HellHound
Susan pvo---
- O que foi isto?- pergunto assustada, agarrando-me ao Richard num impulso.
- Calma, eu vou ver o que se passa.- George destrava a arma e sai do quarto e atravessa o corredor devagar, ouvindo constantemente o som de grunhidos.
- Achas que é algum morto?- pergunta Cristine atrás de mim.
- Não... não parece ser um deles, eles não rugem. Isto é um animal...
Volto a colocar a cabeça para o corredor e vejo George a olhar para o andar debaixo.
- CUIDADO!- grita George, atirando-se para trás no momento em que vemos um lobo a saltar e embater no corrimão, caindo em seguida no andar de baixo.
- O QUE ESTÁ A ACONTECER CARALHO?! OS ANIMAIS ESTÃO DOIDOS!?- grito quando vejo George a entrar no quarto, fechando a porta em seguida.
- Eles estão a ser comandados por alguém. Eles não iriam atacar-nos sem motivo... e... e... está um urso no andar de baixo mas acho que está a subir agora as escadas...
- Temos de sair daqui!- digo baixo, mas lembro-me que eles podem farejar-nos.
- Existe uma janela no corredor logo aqui do lado esquerdo. Basta corrermos e saltarmos.- diz George.
- Vais tu primeiro!- diz Cristine a tremer. Percebo que ela deixou escapar algumas lágrimas.
- Eu vou primeiro.- diz Richard.- George, és capaz de manter os animais afastados durantes alguns segundos?
- Sim, sou. Eu vou atrás de vocês.
- Certo, vamos!- Richard grita e empurra a porta, correndo para o corredor e atirando-se para a janela já partida. Corro até lá e vejo-o caído na neve e percebo que está bem, depois de o ver a levantar-se.
- Cristine, vai!- digo e a minha irmã corre e atira-se aos gritos pela janela.
- SUSAN DESPACHA-TE!- grita George com uma ferida na perna e no braço, provenientes de mordidas e arranhões. Vejo dois lobos mortos no chão mas o urso está a aproximar-se rapidamente do corredor.
- Corre tu primeiro! Estás ferido!- digo e empurro-o para a janela. Ele começa a gritar de dor e atira-se, caindo de costas na neve.
- Susan.- ouço uma voz atrás de mim quando ia a saltar. Viro-me e vejo um rapaz de 16 anos, cabelo tão preto como a noite e olhos azuis claros. Pele branca e entroncado. Arrepio-me instantaneamente.
- Quem és tu!?- pergunto observando os animais parados atrás do rapaz misterioso e começo a ligar as peças.- Tu... tu és o bebé...
- Ah... sim, sou. E detesto ser reconhecido por isso... Bem, antes que saltes quero fazer-te uma proposta...
- A única coisa que quero é que tu morras!- digo irritada. Ouço o resto do grupo a chamar por mim e percebo que alguém entrou na casa. Instantaneamente os animais viram-se e começam a dirigir-se à pessoa que entrou em casa para ajudar-me, inutilmente.
- O que eu te vou oferecer vai ser algo que não vais recusar.
- O que queres então?- pergunto mantendo a arma apontada ao peito dele.
- Quero que venhas comigo e ajudes-me a encontrar o Anel Esmeralda.
- Porquê eu? Diz-me! O que eu tenho de especial que o menino não tenha!?- pergunto irritada.
- Odawa.
Não entendi.- não percebo o que ele diz e ele também percebeu que não entendi.
- Miúda estúpida...- murmura.- Tu és a descendente da Tribo Odawa!
- O quê? Eu...?
É impossível. Eu achava que a tribo era só uma lenda e que era ele o descendente mas na verdade... sou eu?
- Sim, tu! E mais três pessoas. A tua irmã obviamente... mas ainda estou a tentar descobrir quem são os outros dois. Digamos que tenho um... um servo para me ajudar a descobrir...
- Seu cabrão! Eu vou matar-te!- disparo a arma, assustando alguns animais mas o rapaz desaparece numa névoa negra e quando penso que acabou ouço-o a murmurar ao meu ouvido.
- Vens comigo, agora.- nisto sou transportada para um lugar desconhecido, longe dos meus amigos.
Cristine pvo---
- Temos de a salvar!- digo desesperada.
- Eu tentei entrar! É impossível...- Richard é interrompido pelo som de um tiro e rugidos de animais. Corro o mais rápido que posso até ao interior da casa e não encontro nenhum animal. Subo até ao topo e não vejo a Susan. Começo a chorar.
- Ela foi raptada...- murmuro entre os soluços ao ser abraçada por Richard.
- Temos de sair daqui. Está frio e parece que já estamos no oitavo desastre...- lembro-me que agora são esqueletos e ainda fico mais stressada.
- Esqueletos? A sério?! Que estupidez! Basta derrubá-los...- digo, tentando manter-me animada. Sei que irei encontrar a minha irmã. Tenho de a encontrar...
Jean pvo---
- JOHN! ESTÁ VIVO!-grito aliviado, abraçando o rapaz que apareceu juntamente com Constance e Eleanor.
- Sim... Nós acabámos de libertar uma horda de mortos na escola que está a matar imensos jovens...- começa Constance mas interrompo-a.
- Eu achava que era suposto salvarmos as pessoas... não matá-las!- ela encolhe-se mas recupera a coragem e enfrenta-me.
- Eu sei! Mas eles iam matar-nos! Eles estavam todos loucos! Eram um perigo para a cidade!
- Então é melhor nenhum dos pais saberem disso senão também eles irão ficar revoltados!!
- OK!-grita ela, saindo da sala.
- Não devias estar tão zangado com ela...- diz Eleanor.- Ela está a passar por muito e só tem 16 anos...
- Todos nós estamos a passar por muito. Ela apenas tem de ser manter forte.
- Eu sei... Bem, o que descobriste?- diz ela, mudando de assunto.
- Eu acho que sei uma forma de ajudar a vencer a batalha...- digo entusiasmado, mostrando-lhe o papel.
- ISTO É FANTASTICO! TU ACABASTE DE DESCOBRIR...- ela começa a rir e põe as mãos na cabeça.- OH MEU DEUS!
- O que é?! Mostrem!- diz John entusiasmado também.
- Agora já sabemos onde o Anel está...- digo abraçando John.
- Temos de ir encontrar o resto do grupo! Onde está o Merle, o Fred, o Bill e a Mary?- pergunta Eleanor.
- Estão na cidade... Devem andar por aí a matar os esqueletos...- ainda acho estranho o facto de estarmos a lutar contra ossos vivos.
- Certo, então vamos procurá-los...
- Não precisas. Já aqui estamos.- olho para a porta e vejo os quatro cobertos de sangue e com mochilas às costas.
- Parece que tiveram muito trabalhado...
- Sim, e depois os mortos tornaram-se ainda piores... a...a carne deles começou a cair... como se estivessem a derreter mas...- Mary começa a gaguejar ao lembrar-se.- mas eles tornaram-se esqueletos cheios de sangue... o resto do corpo deles caiu no chão e...
- O que ela quer dizer é que estamos fudidos.- completa Fred.
- Acho que não...- digo contente.
- O que queres dizer?- pergunta Merle aproximando-se.
- Eu sei onde está o Anel.
- A sério?! Onde?!- Merle fica tão feliz que só faltava dar pulos no ar.
- Eu... eu achei um papel debaixo de uma das camas... era o diário de um rapaz que cá devia viver. Ele diz que acha que sabe onde o Anel está...
- E onde está?!- pergunta John de repente, como se estivesse desesperado.
- Bem, ele...- ouço gritos no andar de baixo e um barulho como se algo estivesse a ladrar ou a rugir...
- O que se passa?!- pergunta Mary assustada.
Várias pessoas começam a correr para dentro do quarto sujas de sangue e a gritar, todos assustados.
- O que se passa!?- pergunto aos gritos para uma senhora de 40 e tal anos.
- Um monstro! Um monstro enorme!!!- ela grita e liberta-se dos meus braços e corre para a janela tentando partir o que restava dela.
- Jean! O demónio das 6 da manhã às 8 está aqui... ele... é o Cerberus.
- O... o da mitologia...?- pergunta ainda sem acreditar.
- SIM! Ele está a comer pessoas no andar de baixo, por isso é que ainda não veio cá acima.
- Temos imensa gente aqui, até crianças! Temos de os tirar daqui!
- Pela janela!- diz Merle e parte a janela que a mulher tinha estado a tentar partir.- Todos em fila, começem a sair pelo tejadilho. Quando chegarem à borda saltem para a rua!
- A rua está cheia de esqueletos! Nós vamos tratar deles!- Mary corre para a janela e Constance segue logo atrás para afastar os monstros que estavam na estrada. Enquanto as pessoas saem olho para o resto do grupo.
- Eleanor, leva os miúdos para fora daqui! Agora!- digo para a rapariga que estava decidida a lutar ao nosso lado.
- Certo...- ela hesita mas decide que é melhor e leva Kira e Jean pela janela enquanto começamos a ouvir tiros na rua.
- Ok rapazes. É agora. A sobrevivência destas pessoas depende de nós. Vamos ter de manter o cão entretido até todos saírem e quando todos estiverem a salvo matamo-lo. Merle, como é que o matamos?
- Bem... eu... eu não sei.
- Como é que não sabes?!- pergunto desesperado.
- Eu... eu não estudei muito sobre a mitologia grega...
- Porra!- certo, vamos seguir com o plano. Talvez eu me lembre de algo.
Bill e John correm até ao corredor e colocam-se junto às escadas, um de cada lado pronto a atirar. Corro com Merle e Fred logo atrás e começo a descer as escadas quando vejo um vulto enorme com 3 cabeças a devorar um amontoado de corpo.
Aceno com a cabeça para os outros e ambos separam-se, indo cada um para um lado. Conto até três com os dedos e aos três começamos todos a disparar, eu, Bill e John contra a cabeça do meio, Merle contra a da esquerda e Fred para a da direita. O cão urra de dor e começa a abanar as cabeças. Quando olha para nós vejo que os seus olhos estão fechados.
Como um clique na minha cabeça lembro-me das aulas de história que dei uma semana atrás e lembro-me do que falei sobre este ser.
- Se o adormecermos talvez tenhamos uma chance de o vencer!
- Como é que vamos fazer isso?!
- Eu sei como.- digo olhando nos olhos do cão que desviava algumas balas com as suas garras.- Cerberus! Cerberus, peço que me ouças!
- O que estás a fazer! Ele vai matar-te!- grita Merle ao ver-me caminhar até ao cão infernal.
- Parem de disparar!
- O quê?!- pergunta Fred atónito.
- Parem de disparar!- ordeno e eles cedem, parando de disparar. O cão pára também, olhando para mim.
- Cerberus, acolhe-me no Inferno e desaparece desta terra! O teu lugar não é aqui! Leva-me contigo para o Inferno mas deixa estas pessoas em paz!
- Não!- grita Fred.
- Cala-te miúdo! Ele sabe o que está a fazer...- diz Merle.
O cão vira as três cabeças para mim, mantendo os 6 olhos fixos em mim, mesmo estando fechados, sei que ele sabe quem eu sou pois quando ele tem os olhos abertos, significa que está a dormir e quando tem os olhos fechados, quer dizer que está acordado.
Cabrões dos gregos...
- NÃO! Eu não vou deixar!- grita John correndo até ao andar de baixo.- Eu tenho de ir. O meu namorado morreu e já não tenho nada para que viver...
- John, ainda és um rapaz... não te posso deixar morrer...
- Já tenho 17 anos e sei tomar conta de mim... diz aos meus pais que os adoro...
Começo a chorar e tento impedir que ele faça qualquer coisa mas quando menos esperava John avança para o cão e abre os braços. O animal uiva uma vez e esmaga John com uma das suas patas, fazendo-o desaparecer sem deixar sangue ou corpo.
Logo depois o animal uiva uma segunda vez e abre-se um buraco no chão, fazendo a casa tremer.
- Temos de sair daqui!- grito e corro para a saída contornando o animal que momentos depois salta para o buraco quente e com sons de humanos aos berros.
- Temos de salvar o John!- grita Bill aproximando-se de mim.
- Não há nada que possamos fazer por ele... a atitude dele foi... honrosa...
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