Capítulo 7
- Muito bem, Greg. - Nathan começou a bater palmas lentamente. - Deixe o amigo sozinho na pista de skate. Eu fiquei te procurando. Você se esqueceu do nosso pacto, brother? Nunca abandonar o amigo por garotas! Mas quer saber? Tudo bem! Eu não quero mais ser seu amigo. - Ele fingiu um choro. - Toma essa pulseirinha da amizade! Eu não quero mais! - Ele tentou tirar uma das suas pulseirinhas da Jamaica. Sim, ele tem um monte daquelas no braço. Fica um colorê vermelho, com verde, com amarelo, com preto. - Espera, que não tá saindo. Lyra, dá uma das suas pulseiras. - Tirei uma das minhas pulseiras de couro e lhe entreguei. - Agora sim. Toma essa pulseirinha da amizade! - Nathan jogou a pulseira em Greg. - Vou embora, não quero mais saber de você!
- Vai embora mesmo? - Greg perguntou.
- Não. Quero assistir o jogo. - Nathan se sentou no sofá e esticou as pernas na mesinha de centro. Ele pegou minha pulseira que estava no chão. - Toma, Lyra.
- Obrigada. - Peguei a pulseira e fui pra cozinha. Peguei um doritos e voltei, me sentando ao lado de Nathan e pegando o controle.
- Ah não, você não vai trocar de canal! Eu quero assistir o jogo! - Dora disse. - Vai pro sótão.
- Verdade, né? A TV do sótão é maior. Valeu, primo!
Os meninos arregalaram os olhos e eu pulei rapidamente o sofá, correndo o máximo possível até a escada. Cheguei antes deles e comecei a subir de três em três degraus. Cheguei lá em cima e comecei a subir a outra escada, que dava para o sótão. Vi que Greg estava me alcançando.
- Lyra! Vem aqui.
- Sai! Eu quero assistir meu Titanic na TV grandeeeee! - Entrei no sótão e tranquei a porta.
Peguei um caderno que eu uso pra desenhar, arranquei uma folha e escrevi: "Ganhei". Passei por debaixo da porta.
- Odeio essa garota - Harry disse.
- Eu também te amo! - Liguei a TV e já havia começado. Estava na parte em que eles entram no navio. - Seus desgraçados, o filme já começou!
- Bem feito! - Dora disse.
Depois que o filme acabou, eu enxuguei minhas lágrimas e abri a porta. Fui até a cozinha e resolvi fazer waffles pra comer com calda. Greg entrou.
- O que está fazendo?
- Waffles, não está vendo?
- Não. Estou prestando atenção em outra coisa. - Me virei e percebi que ele estava olhando pra minha bunda.
- Tarado.
- Olha, eu não te entendo. - Ele se apoiou na bancada e eu o encarei, fazendo o mesmo em seguida.
- Que coincidência, pois eu também não te entendo.
- Por que você não me entende?
- Por que você não me entende?
- Eu te perguntei primeiro.
- Mas você disse que não me entendia primeiro. - Ele semi-cerrou os olhos.
- Por que você me beijou ontem e tals, e hoje finge que nada aconteceu?
- Não quero me envolver, sabe, amorosamente com ninguém.
- Mas eu não disse que queria te namorar. Eu quero te dar uns pegas, não namorar.
- Mas acontece que pra você é só "dar uns pega". Se eu começar a te dar uns beijos, tipo, aleatórios, eu vou acabar gostando de você e depois me apaixonando.
- Vai não. Você sabe que eu não presto. - Ele se aproximou, com um sorriso malicioso.
- É, eu sei. E é por isso que nós somos só colegas, ok? - O afastei.
- Colegas do tipo que se pegam?
- Não. Colegas do tipo que você é amigo do meu primo e eu infelizmente tenho que te aguentar. Agora deixa eu terminar meus waffles, por favor?
- Tá. Esquentadinha essa menina. - Ele saiu da cozinha.
Estou estressada... É hora da hora de Lyra. Peguei meus waffles cobertos com calda de chocolate e subi pro sótão. Liguei a TV na minha novelinha mexicana e comecei a pintar as unhas, enquanto escutava música.
- Não. Se liga: - Dora apareceu com os meninos - a menina assiste TV, enquanto come waffles, enquanto pinta as unhas, enquanto escuta música. Tá aí a prova de que mulher é um bicho estranho. Eu só consigo fazer uma coisa de cada vez, cara.
- É. E eu também consigo pegar o controle e acertar na sua cara, viu, Dora?
- Você ainda não decorou o meu nome?
- Essa não é a questão da coisa.
- É sim. Olha, eu sou o seu primo, eu lembro o seu nome, Lyra! Lyra! Não é o seu nome esse? Ly-ra!
- Eu lembro o seu nome, meu bem. - Não lembro não. - Só não quero pronunciá-lo agora, neste momento.
- Fala o meu nome.
- Por que?
- Porque eu quero saber o meu nome. Esqueci de repente. Quero que você me lembre o meu nome.
- Seu nome? Seu nome. - Comecei a olhar pros meninos. Só que eu não sou boa com leitura labial, então não entendi nada. - É claro que é David!
- É Dave! Dei-ví! Não Dei-vi-dí! Não tem dí! É Dave, porra!
- Ok, Dave Porra. - Os meninos riram. - Não precisa ficar estressado, já decorei seu nome.
- Qual é, então?
- Dei-ví Porra.
- Me chama de Dora mesmo, ok?
- Não, Dave Porra. Agora que eu decorei seu nome, vou te chamar assim.
Ele ficou me encarando um tempo, até que começou a me descabelar.
- Você se parece com a minha mãe. - Será que é por que ela é minha tia, gênio?
- Você se parece com uma girafa, David Porra. Oh, desculpa. Dei-ví Porra.
- Lyra, tô ficando estressado...
- Eu nunca vi uma girafa estressada. Como é, David Porra? - O encarei e comecei a piscar, como se fosse uma criancinha.
- Como é, Lyra? Como é? Você vai ver como é.
Eu comecei a correr, rindo e ele começou a correr atrás de mim. Eu desci as escadas e abri a porta da casa, trancando em seguida com a minha chave. Ha-ha! Só eu tenho a chave! Comecei a pular, comemorando, mas logo percebi que Dora/David Porra estava com a perna pra fora da janela. Ele não vai tentar sair, vai? Vai.
Ele começou com a perna direita, colocando ela no chão. Depois, ele colocou o lado direito do corpo pra fora. E na hora em que ia passar a outra perna...
- Ai, meu saco! Aaaaaiii.
Ele caiu de cara na grama, segurando seus países baixos. Fui até ele e comecei a chutar de leve sua perna.
- Tá vivo ainda, David Porra?
- Chama a ambulância. Chama o samu. Chama meu pai. Chama alguém, Lyra, não fica aí parada não!
- Tá bom. - Abri a porta e entrei, encontrando os meninos na sala. - David Porra está estéril.
- Ahn? - Alex me olhou.
- Ele machucou o saco. Vão lá ajudá-lo.
- Dave, meu amigo, eu tô indo! - Harry disse, desesperado. Ele foi pra cozinha, pegou um pouco de gelo e depois foi pra fora da casa. - Daveeee! Me responda, cara. Você tá vivo ainda?
- Eu acho que rasguei o saco, mano. Me leva pro hospital, sei lá cara. Tá doendo muito. - Uns segundos depois, escutamos: - Aaaaaaaaaaii, para de jogar gelo no meu pintooooooo!! Ahahahaaaaaaai. Seu filho da puta!
Nós fomos até eles dois, encontrando Harry do lado de David.
- David Porra, quer ir no hospital? Eu te levo. Vamos lá. - Coloquei a mão no bolso de Greg e peguei a chave do carro dele. - Meninos, levantem ele e coloquem no banco de trás do carro do Greg.
- Por que você quer dirigir o meu carro? - ele me perguntou.
- Porque 1)eu gostei do seu carro, porque 2)eu não dirijo um carro há séculos e porque 3)eu não tenho carro!
- Você tem carteira por acaso?
- Sim! Só vou pegar minha bolsa lá em cima, coloquem o menino na porra do banco!
Peguei minha bolsa, tranquei a casa e me sentei no banco do motorista, olhando e percebendo Greg do meu lado.
- Vamos logo! Ai meu saco!
- Preparem-se para a aventura! - gritei, ligando o carro.
Eu saí cantando pneu e comecei a ir até o hospital mais próximo. Teve uma hora em que o sinal estava amarelo e eu acelerei o máximo que consegui para poder passar antes que fechasse. Greg me olhava assustado, enquanto David Porra gritava. Eu fui tentar passar por outro sinal amarelo, mas ele infelizmente ficou vermelho e eu tive que dar uma brecada forte, fazendo com que David caísse do banco.
- Aaaaaaaaai!
Nós chegamos no hospital e eu saí do carro, indo até o banco de trás para tirar o David.
- Eu acho que estou apaixonado - Greg disse pra mim, fascinado. - Foi, tipo, demais!
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