Hora 11
Oi, oi meus amores! Tudo bem? Espero que sim :)
Vim aqui nas notas só pedir desculpas pelo atraso do capítulo (é que hoje foi um dia meio corrido e só estou tendo tempo agora) e dizer que o vídeo que está na mídea não tem nada a ver com a Hora 11 (a não ser que ouvi essa música umas 500 vezes enquanto o escrevia). É uma versão estadunidense com uma divisão de vozes angelical do hino de número 427 da Harpa Cristã "Mais perto quero estar", estou muito viciada nela! Fora toda a beleza desse À capella, a letra é muito linda!
É isso, aproveitem esse capítulo totalmente revelador (leiam sentados, para não caírem) e cheio de surpresas. Não esqueçam de clicar na estrelinha lá no final do capítulo para me deixar feliz e no símbolo de comentário bem do lado para comentar a sua opinião sobre o que está achando da estória. Podem deixar críticas também (desde que sejam construtivas). E divulguem para seus amigos e familiares que gostam de um bom suspense ou ficção científica (isso aí, obriguem-os a fazer uma conta aqui muahahaha). Sou gentil, povo, tratarei todos com carinho *-*
E cá estou eu com mais uma nota gigante. É, gente, eu juro que tento, mas não dá kkk
Um grande beijo, amo todos vocês! Fiquem com Deus!
- SophiieM
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— Com certeza, nessa floresta não tem nenhum animal. Vamos voltar.
Ouço sua risada sarcástica insuportável. — Pensei que já fosse profissional em caça e soubesse que é preciso muita paciência para isso. A não ser que esteja com medo, então podemos voltar; não têm problemas.
Nem olho para o seu rosto. — Claro que não, mas não consigo me concentrar com você rindo o tempo inteiro. Preciso de um ajudante que realmente me ajude, não um que zombe de mim.
— Seria muito mais coerente que você fosse o meu ajudante. — Fala. — Literalmente. — Ouço-o sussurrar essa última palavra.
— Como assim literalmente? — Pergunto, abaixando a espingarda.
— Nunca abaixe sua arma durante uma caçada, pode perder uma boa presa. — Ele diz enquanto aponta instintivamente para a minha mão direita.
Volto a levantá-la e me concentro na área ao meu redor. A uns 10 metros de distância vejo um esquilo sobre uma grande raiz de árvore. Abaixo já apoiando meu corpo sobre meu joelho direito e posicionando a espingarda para mirar.
Respiro fundo e aperto o gatilho, mas o tiro acaba entrando no tronco da árvore, assustando o esquilo que logo corre para longe. Bufo.
Olho para Zion e constato o que eu já esperava: sua risada de deboche.
— Ah, para de ser demoníaco, aquele esquilo era muito pequeno. Essa sua risada me incomoda. — Falo e vejo o seu sorriso novamente. Não menti. Quando ele ri com sarcasmo ou deboche me sinto muito incomodado, como se...
Z dá um passo para trás e ergue sua espingarda em minha direção. Não acredito nisso!
Respiro fundo e tento manter a calma. — Por que está mirando em mim? Quer mesmo me matar, assim, agora?! — Pergunto, mas ele não responde. Também está com os olhos arregalados em minha direção, e está... Tremendo.
Zion está com uma espingarda apontada em minha direção, com os olhos arregalados, boca entreaberta, tremendo. Ele não quer me matar, ele está... Nervoso.
Respiro fundo e engulo o litro de saliva que se formou em minha boca.
— O que você está fazendo, Z?! — Pergunto, aturdido. — O que você está vendo?! Está me vendo?! Olha só, seja o que for que estiv...
Sinto uma mão fixar-se sobre meu ombro esquerdo. Percebo meu corpo esfriar e meus pelos se eriçarem. Medo.
Olho devagar para a mão, mas não é a mão que me matou, nem é a mão de uma sombra. É uma mão branca, de carne e osso, e essa tem um braço, um ombro e... um corpo.
Olho em seus olhos: azuis. Pálida. Magra. Mal vestida. Sobrancelhas franzidas, lábios entreabertos, pés descalços, cabelos castanhos assanhados. Não sei o que há de errado comigo, mas estou achando-a linda.
— Preciso falar com você. — Sua voz é doce e suave, mas falha. Está com medo. Medo dele.
— Disse para não sair de lá. — Z fala pausadamente para a menina.
Ouço um barulho e olho para trás: Zion acabou de jogar sua espingarda no chão com muita força, e está marchando em nossa direção. Ela dá passos para trás ao vê-lo avançar, vejo em seus olhos que está com medo. Mas é tão... Indefesa.
Fecho os olhos e lembro-me da K. Pobre. Indefesa. Linda. Aprisionada.
Droga!
Dou um passo para a esquerda até cobrir seu corpo. Estou em sua frente. Se quiser fazer algo a ela que seja longe de mim, porque não vou deixar que a machuque.
— O que vai fazer?! — Pergunto a Zion enquanto cubro a imagem da menina com os braços abertos, como uma verdadeira barreira humana.
— Sai da frente. — Ele diz, sério e determinado.
— O que vai fazer com ela? — Repito.
— Sai, Aisle. — Ele então se vira e afasta, me fazendo respirar aliviado, porém em vão, pois vejo-o se abaixando para pegar a espingarda e virando-se para mim. Ele não vai mata-la, vai?
Continuo em sua frente.
— Pedi que saísse. — Ele fala como um ultimato, e quando vê que continuo na frente da garota abaixa a espingarda, mas tudo é tão rápido que quando dou por mim já estou no chão, apertando minha pele ao redor do tiro que acabei de levar.
Golpe baixo. Na coxa, para que eu não pudesse continuar em pé mesmo com dor.
Enquanto olho para o sangue jorrando e penso na dor esqueço o que estava fazendo: protegendo a garota. Levanto meu rosto e vejo que a espingarda dele está no chão. A garota tosse muito e começa a babar. Ele está sufocando-a com um mata-leão. Seu rosto fica vermelho rapidamente e ela abre a boca buscando por um oxigênio que, pelo Z, nunca entrará em seus pulmões novamente.
— Merda, Z. Por que está fazendo isso?! Pare, pare com isso! Vai mata-la, pare! — Grito enquanto tento me levantar. A garota estava com os braços suspensos, tentando arrancar as patas de monstro de Z do seu pescoço, mas seus braços pendem, ficando pendurados junto ao corpo, e seus joelhos dobram-se, assim como seus olhos.
Levanto-me com dor e vou até ele, empurrando-o. Quando faço isso ele solta a garota, que cai com o rosto no chão. Zion apenas se desequilibra, mas assim que recupera a pose chuta minha coxa, onde ele atirou, fazendo-me cair e gritar de dor.
— Desculpe, Alli, mas pedi que você saísse da frente dela.
— Por que você fez isso?! — Rosno.
— São questões de negócios, você não entenderia. — Ele então se aproxima da garota que está no chão e a chuta para perto de mim. — Se não achar caça melhor leve-a para o jantar. — Então se afasta e dentro de alguns segundos já não o vejo mais.
Ainda com muita dor me aproximo da menina, virando seu corpo para mim e limpando seu rosto para que eu possa vê-la melhor. Boca rocha entreaberta, marcas vermelhas no pescoço e um corte no rosto perto da sobrancelha. Que covarde! Fervo.
— Deus, por favor, me ajude. Ajude-a. Ela não pode morrer! — Sussurro enquanto vejo-a aqui, na minha frente, desfalecida. Sei que não a conheço, não sei de onde vem e nem como conhece o Z ou o que queria me falar, mas é uma vida. E não merecia ser tirada.
Puxo-a para mais perto de mim e a deito em meus braços, como um bebê. Seu pescoço pende para trás juntamente com seus cabelos, me fazendo ver uma parte descoberta de sua nuca. Uma tatuagem.
IGU-0001
Um número?! Uma porcaria de número?! Suspiro. Essa não pode ser uma tatuagem comum. O número é como se fosse um... Um modelo!
Caramba, o segredo!
Enfio a mão dentro da calça e encontro o dispositivo dado a mim pelos policiais. Abro a câmera e tiro uma foto da tatuagem. Deito a garota no chão e tiro uma foto de seu rosto e de seu corpo. Aproveito e mando uma mensagem de ajuda para os policiais. Com certeza tem GPS nesse quase celular e sei que eles virão o mais rápido possível assim que receberem essa mensagem.
Tento ignorar a dor latejante em minha perna e verifico seu pulso. Está fraco. Abro um sorriso. Não está morta! Z se enganou, ela não está morta!
Balanço-a e pressiono minhas mãos sobre seu peito, reanimando-a. Repito por alguns minutos até que a sinto respirar fundo e fazer uma careta. Mais uma vez olho em seus olhos. Encantadores.
— Oi? — Falo, esboçando uma tentativa falha de sorriso, pois minha coxa dói muito.
Ela me encara um pouco com a testa enrugada até que muda de expressão. — Você não é o... — Ela fala espantada e olha ao redor. — Onde está o Z? — Depois olha para mim. — Ai, meu Deus! Ele te machucou?! — Seu desespero está nítido.
— Ei, calma. — Respiro fundo.
— Não, você precisa de ajuda. Meu Deus! O que vamos fazer?! Não trouxe nada para te ajudar, está sangrando muito. — Ela se abaixa ao meu lado olhando para meu ferimento.
— Calma! — Falo mais alto, segurando em seus braços. — Calma, ok? Estou bem. — Mentira, não estou não. — Já pedi ajuda, logo eles chegam.
Ela franze a sobrancelha. — Eles quem?!
— Os policiais.
— Os poli... Polícia?! A polícia está aqui?! — Ela grita desesperada, mas está sorrindo. Linda!
— Está. — Acabo sorrindo também; impossível não ser influenciado.
— Ai meu Deus! — Ela senta no chão e cobre a boca e o nariz com as duas mãos. Vejo seus olhos se encherem de lágrimas. — Não acredito!
— Em quê?! Por que está chorando?!
— Eu vou ser livre! Vou estar livre! — Ela gargalha. — LIVRE! Eu sabia, sabia que minhas orações não eram em vão! OBRIGADA, SENHOR! — Ela grita.
— Desculpa atrapalhar, mas...
— Como conseguiu falar com a polícia? — Ela me corta.
— Na verdade, eles conseguiram falar comigo.
— Como?! — Insiste.
— Estava andando na floresta. Eles também. Nos encontramos. — Sorrio enquanto vejo-a mirar dentro dos meus olhos.
— Sabe que está em perigo, não é? — Ela pergunta depois de uns segundos.
— Sim, Z quer me matar.
— Alli, você é muito esperto. Z gosta disso. Ele nunca iria te matar. Nunca. Morrer seria muito melhor.
— Do que você está falando? E como sabe o meu nome? — Me assusto.
— Minha mãe trabalhava para o Z em um laboratório de ciências e tecnologias, ele era seu chefe. Ela, ele e todos os outros funcionários criavam novas tecnologias, coisas simples para ajudar pessoas no dia a dia. Máquinas, robôs, para manipulação de dinheiro, roupas, calçados, enfim... Coisas fúteis, mas muito caras; as pessoas não querem mais ter trabalho algum em casa.
— Não estou entendendo.
— Tínhamos a permissão do governo para fazer isso, mas Zion queria muito mais, ele queria clonar pessoas pois tinha conhecimentos e materiais disponíveis; entretanto isso não é permitido, e ele começou a ficar fissurado. Como os corpos das universidades não eram liberados para a empresa dele, ele começou a... A matar pessoas para estuda-las; até que foi descoberto. A polícia começou a procura-lo e até hoje não faz ideia de onde ele está; ele veio para cá e com a ajuda de parceiros conseguiu construir essa casa e um laboratório científico enorme no subsolo. É lá que eu vivo, junto com todos os outros prisioneiros.
Não sei o que dizer. Não imaginava que esse segredo fosse algo tão horrível assim. Lembro então de quanto entrei em seu quarto. A luz azul; o pano que a cobria; ele possuir um desfibrilador; ter salvo a minha vida; me elogiado e ter dito que gostava de mim... Agora tudo faz sentido: ele quer que eu seja seu cobaia.
— E de onde são esses prisioneiros?
— São visitantes. Pessoas que fazem trilhas ou passam pelas redondezas. Acabam encontrando a casa do Zion e pedindo abrigo. Z não as mandava embora, como K disse, ele as tornavam suas prisioneiras debaixo de ameaças de morte, aliás, ele tem muitos aliados e pode intimidar quem bem quiser.
— Espera, como você sabe que a K me disse isso? — Pergunto abismado.
Ela revira os olhos. — Alli, a casa está cheia de câmeras e gravadores de voz. Por que você acha que ele é tão louco assim por segurança?! É um procurado da polícia, assassino, rebelde. Se a polícia pegá-lo pode ser condenado a prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte. Ele sabe de você, sabe o quanto é esperto e rebelde, assim como ele. São pessoas assim que ele quer; não para estuda-las, mas para ajuda-lo com as pesquisas em outros seres humanos.
Fico uns segundos em silêncio, analisando toda essa descarga de revelações secretas que acabei de receber de uma garota desconhecida, que me fez levar um tiro e nem sei se está falando a verdade ou não.
Reviro os olhos. Claro que ela está falando a verdade! Por que Z a tentaria matar, então? Quem nada esconde, nada teme.
— Há quanto tempo ele está escondido aqui? — Pergunto.
— 19 anos.
— E a polícia nunca o encontrou?! — Aumento o tom de voz.
Ela dá um sorriso de lado, não um sorriso maligno como o Z, um sorriso inocente e ao mesmo tempo tão esperto e sábio. Ela é linda! Seus olhos são lindos! Seu sorriso é lindo!
— Você não faz noção mesmo de quem é Zion. — Ela olha pra baixo.
— Ei. — Chamo sua atenção, fazendo com que seus olhos hipnotizantes me encarem. Não é difícil notar sua expressão de cansaço e tristeza. — Agora você é livre. Fique feliz, sorria, fica mais bonita assim. — Falo, então ela abaixa a cabeça e sorri. — Estou falando sério. — Junto minha careta de dor a uma tentativa falha de sorriso. — Por que está sorrindo?
— Você está me paquerando.
— Não estou, não. Apenas disse a verdade.
— Viu?! Me paquerando. — Ela ri. Eu rio. Nós rimos. — Gostei de você. — Esboça um meio sorriso. — E não é porque você é o primeiro cara a me paquerar.
Arregalo os olhos. O primeiro?! — O primeiro?!
Ela assente. — Lembra o que K te disse sobre nunca ter saído daquela casa?
Balanço a cabeça em negativa. Não pode ser! Não acredito que ela nunca teve a chance de sair daquela casa desde que se tornou prisioneira!
— Não pode ser. — Afirmo e ela aperta os lábios. — Há quanto tempo não sai de lá?
— 18 anos.
— 18 anos?! — Me escandalizo. — Qual a sua idade?
— 18 anos. — Não consigo dizer mais nenhuma palavra. Se a mãe dela trabalhava para o Zion, ele fugiu há 19 anos e ela tem 18... — Eu sou a filha do Z.
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