IV. It Only Gets Worse
Alina não tinha conversado muito com Andrew DeLuca após o dia em que ele havia a ajudado, algumas semanas atrás. O grande fluxo de pacientes no hospital era, provavelmente, o maior motivo para isso. Alina não teve tempo livre para mais nada que não realizar consultas atrás de consultas e fazer cirurgias quando necessário. No fim dos dias, ela se sentia terrivelmente cansada, até mais que o normal, mas isso era até que compreensível. Trabalhar da forma que ela vinha fazendo e lutar contra o câncer ao mesmo tempo não era uma tarefa fácil para ninguém, afinal.
-Não acha que está se esforçando demais, Jones?- Bailey disse assim que Alina saiu da sala de cirurgia. A Doutora Jones apenas torceu o nariz para Bailey, se aproximando da pia e começando a lavar suas mãos com calma. -Você pareceu bem perto de desmaiar naquela sala de cirurgia, Alina.
-Bem, mas não desmaiei, não é? Então, pronto.- Alina disse irritada, largando o sabonete e se apoiando na pia, encarando Bailey com irritação.
Bailey apenas balançou a cabeça e deu um longo e pesado suspiro, fazendo Alina cruzar os braços e arquear a sobrancelha para ela.
-Bailey, sei meus limites. Quanto a isso, não precisa se preocupar. Quando eu souber que não aguento mais, eu pararei. Pode ter certeza que nunca, jamais, colocaria a vida de um paciente em risco.- Alina disse e Bailey torceu o nariz para ela, o que fez Alina fazer uma careta.
-Jones, não estou falando disso. Sei que é uma ótima profissional. Estou falando da sua saúde.- Bailey disse a olhando e Alina ficou silenciosa. Porque ela sabia o quanto Bailey estava certa em se preocupar, afinal. E talvez ela estivesse mesmo certa: Alina estava testando todos os seus limites ultimamente. O que talvez não fosse a melhor decisão a se tomar. -Pelo menos tire um tempo para você, Alina.
Bailey não esperou por uma resposta antes de sair da sala, deixando Alina completamente sozinha. De qualquer forma, não é como se Alina tivesse uma resposta, afinal.
A verdade que todos se negavam a acreditar, e talvez até ela mesma, é que Alina estava morrendo; estava morrendo e agia como se isso não fosse nada demais, como se ela pudesse superar aquele câncer, mesmo que todas as suas esperanças há muito já tivessem se esgotado. Estava morrendo, e não estava aproveitando o tempo que ainda lhe restava da forma correta. Talvez ela mesma estivesse se matando, encurtando o tempo que lhe restava fazendo aquilo, se colocando ao extremo da forma que vinha fazendo.
Talvez Bailey estivesse correta, afinal; talvez Alina precisasse de um tempo para si mesma. Mas, ainda assim... Não agora; não quando ela tinha tanta coisa para fazer ainda e uma pesquisa para terminar. Se fosse para morrer no final da história, ao menos Alina morreria deixando um legado. Pelo menos seria lembrada por algo.
Ainda assim, quando seu expediente acabou, Alina não pensou nem mesmo duas vezes antes de se dirigir ao bar. Mesmo que ela não fosse beber nada, culpa dos remédios que ela tomava todos os dias, ela gostava de ficar ali, onde poderia fingir, pelo menos por uma noite, ser uma pessoa normal. E não uma pessoa com uma sentença de morte nas costas, apenas esperando pelo momento em que fecharia os olhos e nunca mais os abriria novamente.
De fato, a conversa com Bailey ficou rodando a cabeça de Alina durante toda aquela noite, fazendo a médica voltar a aquele mesmo pensamento que seus dias estavam contados, mesmo que dissessem que o tratamento estava fazendo efeito. Ela não era estúpida; e você não pode mentir para uma oncologista, afinal.
-Dia difícil?- uma voz conhecida soou e Alina virou lentamente a cabeça apenas para olhar os olhos azuis de Andrew DeLuca.
-Está mais para vida difícil.- ela disse torcendo o nariz antes de apoiar o rosto na mão e o observar melhor. Alina abriu um sorriso. -Você parece acabado, DeLuca.
-Eu poderia dizer o mesmo sobre você, mas aí eu estaria sendo um babaca.- ele disse com um sorriso e Alina riu.
-Ser um médico não é fácil, e te garanto que só piora.- ela disse o saudando com seu copo de refrigerante antes de o virar de uma vez, como se fosse uma dose de vodka, que era tudo o que ela mais precisava naquele momento.
-Sábias palavras, Dra Jones. Certamente muito inspiradoras. - Andrew disse com um sorriso e Alina revirou os olhos apesar do sorriso em seus lábios.
-Estou brincando. Quer dizer, em partes.- ela disse e Andrew deu risada. Alina deu um suspiro, se inclinando no balcão do bar e fechando os olhos por um instante. Queria que tudo fosse assim, simples, mas parecia que tudo em sua vida era um verdadeiro caos, e talvez Alina não soubesse lidar com isso.
-Você está bem, Dra Jones?- DeLuca perguntou e Alina abriu os olhos lentamente para o encarar.
-DeLuca, já te disse que fora do hospital é só Alina.- ela zombou com um sorriso e o homem fez uma careta, o que apenas fez Alina dar uma risada.
-Certo, então, você está bem, Alina?- ele perguntou a olhando de uma forma tão intensa que fez Alina fazer uma careta.
-Estar bem é muito relativo.- ela soltou, brincando com o copo de vidro em suas mãos apenas para não ter que encarar aqueles olhos azuis. Por um tempo, Andrew apenas permaneceu em silêncio.
-Bem, já que fora do hospital não somos nada além de pessoas normais, posso te perguntar uma coisa?- ele disse, mudando de assunto e ganhando a total atenção de Alina agora. Ela o olhou e assentiu. Andrew abriu um sorriso para ela. -Você aceitaria sair comigo?
Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Desculpa a demora, mas é que a faculdade me matando e o tanto de fic pra atualizar me deixou sem tempo pra escrever ela aaa
Mas as férias tão ai né rsrsrs
PROMETO TENTAR NÃO DEMORAR PRA ATUALIZAR, NÃO DESISTAM DE MIM!!!!
~Ana
Data: 18/11/21
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro