𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐃𝐎𝐈𝐒 | 𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀𝐃𝐀
❝𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀𝐃𝐀❞
Isaac não podia acreditar, olhar para as antigas fotos e relembrar dos momentos juntos e agora perceber que nada disso mais iria acontecer. Bella não estava mais viva e nada do que fizesse iria mudar este fato, tudo não passava de um sonho impossível. Ela estava morta!
Com raiva de si mesmo, empurrou todos os livros de sua escrivaninha para o chão, nada mais o importava, não tinha sido capaz de proteger a sua amiga e agora nada iria trazê-la de volta.
Era sua responsabilidade, proteger suas amigas de todo o mal daquele lugar, mas falhou com as duas. Tanto Bella, quanto Arya estavam trancadas em um novo mundo, que ele não fazia mais parte.
– Isaac, você não pode ficar desse jeito. – O senhor Harris falou entrando no quarto, após ouvir o barulho no andar de baixo. – Bella não está mais aqui, mas você está e Arya também.
– Eu sou um péssimo amigo, isso não podia acontecer... – Isaac murmurou abraçando os próprios joelhos.
– Isso não é sua culpa! – O senhor Harris exclamou segurando o rosto do filho. – Bella se afastou da festa, algo que eu já tinha recomendado para que não fizessem, e infelizmente foi a segunda vítima desse Serial Killer.
Isaac sacudiu a cabeça em pura negação.
– Isso não pode estar acontecendo. – Repetiu se jogando nos braços do pai. – Não novamente, não quando estávamos tão bem.
– Tem certas coisas que não podem ser explicadas, mas eu te prometo que vou prendê-lo. – O senhor Harris falou tentando acalmar o filho. – Toda a força policial está nas ruas em busca de alguma pista ou informação.
– Ela era muito importante para mim, por favor prenda esse desgraçado. – Isaac pediu. – Arya deve estar pior do que eu.
O senhor Harris se sentou ao lado do filho e respirou fundo tentando encontrar uma maneira de falar com o filho.
– Vocês dois tem voltar a escola, não podem perder mais dias de aula. – Começou de maneira delicada. – Bella não gostaria que vocês se prejudicassem por sua culpa, tentem ser fortes para levar adiante o sonho da amiga de vocês.
– Como se fosse fácil. – Isaac retrucou passando as mãos pelo rosto. – Mas eu prometo que vou tentar, não posso simplesmente desistir dos meus sonhos, principalmente agora.
O senhor Harris olhou de maneira minuciosa para o filho, franziu o cenho e logo descartou uma ideia.
– Voce não vai fazer o que eu estou pensando, não é? – O senhor Harris perguntou em um tom preocupado. – Você é filho de um detetive e não um detetive formado, então não se meta em confusão.
– Tudo bem, eu prometo. – Isaac falou cruzando os dedos, por trás das costas, tentando evitar que o pai visse.
– Assim fico mais aliviado, pelo menos por uma parte da situação. – O senhor Harris falou abrindo um pequeno sorriso. – Brienne me ligou, parece que Arya está precisando de alguém nesse momento, talvez um ombro amigo que a entenda.
– Eu vou na casa dela. – Isaac afirmou. – Nós a vimos morta! Deitada no chão como se não fosse nada.
– Essa experiência é traumática para qualquer um, não posso dizer que vocês não foram corajosos, resistiram bem. – O senhor Harris falou dando um tapinha no ombro do garoto ao seu lado.
– Não me sinto nem um pouco orgulhoso disso. – Isaac retrucou. – Mas você tem razão, Arya precisa de mim nesse momento, afinal esse é o segundo corpo que ela vê na vida.
– Espero que essa tragédia não a perturbe, como a outra. – O senhora Harris falou se levantando do chão. – Minhas costas não são como antes! – Reclamou massageando a região. – Leve meu carro, facilitará a viagem.
– Obrigada, eu também espero que isso não tenha causado nenhum dano psicológico, acho que ela não aguentaria. – Isaac falou pegando as chaves do carro. – Não sei que horas vou voltar, não me espere.
Arya estava quebrada, mais uma vez tudo tinha ruído.
Novamente a vida tinha lhe dado uma rasteira, sem se importar com os seus sentimentos ou com quem amava, não tinha como mudar, ser infeliz era o seu carma.
Ás vezes acreditava, que nas suas vidas passada tinha sido uma pessoa muito má, e agora Deus lhe tinha colocado nessa para a punir de tudo que feito. Não é um pensamento bonito, mas a ajudava a não perder a cabeça diariamente ou a buscar consolo em alternativas mais fáceis.
Há muito tempo tinha jogado fora todas garrafas que tinha escondido em seu guarda-roupa, porém agora ela daria tudo por um bom copo whisky.
A foto em suas mãos, exibia duas garotas duas garotas contentes e felizes com o momento que viveram naquele dia, sem imaginar que tudo seria destruído de maneira tão rápida e estranha. Arya não se abria com facilidade, mas quando conheceu aquela garota, tinha se identificado com o modo diferente como ela enxergava as coisas. As duas possuíam uma visão do mundo bem diferente do que todos estavam acostumados.
Uma maldição que se repetia em sua vida. Talvez estivesse fadada a perder pessoas importantes em sua vida de maneira trágica, primeiro tinha sido a sua mãe, que havia sido assassinada em sua frente, quando a mesma tinha doze anos de idade.
Sua mãe tinha ido em uma das reuniões mensais da escola de música, que era uma das paixões de Arya desde pequena. Naquele dia, a menina tinha sido chamada para realizar participar de um pequeno concerto no teatro da cidade, ela tinha ficado extasiada, afinal tocaria violino para sua primeira plateia!
Após uma breve sessão de abraços e beijos de alegria, decidiram comemorar a boa notícia com uma tarde na sorveteria – a única que servia sorvete sem o uso de leite e derivados – mas nada saiu como o esperado. Quando estavam chegando no estacionamento, Arya se lembrou que havia esquecido a partitura na mesa de sua professora de música – a mesma que hoje se tornou uma vítima do assassino – e pediu para que a mãe a esperasse, quando finalmente voltou encontrou sua mãe caída no concreto e baleada por vários tiros.
Arya se sentia culpada de alguma forma, seu pai apesar de não a culpar diretamente, sempre a encarava de um jeito que deixava clara a sua opinião sobre o assunto.
Se ela não tivesse esquecido a partitura, sua mãe poderia estar viva.
Se ela não tivesse se entretido com o baile, Bela poderia estar viva.
Eram tantos "e se" que a sua mente não conseguia acompanhar. Droga, ela realmente estava precisando de uma bebida forte ou ainda melhor ela poder...não!
Arya balançou a cabeça fortemente, ela não podia voltar a cometer os mesmos erros de antes, o xerife não tinha como salvá-la dessa vez caso caísse em tentação.
– Arya, querida eu estou aqui. – Brienne falou dando uma pequena batida na porta do meu quarto. – Se quiser conversar comigo, pode confiar que não falarei nada para ninguém.
– Você me falou a mesma coisa a dois minutos atrás. – Retruquei irritada.
– Estou com esperança de a resposta tenha mudado. – Brienne respondeu.
– Não mudou.
Brienne recuou, mas se recuperou rápido.
– Isaac está aqui do meu lado. – Falou conseguindo a minha atenção. – Ele quer conversar, você o deixa entrar?
– Desde quando ele precisa de permissão? – Arya perguntou em tom irônico.
A porta foi aberta lentamente como se ele quisesse ter certeza de que seria bem recebido. As luzes estavam apagadas por causa da sua enxaqueca que estava atacada, mas pela sombra de Isaac dava para notar que estava tão destruído quando ela.
– Foi horrível. – Isaac falou após conferir se Brienne tinha realmente saído. – Pior do que um filme de terror.
– Isso por que foi só o seu primeiro corpo. – Arya retrucou com acidez. – Foram poucas semanas de convivência, mas foi o suficiente para gostar dela como minha amiga.
– Eu te entendo, ela tinha um jeito encantador. – Isaac falou se sentando do meu lado. – Ela estava tão animada com aquele baile, jamais imaginei que terminaria desse jeito tão mórbido.
– Você foi ao enterro? – Arya perguntou enlaçando a mão do garoto na dela.
– Eu não consegui. – Isaac respondeu trêmulo. – Não estou preparado para isso ainda, é como se algo me puxasse cada vez mais para um vão escuro e sem vida.
– Eu também me sinto desse jeito. – Arya confessou. – Não sei mais o que fazer com a minha vida, estou tão nervosa.
Isaac me olhou desconfiado, aquele mesmo olhar que me lançava quando eu bebia muito e ele precisava me buscar.
– Eu juro que não bebi nada. – Arya falou rapidamente. – Prometi ao seu pai que me comportaria e eu nunca quebro uma promessa.
– Não estou falando disso, apesar de ficar bastante aliviado. – Isaac falou acariciando minha mão com o polegar. – Só vamos encontrar paz quando o assassino for preso.
– E quando vai ser isso? – Arya perguntou em tom irônico, afinal os assassinos da sua mãe nunca tinham sido identificados.
Isaac ficou em silêncio, como se estivesse pensando nas possibilidades da sua escolha e no modo como ela afetaria nossas vidas. Apesar da pouca luz, era nítido as sobrancelhas franzidas, uma expressão que ele fazia quando estava prestes a cometer uma loucura.
– Nós vamos investigar esse caso e vamos prender o serial killer. – Isaac declarou convicto de sua decisão.
Em qualquer outro caso, Arya tentaria colocar juízo na cabeça do amigo, mas agora era algo pessoal e ela não fugiria novamente do perigo. Mais de uma vez havia confiado na ação de outras pessoas, estava na hora de enfrentar os meus próprios medos.
– Eu havia prometido a Bela que a protegeria, mas eu falhei. – Arya falou cerando os punhos com força. – Porém, não falharei em vingá-la, não quando ela era parte da nossa alcateia.
A segunda fase do enredo começou nesse exato momento! Espero que tenham gostado do capítulo de hoje e me desculpem pela demorar para atualizar.
Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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