Capítulo 30
Fomos até a tal festa, que era na verdade em uma casa. Mas uma casa-mansão, meus queridos. Eu vou dar a volta nessa mansão hoje, podem apostar. Fomos até a sala, onde tinha um monte de gente dançando e se esfregando. Greg logo apareceu, com um copo na mão.
- Oie, minha genteeeeeeeeee - Greg disse.
- Onde pegou essa bebida? - perguntei e os garotos me olharam. - Que foi? Hoje eu quero beber.
- Vem cá que eu te mostro. - Ele segurou na minha mão e me levou até uma mesa, onde tinham copos e várias bebidas. - Vou fazer uma bebida pra você.
- Tá se sentindo o barman aqui. - Ele me encarou tipo "Para de graça".
- O que quer? Algo só pra começar...
- Pode mandar ver aí, meu filho. Quero algo que tenha mais álcool que um posto de gasolina. Aliás, por que chamam de posto de gasolina, sendo que também tem álcool?
- O nome certo é etanol, não álcool.
- Sabe qual é o plural de álcool?
- Sei lá, cê acha que eu quero saber disso?... Qual é?
- Álcoois.
- É nada.
- É sim. - Ele me entregou um copo. - Valeu. Tchau.
- Ei, ei, calma, querida. Pensa que vai aonde?
- Vou dançar.
- Vou te apresentar pra uns amigos meus, vem cá.
- São bonitos?
- Não sei quando o cara é bonito ou não. Pra mim é tudo igual. Mas acho que você vai gostar deles. - Abri um sorriso.
- Então me leva lá, cara. - Virei o copo e tomei tudo num gole só. - Uh, espera, quero mais bebida.
- Toma a minha. - Ele me levou até três caras. Um deles era o Nathan.
- Oi, Nathaaaaan! - O abracei, pulando.
- Tá bêbada?
- Ainda não! Oie, cara-gostoso-que-eu-não-sei-o-nome! Oi, outro-cara-gostoso-que-eu-não-sei-o-nome! É, acho que eu tô bêbada sim... Mas eu só bebi um copinho pequeno... e um grande. Não, acho que não...
- Lyra - Johnny me chamou. - Dá umas olhadas no Alex de vez em quando, beleza? Se o negócio começar a ficar feio, aí você chama a gente.
- E quando é que o negócio começa a ficar feio?
- Quando só dá ele no meio da pista de dança.
- Tá. Beleza.
Até parece que eu vou ficar tomando conta do Alex. Se o cara quer ser o rei da pista, eu vou deixá-lo ser o rei da pista! Comecei a dar umas puladinhas de emoção ou sei lá o que.
- Quer fazer xixi? - Greg perguntou.
- Não. Tô dançando... Cadê a Maya? Por que ela não tá aqui com você?
- Não deu certo. Ela queria uma coisa muito séria. - Ele colocou o braço nos meus ombros. - Por que está perguntando dela? Ciúmes, amor? - Ele me deu um beijo no canto da boca.
- Pra começar, eu não sou seu amor. E não, não estou com ciúmes. Só queria saber se você tava chifrando ela, pra eu poder contar. E tira esse braço daí. - Peguei o copo do Nathan, cheirei e bebi.
- Eita. Cê não tá normal.
- Eu não sou normal. Uh, adoro essa música. Uh! Arrasa Alex! Uh! - Comecei a ir até onde o povo tava dançando, mas Greg me segura pela cintura. - Cara, pra quem não quer uma coisa séria com a Maya, tu tá querendo uma coisa muito séria comigo, hein!
- Lyra e Maya são pessoas diferentes. - Ele tentou me abraçar.
- Cara, me solta! Isso já tá virando abuso sexual! Você é muito safado!
- Ah, Lyra, qual é... Vamos num quarto ver se você tá com aquele sutiã de véia...
Como eu estava de costas, quando Greg colou nossos corpos, eu senti o volume. E que volume! Ele passou as mãos pelas minhas coxas.
- Isso era pra ser sexy? Ei! Para!
- Solta ela. - David Porra apareceu do além. - É sério, Greg, solta ela.
- Qual é, Dave? A gente é amigo, cara, cê sabe que eu não vou fazer nada que ela não queira.
- Você já tá fazendo.
- David Porra, eu sei me resolver - eu disse, quando percebi que ele tava ao ponto de dar um soco no Greg.
- Estou vendo!
- Dave, cara, que que foi? Vai ficar guardando a priminha? Não vai deixar seus amigos se divertirem com ela?
E então... Greg leva um soco no nariz. E minha mão dói. Não sabia que quando a gente dava um soco a nossa mão doía tanto. Pois é, gente, não foi David Porra que socou o Greg. Acho que ele nem seria capaz disso. Eita, sangrou a narina direita. Eita, ele tá com raiva. Me escondi atrás do David e o empurrei.
- Me defende, David.
Assim que Greg limpou o sangue na camisa, ele nos olhou com uma cara meio assassina. Eu e David começamos a correr no mesmo instante. Até saímos da casa. Corremos bastante e achamos um parque. Sentamos num banco e retomamos o fôlego. Depois, ele começou a rir e eu acompanhei.
- Você é doida. Onde aprendeu a dar soco desse jeito?
- Sei lá. Ai meu Deus, ele vai matar a gente!
- Vai nada. O Greg não é disso.
- Vai sim! Olha que legal esse laguinho japonês. Vamos lá, David.
Nós fomos até o laguinho, que tinha muitas pontes indo pra lá e pra cá e juntava uma na outra. Eu já estava começando a ficar um pouco tonta com tantas pontes. Sentamos em um banco de madeira e ficamos encarando o lago e os peixes, em silêncio. Eu me senti uma atriz linda, porque começou a bater uns ventinhos e meu cabelo ficou voando e tals. David me abraçou de lado e me deu um beijo na bochecha. Será que é isso mesmo que eu quero? Será que eu quero iludi-lo e me iludir também? Eu nem sei onde o menino mora! A gente não vai ficar na mesma cidade daqui a um mês, cada um vai seguir sua vida. É que está legal conhecer esse lado dele...
- Tá pensando no que?
- Na gente. Quer dizer, somos primos, sabe? Não é a mesma coisa eu ficar com você e ficar com qualquer outro garoto.
- É, eu sei. Mas eu acho que isso é meio que o destino.
- Ahn?
- É. Porque eu não tava nem um pouco feliz lá onde eu moro. A única salvação é... o Alex, o Johnny e o Harry. E você disse que lá na sua cidade também é tudo chato e os meninos não estão legais. Aí a gente veio pra cá e você ficou com metade do mundo. - Dei um soquinho nele. - Minha vida mudou quando eu vim pra cá. Eu tô falando sério, essas foram as melhores férias da minha vida. Sério mesmo.
- Essas não foram as melhores férias da minha vida não. Eu tô muito confusa. E se a gente começar a se gostar, David? Aí vai cada um ficar sofrendo longe do outro?
- Sabe qual é o seu problema? Você não deixa as coisas acontecerem. Você sempre quer saber o futuro, Lyra. Mas saiba que, às vezes, é bom ter uma surpresinha. - Ele segurou meu queixo e em seguida me beijou.
Mas aí eu tenho que parar tudo pra poder vomitar na moitinha. Ah, merda, acabei com o clima. David Porra apenas riu da minha situação e nós acabamos voltando pra festa. Fomos de mãos dadas, ou tentamos, porque tinha muita gente esbarrando na gente. Olhamos pra sala... E o negócio tava feio. Alex tava nos seus embalos de sábado à noite. Ele tava sentindo tudo, tava até de olho fechado! Eu resolvi gravar, pois são esses momentos que a gente deve mostrar no casamento. Certeza que um dia ele vai me chamar pro casamento dele e eu vou levantar, brindar ao casal e dizer "E que a esposa aguente esse pé de valsa que é o Alex", aí eu mostro o vídeo. Vai ser um momento tão lindo. Pode até surgir um divórcio no dia seguinte, sei lá.
Começou uma música bem animada e o David me puxou pra dançar com ele. Harry passou segurando uma coca e conversando com uns caras e eu ninjamente tirei a coca dele. O menino olhou até pro teto pra ver quem tinha tirado e não descobriu que fui eu. Bebi tudo, só pra tirar o gosto de vômito. Aí tocou Photograph. De novo, puta merda, cansei dessa música já.
- Olha! A nossa música!
- A gente já tem uma música, David.
- Tem? Qual?
- Dora, Dora, Dora, aventureiraaaaaaa... Sempre conquistando tudo o que sonhaaaaaaaaa...
- Não. Essa música é só minha. Photograph é a nossa música.
- Mas eu quero outra música. Essa é triste, de despedidas.
- Então quando formos nos despedir, eu vou cantá-la pra você, ok?
- Tá. Enquanto isso eu penso em qual pode ser a nossa música... E você melhora essa voz de esquilo.
Avião sem asa, fogueira sem brasa... playground sem gangorra, Lyra sem David Porra... Tô muita emoção, gente. Eu sou ruim com shipps, então... Como é Lyra com David Porra? Lyvid Porra? Não sei, gente, fala aí nos comentários. Sou uma merda pra criar nome.
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