Hora 6
Esse capítulo vai especialmente pra brunna_adryah e pra YsaahhVitoria, que conseguiram me convencer a arranjar um tempo pra escrever e atualizar a estória nessa minha agenda corrida. O que eu não faço pelos meus leitores, não é?
Bom, espero que gostem do capítulo e continuem acompanhando a obra. Não esqueçam de votar e comentar, ok? Isso faz meu coração pular de alegria hehe
Beijoos !
- SophiieM
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- ELA NÃO TÁ RESPIRANDO! - Me afasto bruscamente do corpo gélido de K, indo com dureza até a porta, enfrente ao rosto sem reação de Z.
Ele franze as sobrancelhas. - Óbvio que está, senão estaria morta.
- Ela está morta! - O empurro contra a parede, segurando em seu colarinho; mas ele retribui meu ato "carinhoso" com mais força, me fazendo cair no chão.
Ele anda (quase quebrando o chão) até ela e se ajoelha, encarando seu rosto e depois segurando sua mão.
Ainda com a mão segurando a sua, Z olha para mim. - Sai. - Fala em tom baixo.
- Eu não vou sair, acha que v...
- Estou mandando sair. - Ele me corta, aumentando seu tom de voz.
- Mas eu n...
- SAI! - Ele grita e levanta.
- Acontece que vo... - Começo a responder quase gritando, quando ele me corta novamente.
- SAI, SAI, SAI DAQUI! - Berra desesperadamente, como se alguém tivesse morrido.
Opa! Que péssima hora pra piadas, Alli! Me repreendo mentalmente.
- Tudo bem, tudo bem, estou saindo. - Falo com as mãos levantadas em sinal de rendição, ficando na sala de jantar, enfrente à porta.
- FECHA A PORTA! - Ele grita. E pelo seu estado emocional e tom de voz totalmente alterado me sinto obrigado a realmente fechá-la.
O que aconteceu aqui? Me pergunto com as sobrancelhas franzidas ao encostar-me na parede, escorregando até o chão.
Levo as duas mãos à minha cabeça e começo a puxar meus lindos fios de cabelo aos poucos, deixando-os totalmente bagunçados. O que ele fez com ela? Eu falhei! Droga, eu falhei! Deixei que ele a matasse! Eu sabia. Sabia.
Bufo em tom alto, não como uma reclamação, mas como um lamento. Eu não a conhecia, não sabia de sua vida e nem o que pensava; mas no momento a minha meta de vida era salvá-la. E sim, eu falhei.
Esmurro a parede atrás de mim e engulo meu grito. É uma droga mesmo! Tudo dando errado! E Deus, onde está? A deixou morrer? Deixou alguém inocente morrer?! Que ótimo Deus, esse!
Bufo e olho para o teto, já que não tenho nada a fazer agora. Até que vejo uma mão preta, ou melhor, cinza, quer dizer, transparente, mas escura. E ela está aberta com o palmo para baixo, vindo em minha direção. Está segura apenas pelo punho, e não tem braço, nem ombro, nem corpo, nem nada. É apenas uma mão voadora. Normal!
Fecho os olhos pensando que talvez eu esteja mesmo um tanto louco - e com raiva da minha capacidade inepta de fazer piadas em momentos indevidos -, mas depois de abri-los e de lembrar o que passei no meio da floresta sei que a última coisa que eu seria em um momento como esse é louco.
Ela se aproxima de mim devagar e eu juro a mim mesmo que se não houvesse uma parede firmando minha coluna já teria me afastado uns 50 metros dessa mão.
Fico imóvel vendo-a se aproximar até que ela toca no meu peito; imediatamente sinto como se ele estivesse pegando fogo e enquanto isso a mão vai entrando em mim... Até que some. Respiro aliviado, mas assim que expiro sinto uma dor aguda, como se fosse uma agulha penetrando o seu dedo, só que 100 vezes mais forte. Sim, é horrível.
Começo a respirar ofegante e minha visão se torna turva. A sensação que tenho é que meu corpo todo está girando, então fecho os olhos e aperto com a mão direita o meu peito esquerdo, como se algo fosse adiantar.
- AH! - Exclamo entre os dentes. É uma dor aterrorizante, e por mais que eu tente abrir meus olhos só consigo fazer infinitas caretas por conta da dor. - O que foi agora, Deus? - Falo aproveitando os poucos segundos que consigo tragar uma quantidade considerada de oxigênio, o que serve para os próximos segundos onde tudo que eu consigo é fazer soltar sons grotescos com a boca e pequenos suspiros, o que me deixa pior ainda.
Se zangou porque falei umas verdades? Sinto vontade de perguntar isso a ele, mas já sem conseguir falar mais nada. Se eu pudesse me ver no espelho confirmaria as hipóteses de que estou ficando roxo.
Consigo gritar mais uma vez antes de jogar meu corpo para o lado e sentir minha cabeça latejar.
⌛
Estou vendo novamente as paredes brancas (como na visão que tive na floresta), lençóis brancos sobre mim e uma luz amarela muito forte sobre minha cabeça, o que dificulta 90% da minha visão sobre o local. Mesmo assim me esforço e consigo ver apenas um longo cabelo castanho ondulado e uma mulher que não faço a mínima ideia de quem seja.
Levanto meus olhos para ver o seu rosto, mas fecho-os imediatamente e faço uma careta. Essa luz ainda vai me deixar cego! Penso com os olhos já fechados; e mesmo assim sinto que ela aperta minha mão com muita força, o que me incomoda um pouco.
- Não feche os olhos, não os feche. Olhe pra mim! - Ouço uma voz feminina que imagino ser a sua. Mas com essa luz toda a última coisa que penso em fazer é abrir meus olhos, então simplesmente a ignoro. - AISLE! - Ela grita. - Me ouça, me atenda, por favor! - Clama, mas com certeza não irei atendê-la, seria incômodo demais pra mim. E outra: o que ela quer de mim? O que posso fazer por ela?! Nem sequer a conheço. E nem faço noção de como ela sabe o meu nome.
- Senhora, você precisa se afastar imediatamente. - Uma voz grave fala.
- Não. Não vou sair. Permanecerei aqui. - Ela resiste.
- Por favor, eu não vou pedir novamente. Você precisa se afastar ou sofrerá as consequências.
- Por favor, não me deixe longe dele! Por favor, por favor! - Ela começa a implorar com uma voz chorosa.
- Vou ter que lhe retirar à força e não é isso que eu quero. Você está atrasando todo o processo e isso pode acarretar consequências fatais. - Posso afirmar que a voz dele está começando a sair do ritmo anterior. Ele está se descontrolando.
Quero muito abrir os olhos para ver o que está acontecendo e decido fazer isso mesmo com a luz. Ponho força para abri-los, e mais força, e mais força, mas nada consigo, é em vão. Começo a estranhar tudo isso e tento perguntar a eles por que toda essa confusão, mas também não consigo abrir a boca.
É então que percebo que não sinto nem uma parte do meu corpo, ele todo está imóvel, paralisado e nem um músculo consigo fazer com que saia do seu lugar.
- Não! Não! NÃO! - Ela começa a gritar.
- Moça, por favor, não toque nele durante o processo. - Outra voz masculina diz, agora me parece uma voz mais jovem.
- Me solta! Me larga eu preciso ficar com ele! - Acho que ela está chorando e eu fico com raiva de mim mesmo por não poder ajudá-la e nem ao menos saber o que está se passando aqui.
Ela dá uma pausa até que começa a gemer, como se estivesse passando por uma dor frequente. - O que vai fazer?! - Ela pergunta com desespero. - O que vai acontecer agora?! - Ouço seu choro alto. - Ai meu Deus, me ajude! - Ela chora.
Deus?! Ela chamou mesmo Deus?! Será que ela não sabe que ele não vai ajudá-la?!
Ouço-a chorar e gritar o tempo inteiro, até que uma voz a atrapalha.
- Pare de chorar e gritar! Não está vendo que nada que eu faço está adiantando?! Peça ao seu Deus que faça alguma coisa por ele, porque eu só vou tentar mais uma vez! - A mesma voz grossa de antes grita enraivecida. É então que a ouço dizer uma única frase, em voz baixa mas em bom tom: bom o suficiente pra que eu ouça.
- Está nas tuas mãos, meu Deus! Continuarei te adorando aconteça o que acontecer, mas por favor...
Um barulho alto e uma dor fortíssima em meu peito me impedem de ouvi-la completar a frase. Eu só consigo fazer mais duas coisas: gritar e abrir os olhos.
⌛
Estou sentado na cama do quarto do Z e ele está segurando, nas duas mãos, um desfibrilador.
Me assusto com a cena; meu coração está fazendo uma aposta com minha mente pra ver quem bate mais rápido: as pulsações ou os pensamentos. Sinto o desespero e a dúvida vindos de algum lugar e me invadirem. A primeira pergunta se forma em minha mente: O que aconteceu aqui?
Z está suado e aparentando cansaço; e como que adivinhando meus pensamentos ele fala:
- Você estava morto, Alli.
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