CAPÍTULO 8
Eu sei que Maggie não vai facilitar. Assim que Bella abre a porta e ela entra no apartamento como um furacão, já fica claro que eu tenho que pisar em ovos. Não é só pela desconfiança dela, mas porque Maggie conhece a minha pior versão — o moleque impulsivo e sem filtro de Veneza. Agora, ela está aqui, pronta para arrancar a verdade, como sempre faz.
Eu não sou de me incomodar com visitas inesperadas. Sempre fui do tipo que improvisa, mas a chegada de Maggie à casa de Bella deixa um gosto amargo na boca. Não porque eu me importo dela me desmascarar — sou bom em fingir quando necessário. Mas Maggie tem esse talento de ir direto ao ponto, de transformar qualquer máscara em poeira.
— Então, primo… — Maggie começa, recostada na bancada da cozinha, com a mesma pose confiante que tem desde que éramos crianças. — Quanto tempo exatamente vocês estão juntos?
Bella evita meu olhar, mas eu sei que ela está tentando conter a irritação. Fico em silêncio por um momento, tomando um gole de vinho, antes de responder.
— Algumas semanas — digo com naturalidade. — Mas você sabe como as coisas podem mudar rápido.
Maggie arqueia as sobrancelhas, brincando com a taça de vinho que eu servi.
— Algumas semanas? É isso? — Ela ri, mas o som é carregado de incredulidade. — Sério mesmo? Vocês dois, que não podiam ficar na mesma sala sem trocar farpas? Agora estão apaixonados?
— O amor faz coisas estranhas, Maggie — respondo, dando um sorriso casual, o tipo que sempre a irrita.
Bella solta um suspiro e cruza os braços, claramente pronta para explodir a qualquer momento. Maggie percebe, claro, mas decide continuar jogando.
— Engraçado, Duca. Nunca imaginei você acreditando no amor.
— Talvez você não me conheça tão bem quanto pensa — retruco, me aproximando de Bella.
Ela tensiona ao meu lado, mas eu sei que precisamos sustentar o teatro. Coloco a mão em sua cintura e sinto seu corpo reagir de leve. Não é de raiva, como eu esperava.
— E talvez você não conheça a Bella tão bem quanto pensa também — completo.
Maggie me encara por alguns segundos, analisando cada palavra, como sempre faz. A verdade é que, em Veneza, ela e eu somos mais parecidos do que gostaríamos de admitir. Ela sabe identificar uma mentira no ato.
— Você tem razão. Talvez eu precise passar uns dias por aqui para conhecer essa nova versão de vocês dois — Maggie diz, sorrindo, mas com um olhar cortante que não deixa dúvidas de que ela não acredita em nada.
Olho para Bella e seus olhos gritam o que ela não pode dizer em voz alta. Maggie está disposta a testar os limites da nossa história, e eu sei que, para sustentar a mentira, precisamos de algo mais do que provocações.
— Claro, Maggie. Fique o tempo que quiser — respondo, com um sorriso fácil, como se aquilo não fosse me incomodar nem um pouco.
Bella me olha de relance, provavelmente considerando-me matar. Maggie vê, mas ignora, preferindo girar uma taça de vinho na mão como se estivesse avaliando a qualidade da bebida.
— Ótimo. Vai ser divertido ver vocês dois em ação — Maggie retruca, finalmente tomando um gole.
Bella solta um suspiro audível e se levanta, indo em direção ao corredor.
— Vou te mostrar o quarto — Bella diz, com uma calma forçada, tentando manter a compostura.
Eu me levanto e a sigo de perto, sabendo que é melhor acompanhá-la, principalmente para garantir que a farsa se mantenha. Chegamos ao quarto de hóspedes onde Maggie ficará, e Bella abre a porta.
— Aqui está o seu quarto — Bella diz com um sorriso, gesticulando para que Maggie se acomode. — Fique à vontade, se precisar de algo, me avise.
Maggie, com um olhar atento, entra no quarto e começa a olhar ao redor, satisfeita com a acomodação. Estou prestes a sair quando Bella se vira para mim com um sorriso calculado.
— Te vejo já, Maggie — Bella diz, com um tom mais suave e descontraído.
Ela fecha a porta atrás de si e caminha de volta para o seu próprio quarto. Eu a sigo, imaginando o que ela vai fazer. Quando chegamos ao quarto de Bella, ela se vira para mim e eu, sem paciência, falo diretamente.
— Está tão difícil assim, Bella? — Minha voz sai mais ríspida do que eu queria.
O olhar dela me irrita, uma mistura de desdém e indiferença. Sei o que ela está pensando: que sou o maior idiota de todos por me meter nessa farsa, mas não posso negar que essa situação mexe de um jeito comigo que eu não esperava.
Bella sorri, aquele sorriso que ela sabe que me irrita, e vem até mim. Cada passo dela parece ecoar no meu peito. Tento ignorar a maneira como o corpo dela se move, como a sensualidade parece emanar dela sem ela sequer tentar. Mas é impossível. Bella para na minha frente, tão perto que posso sentir o calor dela, a presença dela me dominando. O cheiro dela, doce e envolvente, me faz perder momentaneamente o foco.
— Você não acha que está exagerando? — Bella diz, a voz baixa, carregada de um tom sedutor que imediatamente me desconcentra.
Ela se aproxima ainda mais, tão perto que posso sentir sua respiração contra a minha pele, e aquilo me faz perder o controle por um momento.
— Bella, você está jogando sujo... — digo, mas a voz sai quase rouca, e eu percebo que estou dando espaço para ela me provocar mais do que deveria.
Eu tento afastá-la, mas é impossível. Eu não posso. Quando ela me toca assim, tudo em mim responde. Engulo em seco, sentindo meu corpo ficar tenso, como se ela tivesse acesso a uma parte minha que eu não queria que ninguém soubesse. Meus dedos se fecham involuntariamente, agarrando a cintura dela, puxando-a mais perto de mim. O calor entre nós é insuportável, e a distância que havia entre nós se dissolve completamente.
— Você realmente acha que pode controlar isso, loirinha? — Minha voz sai quase rouca, e eu percebo que estou respirando mais rápido.
Bella não se afasta. Ela não faz nada, exceto me encarar com aquele olhar intenso, que só ela sabe fazer. Um sorriso pequeno se forma em seus lábios, e eu posso ver a provocação em seus olhos.
Ela se aproxima mais, seus lábios agora tão perto dos meus que posso sentir sua respiração quente. O desejo entre nós se torna palpável e, por mais que eu tente controlar, minha mão desliza pela sua cintura, apertando-a levemente. Eu a puxo para mais perto, sem sequer pensar. Ela solta um suspiro baixo, e aquele som, aquela resposta dela, me faz perder ainda mais o controle.
A tensão entre nós explode de uma forma que eu não esperava. Eu não quero parar. Eu não consigo. As mãos dela deslizam para o meu pescoço, e o toque dela, suave e quente, me faz quase ceder por completo. Bella, com a leveza dela, com o jeito que ela sabe exatamente o que fazer para me deixar assim. Ela não está fingindo nada. Ela está totalmente presente, totalmente envolvida.
Minhas mãos agarram seu rosto com uma determinação feroz, e nossos lábios se chocam em um beijo que não tem nada de contido. É bruto, faminto, cheio de tudo o que passamos dias tentando ignorar. Sinto suas mãos se perderem na minha camisa, puxando o tecido com força, enquanto eu a pressiono contra a parede, eliminando qualquer distância entre nós.
Minha mão desliza da curva do seu rosto até a base da sua nuca, segurando-a firmemente, enquanto a outra encontra sua cintura, puxando-a ainda mais para mim. Seus lábios se movem contra os meus com a mesma urgência, como se estivéssemos em guerra, e nenhum de nós quisesse ceder.
Quando meus dedos encontram a barra de sua blusa, eu hesito apenas por um segundo antes de deslizar minha mão por baixo, sentindo a pele quente e macia contra meus dedos. O som que escapa de seus lábios – um suspiro misturado com um gemido baixo – me incendeia.
— Bella — murmuro contra seus lábios, minha voz rouca, carregada de desejo.
Ela não responde, apenas puxa minha camisa com mais força, até que um dos botões cede. Sua ousadia me tira o ar, e eu sorrio contra sua boca antes de beijá-la novamente, mais profundo, mais intenso. Minha mão sobe lentamente, traçando cada curva de sua cintura e costelas, até alcançar as alças finas do sutiã.
Ela arfa, mas não recua. Pelo contrário, suas mãos deslizam dos meus ombros até meu peito, explorando cada detalhe, cada músculo. Quando sua perna sobe levemente para envolver minha cintura, é como se um novo limite tivesse sido cruzado.
— Você está brincando com fogo, loirinha — digo, enquanto meus lábios deixam os dela e traçam um caminho pelo seu queixo até o pescoço, mordiscando suavemente sua pele sensível.
— E você acha que não sei? — ela rebate, mas sua voz é baixa, rouca, cheia de algo que ela tenta esconder.
Minha mão na sua coxa desliza para trás, apertando sua pele com firmeza enquanto a levanto levemente, encaixando-a ainda mais contra mim. Ela arfa novamente, seu corpo tremendo sob o meu. Sua respiração pesada encontra a minha quando volto a encarar seus olhos – cheios de desafio, mas também de algo que ela não consegue negar.
Eu a beijo novamente, dessa vez ainda mais ferozmente, como se precisasse dela mais do que do próprio ar. E quando meus lábios descem pelo seu pescoço até o início do decote, Bella solta um gemido que faz todo o meu controle evaporar.
Minhas mãos exploram com mais liberdade, uma deslizando pelas suas costas até abrir o fecho do sutiã. Sinto sua hesitação, mas, antes que ela possa dizer ou fazer qualquer coisa, sua boca volta para a minha, como se sua única resposta fosse me puxar ainda mais fundo nessa loucura.
É nesse momento que a porta se abre com um estrondo.
— Ah, meu Deus! — Maggie exclama, sua voz carregada de surpresa e diversão.
Bella pula como se tivesse levado um choque, afastando-se de mim enquanto segura a blusa e tenta ajeitar o cabelo desgrenhado. Seu rosto está um tom profundo de vermelho, mas seus olhos ainda brilham com algo que nenhum de nós pode negar.
— Maggie, você não bate na porta? — Bella dispara, tentando parecer irritada, mas falhando miseravelmente.
— Bem, da próxima vez vou lembrar. Continuem, não vou atrapalhar — Maggie diz, gesticulando com as mãos. — Fico feliz por vocês terem finalmente parado de fingir que se odeiam. Vocês são perfeitos juntos, sabiam? — Ela dá meia-volta, mas não saia antes de lançar um último olhar para nós dois.
Eu cruzo os braços e observo Bella tentando recuperar a compostura. O silêncio que se segue é quase ensurdecedor. Ela, no entanto, não parece minimamente abalada. Me encara, e o sorriso que aparece nos lábios dela é puro desafio.
— Isso... foi interessante — digo, meu tom provocador.
— E então, Duca? O que achou da minha atuação agora? — Ela pergunta, inclinando levemente a cabeça enquanto cruza os braços.
Eu suspiro, passando a mão pelos cabelos e tentando recuperar o fôlego. Por algum motivo, a sensação de estar sendo jogado no ritmo dela é exaustiva e, ao mesmo tempo, impossível de evitar.
— Você é impossível, loirinha… — Digo, sem nem tentar esconder a falta de fôlego na voz.
Bella dá de ombros, o sorriso ainda está no rosto, e se vira, indo em direção ao banheiro do quarto.
***
A tarde está quente, e a piscina parece a solução perfeita para escapar do calor. Timmy e Nella brincam sem parar, gritando e rindo enquanto tentam se equilibrar sobre uma boia gigante em formato de unicórnio. Nessa, sentada em uma espreguiçadeira com um livro na mão, os observa com aquele olhar maternal que parece captar tudo, mesmo quando está distraída.
— Timmy, cuidado! Não puxe o cabelo da sua irmã! — Nessa chama, enquanto Nella solta um gritinho.
— Mas ela começou! — Timmy protesta, segurando a boia como se fosse sua fortaleza.
— Não importa quem começou, Timmy. Eu estou de olho em você! — Nessa responde, com aquele tom firme e carinhoso que só ela sabe usar.
— Parece que você está mais de olho no livro, Nessa — Maggie brinca, sentada na beira da piscina com um copo de suco na mão, os pés mergulhados na água.
— Multitarefa, querida! Aprenda — Nessa responde sem tirar os olhos das crianças, mas com um sorriso que mostra sua paciência infinita.
Maggie está com Bella à beira da piscina, ambas com os pés na água. Eu, na piscina, encostado na borda, estou próximo o suficiente para ouvir a conversa. Elas falam com a familiaridade típica de melhores amigas. Mesmo com tudo que rola com Alec, as duas nunca se afastam ou mudam uma com a outra.
— Então, Bella… — Maggie começa, inclinando-se um pouco para perto da amiga, com um sorriso divertido no rosto. — Quando você ia me contar sobre isso?
— Contar o quê? — Bella pergunta, sem levantar os olhos. Ela mexe os pés na água distraidamente.
— Sobre você e o Duca, ué! — Maggie responde, gesticulando dramaticamente.
Bella bufa, sem esconder a irritação.
— Você está exagerando, Maggie. Não é grande coisa.
— Não é grande coisa? — Maggie repete, chocada. — Bella, é o Duca! Como isso aconteceu? Quero saber tudo.
— Não aconteceu nada. Foi tudo… natural — Bella responde, mas há uma hesitação sutil em sua voz.
— Natural? — Maggie ri. — Vocês dois juntos são tão naturais quanto um gato e um cachorro dividindo a mesma cama.
Preciso conter uma risada para não entregar que estou prestando atenção.
— Você fala como se fosse impossível — Bella dá de ombros, ainda sem olhar diretamente para Maggie.
— Não impossível, mas… improvável. Vocês dois são tão opostos que é difícil imaginar.
— Talvez seja por isso que funciona — Bella finalmente olha para Maggie e arqueia uma sobrancelha.
— Ah, então agora você admite que funciona? — Maggie sorri, satisfeita.
Bella revira os olhos, e, antes que possa responder, Nessa intervém:
— Ei! — Nessa coloca o livro de lado e olha diretamente para as duas. — Pare de colocar a Bella na berlinda. Não é justo.
— Relaxa, Nessa, eu aguento — Bella responde, rindo suavemente.
— Ah, eu sei que aguenta, mas isso não quer dizer que seja divertido — Nessa pisca para Bella antes de se levantar e caminhar até a borda da piscina, onde Timmy e Nella ainda brincam. — Venham aqui, vocês dois, hora do protetor solar de novo!
— Mas, mãe! — Timmy protesta, enquanto Nella já nada em direção a Nessa.
— Sem “mas”. A regra é clara: protetor solar ou nada de piscina — Bella diz no seu tom autoritário, que eu conheço muito bem. Timmy solta um resmungo, mas segue a irmã, e Nessa começa a aplicar o protetor com eficiência.
A atenção de Maggie volta para Bella, mas desta vez resolvo me aproximar. Nado até onde elas estão e apoio os braços na borda, bem ao lado de Bella.
— Falando de mim, prima? — Pergunto, com um sorriso que não esconde minha curiosidade.
— Sempre — Maggie responde, me dando um tapa leve no ombro.
Bella apenas me lança um olhar, como se estivesse me avisando para não me meter.
— Bom, espero que sejam coisas boas. — Comento, mas meu tom é tão provocador quanto o da Maggie.
— Definitivamente coisas boas — Maggie responde, levantando-se e pegando o copo vazio. — Agora, se me dão licença, vou brincar um pouco com meus sobrinhos.
Agora estamos sozinhos, eu e Bella. Saio da piscina e sento ao lado dela, deixando a água escorrer pelo meu corpo. Ela me lança um olhar de relance, mas não diz nada.
— Não é estranho ela chamar seus filhos de sobrinhos, sendo que você já namorou o irmão dela?
— Estranho seria eu lembrar do Alec toda vez igual você — Bella replica rapidamente. — E outra, ela é madrinha deles, óbvio que eles irão considerá-la tia.
— Você tem razão, por um lado…
— Eu sempre tenho! — Ela pisca para mim e eu rio pelo nariz.
— Então… — começo, com um sorriso travesso. — Sobre o que aconteceu mais cedo…
— O que exatamente você acha que aconteceu? — Bella responde, tentando soar indiferente, mas percebo a tensão nas palavras dela.
— Um beijo. E, honestamente, um bem melhor do que eu esperava.
Ela bufa, irritada.
— Você está delirando. Não foi nada.
— Nada? — Inclino-me um pouco mais, até meu ombro roçar no dela. — Quatro anos sem nenhum homem na sua vida e é isso que você chama de nada?
Bella vira o rosto lentamente para me encarar, os olhos semicerrados.
— Não se dê tanto crédito, Duca. Não esqueça que a gente se odiava.
— “Odiava” no passado. — Corrijo, sorrindo. — E, se quer saber, eu achava o sentimento bem recíproco.
— Era — Ela cruza os braços, tentando manter a postura defensiva. — E talvez ainda seja.
— Talvez? — Provoco, deslizando a ponta dos dedos pelo braço dela, um toque leve demais para ser invasivo, mas suficiente para provocá-la. — Então, por que você não conseguiu me parar hoje cedo?
— Você está se achando demais.
— Talvez. — Minha mão desliza pelo braço dela até pousar em sua cintura, o toque firme, mas cuidadoso. — Ou talvez eu só esteja certo.
— Certo do quê?
— De que você está sentindo falta disso.
— Disso o quê? — Ela pergunta, tentando parecer firme, mas a voz dela carrega um leve tremor.
— De alguém que te toque. — Minha mão na cintura dela faz uma leve pressão. — Que te faça lembrar como é se sentir viva.
Ela respira fundo, desviando o olhar por um instante antes de voltar a me encarar.
— Você acha que tem esse poder?
— Acho — Respondo com a mesma confiança que sempre a irritou. — Aliás, tenho certeza.
— Pretensioso.
— Confiante. — Minha outra mão sobe até o rosto dela, traçando o contorno da mandíbula com o polegar. — Quer testar?
Bella estreita os olhos, o olhar carregado de desafio, mas há algo mais ali.
— Duca, não esqueça que você ainda me irrita profundamente.
— Engraçado, você parecia bem menos irritada quando me beijou.
— Isso foi um erro.
— Um erro que você quase cometeu de novo agora.
— Você acha que sabe tudo, não é?
— Só sei que, quando você estiver pronta para homens de novo, eu vou estar aqui.
— Aqui pra quê? — Ela pergunta, com uma ponta de curiosidade.
— Pra te ajudar, oras. Afinal, somos namorados, não somos? E namorados…
— Se beijam? — Ela sugere, levantando uma sobrancelha.
— E fazem outras coisas também... — Respondo, inclinando-me ainda mais perto.
Meu polegar desliza levemente sobre os lábios dela, e vejo o momento exato em que ela prende a respiração.
— Você não vai parar, vai?
— Não. E, se Maggie não tivesse entrado mais cedo, você teria deixado.
— Você está muito confiante nisso.
— Estou, porque eu senti. Você queria mais.
— Duca, você não sabe o que está dizendo.
— Eu sei exatamente. — Minha mão aperta levemente a cintura dela. — Só estou esperando você admitir.
Ela fica em silêncio, os olhos presos nos meus. Há uma luta interna clara nela, e, por um momento, acho que ela vai ceder.
Eu me inclino um pouco mais, o rosto próximo ao dela, e vou para beijá-la. Bella vira o rosto no último segundo, mas minha mão se move rapidamente, segurando seu pescoço com firmeza, mas sem machucar. O toque a pega de surpresa, e vejo como ela engole em seco, os olhos vacilando entre irritação e algo que ela não consegue esconder.
— Sabe, Bella, eu sempre soube que você era teimosa… — murmuro perto de sua orelha, o polegar ainda traçando uma linha suave na base de sua mandíbula. — Mas achei que quatro anos sem ninguém já tivessem te ensinado que não vale a pena resistir a algo que você quer.
Ela tenta encontrar uma resposta, mas as palavras parecem se perder. Seus olhos estão presos nos meus, e há algo vulnerável neles que ela tenta desesperadamente esconder.
— Você é impossível, Duca — ela finalmente consegue sussurrar, a voz um pouco rouca.
— Não impossível… só insistente — Meu sorriso é puro desafio enquanto minha mão desliza de seu pescoço de volta para a lateral de seu rosto. — E, sinceramente, estou me divertindo bastante com isso.
— Você está se achando demais... — Bella tenta soar firme, mas o leve tremor na voz denuncia a verdade.
— E você está tentando negar o óbvio — Aperto levemente o pescoço dela, o toque confiante e provocante. — Eu vejo o jeito que você me olha, loirinha.
Ela arqueja, e por um segundo, seus olhos encontram os meus. Está vulnerável, perdida.
— Não significa nada.
— Ah, não? — Inclino-me até minha testa quase tocar a dela. — Você já me beijou, e eu sei que queria mais.
— Então, por que ainda está aqui? — Minha voz cai para um sussurro, mas carregado de intensidade. — Se eu te beijar agora, você vai tentar parar?
Ela fica sem palavras, os olhos fixos nos meus como se estivesse à beira de ceder.
— Vocês dois, fim da folga! — Nessa chama do outro lado da piscina, interrompendo a tensão. — Timmy e Nella querem brincar de pega-pega na piscina, e vocês foram eleitos os alvos principais.
Eu solto Bella devagar, vendo como ela rapidamente escapa para dentro da piscina, como se fosse a única forma de se livrar da tensão.
Timmy e Nella já estão rindo e espirrando água para todo lado, e Bella mergulha no caos infantil como uma fuga estratégica.
Cruzo os braços, observando-a enquanto me sento à beira da piscina. Ela pode ter fugido agora, mas, pelo jeito que reagiu ao meu toque, sei que a batalha está longe de terminar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro