Reunião de família e o aviso
— E como você saberia disso? — perguntou Wagner abaixando o tom de voz e respirando fundo.
— Eu sei de tudo, pai. Eu sou o diabo — falou Jhonny com um sorriso convencido no rosto. Que logo foi tirado pelo o seu pai, que no momento de pura raiva desencadeada pela blasfêmia que o seu filho falou, foi até ele e deu um forte tapa no rosto do mesmo.
Jhonny ao sentir o forte tapa respirou fundo e olhou dentro dos olhos do seu pai e disse:
— Se você fazer isso de novo, irá se arrepender. — falou com um tom bem perigoso. Seu pai ignorando o aviso, levantou a mão para o atingir com o outro tapa, quando a mão dele estava poucos centímetros do rosto do Jhonny ele sentiu uma força o jogar para longe.
Uma força invisível fez ele ir em direção a parede e bater com as costelas na mesma, logo sentindo a dor do impacto. Foi ao chão sentindo muita dor no corpo, enquanto via o seu filho vindo na sua direção.
— Eu disse que iria se arrepender. — falou Jhonny com um tom de raiva.
— Quem é você? E o que você fez ao meu filho? — perguntou Wagner, mas a dor que ele sentia era tão forte que ele mais tossiu do que falou.
— Eu já falei, eu sou o diabo. E o seu filho está bem aqui, pelo menos o corpo dele. — falou com um sorriso sádico no rosto.
— Eu ordeno que você saia de dentro do meu filho, agora. — falou em meio a tosses fazendo Jhonny rir.
— Agora você quer me expulsar? Pode tentar a vontade. Pessoas mais fortes na fé já tentaram antes. E adivinha? Eu sempre venci. — falou enquanto pegava o Wagner pela gola da camisa e o arrastava para o sofá da sala.
Chegando lá. Ele jogou o outro no sofá com uma certa violência. O pensamento de Wagner estava a mil “ O que aconteceu com o meu filho? “ ele se perguntava enquanto encarava o ser que era tudo,menos o seu filho, que o encarava.
Em uma tentativa desesperada ele tenta sair, mas ele não consegue se mexer. Ele fica mais aterrorizado.
— O que você fez comigo? Eu não consigo me mexer.
— Ah,é. Eu tô com preguiça de pegar uma corda, então estou usando os meus poderes para te prender. Geralmente eu não uso eles, porque as coisas ficam muito fáceis. Se é que você me entende. — falou Jhonny com um sorriso no rosto.
— O que você quer com o meu filho? — perguntou curioso, mas deixando a raiva transparecer. Jhonny percebendo aquilo não deixou de rir.
— Digamos que eu tenho um trabalho que não está terminado.
— Então por que você está usando o meu filho?
— Porque de todos os outros ele era o mais fraco. Foi fácil dominar ele. E também ninguém desconfiaria dele. — falou com um tom superior deixando o maior na sua frente com mais raiva. Ele sentia graça naquela situação, vendo um pastor totalmente submisso a sua vontade.
— Saia dele agora.
— Já disse que não. Agora vamos colocar as cartas na mesa. Eu ficarei aqui pelo tempo que eu quiser, eu não vou te matar, a menos que você faça merda. Tu não contará a ninguém sobre isso e principalmente aceitará o meu relacionamento com o David.
— Você transformou o meu filho nesta abominação. — falou bufando de ódio
— Eu, não. Seu filho já era gay antes de eu entrar aqui, vocês cristãos deveriam parar de nos culpar por tudo. Isso já tá chato. — falou com um tédio visível — Não irei enrolar. Você vai fazer tudo o que eu mandar. — falou curto e grosso.
— NUNCA — Gritou Wagner em resposta. Fazendo Jhonny bufar e ir até a cozinha pegar uma faca. Quando Wagner viu ele voltando com uma faca sentiu um súbito medo. — O que você pretende fazer?
— Eu irei apenas te estimular. Vou perguntar de novo, vai fazer o que eu mandar?
— Eu não vou faz… — não conseguiu terminar a frase, pois Jhonny enfiou a faca com tudo na coxa dele. Arrancando um grito.
— Então, vai fazer? — perguntou com uma impaciência bastante visível.
— Não, AHHH. — Gritou quando sentiu Jhonny pressionar a faça mais para dentro. Estava saindo muito sangue do local. Wagner olhava aquilo com os olhos arregalados, ele não queria morrer, principalmente nas mãos de um demônio.
— Olha aqui, se eu não te ajudar, você irá sangrar até morrer. Vai fazer o que eu quero? Ou eu terei que mandar um demônio que eu controlo para te possuir? — perguntou torcendo que ele escolhesse a segunda opção.
— Tudo bem, eu faço o que você quer. Mas me ajuda.
— Okay então.
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Algumas horas depois Samantha, a mãe de Jhonny, chega em casa. Assim que ela passa pela porta vê o marido no sofá. Ela repara na faixa presente em sua coxa e vai ver o que aconteceu com ele.
— O que houve com você, meu amor? — perguntou preocupada, assim que o seu marido ia responder Jhonny grita da cozinha que ele apenas tinha caído.
O seu marido confirma e depois fala que ela não precisava se preocupar e nem nada do tipo. Samantha fica aliviada, mas desconfiada. Jhonny chama ela para sentar na mesa para jantar. Ela logo vai.
— Pai, não se preocupe. Vou levar a sua janta aí no sofá — Gritou Jhonny que logo foi ouvido pelo mais velho, pois a cozinha era americana.
Jhonny arruma o seu prato e o da sua mãe e leva para a mesa. Logo depois leva o do seu pai, para o sofá. Após isso ele senta na mesa e começa a comer.
— Como foi seu dia, filho?
— Foi ótimo. — falou ele se lembrando de suas aventuras, principalmente a do banheiro. — Preciso te falar algo. Eu estou namorando. — falou direto sem querer enrolar.
— Ahhh — Samantha deu um pequeno grito de surpresa, ela estava muito feliz pelo o seu filho. — Qm é ela?
— O nome dele é David.
— Pera quê?
— Eu sou gay, e namoro um garoto. — falou curto e grosso.
— Mas o seu pai sabe disso? — perguntou curiosa.
— Tivemos uma longa conversa mais cedo. E ele super apóia. — falou sorrindo.
— Então por mim tudo bem, quero conhecer ele. — falou animada pelo filho. Diferente do marido, ela não tinha nenhum preconceito. Ela amava o seu filho de qualquer jeito. No fundo ela sempre soube da orientação sexual de seu filho, ela apenas estava esperando o tempo dele de sair do armário.
Então eles comeram em paz. Pelo menos a maioria…..
Narração Dianna
Hoje a noite está bem fria. Olhando para o céu pela janela do meu quarto, chego a esta conclusão. A lua brilha no céu. A lua nova, para ser mais específica.
“A lua nova ela abre caminho e reinicia os ciclos” penso enquanto olho para ela. Reiniciar, por um momento essa palavra me dá calafrios. Sinto uma sensação ruim. Decido meditar, para aliviar a tensão.
Deixo o meu celular na minha prateleiras de livro e sento no meio do meu quarto. Mas antes disso eu deixo o celular no vibrar, para ninguém me perturbar e acendo um incenso, pois isso me ajuda.
Fecho os meus olhos e começo a meditação, respiro bem devagar enquanto eu tento me concentrar. Quando uma lembrança vem na minha mente. A lembrança de um sonho que eu tive há um ano atrás.
Nesse sonho o Jhonny está amarrado em uma cama, em uma cabana de madeira. Ele tenta se livrar das amarras, mas não consegue. Ele me olha com ira nos olhos, como se eu tivesse o amarrado.
Sou tirada dos meus pensamentos pelo o barulho do meu celular, ele está vibrando muito forte. E isso faz com que ele chegue mais perto da borda da prateleira.
Tento me levantar, mas era tarde demais. O meu celular caiu com tudo no chão. Vou até ele e a tela está toda rachada. Ligo a tela e o celular começa a entrar nos aplicativos sozinho.
Até que ele entra nas minhas músicas. E começa a tocar uma música. The Wolf and the Sheep, o nome dela. Fica tocando o mesmo verso, por várias e várias vezes. Decido prestar atenção na música e quando eu presto atenção, sinto um arrepio por todo o meu corpo.
The wolf wore the sheep
As a perfect disguise.
( O lobo usava a ovelha, como um disfarce perfeito. )
E a música continua repetindo o mesmo verso, e eu fico estática ouvindo aquilo. Tiro a bateria do celular, e finalmente a música para.
"Será que isso foi um aviso, um aviso da deusa?" pergunto a mim mesma, enquanto olho para o meu celular totalmente destruído em minhas mãos.
Volto para a janela e olho a lua de novo “Reinício” penso enquanto olho para ela. Talvez nem sempre, reinícios sejam bons.....
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