Susan pvo---
- Meu deus...- murmuro mais para mim que para os outros; estamos a passar pela cidade e não é nada agradável a vista. Várias pessoas caídas no chão, paralisadas, sangue espalhado pelas ruas e feridos a coxear pelas ruas perdidos e desamparados.
- Temos de nos apressar. Onde eles estarão?- pergunta Fred olhando em volta.
Nenhum de nós tem oportunidade de responder pois momentos depois um urro de raiva é emitido por toda a cidade, vindo do Norte. Entreolhamo-nos com medo mas sabendo o que temos de fazer e recomeçamos a pedalar nessa direção.
*-*-*-*-*-*-*-*-*
- 30 segundos para o segundo desastre! Preparem-se!- grito para os rapazes assim que chegamos à zona onde acontece a batalha entre o meu tio, a Eleanor e o Richard contra o demónio nojento.
- Tio, o que fazemos agora?- grito para o velho que se aproxima de mim.
- Ele invocou alguns dos seus "amigos". Preciso que matem o crocodilo dele.- ele diz apontando para o demónio que agora já só tem o crocodilo.
- O que aconteceu com a águia?- pergunta Fred.
- O Richard matou-a. Temos de ir! Eu cubro-vos!- ele recomeça a disparar contra os demónios que voam alguns metros acima de nós. Todos eles têm formas diferentes mas têm todos algo em comum: asas, e são essas mesmas asas que elevam no ar John.
- Dispara contra ele!- grito para Fred e momentos depois vejo o rapaz a cair de uma altura considerável.
- Precisamos de o ir buscar, ele pode es...- não completo a frase. Olho para cima e vejo algo brilhante a cobrir o céu. Ouço um estrondo enorme e pouco depois vejo um avião a vir na nossa direção...
- Ele vai bater!- grita Merle ainda abatendo alguns dos demónios.
- Bater onde?!- pergunta Richard.
Olho de volta para o céu e vejo o avião a bater... no invisível.
- Naquilo.- Merle diz.
- Meu deus... O isolamento...- murmura Fred.
- Sim, agora vão ver como está o John!- ele tenta dizer algo mas é interrompido por um grupo de bestas que o cobrem e o elevam no ar.
- Ele está desmaiado e tem uma ferida no ombro! Precisamos de matar o animal!- Richard avisa correndo até mim.- O que fazemos?
Penso um pouco. Não podemos olhar para os olhos dele mas ele não consegue virar a cabeça 360 graus.
- Precisamos de uma distração! Eleanor, tenta distrair o demónio disparando contra o chão perto dele. Não o deixes virar-se para trás ou andar!- ela assente.- Eu e o Richard tentaremos ir por trás e disparar contra o crocodilo.
- Certo, vamos conseguir.- ela fala agarrando a arma com mais força.
Corremos cada um para a sua posição e esperamos que ela o distraia e assim que ele a vê começa a dirigir-se contra ela.
- Dispara contra os demónios que me tentarem apanhar. Preciso que me cubras.- peço ao meu rapaz.
- Certo, vai corre!- grita ele disparando contra um dos demónios que vinha na nossa direção.
Faço o que ele disse e corro para perto do monstro e rezo para que Agares não olhe para mim. No entanto ele vira-se, mas antes que ele faça algo disparo contra a cabeça do crocodilo, que por sua vez urra de dor e cai no chão, morto.
- Isso mesmo miúda!- grita Merle, levantando o punho no ar, em sinal de vitória.- Agora é só acabar com ele!
- Certo, vamos a isto!- grito, fazendo pontaria ao demónio que ainda urra de dor, depois de perder os seus animais.
Come balas, seu...
Caio ao chão com um terramoto, no momento em que ia disparar. Vejo o meu tio petrificado pelo demónio, tal como Fred. Vejo a Eleanor a ajudar John que ainda continua desmaiado, tentando desesperadamente matar os demónios em volta deles. Richard corre para mim, com Jack atrás.
- Susan! Precisamos de matá-lo! Só o deixámos mais irritado!- grita ele, ajudando-me a levantar.
- Disparem contra ele, e tentem não olha-lo nos olhos. Ele agora está mais fraco, os demónios voadores também são menos.- ele assentem e dispersam, começando a atirar no demónio que se mantém em cima do crocodilo morto.
Hora de acabar com isto...
Corro contra o monstro e salto para cima dele, e disparo a colt que roubei ao meu tio durante os treinos, fazendo a cabeça do monstro explodir e dissipar-se em fumo negro.
Caio ao chão e vejo todos os demónios a desaparecerem numa fumaça negra, fazendo a minha visão ficar escura, devido à quantidade deles que havia.
- Susan, tu conseguiste! Mataste-o!- grita o Richard correndo para mim e beijando-me. Fico petrificada, não pelo demónio mas pelo que acabou de acontecer.
- Eu... Desculpa...- ele apercebe-se do que fez e afasta-se, de olhos arregalados e passando a mão pelo cabelo castanho, com medo da minha reação.
- Eu não estava à espera...- digo o mais devagar possível. Quero tê-lo para mim, eu gosto dele.
- Certo... desculpa...- ele diz sem reação e afasta-se para recuperar as armas que caíram das mãos dos outros.
- Muito bem miúdos. Sabia que eram capazes.- fala o meu tio que entretanto tinha-se levantado.
- Obrigado pela ajuda. Agora temos mais onze demónios para matar.
- Esperemos que todos morram... Vamos ver dos outros, temos de nos juntar e recarregar a armas e preparar-nos para a próxima batalha.- fala ele, começando a dirigir-se para fora da floresta.
O quê? Não, isso não pode ser. Então e os cidadãos?!
- Não.- digo, deixando escapar os meus pensamentos.
- O que disseste?- ele pergunta, parando e virando-se para mim, num tom grave e sério.
- Não podemos simplesmente combater os demónios e deixar os habitantes da cidade serem mortos pelos desastres! Temos que os ajudar!
- Sinceramente, o que interessa aqui é matar demónios! Se não os matarmos ninguém ficará vivo... na Terra inteira!
- NÃO! NÃO IREI DEIXAR ISSO ACONTECER! IREI AJUDAR AS PESSOAS E QUEM QUISER QUE VENHA COMIGO, MAS EU NÃO IREI DEIXÁ-LOS MORRER!
Todos ficam calados e a olhar para mim.
- Muito bem. Se é isso que tu queres, força. Quem quer ir ajudá-la que se juntem, e quem quiser ir matar demónios que venham comigo.- ele diz irritado mas tentando permanecer calmo.
Ninguém se pronuncia, mas movem-se. Vejo Jean e Jack a juntarem-se a mim e logo depois John segue o namorado, ainda com o braço em ferida.
Junto a Merle ficam Richard, Fred e Eleanor.
- Richard... tens a certeza disso?- pergunto, mesmo após o nosso momento constrangedor tenho medo de o perder.
- Sim, tenho. Assim todos fazemos algo de importante. E quem sabe, podemos acabar por trocar de funções. O futuro é incerto.
- Concordo, mas agora deveríamos ir todos ver do resto do grupo.- comenta Eleanor, enquanto recarrega a arma dela.
*-*-*-*-*-*-*-*-*
- Susan, espera. Temos de falar.- diz Richard aproximando-se de mim enquanto caminhamos na direção da cidade.
- Eu... eu gosto de ti. Sempre senti algo por ti e achei que era amizade... não era mas tenho medo... medo que agora com tudo isto...- começo a respirar mais depressa e apercebo-me que estou a começar a hiperventilar.
Engraçado. Fico sem ar perto dele mas quando estou a combater demónios estou mais segura de mim mesma.
- Suse... eu gosto de ti mas não quero ter nada agora, não quando estamos tão próximos da morte.
- Oh caralho. Comam-se logo, a morte pode esperar!- diz Cristine que estava a ouvir a conversa toda.
A minha irmã é também o cupido, fantástico...
Olho para Richard. Ele sorri mas percebo o medo de me perder no olhar dele. Não ligo para isso e aproximo os meus lábios do dele e beijamo-nos pela segunda vez, desta vez com a intenção de estarmos juntos.
- Eu amo-te mas...- eu começo mas ele interrompe-me.
- Xiu... Vamos aproveitar ao máximo ok? Amo-te mais que tudo.
Constance pvo---
1:30
- O que aconteceu?!- pergunto, olhando para Mary e Cristine, que já estão levantadas.
- Fomos petrificadas e eles devem ter-nos trazido para aqui.- diz Mary, procurando pelas armas dela.
- Bill! Onde estão os outros?!- grita Cristine, no corredor. Quando chegam à sala vejo Bill ainda abalado com os novos acontecimentos.
- Acho que estão na floresta norte mas já devem vir aí porque os tremores de terra e os demónios pararam... isso quer dizer que o mataram.
- Finalmente! Foi o pior demónio que já enfrentei...- comento, olhando para Mary que compõe o cabelo.
- Como se já tivesses enfrentado algum antes...- comenta ela. Reviro os olhos e suspiro mas somos interrompidas por Bill.
- Eles vêm aí!- grita ele, abrindo a porta para o resto do grupo.
Susan pvo---
- Cris, meu deus! Estava tão preocupado contigo!- digo, abraçando a minha irmã recém -acordada.
- Tive tantas saudades tuas... sabes, eu conseguia pensa e ouvir tudo, mesmo petrificada. Estava tão preocupada contigo! Pensava que ias morrer...
- Que positiva irmãzinha! Mas agora temos coisas mais importantes para discutir! O que vocês 4 querem fazer?
*-*-*-*-*-*-*
1:50
- Ok, não se esqueçam! Não podem dizer nada a ninguém sobre os demónios e o nosso objetivo e ajudar o máximo de pessoas possíveis!- ordeno, olhando para o meu grupo: Jack, John, Jean, Mary e Constance.
- Sim, nós já sabemos isso tudo...- comenta Mary. Ela tem ficado um pouco chata ultimamente...
- Ok... então vamos dividir-nos! Jack e John, tratam de ajudar a polícia e os bombeiros em manter a ordem e a apagar incêndios, Constance e eu tratamos dos feridos e o Jean e a Mary tratam de ajudar a limpar os destroços.
- Certo, vamos!
David pvo---
00:58
Não irei morrer. Não neste momento. Vou deixar esta cidade problemática e nunca mais voltar. Arranjo uma casa nas montanhas ou talvez vá para os Estados Unidos, para as belas praias que lá há, com algumas putas para me acalmarem o espírito...
Sim, é uma boa ideia...
O Jean que se entretenha a salvar as pessoas desta cidade, pois ela está perdida... aquele cabrão certinho, que se acha o salvador da pátria.
Pedalo o mais que posso até ao norte da cidade, já depois de ultrapassar a floresta de onde ouço grandes berros e tiros de armas. Quando saio do caminho de terra batida e entro na estrada olho para trás a tempo de ver seres monstruosos a voar no céu. Fico ainda mais assustado e pedalo com mais força. Ouço o meu relógio a apitar, avisando que já é uma da manhã.
Não tenho tempo para pensar em mais nada pois momentos depois algo invisível cai, cobrindo toda a cidade.
Caio no chão, morto, com metade do corpo dentro da cúpula e a outra metade fora. Mas algo está estranho... a minha alma não sai do meu corpo, pois torna-se parte da cúpula que cobriu a cidade. Apenas sofro, enquanto observo o sangue a preencher o chão, cobrindo-o de vermelho.
Richard pvo---
1:42
- Certo, vou ali dentro buscar mais munições.- afirma Merle, dirigindo-se a uma casa velha e a apodrecer, na floresta Norte, um pouco mais a sul de onde tínhamos estado a lutar contra Agares.
- Aquela é a casa dele?- pergunta Fred não muito alto.
- Sim... acho que é...- digo, olhando para o meu relógio vendo que faltam 8 minutos para o terceiro desastre e para o próximo demónio.
- Fixe...- comenta ele, sorrindo.
- Certo, está aqui tudo! Carreguem as armas rápido! Está quase na hora e não sabemos onde os demónios vão estar, visto que não chegámos a fazer um feitiço no Nemeton para torná-lo... como é que os jovens de agora lhes chamam... ah! Spawn, é isso. Se tivéssemos feito um feitiço que tenho aqui comigo, o spawn onde os demónios ressuscitariam era no Nemeton!
- Ok ok, chega de conversa! Estamos prontos para lutar!- retorquia a Eleanor.
2:00
- São duas da manhã! Preparem-se!- grita o Merle, quando de repente vemos um raio azul vindo do lago, a oeste da cidade.
- Ok, já sabemos onde está o demónio! Vamos para lá!- grita Fred, pegando na bicicleta dele.
Estou a ver que teremos que andar de uma ponta da cidade para a outra, vezes e vezes sem conta...
Susan pvo---
- Obrigado pela ajuda menina...?- agradece uma senhora de idade, depois de ajudar o marido dela com uma ferida na cabeça.
- Martin, Susan Martin.- digo, sorrindo-lhe.
- Que nome mais bonito. Pode chamar-me de Mrs. Perkins.
- Certo. Agora gostava que se dirigissem ao centro médico. Lá é mais seguro.
- Não podemos... está lotado de gente. Já lá estivemos e estava tudo cheio de pessoas e sangue... preferimos sair de lá.
- Oh... então eu vou ver o que se passa. Tentem ir para vossa casa e protejam-se.
- Certo, mais uma vez obrigado.
- De nada! Boa sorte!- digo, dirigindo-me ao centro de saúde quando começo a sentir frio. Primeiro não sinto assim muito frio mas com o passar do tempo começo a tremer até que certa altura deixo de sentir os meus dedos dos pés.- Te...te...te... tenho de me aquecer...
Tento correr o mais rápido possível até ao centro de saúde e vejo que também estão todos gelados, alguns já com os lábios roxos.
- O que se passa?- pergunto, olhando para um grupo de pessoas que está em círculo.
- Eles... eles... morreram...- fala uma senhora, desviando-se para me deixar ver duas crianças de talvez 10 anos de idade, congelados, de olhos abertos e mãos dadas, mortos.
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