Gotas da chuva
Refletindo sobre os caminhos que percorri, sinto as marcas deixadas pelas curvas da vida, especialmente aquelas delineadas pela chuva que caiu sobre mim. Naquele dia em Santarém, o céu derramava suas lágrimas em um ritmo sincronizado com "Tu Respiración". Não foi mera coincidência, mas sim o encontro do inesperado, guiando-me em um balé melancólico sob as gotas que dançavam pelo ar.
Ansiava por um momento de fantasia, uma fuga para uma realidade irreal, e por alguns preciosos minutos, alcancei essa ilusão. No entanto, a realidade implacável logo se fez presente, quebrando minhas expectativas. Troquei a música para uma aleatória, cujas palavras incansáveis repetiam a importância de tentar. E eu tentei, juro que tentei, mesmo que o resultado tenha sido decepcionante.
Mas mesmo na desilusão, não perdi a esperança. Durante dias, busquei refúgio nas memórias das gotas escorrendo pelo vidro do ônibus, como se aquele dia não tivesse sido tão amargo. Pois essas lembranças gentis são como um bálsamo para a alma, um lembrete de que, talvez, as pessoas possam ser como as gotas de chuva em um vidro de ônibus: limpando as impurezas e trazendo consigo momentos de doçura. Ou quem sabe, como verões que aquecem verdadeiramente outras estações da vida.
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