eua travou.
Ele o estava encarando?
─ A-ah... Eu tava bebendo um chá... Insônia, sabe como é, né ─ soltou um risinho, tentando disfarçar o nervosísmo.
─ Então tá ─ deu de ombros ─ Vou tomar um banho ─ fazendo Eua imaginar.
─ Ah.
Ele queria agarrar China contra a parede e o beijar ali mesmo. Dar um soco em Rússia e dizer que China era dele, inimigo só dele e de ninguém mais. A relação deles era só deles, e ninguém deveria se meter no meio deles.
─ China... ─ fez o outro se virar.
─ O qu- ─ foi cortado por um beijo agressivo que o empurrava para o sofá.
Rapidamente correspondeu e ainda mais rápido intensificou o beijo. Estavam desesperados um pelo outro. Queriam sentir o sabor um do outro. Queriam tudo um do outro.
China, jogado no sofá, abriu as pernas deixando que o americano se encaixasse entre elas.
─ Você é meu ─ Eua parou o beijo ─ Nossa relação é única.
─ Sim ─ apenas concordou com americano, desesperado para voltar a sentir sua boca.
Continuaram se beijado, e se esfregando de vez em quando. Aquilo estava bom, o sentimento era mútuo, os dois queriam aquilo, necessitavam daquilo.
─ Se você é meu, porquê foi transar com o Rússia? ─ fez o outro arregalar os olhos.
─ O quê?! Eu não fui transar com o Rússia, eu nem sequer me encontrei com ele.
─ Ãhn? Mas você não disse que estava indo ver Rússia? Você me chega 1h da manhã, todo descabelado e bagunçado, algo que nunca vi em você, e espera que eu ache o quê? ─ se defendeu.
─ China suspirou ─ Eu menti... Eu só não queria parecer um idiota sem amigos. Na real, eu fui dar uma volta no parquinho, perdi a noção do tempo ─ olhou para o outro.
─ Hm... Então, sem sexo com o Rússia?...
─ Deus me livre ─ o chinês sorriu.
─ Que bom ─ sorriu junto ─ Quero que todos saibam que você é meu e eu sou seu. Quero que todos saibam que nós nos odiamos e precisamos um do outro.
─ Então mostra. Deixa sua marca.
Eua sorriu de orelha à orelha e logo voltou a beijar o outro. Estava a ponto de ficar de pau duro com aquela boquinha que o chinês possuía.
Começou a descer os beijos molhados, da bochecha, ao queixo e agora ao pescoço do outro. Segurou o cabelo de China com uma mão e com outra agarrou sua cintura, enquanto que o submisso apenas enrolava seus braços no pescoço alheio.
Eua deixou diversos beijos molhados no pescoço do outro, sugando e mordendo de leve, fazendo o outro arfar. Porém por um momento, deu uma grande mordida e um poderoso chupão no outro, arrancando um gemido do asiático. Um gemido que só ele deveria ouvir. Queria que todos vissem esse chupão e soubessem que China tinha dono, e que não iria dividir.
─ Você vai deixar seu pescoço exposto, quero que todos vejam minha obra de arte ─ ordenou com um grande sorriso.
─ Não posso fazer isso! Todos vão me olhar torto ─ respondeu.
─ Eua agarrou um firmemente seu rosto, apertando suas bochechas ─ Você vai expor seu pescoço.
─ Excitado, e sem escolhas, China não contestou ─ Claro.
Eua sorriu. Deu um enorme sorriso e em seguida voltou a beijar o pescoço de China, deixando mais e mais marcas.
Se beijando e deixando marcas um no outro, foi como passaram a noite. Nada além disso, claro. Apenas foram dormir, ainda estranhados com a situação, com um sorriso no rosto, esquecendo completamente a briga durante a manhã.
Aquilo estava sendo muito bom para os dois.
1255 palavras.
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