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A Descida

Constance pvo---

12:45

Soube bem. Não vou mentir. A morte da Brenda fez-me muito bem. Já não me sentia assim tão satisfeita desde que descobri que os meus pais caçavam demónios.

Sim, eu sou a única que devia saber disto antes de Susan mostrar os vídeos. Apanhei os meus pais a matarem um dos demónios, durante a Páscoa, há dois anos atrás. Talvez seja por os meus pais me terem adotado mas o que é certo é que eu consegui persuadi-los e obriga-los a ensinarem-me a combater demónios. Talvez eu não seja tão inocente e dócil como os meus amigos pensam mas é eu sei proteger-me, melhor que muitos deles.

Ver Cristine numa posição como aquela, Brenda pronta a matá-la, tal como matou tantos inocentes naquela escola, despertou em mim um sentimento que há muito estava pronto a sair. Já não vou esconder mais quem eu sou de verdade.

- Temos de encontrar a Susan. Imediatamente.- digo enquanto limpo as mãos, antes cobertas pelo sangue de Brenda. O corpo dela já está tão transfigurado pelos meus socos que já mal se percebe quem ela é.- Os morcegos estão quase a desaparecer, e acredito que o tal “vento forte” seja tornados, então vamos ter de sair daqui agora.

- Para onde? Nem sabemos onde ela está…- diz Jean, arrastando o corpo para um local mais escondido, visto que as crianças ficaram assustadas com a violência.

Olho em volta, olhando para o grupo.

Fred ainda a coxear por causa do ataque dos duendes e Jean com dores de barriga depois do desastre que provocou a doença.

- Temos de procurar. A cidade está fechada. Existem poucos locais onde ela possa estar, só temos de procurar.- digo encolhendo os ombros.

- Então e as pessoas?!- retorquia Cristine.- Elas estão indefesas, sem chance de sobreviverem sozinhas!

- Da última vez que vi um grupo de civis, estavam todos a matar um morcego que tinham capturado.- digo sem muito entusiasmo.- Cá para mim estão a começar a perceber como isto funciona.

- Então o que pretendes fazer?! Deixá-los e ir procurar pela Susan!?- diz ela, começando a falar mais alto.

- É UMA IDEIA! E É A MELHOR QUE TEMOS!- percebo que estou a gritar e baixo o tom de voz.- O melhor que temos a fazer é procura-la e ter esperança de que não esteja morta. E ela é tua irmã, por amor de Deus!

Cristine não diz nada, apenas acena afastando-se.

- Temos de planear o seguinte. Podemos usar o corpo da Brenda para atrais os morcegos enquanto escapamos…

- Ou então vamos ao Inferno.

Olho para trás e vejo George com uma mochila que antes não tinha às costas. E atrás dele está um homem alto, de cabelo preto.

- Quem é ele?!- pergunta Jean, pedindo a Mary para levar os miúdos para fora dali. Tanto Fred como o Bill agarram nas suas armas, prontos para um combate.

- Ele… ele…- George começa a falar mas é interrompido pelo homem misterioso.

- Eu sou Furfur, o demónio…

- AFASTEM-SE! SAIAM DAQUI, ELE VAI MATAR-NOS!- grita Eleanor pegando numa arma, mas o homem faz um gesto com a mão e a arma voa contra a parede.

- Não estou aqui para vos fazer mal. Estou aqui para ajudar.- ele sorri.

- Como!?- pergunto desconfiada.

- Aqui o George e eu tivemos uma pequena conversa. Eu disse-lhe que sabia onde os vossos pais estavam presos…

Finalmente, alguma pista sobre eles.

- Mas…- sinto-me desanimada. Já sabia que ele iria pedir algo.- Apenas vos irei dizer onde estão se me fizerem um pequeno favor…

- O que queres?- pergunto cruzando os braços. Ele aproxima-se de mim, fazendo-me estremecer.

- Ora bem, cara Constance. Tens a certeza de que queres saber?- ela aproxima-se tanto de mim que julgo que ele me vai beijar, mas não o faz.
Apenas sorri e… Deus, como eu detesto este homem.

- Sim, tenho a certeza.- digo, sorrindo de volta.

Ele afasta-se com os braços acima da cabeça e com o seu sorriso idiota estampado na cara.

- Quem sou eu para contradizer a jovem? Bem, primeiro de tudo, não me podem matar enquanto eu estiver a fazer o feitiço. Os que irão lá abaixo vão sofrer as consequências caso isso aconteça.

- O quê? Abaixo onde?- pergunta Fred confuso.

- Ao Inferno.- responde George, mantendo o olhar fixo em Jean.

- O que queres dizer com isso?!- pergunta ele, com a voz a tremer.

- Quer dizer que existe uma chance de salvarem dois amigos vossos. O Jack e o John.

Impossível… eles morreram…

- Estás a mentir! Eles morreram!- grita Cristine irritada.- O Jack morreu naquela carrinha e o John sacrificou-se e…- é interrompida por Furfur.

- E foi para o Inferno. Acho que percebes a ligação.

- Como é que os vamos tirar de lá?! Eles estão mortos!- grita Bill.

- Por favor… parem de gritar… provoca dor de cabeça.- Furfur pára um pouco mas recomeça a falar.- O feitiço que posso criar abre uma porta direta para o Inferno. Não precisam de se preocupar em ir lá a baixo. O problema, é voltar.

- E como fazemos isso?- pergunta Fred, aproximando-se de Cristine, como que a protegê-la.

Que queridos…

- Chegando ao Limbo.- digo, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Mas… mas… isso existe?- Fred tenta argumentar mas interrompo-o.

- Tal como os demónios, o anel, e estes desastres todos. Tens de começar a acreditar que as coisas são reais.- aproximo-me de Furfur.- Agora diz-nos, qual é o contra disto tudo?

- O que te faz pensar que existe…

- Contigo à sempre algum.- lembro-me das lições do meu pai sobre este demónio e do que ele é capaz de fazer. Se bem me lembro ele tem sempre um plano de reserva e algo me diz que isso inclui alguém infiltrado ou alguém ir ao Inferno.

Preciso de saber o que se passa…

- Muito bem…- ele vira-se de costas para mim e começa a caminhar pela sala.- O meu feitiço é capaz de suportar apenas 3 pessoas. Já é um número bem elevado e quando voltarem, provavelmente, virão mais duas. Têm sorte, porque graças ao poder do Nemeton estou com poder suficiente para aguentar essas viagens todas.

- Não vamos sobreviver. 3 pessoas no Inferno. Ahahahaha tu queres arranjar uma forma de nos matar.- digo sarcasticamente, tentando obter o máximo de informação possível.

- Obviamente que não!- ele finge-se ofendido.- Mas apenas três podem ir. Nem mais, nem menos. E temos de decidir rápido. Apesar do tempo ser muito mais lento cá em cima, temos de manter o grupo unido, não é?

Quando eu voltar, eu vou matá-lo.- penso e decido que vou ao Inferno.

Tenho de ir, não só para salvar os rapazes como também para perceber o grande interesse de Furfur no Inferno.

- Certo, então acho que está mais que decidido que eu vou.- anuncia Cristine, avançando.

- Não. Tu não. Existem outros planos para ti, e quero-te a salvo, aqui na Terra.- diz Furfur. Ele olha então para mim e sorri.- A Constance vai. E o George pode ajudá-la.

- Concordo. Eu posso ir, na boa.- digo, tentando não transparecer a minha vontade de ir.

- Isto não é uma boa ideia mas ok…- aceita Cristine suspirando.- E quem vai ser a terceira pessoa?

Todos fazemos silêncio até que Jean se pronuncia.

- Eu vou. Tenho a obrigação. Já salvei muitos dos que estão aqui. Não consegui salvar o John nem o Jack. Tenho o dever de ir lá e trazê-los.

- Certo!! Então está escolhido! Vão se preparando. Dentro de alguns minutos vão iniciar a viagem.- ele bate as palmas com aquele sorriso idiota na cara. A qualquer altura dou-lhe um soco.- Entretanto eu irei dar algumas dicas a cada um para ver se não morrem no primeiro momento em que lá chegarem.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

- Constance…- ouço uma voz atrás de mim e vejo Cristine.

- Oh, olá.- digo, enquanto guardo as últimas ferramentas que quero levar.- Precisas de algo?

Ela caminha até mim, posicionando-se ao meu lado de braços cruzados e sem desviar o olhar.

- Sim, quero. Precisamos de falar.- viro-me por fim para ela, parando o que estou a fazer. Faço sinal para ela continuar.

- O que se passa contigo Constance? Tu mudas-te tanto desde que a Brenda… apareceu…- ela muda o olhar de crítico para pena. Não lhe respondo no início mas no fim falo.

- Eu e ela tivemos uma conversa na escola. Antes de Eleanor chegar, sabes.- ela acena.- Ela disse que eu ia morrer mais tarde ou mais cedo por ser uma miúda fraca e sem esperança. Ela… ela sabia que os meus pais tinham-me adotado. O pai dela era um dos que comandava o orfanato onde eu estava. Anos depois, ele contou-lhe o sucedido e ela passou a divertir-se às minhas custas.

- Eu sei, mas tu… tu pareces saber algo mais acerca do que se está a passar. Não falo apenas do ódio que tens para com a Brenda…

- Eu sei. Eu… eu já sabia que os meus pais caçavam demónios, 2 anos antes de isto tudo sequer acontecer.- digo de uma vez só.

Tudo o que estou a dizer é verdadeiro; não lhe quero mentir, não agora que estou prestes a entrar no Inferno, literalmente.

- Oh meu deus… e porque não nos contaste?!- ela pega nas minhas mãos como sinal de…não sei, talvez pena ou medo que eu morra.

- Porque… porque tinha medo que vocês me achassem maluca e que deixassem de estar comigo. Então treinei com eles em segredo, fui aprendendo a disparar e a teoria por trás da prática.

- O meu pai ensinou-me a disparar e a minha mãe a disfarçar-me entre outras pessoas. A ser uma criança inocente e feliz. E eu sou! Mas… digamos que tenho o passado um pouco obscuro.

- Obrigado por seres honesta comigo.- ela sorri e abre os braços, a pedir um abraço.- Nós vamos encontrar os rapazes e trazê-los.

- Espero bem que sim.- abraço-a e ela vai embora, deixando-me sozinha com aos meus pensamentos.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

- Bem, o mais provável é que a partir do momento em que descerem lá o tempo pode parecer rápido, mas aqui, talvez demore uma ou duas horas. Por isso, quanto mais rápido melhor.- informa Furfur, enquanto conjura o feitiço.- Estão todos prontos?

- Sim, estamos.- digo em nome de todos, visto que nenhum tem coragem para falar.

- Então… boa sorte.- diz ele deixando de sorrir pela primeira vez.

Momentos depois começa a murmura palavras estranhas, enquanto levanta os braços. Então o chão começa a tremer e abrindo-se, deixando espaço suficiente para passarmos. O primeiro a saltar é George, que grita assim que salta. Depois é Jean, que faz o sinal da cruz antes de se atirar.

E por fim sou eu, que olho uma última vez para Furfur que toca com a sua mão no coração como um sinal…

Então olho para o buraco à minha frente e decido saltar. Saltar para o meu destino.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Enquanto desço pelo buraco, sinto o ambiente ficar cada vez mais quente, sinto-me desconfortável com este calor todo e quando chego ao fim do buraco vejo um chão vermelho. Penso inicialmente que é lava mas é impossível; Furfur não nos guiaria à morte, não agora pelo menos.

- Constance!- ouço a voz de Jean e quando saio do buraco caio no chão, magoando o pé.

- Au! Merda! Magoei-me!- digo, olhando para o pé. Jean e George aproximam-se e o professor começa a examiná-lo.

- Não parece estar muito mau. Achas que consegues andar?

- Posso tentar.- digo, tentando levantar-me com a ajuda dele.- Consigo, mas obrigada na mesma.

Ele sorri e olha em volta.

- Temos de avançar e descobrir onde eles estão.

Começamos a caminhar, atentos a qualquer movimento. Caminhamos por algum tempo até chegarmos à orla de uma floresta cheia de árvores escuras e cobertas de sangue.

Enquanto andamos por entre elas ouço suspiros e gritos de pessoas. Olho em volta, assustada e com receio de algum inimigo mas não vejo nada.

- Constance, estás bem?- pergunta Jean ao meu lado.

- Sim… estou. Achava que tinha visto algo.

- Eu sei. Eu também estou a ouvir, mas ninguém te vai fazer mal, acredita.- ele pega na minha mão e guia-me por entre as árvores. Olho para trás e vejo George, com a arma dele em riste e pronto a disparar.

- Onde estamos?- pergunto confusa quando acabamos de sair da floresta e vemos um enorme deserto, com milhares de almas a correrem ou paradas.- Isto é horrível…

- Eu sei. Isto… isto é o Inferno de Dante.- responde Jean parado ao meu lado.

- O quê?- pergunta George confuso.

- O Inferno de Dante, é como lhe chamam! E parece ser real. Estamos no sétimo circulo… a VIOLÊNCIA. O local onde todos os que praticavam a violência contra… contra…- ele continua a tentar dizer a palavra mas engasga-se a cada tentativa.

Aproximo-me dele preocupada.

- O que se passa?- pergunto enquanto o vejo parar de tossir.

- Eu não consigo dizer a palavra… tentem vocês… digam o nome da pessoa que os cristãos adoram…

Penso um pouco e então lembro-me que ele está a falar de Deus. Estranho o facto de ele não poder dizer a palavra mas quando abro a boca para a pronunciar é como se algo atravessasse a minha garganta e me impedisse de dizer o seu nome.

- Estamos no Inferno, acho que é óbvio que isto iria acontecer.- diz George que coçava o pescoço, incomodado.

- Continua a explicação.- peço ao professor.

- Este local é onde todos os que praticaram a violência contra vocês sabem quem e contra eles próprios estão condenados a ficar por toda a eternidade… Só precisamos de saber onde o John e o Jack estão incluídos! Quais foram os pecados deles!

Tento lembrar-me do que Furfur disse antes de descermos. Ele disse que não podíamos alterar o destino, a morte. Tenho pena de todas estas almas mas o nosso objetivo é encontrar os rapazes.

Pensa Constance, pensa…

- Temos de atravessar o deserto?

- Sim, é a única forma de chegarmos ao ponto de passagem para os próximos círculos. Este deserto… é onde estão todos os que praticavam a violência contra Ele. Os que estão a correr… se pararem, vão passar mil anos parados no mesmo sítio, a sofrer. Os que estão sentados no fogo, foram os que desrespeitaram a sabedoria Dele…

- Não quero uma aula de história agora!- digo impaciente.- Temos de atravessar o deserto. Como?

- Caminhando. Se corrermos temos de manter-nos a correr até ao fim. Se pararmos… temos mil anos de sofrimento pela frente. Por isso, só corram em último recurso.- aceno e começamos a caminhar por entre as almas que gritam e pedem por ajuda e perdão.

- Meu… meu… como é possível isto ser tão mau?- pergunto horrorizada, tentando involuntariamente dizer a palavra proibida.

Continuamos a caminhar por um bom bocado até que vemos um monte de pessoas espremidas umas contra as outras.

- Hum… desculpem, mas sabem onde se pode sair do deserto?- pergunta Jean, mantendo-se afastado o suficiente deles.

- AJUDEM-NOS!!! POR FAVOR. PERDÃO SENHOR!- gritam os homens e mulheres, todos nus.

- Não vamos encontrar respostas aqui.- Jean continua a caminhar e nós seguimo-lo.- Estamos por nossa conta mesmo.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

- E agora?- pergunto, sentada a olhar para o ponto de passagem entre o 6 e o 8 circulos. Depois de sairmos do deserto caminhámos por mais algum tempo até chegarmos ao buraco que nos pode enviar para o 8 circulo e para a corrente de ar, que nos leva para o 6 circulo.- Para onde vamos?

- Temos de tentar o 8 círculo. É o círculo da FRAUDE. O local onde os mentirosos, os falsos profetas e os ladrões vivem.

- E porque razão é que um deles haveria de lá estar?- pergunto confusa.

- Nunca saberemos sem tentar.- ele olha para nós e salta para o buraco.

Parece que o Jean até é corajoso e não apenas um professor chato.

Afasto estas ideias da cabeça e vejo George a saltar e sigo-lhe o exemplo.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

- Achas que eles estão aqui?- pergunto, enquanto caminho ao lado de Jean. Observo os diversos destinos para as almas. Chicoteamentos, esfaqueamentos, almas a serem queimadas é o que mais vejo, e fico cada vez mais enojada. Atravessamos várias pontes, cada uma contendo um fosso por baixo, onde sofrem os fraudulentos. Enquanto atravessamos estas pontes Jean vai contando a história de cada fosso e o que significa mas não me lembro de tudo.

- Quanto mais rápido os encontrarmos melhor.- diz ele por fim, enquanto chegamos à quinta ponte.

Apenas aceno e olho para baixo, para ver os condenados quando vejo John… vivo. Ou pelo menos, morto vivo. Ele está coberto de piche, uma substância parecida com o petróleo, que ferve e queima os mortos. Ele grita e pede perdão, chora e tenta sair dali mas sempre que começa a levantar-se um demónio aproxima-se e morde-lhe a cara, rasgando-a e delicerando-a. Ele volta a cair no piche sem sentidos e quando é coberto totalmente por ele a sua cara é reposta e volta a pedir perdão e para que o libertem.

- MEU… MEU… QUE MERDA, É O JOHN!- grito horrorizada. Preparo-me para saltar para cima de um dos demónios mas George agarra-me pela cintura, impedindo-me de atacá-lo.

- Não podes! Temos de arranjar outra forma!- diz ele assustado.

- Ele está a sofrer! Temos de fazer algo!

- Temos de enganar o demónio. Eu trato disso.- afirma Jean guiando-nos para uma descida até ao fosso.- Depois vocês chamam o John e tiram-no dali.

- E tu?! O demónio vai matar-te!- digo preocupada.

- Não te preocupes. Ele vai conseguir.- afirma George, pegando na minha mão e escondendo-nos atrás de uma rocha. Vemos Jean aproximar-se de um demónio e atirá-lo para o piche, fazendo este gritar de dor e raiva. Em poucos segundos ele sai do piche mais facilmente do que eu achava e começa a voar atrás de Jean.

- Temos de ir agora!- grita George. Acordo do transe e corro até onde John estava.

- JOHN! VEM PARA CÁ! VEM TER CONNOSCO JOHN!- gritamos para o condenado que nota a nossa presença e começa a sair do piche, a gritar e com dor… todo nu. Sinto que devia virar o olhar, mas não o faço. Neste momento o importante é salva-lo.

- John! Oh meu…, estás a salvo agora!- digo tentando abraçar o rapaz mas vejo que ainda está coberto de piche, então mantenho uma distância.

- OH MEU… PORRA! CONSTANCE! GEORGE! SENHOR, O QUE EU FIZ PARA PODER MERECER ESTA SALVAÇÃO?!- ele olha para cima, como se falasse diretamente para Deus.

- John, temos de ir! O demónio já deve ter encontrado o Jean e temos de salvar o Jack.- digo começando a subir a encosta. Os rapazes seguem-me e quando chegamos ao topo vemos Jean nas garras do demónio que voa na direção do fosso.

- Dispara contra ele!- grito para George, que o faz acertando no monstro, fazendo Jean cair no chão.

- AHHH- ele grita mas levanta-se logo a seguir, como se já não sentisse dor.- Estamos… estamos a ficar aqui muito tempo. Quando caí, a dor foi insuportável. Parecia que tinha durado milhares de anos.

- Estamos a começar a integrar neste lugar…- diz George.

- Sim, por isso temos de correr. Vamos.

- Mas para onde?- pergunto sem me mover. Jean pára e volta para trás.

- Eu… não sei…

- Mas eu sim.- afirma John olhando para nós.

- Alguém podia dar-lhe alguma roupa para vestir. Isto é constrangedor.- digo olhando para Jean. Este percebe e abre a mochila, retirando de lá umas calças e boxers.

- O Furfur disse que todos estão nus cá em baixo. Pediu-me para arranjar umas calças para ele.- entrega-lhe a roupa e John veste-as, não muito preocupado com o tempo que demora a tapar-se.

- Ok, vamos sair daqui e procurar o meu namorado.

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FELIZ CARNAVAL EHEEEEEEEEE

QUERIA SÓ DIZER QUE COMO HOJE FOI DIA DE CARNAVAL, SENTI A NECESSIDADE DE DAR UM POUCO DE ALEGRIA A VOCÊS COM DOIS NOVOS CAPÍTULOS!!!

E ESSE INFERNO? DANTE, CIRCULOS, DEMÓNIOS? LOKALOKALOKA

Este ano não me vesti. Tenho muita pena mas a vida deu desta forma! Espero que todos vocês tenham aproveitado

PERGUNTA:

Qual é sua personagem favorita até agora?

(Respondam aí nos comentários qual é e porquê!!)

Espero que tenham apreciado a leitura!

Abraços!!

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