Susan pvo---
- Ok, como está a situação?- pergunto quando finalmente chego junto do meu namorado e de Fred.
- Bem, os nossos pais conseguiram atrair o demónio para o buraco mas como é que isso o vai matar?- pergunta Fred, enquanto recarrega a sua arma.
- Não estou com paciência para isso. Apenas fica sabendo que a queda o irá matar.
- RUAAAAAAAAHHHHHHH.
- O QUE ACONTECEU?- grita Richard aproximando-se da borda.
- Conseguimos atirá-lo lá para baixo... com a ajuda deles.- diz o pai de Richard, apontando para o vulto que estava a subir a montanha.
- Aqueles não são o Jean e a Constance?- pergunto a Richard.
- Sim, são eles.- ele vira-se para o seu pai.- O demónio criou uma avalanche que empurrou o Belphegor até à ravina.
- Então... e quanto à Angrboda?- pergunta Fred.
Olho para trás e vejo o belo demónio a olhar para nós, com uma face neutra. Pouco depois ela vira-se e caminha para a borda do precipício e senta-se, como se estivesse à espera de algo.
- O que é que ela está a fazer?- pergunto pronta para disparar caso algo dê errado.
- Ela está à espera.- diz a minha mãe.
- De quê?
- Não é "de quê", mas sim "de quem".- ela agarra a mão do meu pai.- Ela está à espera que o Diabo apareça.
- O Diabo? O demónio da Morte, Lúcifer em pessoa?- pergunta Fred chocado e entusiasmado ao mesmo tempo.
- Não fiques muito contente. Ele é o último demónio que terão de enfrentar... agora temos de focar-nos no Frankenstein.
- No... no quê?!- pergunta Bill com a voz a fraquejar.
- Sabem, aquele monstro enorme que foi reanimado por um...
- EU SEI O QUE É QUE ELE É! EU SÓ NÃO SUPORTO... NÃO GOSTO DESSA COISA!- grita Bill, interrompendo o meu pai.
- Ele sempre teve medo do Frankenstein... nós vimos uns filmes sobre ele e agora tem fobia a isso. Acham que desta vez ele pode ficar de fora na batalha?- pede Mary com um olhar preocupado. Compreendo que ela saiba desse medo dele, afinal, eles foram namorados.
- Certo, leva-o até à Câmara Municipal e ajuda quem precisar. Temos de manter as pessoas a salvo do que vem a seguir.- ordeno a Mary.- E leva... leva o John e o Jack contigo.
- Porquê?
Olho para o casal que estavam sentados no chão a arrancar a erva.
- Acho que é óbvio que morrer lhes fez qualquer coisa à cabeça... Eles estão em condições de lutar mas... não vamos arriscar.- digo ajudando John a levantar-se.
- Certo, então e nós vamos todos atrás do Frankenstein.- diz Richard enquanto come umas bolachas.
- Onde é que encontraste isso?- pergunto com a barriga a roncar.
- Foi a minha mãe. Ela tem algumas na mochila.
Reviro os olhos mas aceito uma bolacha que ele me estende.
- Vamos começar a caminhar.
21:30
Estamos quase a chegar à câmara municipal e nem sinal do Frankenstein. Algo se está a passar e tenho a sensação de que não é nada bom.
- Richard, achas que... que vamos conseguir vencer?- pergunto pela primeira vez ao meu namorado.
- Suse... não digas isso, é claro que vamos! Estamos em maior número, tu tens o Anel Esmeralda e estamos todos armados.
- Mas... é a Morte! E o Diabo. É a pior junção de vilões que pode haver!
Ele passa a arma para a outra mão e abraça-me com a livre, a sorrir.
- Susan, eu sei que tens medo. Todos nós estamos com medo. E aquilo que a Constance e o Jean fizeram... bem, eu diria que foram cobardes mas pensando bem, eles escaparam a esta batalha final. Mas o importante é que somos nós que a vamos combater e seremos nós os heróis desta merda toda.
- Não me digas que estás a pensar que te vão fazer uma estátua.- digo a sorrir.
- Ahaha, não, não estou a pensar nisso. Estou a pensar em como vai ser bom acordar todos os dias ao teu lado e saber que apesar de todas as perdas e dificuldades nós permanecemos juntos.
Em cheio Richard, acertaste em cheio....
- Eu amo-te, sabias?
- Sabia, e eu também te amo.- aproximo-me para o beijar quando sou interrompida pela minha irmã.
- A mãe já interrompeu o meu momento com o Fred. Ela está a observar-te e vai fazer-te o mesmo.- diz ela, passando por nós a conter-se para não se rir.
- Foda-se...- murmuro para Richard que também tem um sorriso no rosto.
- Bem, vamos ter que esperar até estarmos sozinhos. Mas nada me impede de te dar a mão.- ele pega na minha mão e começamos a caminhar juntos, felizes por uns momentos.
21:38
- ELEANOR CUIDADO!- ouço o pai dela a gritar.- O FRANKENSTEIN ESTÁ AQUI!
- RICHARD, VAMOS SEPARAR-NOS EM GRUPOS!- digo puxando Cristine para perto de mim.- CADA GRUPO DE DOIS VAI DISPARANDO CONTRA ELE AO LONGO DO CAMINHO!
- Mas para onde é que ele se está a dirigir?- pergunta a minha irmã disparando contra ele.
Fomos apanhados desprevenidos numa esquina e percebemos que existe apenas um monstro enorme, meio zumbi meio vivo, atrás de nós.
- Ele vai para a câmara. Parece que para além de ela proteger as pessoas também é um íman que atrai monstros.
- Mais esta, merda.- digo correndo até ao centro da praça recém construída por mim com a ajuda do Anel.- Cris, fica atrás daqueles bancos e se eles chegar até mim dispara.
- Os tiros não estão a fazer efeito! Será que não podes usar o Anel para o matar?
- Não posso, ele gasta muita energia. Sinto-me fraca e apenas o usei para reconstruir esta zona da cidade.
- Eu posso usá-lo...
- NÃO!- interrompo-a, talvez demasiado abruptamente.- eu... eu não quero que o uses.
- Acho que agora não é o momento ideal para dares uma de irmã mais velha.
- Cris, eu...
- ATENÇÃO!!!- ouço alguns pais a gritar para nós. Olho na direção onde o Franky estava e vejo Richard no chão, com uma ferida no braço, enquanto a minha mãe corre na nossa direção.
Ela grita para nos desviarmos mas já não vai a tempo. O monstro atira-me pelo ar, fazendo-me embater no chão, provocando uma dor enorme nas minhas costas. Levanto-me a custo e com tonturas mas depressa me recomponho para continuar a lutar.
- ELE É MUITO RÁPIDO! MÃE, COMO É QUE O MATAMOS?!
- Ele é apenas morto quando é atingido por um raio, tal como quando foi criado.- diz ela a custo pois também ela dispara inutilmente contra o corpo esverdeado do Frankenstein.
- Caso não tenha reparado Alice, não existe nenhuma nuvem por cima de nós!- comenta a mãe de Richard.
- Haverá se a minha filha usar o Anel!
- Não, eu não posso! ESTOU DEMASIADO FRACA!- grito para que me ouçam mas sou interrompida por Richard que tem a mão pressionada contra a ferida.
- Dá o Anel à Cristine. Ela pode usá-lo.
- Ela pode magoar-se!
- Susan, não temos tempo...- Richard é atirado pelo ar e só então me dou conta que o Frankenstein está mesmo em cima de mim.
Foda-se isto tudo.- penso, atirando de seguida o Anel para Cristine que vinha a correr na minha direção.- Ela já é crescida.
- MORRE SEU FILHO DA...- Cristine grita mas é calada com o impulso que o Anel faz quando atrai os trovões diretamente no centro do Anel.- A...ACHO QUE O ANEL ESTÁ CARREGADO COM RAIOS!
- Dispara porra!- grita Fred enquanto ajuda Richard a levantar-se.
Cristine ativa o Anel e aponta para o Franky que já não se dirigia a mim mas sim a ela, com grunhidos e urros. Dá-se então uma luz branca e ouço uma quantidade absurda de sons como o trovejar dos trovões. Fecho os olhos por causa da claridade. Fico confusa e desorientada mas vejo então as cinzas do monstro/zombie no chão e Cristine ao lado, ofegante.
- Conseguiste!- corro para ela, tal como Fred e a minha mãe, todos para a abraçarmos e certificarmo-nos de que está tudo bem.
- Eu sei, e eu estou bem. Estão a tirar-me o ar!- afastamo-nos, sorridentes, apesar de a altura não ser a mais apropriada. Peço o Anel para que possa ser usado para curar as feridas do resto do grupo.
- Richard.- corro para o rapaz estendido no chão, dolorido e a gemer de dor.- Fica quieto.
Ponho o Anel e apesar de não saber como curar alguém com isto, vale a pena o esforço. Momentos depois ele já está levantando e com as feridas todas tratadas e admirado pela magia.
- Obrigado.- diz ele, beijando-me em seguida. E claro, neste momento, como todos os outros em que nos beijámos, sinto-me segura e feliz. Feliz por saber que ambos estamos vivos após vermos tanta morte e segura por saber que nos protegemos um ao outro.
- O que fazemos agora, chefe?- pergunta ele a sorrir.
- Bem, agora... agora temos que nos preparar para o pior.
- Faltam 5 minutos para as 22 da noite. O próximo demónio será o Diabo e... bem, o último desastre é a Morte... acham que os vamos conseguir derrotar?- anuncia Bill, aproximando-se do grupo, tal como Mary e o casal, John e Jack. Bill sempre foi muito negativo, nunca acredita em si nem nos outros. Por vezes os seus belos olhos azuis podem enganar...
- Bem, acredito que sim. Mas é o seguinte.- viro-me para Cristine.- tu, o Fred e alguns dos pais vão para a biblioteca e procurem o que puderem sobre como derrotar o Diabo e a Morte, ou pelo menos enviá-los de volta para o mundo deles.
- A biblioteca está intacta?- pergunta Bill sarcástico.
Juro, este rapaz está a tirar-me a paciência.
- Esperemos que sim senão a Cristine também a pude reconstruir.- dou o Anel de volta a Cristine que o recebe com uma cara espantada.- John, Jack e Eleanor, vocês vão para a Câmara Municipal e ficam por lá para a defender. Não podemos deixar que ninguém entre.
- Ok, e caso isso aconteça?
- Nesse caso usam a saída de emergência.- o pai de John diz.- Existe uma saída secreta no bunker que vai dar ao outro lado da cidade. É um subterrâneo, só tenham cuidado com as derrocadas.
Faz sentido. O pai dele trabalhava lá, ele conhece cada canto daquele local.
- Então acho que deve ir com eles para os ajudar.- digo ao homem que concorda.- O resto do grupo vai dividir-se em pequenos grupos. Não sabemos por onde a Morte e o Diabo vão surgir, então temos que estar preparados para que venham de qualquer direção.
- Ok. Antes de mais quero dizer uma coisa.- Richard começa a falar e percebo logo que vai fazer um dos seus discursos. Ele não mudou.
- Só queria agradecer a todos pelo apoio. Ontem soube que os meus pais caçavam demónios e que também estava destinado a esse "trabalho"... então queria dizer obrigado a todos pela ajuda a salvar esta cidade e que se algum de nós morrer, ou... voltar a morrer- ele ri-se ao olhar para John e Jack que também se riem, alheios a tudo.- saibam que morreram para tornar este mundo melhor.
Ninguém bate palmas mas todos sentem o sentimento de orgulho que é poder defender os inocentes. Começo a bater palmas sarcasticamente, na brincadeira.
- Muito bem Rick, belo discurso.- aproximo-me dele e beijo-o como recompensa.- pena que seja eu a chefe e que ninguém faz melhor discursos que eu.
- Quem disse isso?
- Tu, lembras-te? "O que fazemos agora, chefe?". Hahahah Foste apanhado.
- Amo-te sabias...
- Eu sei, e eu também te amo.- viro-me para o grupo.- agora está na hora de enviar-mos estes filhos da puta de volta para onde pertencem.
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