15. Eu tenho uma teoria sobre isso.
Vi-me perdida, encarando o teto com os olhos abertos. Era óbvio que não iria dormir esta noite. Suas palavras rodavam pela minha mente.
Eu tinha vontade de chorar, mas me faltavam lágrimas. Chorar por quê? Por que Catherine ia ser sempre o maior amor da vida dele como eu já sabia? Por que eu fui ingênua ao ponto de achar que podia fazê-lo feliz como ela o fez? Parecia que sempre haveria o fantasma de Catherine me perseguindo. Eu não queria ser ela, eu não queria ser igual a ela e também não queria substituí-la.
Respirei fundo, olhando para o teto novamente. Meu vestido ainda estava levantado, o lençol ainda estava fora de lugar. O que eu faria com aquele momento no futuro? Guardaria como uma lembrança ou um arrependimento?
Desci as escadas, conferindo o relógio. Eram quinze para as cinco da manhã. Arrumei a mesa, colocando o que sobrara do bolo na geladeira.
Depois que lavei a louça, com suas palavras rodando minha cabeça, peguei a caixa azul que Enzo me dera como presente. Mexi na fita de cetim que envolvia a caixa e encontrei um papel amarrado a ela. "De: Enzo Para: Mon Chéri". Não havia ponto final, ao invés dele, havia um pequeno coração. Lembrei de quando achei um bilhete de Catherine e ele me contou sobre o "coração final" dela. Meu coração se apertou.
Fui até a janela da cozinha, vendo as luzes da casa de Enzo acesas. Quase não reparei que ele estava deitado na cadeira de piscina, com a camisa ainda mal desabotoada, olhando para o céu. Puxei a janela de vidro para o lado, fazendo um grande barulho no silêncio da noite. Isto fez com que Enzo pulasse de susto.
- Não quer entrar? Comer mais um pedaço de bolo? - decidi perguntar
Ele me olhou um pouco surpreso.
- Não precisa trabalhar amanhã?
- Preciso. Mas sei que não vou conseguir dormir, ainda mais com você assim, com essa cara de quem está prestes a se afogar na piscina.
Tentei rir, mas não consegui. Foi uma piada frustrada. Enzo se levantou, abotoando a camisa e andou devagar, quase não querendo me encarar.
Ele parecia olhar mais para o bolo do que pra mim e eu estava sem vontade de comer, apenas pescando alguns pedaços pequenos com o garfo, encostada na pia enquanto ele estava sentado na mesa, à minha frente.
- Céus, isso está me torturando - ele se pronunciou, largando o garfo no prato - Eu não sei como me desculpar com você. Não sei se tem desculpa.
- Como assim, Enzo? Se desculpar pelo quê? Que eu saiba você já me pediu desculpas por algo que eu ainda nem entendi.
- "Me desculpa. Feliz aniversário?". Que merda eu pensei para te falar isso? Essas quatro palavras estão rondando minha mente até agora.
- Não foi nada demais. Eu entendo. Você não está preparado ainda - eu tentei ser calma, mas ele não aceitou a minha reação
- Não, Montreal. Eu ia fazer algo ainda pior. Sabe o que eu quase fiz? Eu quase te chamei de "Cath". Eu quase sussurrei o nome dela no seu ouvido!
Ele falou alto e depois colocou as mãos em seu rosto, cobrindo-os.
- Você deveria estar brava comigo - falou depois do meu silêncio
- Mas eu não estou. Eu só estou preocupada. Eu não quero te forçar a esquecê-la. Eu falei desde o início que não queria substituí-la.
- Você não vai... É que... - ele suspirou - A mesma casa, o mesmo quarto, sem conseguir ver o seu rosto... Minha mente acabou se confundindo com as memórias.
- Você quer... Terminar isso tudo?
- Não! Você quer? - Enzo levantou o rosto me encarando
- Não. Mas se você achar melhor terminar...
- Não! Eu não quero. Por que você está considerando essa opção?
- Não sei! Talvez porque é óbvio que você ainda a ama. Eu não quero ficar entre vocês dois.
- Montreal - ele se levantou da cadeira, vindo até mim e me segurando pelas mãos - Isso não vai dar certo se você continuar achando que Catherine é alguma ex que eu não superei ou que eu estou te usando para esquecê-la. Ela foi uma grande parte da minha vida e, sim, eu a amo, mas eu sou outro. Minha vida é outra. Eu finalmente entendi que não é errado me apaixonar de novo. E eu me culpei hoje por ter sido fraco, por quase fazer você acreditar que tudo o que quero é reviver o passado. Eu não quero terminar, eu não quero desperdiçar a melhor coisa que me aconteceu em quatro anos! - ele sorriu - Eu estava quase arrancando os cabelos achando que você estaria querendo me matar por ter saído do seu quarto e te deixado lá sem reação e você está com medo de ficar entre eu e minha falecida esposa?
Sua frase soou com humor. Era como se ele não acreditasse que minha reação ia ser qualquer coisa além de raiva.
- Concorda comigo que isso é absurdo?
- É que... Vocês pareciam ser alma gêmeas.
- Eu tenho uma teoria sobre isso - sorriu
- É? Qual? - levantei minha sobrancelha
- Cada pessoa tem uma alma gêmea em um determinado momento de sua vida. Quer dizer, nós mudamos com o tempo. Às vezes nos tornamos pessoas completamente diferentes, com interesses, objetivos e até atrações diferentes. O que faz alguém encontrar sua alma gêmea e ficar com ela até o fim é muito mais dedicação para saber conciliar as diferenças do futuro.
- Hum... Ok. Então você diria que eu posso ser sua alma gêmea agora, nesse momento da sua vida? - perguntei envolvendo meus braços em seu pescoço, trazendo-o para mais perto
- Eu tenho a sensação de que você é tudo o que faltava para eu me sentir completo de novo.
Enzo inclinou seu rosto para beijar meus lábios, mas eu me pronunciei momentos antes, fazendo com que sua boca parasse extremamente perto da minha.
- Só me promete uma coisa - eu disse, baixo - Não coloca mais nenhum "coração final" em bilhetes para mim. Se quiser, coloca mais dois corações, faz reticências. Vamos fazer algo novo, algo que não te leve tanto ao passado.
- Combinado - ele falou antes de desfazer a pouca distância entre nossas bocas
Enzo me beijou com firmeza, pressionando meu quadril contra a beirada da pia. Ele tinha gosto de baunilha ou quem sabe era só por causa do meu bolo de aniversário. Mas eu gostava que, ao mesmo tempo que seu beijo era doce, ele era também forte. Toda vez que sua língua se afastava da minha, eu sentia sede por ele novamente. Contudo, esse tipo de beijo raramente vinha à tona. Era como se ele tivesse medo de se perder de novo em sentimentos, de perder a consciência de seus atos.
Eu sabia que não voltaríamos para o meu quarto essa noite então contive meus movimentos. Minha mão somente passava delicadamente por dentro da barra de sua camisa mal abotoada, fora da calça. Ele também se restringiu a apenas apenas apertar minha cintura e pressionar meu quadril contra o seu.
Ao tomar um golpe de ar, ele encostou sua testa à minha e suas palavras saíram um pouco ofegantes.
- Acho que eu não deixei algo claro - ele respirou forte - Eu quero você assim como eu quero o seu corpo. Eu quero. Não pense que o que aconteceu hoje foi falta de atração.
- Eu não estou com você por causa de sexo, Enzo - eu ri de leve - Se fosse só por isso, eu arranjaria alguém um pouco menos complicado, não? Alguém que não fosse meu vizinho, alguém que eu nunca mais visse na vida. Eu posso perfeitamente esperar até o momento certo, até quando você estiver preparado.
Ele abaixou seu olhar, mas eu o fiz encarar meus olhos novamente.
- Eu quero você dentro de mim - eu disse pausadamente - Assim como eu quero você perto de mim, do meu lado, na minha mente, ao meu redor. Em todos os lugares, em todos os sentidos.
- Céus - ele respirou forte - Isso só me faz te desejar mais.
Era o verão, era a minha cozinha quente demais ou éramos nós dois? Não sei, mas eu estava suando, meu cabelo estava começando a ficar molhado e eu percebi que a nuca de Enzo também. Ele se concentrou em beijar meu pescoço de leve, fazendo com que minha respiração ficasse falha.
Eu lembrava do que ele havia me dito, do fato de que não se envolveu com nenhuma mulher durante esses quatro anos. Isso também significava que ele não tinha passado a noite com ninguém mais? Era por isso que as memórias o atingiram com tanta força no meu quarto? Eu olhei para frente, vendo o relógio na parede. Eram quase seis da manhã.
- Eu preciso falar de novo. Me desculpa por te deixar sozinha no escuro, sem explicar nada.
- Só está perdoado mesmo se me ajudar a comprar e ajeitar algumas coisas essa semana.
Ele parou de se concentrar no meu pescoço.
- Para o seu projeto?
Sorri.
- Estava pensando em finalmente fazê-lo nesse sábado.
- Estou ao seu dispor - ele sorriu antes de beijar meus lábios novamente, antes de acabarmos tomando café da manhã comendo o meu bolo de aniversário novamente, vendo o sol surgir no céu
A semana passou voando entre horas extras, trabalhos finais e uma preparação para algo que eu mal sabia se ia dar certo. Enzo me ajudou com algumas coisas, como por exemplo dirigir até uma cidade maior para comprar o filme exato que eu queria ou acertar o encanamento do laboratório para que eu conseguisse ter água corrente e até me ajudar a publicar o convite em alguns sites e redes sociais. Contudo, eu não relaxei nem quando estava tudo pronto.
◆
- Ninguém vai vir - eu reclamei, desanimada
Sentei-me na entrada da minha casa, com as mãos sustentando meu queixo. Eu estava frustrada.
- Você espalhou os cartazes pela faculdade? Colocou folhetos nas caixas de correio da vizinhança? Postou ainda mais convites na internet? - ele perguntou, se sentando ao meu lado
Eu confirmei tudo com a cabeça. Eu havia passado a semana inteira fazendo aquilo.
- Então vão vir sim! Espere. Alguns clientes meus confirmaram também, as pessoas vão vir - sua mão foi até meu pescoço e eu encaixei minha cabeça em seu ombro
- Tem certeza? - falei
- Tenho total certeza.
Eu encarei a placa que havíamos colocado bem na calçada que dizia "tire uma foto e ganhe um muffin!" e suspirei mais uma vez. Meu pequeno projeto estava sendo um fracasso e nem o dom culinário de Enzo parecia estar ajudando. Depois de uns minutos, eu já estava desistindo. Foi quando um carro parou à nossa frente. Eu me surpreendi quando vi quem saiu do automóvel.
- Sr. Henke?
- Fiquei sabendo que você está tirando fotos de graça e ainda tem comida. É claro que eu viria! E também alguém me convidou em especial... - o professor disse
- Enzo! Você fez isso por mim? Mas... Como?
- Não é muito difícil ligar pra faculdade e pedir os contatos de um tal professor com sobrenome Henke - ele riu - Acabou que eu e o Phillip temos muita coisa em comum.
- Phillip? Está chamando-o pelo primeiro nome? O que eu perdi nessa história? - eu estava confusa
- Vamos, quero logo esses muffins! - Sr. Henke disse, rindo
Ele me acompanhou até dentro da casa. Eu preparei minha câmera e o fiz sentar no sofá, que agora estava encostado à parede branca.
- O que vocês tem tanto em comum? - perguntei enquanto fazia últimos ajustes
Eles dois riram.
- Nós dois achamos que você está desperdiçando seu talento - Enzo disse
Eu rolei os olhos.
- Isso não é novidade - eu disse
- Bom, nós dois somos viúvos - Sr. Henke disse
- Oh - expressei - Eu não sabia. Meus pêsames.
- Mais uma coisa em comum: odiamos que nos dêem os pêsames - Enzo brincou
- Essa foto é pra hoje ou não? - meu professor brincou - Estou com vontade de atacar aquela mesa recheada de doces ali!
Eu ri, escolhendo o melhor enquadramento e aproveitando a risada dele também. Era tão diferente conversar com ele assim, fora da sala de aula.
- Vão ser quantas fotos? - ele perguntou quando ouviu eu tirar a segunda - Eu sou tão feio assim que você não acha um ângulo bom? - riu
- Diga xis! - eu disse, dessa vez, tirando uma foto com a câmera instantânea
- Eu não vejo uma dessa há séculos! - ele expressou
- Não exagere, essa aqui tem no máximo uns 25 anos - eu ri, entregando-lhe a foto que já havia se revelado
- E o que você vai fazer com as outras?
- Eu mando um email dizendo a data para que você possa vir aqui e conferir com seus próprios olhos.
- Eu posso te dar nota baixa por me deixar curioso? - brincou
- É claro que não - ri - Agora vá comer, seu trabalho acabou.
Ficamos conversando um pouco mais, só que eu estava aflita porque meu projeto não daria certo só com as fotos do Sr. Henke. Enquanto eu planejava o que fazer, outro carro parou em frente de casa e eu imediatamente olhei para Enzo quando vi quem era.
- Quem mais você convidou? - eu falei e ele riu
- As pessoas tem medo de serem as primeiras ou únicas a aparecerem. E ter alguém primeiro aqui sempre atrai mais gente.
Eu sorri, concordando e agradecendo.
- Não acredito que vocês viajaram uma hora até aqui só pra isso!
- Fotos suas e bolinhos do Enzo de graça? É claro que eu não ia faltar - Fred falou, animado
Eu cumprimentei Talita e eles cumprimentaram Enzo depois. Primeiro fotografei Fred, que parecia estar faminto pelos muffins. Depois Talita. Fiquei impressionada em como a camera a amava, até mesmo a instantânea. Sr. Henke ainda estava lá e engatou uma conversa animada com o casal sobre a cidade na qual moravam, a mesma cidade sobre a qual fiz o trabalho que ele tanto gostou.
Depois disso, parece que todo mundo da vizinhança começou a aparecer. Enzo estava certo: só precisavam de um exemplo.
Depois algumas pessoas da faculdade apareceram, e essas pessoas ligaram para outras. Também fotografei alguns clientes de Enzo que haviam aparecido, ficando grata por eu ter comprado filme suficiente para todos. Também fiquei espantada pois não esperava aquilo tudo, pensei que viriam no máximo umas quinze pessoas ou que eu precisaria fazer o projeto em mais dias, mas eu tinha certeza que a atração principal eram os muffins. Eu tentava conversar brevemente com quem eu fotografava e depois anotava seus contatos, tentando deixar tudo em ordem e seguindo a contagem do filme da câmera para saber quem é quem.
Já no finalzinho da tarde, o movimento diminuiu e eu não conseguia deixar de sorrir.
- Eu falei que ia dar certo, não disse? - Enzo me abraçou
- Eu preciso acreditar mais em você...
Quando eu estava prestes a tocar seus lábios com os meus, ouvimos alguém pigarrear à porta.
- Cheguei muito tarde?
Era Daniel. Parecia que eu não o via há meses. Ele havia raspado o cabelo e usava uma regata com o brasão de sua nova faculdade.
- Claro que não! Entre!
Enzo me deixou sair de seus braços, meio desconfiado. Pedi que Daniel se sentasse e ele me contou que conseguiu entrar em uma faculdade, só que em outra cidade. Iria fazer Educação Física. Eu fiquei feliz com aquelas notícias.
- Pronto! - eu disse, assim que anotei seus contatos - Está liberado para os muffins agora.
- Não, não precisa - ele disse
Era óbvio que ele estava incomodado com a presença de Enzo. E vice-versa.
- O combinado era uma foto por um muffin. Vá, pegue! - eu disse
- Realmente não precisa - ele insistiu
Enzo não disse uma palavra. Eu estranhei já que ele conversou com todos sobre os sabores diferentes dos muffins, convencendo-os a comer até mais de um.
Daniel saiu pela porta sem olhar para trás.
- Isso foi... Inesperado - eu disse
- E inconveniente.
Eu olhei diretamente para Enzo, querendo uma explicação.
- Eu realmente não gosto desse garoto... E nem da família toda.
- Eles te fizeram algo? - fiquei curiosa
- História do passado. Mas deixa isso para lá. Eu estou orgulhoso de você.
Enzo me abraçou, me dando o beijo que fora interrompido. Havia sido um dia e tanto e eu estava exausta, só que eu mal podia esperar para revelar os quase três rolos de filme que havia usado.
- É melhor eu tomar um banho - eu disse
- Não mesmo, me dê essa câmera. Você vai fazer parte disso também!
- Mas, Enzo, não é meu intuito!
- Mas é o meu.
Ele pegou a câmera da minha mão e me fez sentar no sofá. Eu soltei o cabelo, um pouco constrangida. Eu me sentia mais confortável atrás da lente e não na frente dela.
- Olha pra lente, Montreal - falou, firme - Eu já não sou um bom fotógrafo, me ajuda um pouco nisso. Sorria.
- Enzo, para, eu não sou boa pra modelo.
- Ei, cadê aquela garota toda cheia de opinião e atitude que me mandou sair da piscina da primeira vez que nos vimos?
Aquela pergunta me deixou um pouco abalada, eu permaneci calada após o barulho do obturador ser disparado. Seria uma foto que provavelmente retrataria meu olhar um pouco vazio, em choque.
- O que foi? Eu estava brincando - ele se assustou ao ver que eu estava prestes a chorar
Enzo correu até o sofá e perguntou o que tinha acontecido de novo.
- Eu não acho que sou esse tipo de mulher decidida que sempre tento mostrar que sou. E eu tenho vinte e sete anos! Por que eu ainda me sinto como uma menininha que não sabe o que fazer da vida? - eu falei, mais falando a mim mesma do que a ele
- Você acha que menininhas fazem tudo o que você fez hoje? Você tinha que ver o quão confiante você estava com aquele monte de gente na sua casa, na frente da sua lente. Você está fazendo algo pra você e pros outros ao mesmo tempo. Menininhas não lidam com o que você lida, seja na faculdade ou no trabalho ou aqui mesmo no bairro, com a mesma maturidade com a qual você lida com tudo. Lembra do dia em que eu mandei você sair da minha casa?
Eu afirmei com a cabeça.
- Menininhas iriam chorar assim que ouvissem aquilo, ainda mais porque eu sei o quão alta minha voz pode ser. Menininhas iam ficar de mal comigo, criar um drama tremendo. Você não. Você foi uma mulher e tanto.
- Droga, Enzo. Você sempre sabe o que dizer - eu brinquei
Ele afundou minha cabeça em seu peito e eu me senti confortável ali.
- Se quer saber, eu estou me sentindo uma menininha agora em seus braços - eu disse rindo
Ele também riu e beijou o topo de minha cabeça.
- Eu me sinto mais jovem ao seu lado também - ele falou e essa frase foi a que ecoou em minha mente durante a noite toda - Mas limpe essas lágrimas. Você não vai escapar de uma foto.
Ele me fez rir e acabou tirando uma foto instantânea de mim. E para que ele não tirasse mais uma, roubei a câmera, tirando algumas fotos de nós dois que acabaram penduradas na geladeira no final da noite. Enzo escreveu uma legenda para foto que tirara de mim: Mon Chéri. Eu sabia que ia achar isso completamente brega se não estivesse acontecendo comigo, mas os três corações formando uma reticência no final da legenda me lembraram que, principalmente para ele, isso tudo não era apenas uma paixão adolescente passageira.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro