24. Depois do felizes para sempre?
- Café da manhã pronto! - Enzo gritou da cozinha
Eu ajudei Isa a descer as escadas com cuidado. Ela parecia sempre acordar antes da gente e eu a encontrava de pijama, nas pontas dos pés, olhando pela janela. Eu agradecia mentalmente pela tela de proteção que colocamos.
- Hum, que cheiro bom - Isa falou enquanto eu a colocava na nossa cadeira improvisada com almofadas
- Ovos mexidos e torrada à francesa! - Enzo descreveu o menu
Eu me sentei ao lado de Isa para ajudá-la.
- Com você morando aqui parece que estou tendo todo dia um café da manhã de hotel - eu comentei
- Só que de graça - ele riu
- Só faltam os mini-sabonetes no banheiro.
Ele sorriu. Eu tinha que ter cuidado para não me perder no seu sorriso às vezes.
- Sabe quem vem aqui hoje, Isa? - eu mudei de assunto
- Quem? - ela disse depois de mastigar o que eu havia lhe dado
- A tia Valerie! Ela vem te visitar!
- Sério? Vou mostrar meu quarto novo pra ela! - a menina se animou
- Vai sim! Vai poder contar tudo o que aconteceu com você esses dias.
Ela concordou com a cabeça, de boca cheia. Eu posso parecer tranquila, mas eu não estava. A insegurança me fazia tremer de leve, eu não queria que nem Valerie nem a assistente social vissem nada de errado; eu queria que tudo estivesse perfeito porque, para mim, estava.
Foi uma correria para não nos atrasarmos, mas assim que a campainha tocou estávamos prontos. Isa tinha em seus braços seu cachorro de pelúcia e eu e Enzo tentamos parecer mais seguros, mais confiantes. Mais pai e mãe, para falar a verdade. Ao ver Valerie, Isa correu até ela. A assistente social não era de muitas palavras e só Deus sabe como isso me deixava nervosa. Ela olhava de um lado para o outro, anotando tudo, seca e sem falar um pio, sem dar um sorriso sequer. Pelo menos Valerie era o total oposto.
Depois de uma volta pela casa, sentamos no sofá e uma bateria de perguntas começou, primeiramente a mim e Enzo. Como havia sido, se ela chorou, se ela fez pirraça, se ela se comportou de modo estranho, se ela tentou fugir, enfim, um monte de perguntas chatas de se responder. Com Isa, a conversa se tornou mais leve.
- Ontem eu entrei na piscina e eu fiquei tanto tempo nadando que meus dedos ficaram todos estranhos - ela contou a Valerie com animação
- É? E você aprendeu a nadar? - Valerie perguntou
- Não, eu só posso entrar com uma boia no braço e outra redonda, parece uma rosquinha. Ah, e eu não posso esquecer do protetor! - Isa disse quase repetindo nossas palavras ontem na piscina, como se tivesse decorado
Eu vi a assistente social, Margareth, anotar algo. Eu espero que tenha sido algo bom.
- Você está se divertindo, então? É legal morar aqui?
- Sim. Muito legal - a pequena disse, sorrindo
- Que tal você ir brincar um pouco para gente conversar um pouco mais. Conversa de adulto é chata!
- Acho que aquele desenho que você viu ontem está passando na TV, você não quer assistir? - perguntei
Ela concordou com a cabeça. A TV ficou ligada na sala e fomos à cozinha conversar.
- Bom, ainda é cedo, faz pouco tempo, mas acho que ela está se adaptando bem. Ela parece bem mais feliz do que no orfanato - Valerie disse
- Ai, que bom! Estamos nos dedicando muito para isso, mas às vezes eu ainda acho que ela está desconfortável aqui - confessei
- Eu tenho uma ideia da razão. Por mais que vocês estejam dando tudo o que ela precisa e cuidando dela bem, eu acho que está faltando um pouco de afeto, sabe? Um abraço, um beijo no rosto, algo mais físico, um carinho mais afetivo.
Aquelas palavras me atingiram como uma bomba.
- Afinal, ela não precisa de outro abrigo, de pessoas que a alimentem e a visitam e passem tempo com ela... E sim de uma família - a assistente social resolveu dar seu pitaco
- Céus! É algo tão óbvio e eu estava tão cega. Eu só queria que ela se sentisse confortável, mas acho que era eu que estava mantendo essa distância estúpida com medo dela não gostar.
- Calma, não se culpe. É por isso que estamos aqui, para aconselhar e ver o que pode ser melhorado - Valerie disse, com empatia
- Acho que nós nos preocupamos tanto em dar tudo o que ela não tinha que esquecemos do que ela precisava de verdade - Enzo se pronunciou, quase falando consigo mesmo
Estávamos um pouco decepcionados com nós mesmos, era visível.
- Mas não se esqueçam que ela como qualquer criança precisa ter limites. Precisa ter hora para acordar e dormir, hora para comer o que vocês quiserem, não o que ela quiser. Faz parte do amor educá-la para respeitar vocês dois como pais.
Toda vez que a assistente social abria a boca parecia que era para nos dar um sermão, mas eu não pude discordar dela nesse ponto.
- Falando nisso, ela sempre acordou cedo no abrigo? Quando eu acordo ela já está de pé - perguntei
- As crianças acordavam cedo lá, algumas davam trabalho para sair da cama, mas acredito que seja uma ansiedade passageira de Isa. Talvez seja muita novidade para a cabecinha dela. Me avisem se isso continuar - Valerie explicou
- Ah, e por acaso ela tinha algum amigo no abrigo chamado Troy? - Enzo questionou
- Não. Isa não era de muitas amizades, mas não há nenhum Troy no abrigo.
- Engraçado. Ela perguntou se não poderia chamá-lo para nadar na piscina.
- Possivelmente um amigo imaginário - disse Margareth - Não é incomum para crianças órfãs e solitárias criarem um amigo na sua mente, ainda mais agora em um ambiente sem nenhuma outra criança.
Eu me surpreendi. Não tinha pensado que poderia ser um amigo imaginário, mas fazia sentido.
- Tentem descobrir quem esse Troy é, mas não a desencorajem. É passageiro, mas qualquer comentário que duvide da existência dele pode deixar ela ainda mais fechada.
Nós respiramos fundo. Não ia ser um trabalho nada fácil, mas eu sabia que nunca me arrependeria disso.
◆
- Você me deve uma, ein?
Foi a primeira coisa que Karina me disse quando me viu entrar pelas portas do fundo do restaurante.
- Eu não tenho nem palavras pra te dizer o quanto eu sou grata por você ter feito isso por mim, viu?
Esse fim de semana foi uma loucura - eu disse, colocando meus patins
- Hum, que tipo de loucura? - ela disse em um tom malicioso
- Nada do que sua mente poluída está imaginando. Mas agora é só escolher o dia que eu cubro para você. E hoje vou pegar todos os clientes chatos, você pode escolher também.
- Ótimo, porque aquele velho de sempre tá aqui olhando o menu há uma hora e ainda não decidiu o que pedir - ela riu
A lanchonete estava mais cheia do que o normal e eu estava de um lado para o outro, quase fazendo tudo no automático, com minha mente pensando em tudo o que haviam me falado essa manhã. Afeto. Como eu fui tão burra em não notar que o que ela precisava não eram bem coisas materiais? Minha mente estava atordoada me culpando, mas meus pés estavam patinando das mesas à cozinha.
- Seu amado está aqui - Karina me avisou quando eu estava entregando um pedido na cozinha
- Amado? - Mateo, o cozinheiro, perguntou ao ouvir
- Longa história, Mateo. Um dia te conto.
- Ela fica noiva e nem conta pra gente, viu como ela gosta daqui? - Karina comentou
- Não é nada disso - eu rolei os olhos
- Bom, mas seu noivinho está aí, mas acho que ele teve um bom coração e trouxe uma criança com ele. Talvez ela estava pedindo comida na rua.
Eu me segurei para não voar no pescoço de Karina. Respirei fundo e não comentei nada com ela, para que não saíssem palavrões na minha fala.
Fui até às mesas, procurando por Enzo. Ele estava sentado em um canto, mostrando o menu para Isa.
- Olá, já decidiram? - eu sorri
Isa olhou para mim e abriu a boca.
- Monteal! - ela exclamou
A menina ainda não sabia pronunciar meu nome, mas eu não ligava. Ela podia me chamar de qualquer coisa, eu ainda sim já ficar com um olhar bobo toda vez que ela falasse comigo.
- Oi, Isa - eu a beijei no rosto - Já escolheu? Temos um sanduíche kids com batata frita, olha - eu apontei para o cardápio
- Quero esse mesmo! - ela disse, olhando para os meus patins
- E você, senhor? - Enzo riu quando eu o chamei de senhor
- O de sempre, você sabe, bastante molho barbecue. Ah, e você esqueceu isso em casa.
Ele colocou uma caixinha com seus bolinhos na mesa. Eu havia os separado para dar para Karina, mas esqueci. Agora eu queria mesmo era esmagá-los em sua fuça.
- Quero aprender a andar nisso - Isa comentou, se referindo aos meus patins
- Sabe quem é um ótimo professor? - eu perguntei
- Quem?
Eu indiquei quem com o meu olhar a Enzo. Ela abriu a boca, quase querendo sair dali e aprender na mesma hora.
- Eu te ensino, Isa. Só precisamos de patins. E um capacete. E alguns protetores... - ele riu
- Eu vou buscar o pedido de vocês, qualquer coisa me chamem.
Peguei a caixinha de bolinhos da mesa e patinei à cozinha. Karina estava lá colocando um pedido na bandeja.
- É para você, em agradecimento. E, ah, a "menina de rua" é nossa filha - eu disse, quase jogando os bolinhos em seu colo
Ela ficou vermelha, eu percebi que esse era apenas um dos desafios que eu ia enfrentar: o preconceito. E ele poderia vir de gente que eu nem imaginaria.
Despedi-me de Enzo e Isa, já que ele tinha uma encomenda para entregar e ia levar Isa com ele. Aproveitei para dar um abraço forte nela. Eu queria mostrar afeto, mas de um jeito natural. Era difícil achar esse equilíbrio.
O movimento já tinha diminuído e eu aproveitei para sentar e tomar uma água. Ouvi os patins de Karina se aproximando devagar.
- Eu não sei onde enfiar minha cara, Montreal... - ela quebrou o silêncio
Eu a olhei, sem a menor vontade de brigar ou discutir.
- É que... Eu não sabia, eu nunca iria imaginar que vocês agora têm uma filha! Para mim a novidade máxima era o noivado.
- Não tem problema, Karina. É sério. Acho que até me preparou para as próximas vezes que isso acontecer. E me desculpa eu ter sido tão grossa.
- Grossa? Você foi até gentil demais. Acho que se fosse eu, eu já teria me empurrado de patins e bandeja na mão para eu aprender a ficar calada - ela riu, sentando-se ao meu lado
Eu realmente não estava com raiva, só um pouco preocupada. Eu sabia que comentários como esse viriam, mas eu teria que ser mais forte para proteger Isa deles.
- Mas, então... Era isso o que você teve que fazer nesse fim de semana? - ela esbarrou seu ombro no meu, querendo saber
- Sim, minha vida na verdade está um furacão, Karina. Estou até pensando em fazer meio período aqui.
- Eu acho uma boa ideia. Você tem muito mais potencial do que esse lugar pede, Montreal. Você nunca se encaixou aqui.
- Jura? Eu tô pensando no caso, mas ainda não me decidi.
- Sabe, eu acho que vocês dois vão ser ótimos pais. E ele parece ser ótimo com crianças. Mesmo que fosse mesmo uma criança de rua, já seria uma atitude maravilhosa.
Eu a olhei ironicamente.
- Ok, esquece que eu disse isso. Mas eu estou falando de coração. Sinto até uma inveja boa por você ter conseguido tantas coisas.
- Eu também achava que não ia achar ninguém, Karina. Quanto mais alguém que concordasse com essa minha loucura de adoção. Mas um dia você percebe que tudo o que você fez na vida te guiou exatamente pro caminho da pessoa, sabe?
- Não, não sei - ela riu
- Ok, vou pegar o número de todos os rapazes bonitos que eu encontrar pra você. Se você não encontrar o certo, pelo menos se diverte um pouco - brinquei
- Combinado.
- Eu nunca te agradeci tudo o que você fez por mim desde que eu cheguei ali na porta com um currículo molhado por causa da chuva. Então, saiba que eu sou muito agradecida por você.
- Isso foi a coisa mais linda que você já me disse!
Os olhos dela começaram a se encher de água.
- Me diz que você não vai chorar.
Ela não esperou eu terminar a frase e me abraçou forte. Era o jeito Karina de ser, um pouco doidinha, um pouco exagerada, mas eu precisava finalmente agradecê-la por tudo.
- Ok, ok, pode parar agora - eu falei, rindo
Cheguei em casa já tarde, cansada e morrendo de vontade de ver Isa. Só que, assim que abri a porta, Enzo me falou que ela já estava dormindo.
- Ela estava com os olhos fechando, eu não consegui mantê-la acordada para te ver - ele disse com certo pesar
- Sem problema - eu suspirei, um pouco frustrada, me jogando no sofá
- Você tá bem? O que foi? - ele se sentou ao meu lado e eu acabei encostando minha cabeça em seu ombro
- Coisas ruins aconteceram, mas coisas boas também. Hoje foi um dia estranho.
- Que coisas ruins? - ele me olhou de lado
- Karina, que não sabia nada de Isa, achou que você tinha trazido uma criança pedinte para almoçar, fazendo uma caridade - Enzo rolou os olhos - Mas depois que eu falei que ela era nossa filha, com todas as palavras e já um pouco zangada, ela veio me pedir desculpas. Às vezes acho que eu pego muito no pé dela, ela é gente boa e já fez muita coisa por mim.
- É só um pouquinho sem noção. Mas acho que é bom para gente ver que nem todo mundo vai lidar bem com isso e que a gente precisa proteger ela dessas coisas. Não deixar ela ouvir esse tipo de comentário para não fazer a cabecinha dela se confundir.
Eu respirei fundo.
- Você tem razão. Eu vou ter que ser mais forte do que eu estava planejando.
- Você é, Mon. Você é. Só um pouquinho dramática, mas é forte para tirar isso de letra.
- Só um pouquinho dramática? - eu ri, ele piscou - E como foi o dia aqui?
- Bom, eu levei Isa comigo para entregar uma encomenda, depois passeamos pelo centro da cidade, paramos em um parquinho. Por isso ela estava tão cansada agora, brincou para caramba.
- Eu não acredito que eu perdi isso.
- Espero que você esteja considerando diminuir suas horas na lanchonete, especialmente depois das aulas voltarem.
- Eu estou, eu estou. Eu tenho que ver. Mas me conta! Ela falou mais alguma coisa? Ela está se soltando mais?
Ele riu, brincando com meu cabelo.
- Sim, ela está mais falante, principalmente comigo. Está perdendo a vergonha.
- Eu me senti um lixo ouvindo que eu precisava dar justamente o que eu quis dar para uma criança com essa história de adoção. Afeto. Sério, que burrice não ter notado isso.
- Não se culpe, a gente vai aprendendo, vai melhorando. Não é para ser fácil, lembra? A gente perdeu 4 anos, aos poucos a gente vai pegando o jeito dela.
- Sim - eu acabei fazendo um bico
- Ah, hoje ela falou de novo desse Troy.
- Sério? O quê?
- Perguntou se não podia levar um bolinho para ele. Eu disse que sim.
- Eu acho estranho alimentar essa imaginação, mas pelo menos é um jeito dela não se sentir tão só.
- Com o tempo passa - ele sorriu
Eu não resisti e, devagar, me aproximei de sua boca. Ele estava fazendo todo esse processo ser mais leve.
- Você precisa lavar esse cabelo, tá com cheiro de gordura - ele sussurrou aos meus lábios e eu ri, batendo de leve em seu ombro antes de beijá-lo
◆
A semana avançou tranquila, mas eu estava apreensiva por não passar tanto tempo com Isa. Quando eu chegava em casa, ela já estava dormindo. Na quarta feira, o movimento na lanchonete estava devagar e eu estava sentindo minha cabeça pesada. Minha garganta estava irritada, possivelmente eu estava pegando uma gripe. Por causa disso, resolvi sair meia hora antes do trabalho e dirigi para casa torcendo para que Isa ainda estivesse acordada.
Abri a porta da frente e não vi ninguém na sala nem na cozinha. Subi as escadas devagar, ouvindo Enzo contar uma história pra pequena enquanto o abajur de peixinhos iluminava o quarto. Fiquei do lado de fora, ouvindo, sem querer atrapalhar, mas a história já estava no fim.
- Mas eu quero saber o que aconteceu depois! - ela falou, quase resmungando
- Depois do quê?
- Depois que a bruxa virou um inseto nojento e eles voltaram pro castelo com o lobo.
- Eles viveram felizes para sempre - Enzo falou confuso, como se fosse óbvio
- Não, depois disso!
- Depois do felizes para sempre?
- Sim!
Enzo riu.
- Bom, eu vou ter que perguntar pra princesa. Daí eu te conto amanhã, ok? Agora vai dormir porque o dia foi longo! Boa noite, Isa.
- Boa noite, papai.
Eu ouvi o silêncio vindo de Enzo. Ele não estava preparado para aquilo, para ser chamado de pai tão naturalmente. Meu coração também disparou ao ouvir a palavra.
- Boa noite, filha - ele disse depois de alguns segundos - Quem sabe amanhã a gente não consegue ficar acordado até a mamãe chegar, ein?
- Sim! Ela pode ajudar a perguntar pra princesa o que aconteceu depois.
Eu sorri, mas, ao mesmo tempo, de modo rápido, não consegui conter um espirro. Acabei assim me denunciando no corredor. Não tive escolha, tive que atrapalhar o momento deles e aparecer à porta.
- Eu não queria atrapalhar essa história tão legal - eu disse
A menina ficou animada. Eu me aproximei da cama, me agachando ao lado dela.
- Eu corri até em casa só para te dar um beijo de boa noite. E pode deixar que eu vou ligar para princesa e perguntar tudo. Esqueceu que eu sou fada madrinha?
Ela sorriu. Eu dei um beijo em sua testa, dizendo boa noite. Ela não respondeu com "mamãe" e eu senti um pouco de inveja de Enzo. Desligamos o abajur e fechamos a porta devagar.
- Você está chorando? - Enzo disse enquanto eu me dirigia ao nosso quarto
- Não, só estou gripada - respondi com a voz quebrada
Ele me puxou de por trás, pelo braço, me virando para ele. Eu não consegui mais segurar o choro dentro de mim e acabei molhando sua camiseta enquanto meu rosto repousava em seu peito.
- Eu decidi - eu disse assim que recuperei meu fôlego - Eu vou diminuir minhas horas. Eu não aguento mais não participar da vida dela por tanto tempo assim. Eu mal consigo chegar a tempo de dar boa noite!
- Eu sei porque você está assim. Calma, eu sei que ela já te considera mãe, só ainda não disse a palavra.
Eu respirei fundo. Eu não queria que ela me visse de outra forma a não ser sua mãe.
- E a ideia de diminuir as horas é ótima. Ah é, espera, essa ideia é minha - ele sorriu, me fazendo rir no meio do choro
- E eu vou tirar férias antes da faculdade voltar. Já pode começar a planejar a viagem.
- Eu te beijaria agora se você não estivesse com o nariz escorrendo e o cabelo com cheiro de gordura de bacon - ele brincou
Eu tentei inspirar forte para que meu nariz deixasse de ficar tão entupido. Ele acabou me beijando mesmo assim.
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