Cartas na mesa
Dominique foi o primeiro a acordar. O dia estava começando, ele esticou a sua para a cômoda para ver a hora. O relógio marcava 06:04 da manhã. Ele não queria levantarem, pois o seu amado dormia tranquilamente em seus braços.
Depois de uma briga interna, ele decide se levantar, acordando o menor. Dominique amava a feição angelical de Jhonny, tal feição escondia o verdadeiro perigo.
— Que horas são? — Jhonny perguntou com voz cansada, enquanto coçava os seus olhos.
— São seis e oito da manhã. — Respondeu Dominique, levantando da cama.
— Ai, droga. Vou me atrasar para a aula! — falou enquanto levantava da cama rapidamente e começava a colocar as suas roupas apressadamente. — Até mais, Dominique. Te vejo na escola. — falou indo embora nem dando tempo de Dominique responder.
Dominique voltou a deitar na cama, ele olhou para o teto com um sorriso bobo no rosto, estava feliz, pois finalmente conseguiu ter uma noite com a pessoa que amava.
Mas a feição de alegria logo foi embora, pois ele teve um choque de realidade e lembrou de dois fatores. O seu amigo morto e que Jhonny era comprometido.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
3 SEMANAS DEPOIS
As semanas seguintes passaram-se de modo arrastado e massivo. O enterro de Lucas foi difícil para muitas pessoas. Muitos pessoas achavam que ele tinha morrido vencido pela depressão, mas não foi bem assim.
A família do Lucas estava arrasada com a morte do ente querido. A morte dele pegou muitos de surpresa, outros nem tanto. Pessoas havia visto Lucas chorando nos braços de Dominique aumentando ainda mais as suspeitas de um suicídio.
Depois do enterro os jovens decidiram não tocar no assunto por um bem maior. Os mesmos estavam sentados no refeitório, o clima permanecia pesado. Todos eles estavam com feições de tristeza no rosto.
Inclusive Jhonny, mas ele estava triste apenas por fora, por dentro ele ria como o demônio sádico e manipulador que ele é. Ele estava bastante feliz com o estrago que ele havia feito com apenas uma morte.
Ele ouviu umas líderes de torcida se organizando para espalhar cartazes de auto ajuda pela escola. Jhonny achou aquilo ridículo, mas fazer o quê? “As pessoas só tem empatia quando vêem outras dentro de um caixão” pensou Jhonny enquanto comia.
Assim que ele terminou de comer ele se despediu dos outros e seguiu para a quadra. Chegando lá, ele foi para a arquibancada e ficou sentado vendo o David treinando. Já estava tudo arquitetado ele mataria os jovens aos poucos e deixaria o seu precioso namorado por último.
Ele ficou observando as líderes de torcidas todas animadas com o desempenho dos atletas da escola. Percebeu o olhar da Gaby para o seu namorado e ele não gostou nem um pouco disso, mas logo o seu olhar foi atraído pela parte de trás da quadra, de longe ele pode ver o Dominique sentado.
Desde a noite que ambos passaram juntos Dominique não olhava na cara dele. Jhonny se levantou e foi até lá, para conversar com Dominique.
Assim que ele chegou lá ele percebeu o desagrado do outro ao lhe ver. Então, ele logo fez questão de perguntar ao outro o motivo de tamanho desagrado.
— O que está acontecendo, Dominique? Desde que nós transamos você não olha mais na minha cara. Era esse mesmo o seu plano? Transar comigo e depois esquecer a minha existência? — ele falou tudo de uma vez. Jhonny não se importava nem um pouco com o Dominique e muito menos com a resposta, mas ele amava fazer papel de vítima.
— Em nenhum momento eu planejei te usar para depois descartar. — Dominique respondeu. — O que eu acho engraçado é o fato de você ter transado comigo em um dia e no outro você estar com o David, como se nada tivesse acontecido. — falou em um tom seco, fazendo Jhonny revirar os olhos. — Eu não serei a sua segunda opção, Jhonny.
— Bom, eu achei que estávamos nos divertindo apenas, mas acho que me enganei. Eu vou embora, tchau. — Jhonny se virou e deu dois passos para ir embora, mas ele foi puxado por Dominique. — O que foi?
— Eu vou falar tudo para o David.
— Você não ousaria ? — falou Jhonny estreitando a voz e usando um tom de ameaça.
— Ouso sim, não é justo o que você fez comigo e com o David. Eu amo você, caralho. E é difícil te ver nos braços de outros, QUANDO VOCÊ ME DEU ESPERANÇAS! — Dominique falou aumentando o tom da sua voz.
— A vida não é justa, Dominique. Aprenda a lidar com as decepções, pois elas fazem parte da vida. — Jhonny foi se retirando dali, mas novamente foi puxado por Dominique.
— Jhonny por favor não faz isso comigo, eu amo você. — falou Dominique se ajoelhando e agarrando as pernas de Jhonny, em um ato desesperado para ter a pessoa que amava por perto. Jhonny não se comoveu nem um pouco com aquilo, nem mesmo quando ele viu que Dominique chorava, ele apenas revirou os olhos.
— Deixa de ser patético, Dominique. — falou isso empurrando Dominique no chão e indo embora, o largando lá, chorando e sozinho.
Jhonny andava com passos pesados de volta para a quadra, mas chegando lá não via mais ninguém. O treino havia acabado. Jhonny decidiu ir até o vestiário se encontrar com o namorado.
Ele foi pensando se deveria matar mais alguém ou esperava a poeira abaixar de vez, pois ele não queria que as pessoas começassem a desconfiar.
No meio do caminho ele viu a Misty toda desesperada ele foi até ela perguntar o porquê daquilo.
— Jhonny eu estou toda entupida de afazeres. Tenho que fazer as provas finais, terminar de organizar o baile de formatura, terminar de ver as minhas séries. Cara, não está dando. — falou ela com voz de choro.
— Você quer ajuda ?
— Valeu, Jhonny, mas Dianna e Paula já prometeram me ajudar. Aliás, você viu elas?
— Não, na verdade faz um tempinho que não vejo ambas.
— Eu vou procurar elas então. Até mais, amor da minha vida. — falou após dar um beijo na bochecha de Jhonny e sair andando.
Jhonny voltou para o seu caminho e seguiu firme, sem interrupção até o vestiário. Chegando lá ele saiu entrando, pouco se importando se fossem reclamar da presença dele.
Ele reparou que não tinha ninguém lá. Achou isso bastante estranho. Estava prestes a sair quando ouviu duas vozes, ele foi em direção a elas. Ao chegar mais perto ele viu que os donos das vozes era David e Gaby. Ele se escondeu em um canto e ficou ouvindo.
— Olha, David. Eu sinto muito a sua falta. Não entendo o porquê de você ter me deixado para ficar com aquele garoto. — falou Gaby enquanto passava a mão no peitoral nú de David.
— Eu tive os meus motivos. Eu gosto do Jhonny. Aprendi a gostar dele. — respondeu David, tirando a mão da Gaby do seu peito.
— Então quer dizer que você não gostava? Eu sabia! — falou Gaby dando saltos de alegria com as mãos na boca. — Você ficou com esse garoto por pena.
— Você está certa. Ele tinha perdido a melhor amiga e também salvou a minha vida. Eu precisava agradecer de alguma forma e ele era apaixonado por mim…..
Jhonny ficou estático por meio segundo, mas depois começou a rir internamente. “Está ouvindo isso, Jhonny? Seu precioso namorado nunca lhe amou” falou em pensamentos para o verdadeiro Jhonny que estava no seu interior gritando para se libertar.
Ele sentiu que o verdadeiro Jhonny ficou mal a ouvir aquilo e isso apenas o deixava mais feliz.
Ele voltou a prestar atenção na cena, quando viu Gaby indo até David e o beijando. David não fez nada para impedir e até correspondeu ao beijo por um tempo, mas logo a empurrou.
— Você não me entendeu. Na época eu não sentia nada por Jhonny, mas agora eu o amo com todas as minhas forças. Agora vá embora e me deixe em paz. — Falou curto e grosso com a garota. A mesma começou a chorar e saiu de lá correndo.
David se sentou no banco que havia ali e começou a olhar para os armários com a mente muito longe dali. Jhonny saiu do seu lugar, quando David o viu levou um susto.
— Sim, David. Antes que você me pergunte, eu ouvi tudo.
— Jhonny eu… — falou David se levantando, mas logo foi cortado por Jhonny.
— Não quero as suas explicações. Apenas me deixe em paz e nunca mais fale comigo. — falou com lágrimas falsa nos olhos, logo saiu correndo. Não dando tempo de David falar algo.
Assim que ele se afastou do local ele começou a rir. Uma risada diabólica que deixaria a pessoa mais corajosa do mundo com o rabo entre as pernas.
“Vocês humanos são estranhos. Tem as coisas nas mãos e preferem deixar as coisas irem embora, por causa das atitudes idiotas” pensou.
Olhou para frente e viu a Gaby toda desolada caminhando em passos lentos, indo em direção ao banheiro. Os seus olhos brilharam e uma ideia diabólica veio em sua mente, ele já sabia quem seria a sua próxima vítima. Gabrielle Fonseca.
Narração Gabrielle
“Homens são umas merdas” penso enquanto vou em direção ao banheiro com passos lentos. Tenho perdido tanto tempo da minha vida gostando de alguém que não vale a pena.
Sei que não sou santa e nem nada do tipo. David é realmente muito importante para mim, fui uma idiota em pensar que ele sentia o mesmo por mim. Suas carícias e seus beijos me diziam isso. Fui uma otária em me submeter a isso, em ter aceitado ser “a outra”.
Chegando no banheiro vou correndo para o boxe. Desço a tampa da privada, me sento lá e me permito chorar. Minhas lágrimas caem em excesso, tentar prendê-las é inútil. Então, me permito chorar.
Lembranças do passado invadem a minha mente. Quando eu saí pela primeira vez com o David, quando ele disse que me amava e quando ele terminou comigo para ficar com o Jhonny.
Eu quero parar de chorar mas as lágrimas continuam rolando sem parar. Eu nunca quis nada disso, queria apenas ser amada. Queria apenas alguém.
Depois de longos minutos eu consigo parar o choro. Ninguém apareceu no banheiro para me incomodar, deve ser porque todos estão em aula. Eu sou a única otária que está no banheiro chorando por boy lixo que não vale nada.
Me levanto e saio do box, vou até o espelho e fico encarando a minha cara de derrota. “O que eu fiz para merecer isso tudo? “ penso enquanto olho para o espelho e tentando achar a resposta. Sou tirada dos meus pensamentos pelo barulho da porta.
Olho com uma expressão furiosa para a possível garota que entrou, mas sou surpreendida pela presença dele. Jhonny Santos.
— O que você faz aqui? — endireito a minha postura e o pergunto com um tom de escárnio.
— Eu não vim fazer nada de mais. — fala ele se aproximando de mim. Ele segura algo atrás das costas e por instinto eu me Afasto cada vez que ele de aproxima. — Não precisa ter medo…. Ainda. — Ele finalmente tira o negócio das costas e me mostra.
É uma garrafa verde. Eu já vi ela de algum lugar. Se eu nn me engano é um produto de limpeza. Eu quero me lembrar o nome disso, tento fazer a minha mente lembrar, mas não consigo.
Até que ele dá uma virada na garrafa e eu consigo ler o que está escrito “Ácido Muriático”. Meu corpo gela da cabeça ao pés. “ Ele pretende jogar isso em mim?” penso enquanto vejo ele colocar a garrafa na pia e empurrar a mesma em minha direção.
A garrafa vai deslizando e para a centímetros das minhas mãos. Eu olho para a garrafa por alguns segundos antes de começar a falar.
— O que você pretende fazer com is… — Sou interrompida, pois, sinto as mãos de Jhonny na minha cabeça. Ele me faz olhar dentro de seus olhos. Os mesmos ficam totalmente negros.
— Spiritus Dominados — É o que ele fala. Sinto um frio muito intenso percorrer o meu corpo. Sinto também algo entrando de mim.
Meu corpo fica totalmente mole e não consigo mexer ele. Tudo o que eu consigo fazer é olhar para frente. Jhonny possui um sorriso cruel no seu rosto. Sinto lágrimas descerem na minha face.
Eu não consigo mexer. Uma mistura de desespero e impotência me rondam. Jhonny me analisa com aqueles olhos negros. Eu quero fugir daqui, mas as minhas pernas não obedecem. “ALGUÉM ME AJUDA’’ tento gritar isso, mas a minha voz não sai.
— Pare de me encarar com essa cara patética, Muriel. — Jhonny fala olhando para mim e eu não consigo entender nada, até que a minha boca se move sozinha.
— Me desculpe, senhor. O que vós desejais de mim? — Eu realmente respondi isso? É a minha voz. Eu não queria falar isso. “QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO” Tento gritar, mas é em vão. — Essa garota é bem agitada. — Outra vez eu falo sem querer. Eu estou com muito medo, “alguém, alguém me ajuda'’
Narração Off
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro