Oceano.

Foi tudo que Jisung pôde ouvir enquanto sua mente sombria começava a recuperar o controle dos sentidos.

Oceano. Ondas quebrando. O vento soprando por ele, fazendo-o subconscientemente deslizar ainda mais para dentro do moletom que cobria seu corpo.

Os olhos de Jisung se abriram lentamente, encontrando apenas o azul.

Tudo era extremamente azul.

O céu estava sem todas as suas nuvens brancas e fofas e o oceano permanecia imóvel abaixo dele.

Jisung gemeu. Ele tentou mover os dedos, apenas para encontrá-los cercados por água.

— Bem-vindo de volta. Dormiu bem? — Alguém disse do outro lado de Jisung, o fazendo virar o rosto para a fonte de som.

Ele estava agora cara a cara com o lindo moreno de antes. A mente cansada de Jisung não conseguia processar tudo no estado atual, fazendo Jisung responder com um choro doloroso e cansado.

Jisung olhou em volta novamente, percebendo que estava deitado em cima de alguma coisa. Uma mesa? Não, não pode ser isso. Uma prancha de surf? Sim, uma prancha de surf.

Jisung estava deitado de bruços em uma prancha de surf, os braços na água ao lado dele e as pernas esticadas em cima da prancha.

O de cabelos escuros ao lado de Jisung estava nadando com as pernas próximas à prancha, segurando-se na borda com dificuldade para se manter flutuando.

— Como está se sentindo? O oceano tentou arrumar briga com você, hein. — O menino perguntou, colocando a mão molhada na testa de Jisung para tirar o cabelo de seus olhos semicerrados.

Jisung olhou em volta novamente, não vendo nada além de azul. Absolutamente nada. Nada além de AZUL.

— Onde estámos? — Jisung gemeu com uma voz rouca.

— No mar. No meio do nada. Provavelmente a quilômetros de distância do continente. Concluindo, estamos ferrados. — O moreno respondeu, sua voz com um tom assustado, porém encoberto por um tom feliz e indiferente.

— Está... Falando sério? — Jisung perguntou, sentando-se cuidadosamente.

— Tenha calma. Seu corpo deve estar bastante dolorido. — O maior disse, subindo cuidadosamente na prancha de surf, já que Jisung havia deixado algum espaço aberto para ele reivindicar.

Jisung olhou em volta novamente, finalmente confirmando que eles estavam de fato flutuando no meio do oceano, em uma pequena prancha de surf.

Jisung começou a entrar em pânico. Ele estava flutuando em uma prancha de surf no meio do oceano! Oceano! Água!

— Ei, ei, acalme-se. Está tudo bem. Você está bem. — O moreno diz, agarrando a cabeça de Jisung e forçando seus olhos a se fixarem nos seus.

— Como que você consegue dizer isso?! Estamos no meio da porra do nada, flutuando em uma prancha de surf! Eu não sei nadar, vou me afogar mais rápido do que você vai conseguir falar 'abóbora'. — Jisung disse, empurrando as mãos do outro de si.

O moreno apenas agarrou seu rosto com mais força após suas ações, forçando seus olhares a se encontrarem novamente.

— Confie em mim, eu sei. Já estou flutuando por aqui há horas enquanto você estava desmaiado. Você está certo, provavelmente vamos nos afogar. E se não, vamos morrer de fome. Mas ainda assim, acalme-se, você pirando não vai ajudar ninguém. — Ele disse com uma voz irritada.

Jisung se acalmou um pouco, não querendo irritar o lindo estranho ainda mais.

Os dois estavam sentados com as pernas abertas, pendurados na beirada da prancha e descansando na água. Seus corpos estavam de frente um para o outro, tornando tudo meio constrangedor. O fato de eles estarem presos juntos na pequena prancha de surf tornou tudo 10 vezes pior.

— Minho. — O moreno diz, fazendo Jisung olhar para ele.

— O quê? — O outro pergunta, confuso.

— Meu nome é Minho. Lee Minho. — Ele repetiu, oferecendo a mão para Jisung apertar.

— Han Jisung. — Jisung respondeu, apertando sua mão cuidadosamente.

Suas mãos se separaram imediatamente em seguida ao mesmo tempo em que seus olhos foram desviados para a água ou para olhar o horizonte.

Os dois ficaram em silêncio pelo que pareceram horas. Apenas sentando alí. Porque.. O que mais eles poderiam fazer? Eles estavam juntos, presos no meio do nada, sem saber qual caminho os levaria para casa.

— Então... Seria uma boa ideia... Nos conhecermos melhor? — Minho perguntou depois de um tempo, olhando para o garoto bonito na sua frente.

Jisung acenou com a cabeça e pigarreou.

— Sim, claro. Para passar algum tempo. — Ele respondeu, sorrindo suavemente.

Minho assentiu em concordo e sorriu tristemente.

— Acho que posso contar um pouco sobre mim. Nasci na Malásia, mas me mudei para a Coreia quando completei 13 anos. Estou estudando em uma universidade no centro de Seul, com especialização em composição e produção de música. Mhm.. Sou filho único e não tenho animais de estimação. Meus pais são divorciados, moro com meu pai, pois minha mãe ainda mora na Malásia. Meu aniversário é dia 14 de setembro e atualmente tenho 20 anos... Não acho que há muito mais a dizer sobre mim. — Jisung disse, sorrindo suavemente.

Minho acenou com a cabeça, nunca deixando seus olhos desviar dos de Jisung. Eles eram lindos demais, implorando para que ele se aproximasse.

— Legal. Umm, deixe ver. Nasci na Coreia, mas me mudei para cá há alguns anos para trabalhar como instrutor de dança. Me formei na faculdade com especialização em dança moderna e animada. Também sou filho único e tenho 3 gatos, Soonie, Doongie e Dori! Meus pais moram na Coreia. Meu aniversário é dia 25 de outubro e atualmente tenho 22 anos. — Minho disse, finalmente olhando para Jisung enquanto o mais novo olhava para cima.

Jisung sorriu e acenou com a cabeça. Um pequeno silêncio - um pouco mais confortável - caiu sobre os dois mais uma vez.

— De onde surgiu essa prancha de surf? Ela não poderia estar apenas flutuando por aí. — Jisung perguntou, olhando para Minho.

— Provavelmente caiu de um dos barcos quando o tsunami nos atingiu. — Minho respondeu dando os ombros, fazendo Jisung engasgar na própria saliva.

— Tsunami?! — Ele exclamou surpreso.

— Sim. Um pequeno tsunami nos atingiu ontem à noite, jogando nós dois fora do barco. — Minho disse com um pequeno e triste sorriso.

— Oh Deus, e se os outros estiverem feridos? — Jisung exclamou, sentindo lágrimas começarem a escorrer por seus olhos.

— Não se preocupe com eles, eles estavam lá dentro protegidos, então não ficaram feridos. — Minho disse, agarrando a mão de Jisung de uma forma tranquilizadora.

Jisung acenou com a cabeça e piscou para afastar as lágrimas.

— Por que você estava do lado de fora, então? — Jisung perguntou a Minho.

— Eu ouvi gritos, então fui verificar e vi você quase se afogando, antes de uma onda me derrubar da grade também. Consegui chegar até você e o levar acima da superfície, e felizmente a prancha flutuou naquele exato momento, então joguei você nela e deixei que ela nos levasse para longe do tsunami. — Minho explicou.

Jisung acenou com a cabeça, olhando para a mão que Minho colocou na sua.

Ele não pôde deixar de sentir seu coração bater mais forte.

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「 𝐚𝐮𝐭𝐡𝐨𝐫 • izzzza03 」

「 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐥𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐦𝐢𝐧𝐦𝐢𝐧𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐭 」