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Capítulo 5: Entre O Passado & O Futuro

APÓS A TUMULTUADA DESCOBERTA da verdadeira identidade da rainha, Dominic e Solara tentavam reconstruir a confiança e manter a paz em Luminae. Os tios do rei, Caelum e Elara, não estavam dispostos a permitir que uma Auroriana reinasse ao lado do sobrinho, especialmente agora que ela estava grávida.

Dom, atento ao comportamento suspeito de seus tios, pediu a Marcus, o chefe da guarda real mais leal que chegou a conhecer e seu único verdadeiro amigo, que os espionasse discretamente.

Na noite do jantar, o salão estava iluminado por candelabros brilhantes, e o clima estava tenso. O rei observava seus tios de perto, suspeitando que algo estava errado, mas sem evidências concretas. A sopa foi servida, e antes que a rainha pudesse dar a primeira colherada, Marcus, o chefe da guarda, entrou de surpresa no salão de jantar do castelo.

— Majestade, espere! — exclamou Marcus, correndo em direção à mesa.

Dominic e Solara olharam confusos para ele. Sem perder tempo, Marcus, em um movimento rápido, tomou a sopa no lugar de Sol. Em segundos, o chefe da guarda começou a tremer e caiu ao chão, espumando pela boca.

— Marcus! — gritou Dom, ajoelhando-se ao lado dele. — O que está acontecendo?

Com os olhos turvos e a voz falhando, Marcus conseguiu falar.

— Majestade... Caelum e Elara... eles envenenaram a sopa... a “flor de sangue”... — sussurrou ele, com dificuldade.

Dom franziu o cenho, reconhecendo o nome do veneno. A “flor de sangue” era uma planta rara e mortal, conhecida por causar uma morte lenta e dolorosa com quem sabia a quantidade certa. Os primeiros sintomas começavam com um incômodo na garganta, que rapidamente se transformava em uma sensação de ardor. O veneno se espalhava lentamente pelo corpo, atacando os órgãos internos e causando uma morte agonizante em questão de minutos.

— Guardas! Prendam Caelum e Elara! — ordenou ele, com raiva e desespero, encarando os tios.

Caelum e Elara foram arrastados para uma sala privada, onde o rei e a rainha, com lágrimas nos olhos, os confrontaram.

— Como vocês puderam? — Gritou Dom. — Marcus sacrificou a própria vida para salvar Solara e nosso filho! Confessem seus crimes!

— Fizemos isso para proteger o reino! Ela não pode ser a rainha, muito menos gerar nossos herdeiros! — Caelum tentou argumentar.

Elara, vendo que a situação era insustentável, desabou em lágrimas.

— Nós só queríamos manter a linhagem pura...

— Guardas, levem-nos. — Ordenou Dom, sua voz fria e determinada. — Eles enfrentarão a justiça por seus crimes.

No entanto, enquanto Caelum e Elara eram levados, Marcus, com as últimas forças, segurou a mão de Dominic.

— Majestade... Eles também mataram seus pais... Eu descobri... Caelum e Elara... estavam por trás do envenenamento... da sopa na noite em que seus pais morreram... Eu tentei... proteger você... — Marcus ofegou, sua voz enfraquecendo.

Dom sentiu uma onda de choque e raiva.

— O que você está dizendo, Marcus? — perguntou, segurando firme a mão de seu fiel guarda.

— Eu encontrei... cartas... provas... nos aposentos deles... Eles planejaram tudo... até hoje... — Marcus murmurou, seus olhos se fechando lentamente.

Dom e Sol ajoelharam-se ao lado de Marcus, lágrimas escorrendo pelo rosto de ambos.

— Obrigado, meu amigo... — Sussurrou Dom, a voz embargada pelo choro. — Você salvou nossas vidas.

— Marcus, não vá... — implorou Sol, segurando a mão dele com força. — Precisamos de você...

Marcus deu um último sorriso fraco.

— Protejam o reino... — Ele colocou a mão levemente na barriga de Sol. — E o futuro... — E com essas palavras, Marcus exalou seu último suspiro.

Dominic e Solara se abraçaram, chorando juntos pela perda de um amigo leal e valente.

A manhã cinzenta erguia-se sobre o Castelo Espectral enquanto a execução se desenrolava diante de uma multidão silenciosa e sombria. Caelum e Elara, os traidores, estavam de pé diante do pelotão de execução, seus olhares fixos em Dominic e Solara, que observavam com uma mistura de tristeza e determinação.

O executor chefe, um homem austero e com olhos gélidos, conduziu-os até o cadafalso, seus passos ecoando como um tambor macabro sobre a praça principal. Cada respiração era pesada, carregada de tensão e a inevitabilidade da justiça finalmente alcançando aqueles que causaram tanto sofrimento.

Diante das cordas que os prendiam, Caelum e Elara mantinham uma postura arrogante, mas seus olhos traíam o medo que sentiam. O executor chefe, com voz firme, leu os crimes que haviam cometido: traição, assassinato e tentativa de regicídio. A multidão escutava em silêncio, uma tensão palpável no ar enquanto o destino dos traidores se aproximava inexoravelmente.

Sol segurava a mão de Dom com firmeza, suas expressões sérias, os olhos marejados de lágrimas não derramadas. Ele, apesar do rosto estoico, sentia um turbilhão de emoções dentro de si – raiva pela traição, tristeza pela necessidade de justiça, e um lamento profundo por toda a história que havia sido obscurecida pelas mentiras.

Os executores, imperturbáveis, ajustaram as cordas ao redor dos pescoços dos condenados. O vento sussurrava pelas árvores próximas, como se até a natureza estivesse em luto pela punição que era necessária, mas ainda assim dolorosa.

Com um último olhar de determinação para Solara e Dominic, o executor chefe ergueu a mão em um gesto solene. E então, o mecanismo foi acionado, as cordas se apertaram, e Caelum e Elara foram lançados na eternidade em um instante que parecia uma eternidade de silêncio sepulcral.

A multidão, uma mistura de alívio e pesar, se dispersou lentamente enquanto o sol começava a romper as nuvens sombrias, iluminando o caminho para um novo dia em Luminae, onde a justiça havia sido feita, mas as cicatrizes da traição ainda ecoavam nos corações daqueles que testemunharam a cena brutal.

Alguns meses depois, O sol começava a se erguer sobre o Castelo Espectral, iluminando as torres antigas com um brilho dourado enquanto Luminae se preparava para um novo começo. Dominic e Solara, agora unidos não apenas pelo amor, mas pela dor compartilhada e pela luta pela verdade, enfrentavam o futuro com uma mistura de esperança e determinação.

Após a execução pública de Caelum e Elara, os traidores que tentaram tirar a vida deles, a paz começou a retornar lentamente ao reino. As cicatrizes da traição ainda estavam frescas, mas Luminae se recuperaria, fortalecida pela justiça restaurada.

Dom, agora rei de pleno direito, estava determinado a desvendar todos os segredos do passado que o assombravam. Com a ajuda de Sol e dos conselheiros mais leais, ele mergulhou nos registros antigos do reino, procurando por respostas sobre seus pais e suas próprias origens misteriosas.

Foi então que ele descobriu as cartas antigas escondidas em um cofre lacrado nos aposentos reais. As cartas revelavam a verdade brutal: seu avô, o rei James Carter III, descobriu a verdadeira origem de Caspian II, seu pai, e sua ligação com os Aurorianos. Consumido pelo ódio e pela decepção, o rei Carter ordenou o massacre dos Filhos da Aurora como punição por suas mentiras e por não compartilharem sua magia com Luminae.

Dominic sentiu uma mistura de choque e descrença ao ler as palavras frias de seu próprio avô, que ele havia admirado e amado durante toda a sua vida. A verdade era amarga e difícil de aceitar, mas explicava tantos mistérios que o assombravam desde a infância.

Ao mesmo tempo, Solara descobriu sua própria herança através das cartas de Caspian II. Ela era descendente direta de uma poderosa linhagem de Aurorianos, conhecidos por sua magia ancestral e sabedoria. A revelação uniu ainda mais Sol e Dom, agora não apenas como marido e mulher, mas como parceiros no destino compartilhado de unir os Luminarianos e os remanescentes dos Aurorianos escondidos no povo.

Com o nascimento dos gêmeos Alarick e Arianna Hawkwing Brightwood, a esperança floresceu em Luminae. Os filhos simbolizavam uma nova era de paz e cooperação entre os povos, celebrando a diversidade e a união que seu próprio amor representava.

Alarick e Arianna eram crianças notáveis, cada um carregando traços que refletiam tanto sua linhagem Auroriana quanto sua conexão com Luminae.

Alarick, o primogênito, herdou a pele morena e as intricadas tatuagens tribais de sua mãe, que contavam histórias antigas de seu povo. Seus cabelos castanhos escuros, lisos como os de seu pai, caíam suavemente sobre seus ombros, destacando-se pela maleabilidade e brilho natural. Os olhos profundos e azuis escuros de Dom, que pareciam conter a sabedoria de gerações, também estavam presentes no filho. Quando olhava com serenidade, o rosto jovem do garoto e expressivo ganhava um ar de calma e determinação.

Arianna, sua irmã gêmea, diferia dele com sua pele branca e aveludada, características que herdara do pai. Seus cabelos eram longos, negros e lisos como a seda, refletindo a textura e a cor escura da mãe. Seus olhos eram castanhos alaranjados, outra característica de Sol, brilhando com uma profundidade que revelava uma mistura única de curiosidade e compreensão. Apesar da pele clara, a garota possuía uma radiância natural e, quando exposta ao sol, sua pele ganhava um leve tom rosado, refletindo sua energia e vitalidade.

Ambos os irmãos compartilhavam a graça e a elegância que pareciam inatas, como se tivessem nascido para um destino grandioso. Suas roupas frequentemente eram bordadas com símbolos antigos que representavam a união dos dois povos nativos do lugar, um lembrete constante do papel crucial que desempenhariam no futuro do reino.

Enquanto crescia, Rick demonstrava um talento natural para a magia de cura e proteção. Seus poderes se manifestavam através da capacidade de criar barreiras energéticas e de canalizar a energia vital para curar ferimentos e doenças. Seus olhos azuis escuros brilhavam com intensidade quando ele usava seus poderes, emanando uma aura de tranquilidade e segurança ao seu redor.

Anna, por outro lado, revelava um dom para a manipulação de elementos naturais como o vento e a luz. Seus poderes se concentravam em criar rajadas de vento e em controlar a luz para iluminar lugares escuros ou ofuscar seus inimigos. Seus cabelos negros como a noite e seus olhos castanhos alaranjados brilhavam com uma energia intensa, refletindo sua conexão com os elementos e sua habilidade de manipulá-los com maestria.

Enquanto o sol brilhava sobre Luminae e seus filhos treinavam suas habilidades no pátio, Solara e Dominic olharam para o futuro com confiança renovada de uma das janelas do quarto deles. Eles sabiam que o caminho à frente seria difícil e cheio de desafios, mas estavam unidos pela força de seu amor e pela determinação de construir um reino onde todos pudessem encontrar paz e prosperidade.

E assim, a história de Luminae continuou, uma história de redenção, amor e perdão que ecoaria através das eras, lembrando a todos que, mesmo nos momentos mais sombrios, a luz do entendimento e da compaixão pode sempre prevalecer.

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