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02. UM PASSADO VOLTA AO LAR

────── UM PASSADO
                         VOLTA AO LAR.

( ☯ )

UMA ÚLTIMA CAIXA DE papelão é deixada no solo frio de madeira, e a equipe responsável pela mudança de Lilith se retira por completo. Ela analisa a sua mais nova residência com atenção, observando as paredes cinzas intactas, as prateleiras de madeira limpas e os embutidos na cozinha, que pareciam terem sido instalados há minutos atrás.

─ É, isso definitivamente vai servir. ─ Uma voz feminina ressoa do banheiro, e não demora muito para que Mel apareça na sala de estar, analisando tudo com muita curiosidade e deleite. ─ Fica perto dos grandes centros, então você não vai ter desculpas para ir até longe buscar leite. Ou suco de laranja. Acho que você entendeu onde quero chegar, não é? Não invente gracinhas.

─ Eu aceitei o acordo, não aceitei?

─ Mas contestou muitas cláusulas.

─ Vocês negaram a maioria das minhas sugestões de mudança.

─ Para te lembrar que você estava aceitando uma oferta muito generosa, e que não deveria exigir tanto de um grupo que tem permissão para tirar a sua vida.

Lilith ficou quieta, porque a convicção na voz de Meleasel não falhou em nenhum momento. Talvez eles realmente a matariam se ela não aceitasse o que estavam propondo.

─ De qualquer forma, você vai ter a sua liberdade.

─ E uma segurança particular também? ─ Ela se senta no sofá, procurando por uma mínima falha no apartamento. Nada.

─ Achamos que a tornozeleira eletrônica parecia inadequada. Não respeita seus limites como pessoa.

─ Por isso instalaram um chip em mim? ─ Ela sorri com escárnio, segurando consigo a vontade de revirar os olhos.

─ Nem deve ter doído. Não sabia que você era dramática.

─ Você não sabe nada sobre mim, agente. ─ Ela ajeita a postura, se sentindo ofendida. Mel, por sua vez, não parecia ter percebido.

─ Irei ficar por aqui nas primeiras semanas. Monitorando você, verificando sua rotina e acompanhando o seu ciclo de amigos da cidade.

─ O que te faz acreditar que tenho amigos aqui?

─ O senhor Murdock não é seu amigo? ─ Ela ergue uma única sobrancelha, cruzando os braços e encarando a Hancock de cima.

─ Não falo com ele há anos. Não somos amigos.

─ Bem, talvez não pra você, então. ─ Mel contém como pode um sorriso no rosto, virando a cabeça em seguida e passando a andar pela cozinha americana.

─ O que quer dizer com isso?

─ Não oferecemos nada a ele além do transporte para vir até aqui. Ele não recebeu nenhum único dólar ao tentar te defender. E aceitou muito bem a sua realidade como vigilante. Achei que até mesmo já sabia de toda essa situação.

─ Não pagaram ele? ─ Lilith esticou os olhos.

─ Nem um único dólar, como eu já disse. Meus superiores não queriam mais papelada para preencher. O que quer que fizéssemos com você, não deveria ser trabalhoso. Nem envolver tanto esforço.

─ Me matar é mais trabalhoso do que me treinar para virar um dos seus?

─ A SHIELD não é responsável pelos Imortais. É um projeto independente. Ninguém ali dentro está bancando toda essa aventura; apenas eu.

─ E teve dinheiro para reformar esse apartamento.

─ Magnus me disponibilizou um pouco da sua moeda regional. ─ Mel deu de ombros, encostando o corpo na bancada de madeira. ─ Mas é óbvio que ouro puro pesa bastante quando trocamos por dinheiro vivo.

Lilith ficou curiosa. Ela amarrou os cabelos médios para trás, em um rabo de cavalo simples, antes de dar espaço para a Al-Amari se sentar ao seu lado.

─ Esse Magnus... Você já mencionou ele bastante.

─ Ele é o líder dessa iniciativa. Também é quem patrocina cada membro, contribui com cada despesa e quem nos protege, caso necessário. Pense nele como um pai mal-humorado e carinhoso à sua maneira.

─ Então isso é uma família?

A Escudeira balançou a cabeça, rindo.

─ Estamos bem longe disso. Eu mal conheço o Joel, e esses dois não têm frequentado o nosso planeta como antes. Só estou tentando deixar tudo muito claro para você. Magnus e Joel são criaturas de fora da nossa atmosfera. Por enquanto, eu sou a única que você pode contatar na equipe.

─ E o garoto?

─ O que?

─ Naquela sala de interrogatório, há algumas semanas. Você me disse que estava de olho em outra pessoa.

─ Ele é novo e imprudente. Mas um mutante habilidoso pra caramba. ─ Ela estica as costas sobre o sofá verde-musgo. ─ Estou aguardando ter a certeza de que é uma boa escolha.

─ Como teve comigo? ─ Lily franziu o cenho.

Ah, não. Eu nunca tive certeza com você. Você ainda não sabe se vai ser uma das mocinhas ou não, Hancock, e isso é um contra. Mas você é boa no que faz, tem um ótimo histórico e é disciplinada. Viu? Os prós pesaram mais.

As duas ficaram em silêncio, analisando a fala da heroína. Riscos e possibilidades. Tudo se tratava sobre isso. Meleasel gostaria de classificar as pessoas em preto ou branco, mas Lilith era cinza. Isso complicava as coisas, porque pelo menos nesse ponto, ela era imprevisível.

A mais velha suspirou, olhando para a sua discípula em seguida.

─ O que vai fazer em seu primeiro dia de liberdade, minha querida pupila?

─ Não me chame assim.

─ Cedo demais? Está bem, ainda estou me adaptando ao seu mal-humor e problemas de confiança.

─ Você cogitou me matar!

─ E você me socou algumas boas vezes. Estou usando muita maquiagem nesse momento para esconder isso, sabia? ─ Ela se levanta e vai até a porta. ─ O que quer que faça assim que eu sair dessa porta, que dure até às onze da noite. Amanhã vamos lidar com o registro da Karma. Tenha um bom dia, Hancock. Se tentar fugir, matamos você.

E fechou a porta. Lilith ouviu seus passos pelo corredor, enquanto se afastava da sua casa, e suspirou com alívio, jogando a cabeça para trás.

Depois se endireitou, lembrando-se de algo.

"Não oferecemos nada a ele além do transporte para vir até aqui. Ele não recebeu nenhum único dólar ao tentar te defender. E aceitou muito bem a sua realidade como vigilante."

Merda! ─ Ela bufou, estressada. Matt Murdock sabia dela.

Ele estava por aí, perambulando pelas ruas com o segredo de outra pessoa, sem nunca ter assinado um termo de confidencialidade a respeito da identidade secreta de Karma. Não que ela fosse uma justiceira super famosa, mas mesmo assim!

E ele não cobrou nada, ela pensou, os olhos suavizando a expressão de segundos atrás, a ansiedade sendo substituída por conforto. Mas ela balançou a cabeça.

─ Se ele ainda fala com o Foggy, então pode ter contado para ele. E Foggy simplesmente não sabe calar a porra da boca!

Rapidamente, a negra pulou do sofá, tropeçando com os pés descalços no piso de madeira, e pegou o primeiro casaco que estava ao seu alcance, um sobretudo de cor preta que parecia desbotado pelo tempo. Depois, calçou os saltos finos de mesma tonalidade e saiu pela porta, ajeitando a roupa a caminho do elevador.

As ruas, ela percebeu enquanto andava, pareciam menos sujas que as de Nova York, e a menor quantidade também se referia às pessoas. Era óbvio que havia menos gente em Hell's Kitchen do que em NYC, mas era estranho não ter alguém esbarrando em seu ombro vez ou outra, como acontecia na sua antiga cidade.

Era como estar em um país diferente, mais solitário e com códigos. As pessoas funcionavam de um jeito diferente ali, e a Hancock havia se esquecido disso. Eram mais individualistas e tímidas, um tanto acinzentadas.

Em Nova York, as pessoas eram alguém. Todo mundo agia como se fosse único. Seja a partir das roupas, da falsa confiança, do comportamento... Qualquer oportunidade de se destacar era subitamente abraçada. Já as pessoas em Hell's Kitchen pareciam mais simples, ou menos esperançosas, ou mais tristes, ou apenas introspectivas, perdidas em suas próprias mentes na maioria do tempo. Lilith ainda não sabia dizer.

Ela atravessou algumas ruas, certa de que conseguia alcançar o escritório de Matthew à pé... Mas agora se questionava disso. Aquela manhã parecia mais cinzenta e fria que o habitual, e ela não encontrava um único rosto gentil para guiá-la por ali.

Todavia, estava tão focada em achar o escritório Nelson & Murdock que continuou caminhando, os sapatos fazendo um poc poc imperceptível para a maioria das pessoas, ouvindo as buzinas que vinham das ruas movimentadas. Por um segundo, pareceu Nova York.

E então, ela chegou.

Um prédio discreto entre alguns pontos pequenos de comércio, quase que passando despercebido pela maioria. O Google Maps dizia que ela estava no lugar certo. Ela sentia que estava no lugar certo.

A porta estava aberta, e Lilith simplesmente entrou.

─ Olá? ─ Ela indagou, finalmente avistando uma porta simples com uma placa de papel kraft ou o que deveria ser papelão: Nelson and Murdock, attorneys at law.

─ Oi, bom dia! ─ Não demorou e alguém atendeu. A voz era feminina e gentil, e a moça que se revelou tinha traços tão delicados que parecia um anjo. Com cabelos longos e loiros e olhos claros e azuis, a mulher recebeu Lilith com entusiasmo. ─ Seja bem-vinda! Como podemos ajudá-la?

─ Hã... Na verdade, eu estou procurando por um velho amigo. Chama-se...

─ Lilith? ─ Alguém interrompeu, e ambas viraram a atenção para o dono da voz.

─ Franklin? ─ Ela pergunta, espremendo os olhos por costume.

Foggy usava roupas formais, e cabelo loiro continuava comprido e o sorriso parecia mais amigável. Ele ainda parecia ter aquele brilho que esbanjava na faculdade, quando inventava histórias sobre ela para perturbar a garota.

Os dois sorriam um para o outro, até que a Hancock decidiu abraçá-lo. E qualquer pensamento a respeito de ter sido precipitada se foi quando ele retribuiu o gesto. Quando se afastaram, ele a segurou por um momento pelos ombros.

─ Já faz anos desde que nos vimos. Desde aquele lance com...

─ É, eu sei. ─ Ela comprime os lábios, ainda sorrindo. ─ Você está ótimo.

─ Obrigado. E eu não vou retribuir o elogio, porque sei que você vai se gabar disso por horas.

A Hancock riu, aproveitando o clima agradável.

Aquele lugar parecia estranhamente reconfortante, no geral.

─ Ei, essa é a Karen, nossa gerente. ─ O loiro diz, incluindo a adorável mulher que recebeu Lilith na conversa. Elas esticaram a mão quase que simultaneamente na intenção de se cumprimentarem.

─ Acho que ainda entraremos na fase dos nomes, certo? ─ Ela indagou, sorrindo. ─ Karen Page.

─ Lilith Hancock.

─ Hancock? Tipo, como o pintor?

─ Exatamente como o pintor. ─ Ela riu do entusiasmo da moça. ─ Se estivermos falando do James Hancock, então sim. Ele é meu pai.

Os olhos de Karen pareceram brilhar.

─ Isso é... Ele é ótimo. Desculpe o entusiasmo, eu só gosto de algumas obras dele.

─ Gosta de arte? ─ Foggy perguntou, erguendo uma sobrancelha.

─ Na maioria das vezes.

─ Ele vai gostar de saber disso. ─ Lilith sorri, e leva as mãos aos bolsos de seu casaco. ─ , eu adorei te reencontrar, mas vim aí por um motivo específico.

Karen parecia perdida e curiosa, mas Foggy não demorou nem um segundo para entender de quem ela estaria falando.

─ Lily, já faz muito tempo... ─ Todos viram a cabeça, para uma porta antes fechada. Matthew estava encostado sobre a boneca da porta, a bengala branca ao seu lado como se precisasse disso de verdade. Ele sorriu para ela, deixando-a confusa.

─ Matthew...

Borboletas na barriga. Ela tentou ignorar, ajeitando a postura.

Ninguém parecia ter percebido aquilo, o que tornou a situação minimamente favorável para a Hancock.

─ É, eu só... Acho que precisamos esclarecer algumas coisas. ─ Ela diz, prendendo a respiração. Evitou olhar para Foggy e Karen, porque talvez a reação deles incitasse algo nela, algum pensamento negativo que ela nem gostaria de cogitar ter.

Matt sorriu, provavelmente entendendo sobre o que ela queria dizer. A Hancock sentiu que talvez nenhum dos seus amigos soubessem sobre a sua viagem repentina para Nova York, então poderiam estar achando que se tratava de outra coisa. E talvez isso fosse bom.

─ Certo, eu entendo. Vocês conseguem dar conta do escritório por uma hora?

Franklin concordou com certo desespero, e Karen concordou com a cabeça, receosa. Lilith fingiu não perceber, mas sentia que ela a olhava de cima a baixo, como se tivesse passado de uma possível cliente para um segredo dos dois advogados com quem trabalhava. Ela ignorou a própria linha de raciocínio e esperou enquanto Matthew pegava um sobretudo cinza e a conduzia até a porta, para depois saírem do pequeno prédio.

─ Eles sabem? ─ Foi a primeira coisa que a mulher perguntou assim que saíram, olhando-o com certa aflição.

O Murdock balançou a cabeça negativamente.

─ Não contei para ninguém.

─ Ótimo. Quer dizer, não é que eu pensava que você fosse contar, mas acho que você não teve que assinar um NDA ou coisa do tipo e...

─ Está tudo bem, Lily. ─ Ele dá de ombros. ─ É uma coisa importante. E vai morrer comigo.

Ela sorriu.

─ Isso foi um pouco dramático.

Ele riu.

─ Queria demonstrar que estou comprometido com o nosso segredo.

"Nosso segredo" ressoou na cabeça dela. Ela afastou aquilo como se fosse um pouco de pó a ser limpado da quina de sua estante.

─ Se mudou há bastante tempo? ─ Ele perguntou, os óculos vermelhos encarando-a.

─ Há algumas horas. ─ Ela anuncia, olhando para os dois, parados quase que no meio da calçada, recebendo alguns olhares impacientes das pessoas que passavam por ali. ─ Quer ir para algum lugar? Essas pessoas estão encarando demais.

─ Aquele café que você gosta ainda está aberto. ─ Ele sugere.

─ Sério? ─ Um sorriso de orelha a orelha surge no rosto dela, e o homem a acompanha. ─ Quer dizer, faz bastante tempo que eu não vou lá. Ia ser legal. Mas é um pouco longe daqui.

─ Temos tempo.

Ela abaixou o olhar. Ele havia estendido o braço, como se pedisse implicitamente que ela o guiasse. O coração dela apitou.

Receosa, Lilith aproximou a mão dele, logo entrelaçando o seu braço no do homem. Engoliu em seco, e quem quer que visse aquilo, acharia que ela estava com medo. De certa forma, ela estava.

─ Está tudo bem?

─ Está sim, é só que...

"Se afaste", alguma voz martelava em sua mente. Não era por segurança que ela deveria fazer isso, mas era essa a definição que achava viável para descrever a sensação. Sem que nem mesmo a mulher percebesse, ela soltou o braço do dele.

─ Lilith?

─ Eu esqueci que preciso voltar pro apartamento. Não posso deixar que eles pensem que eu fugi ou algo assim.

─ Estão te monitorando com tanto entusiasmo assim? ─ Ele ergue uma sobrancelha. Havia certa desconfiança em sua voz, mas ela fingiu não perceber.

─ Pois é! Eu só quero ser confiável e talvez eles não peguem tanto no meu pé daqui alguns dias. A agente Al-Amari é bem desconfiada e supersticiosa. ─ Ela leva uma das mãos ao cabelo, coçando o couro cabeludo por estresse.

"Se afaste agora" a voz insistiu, e ela sentiu os batimentos cardíacos se acelerarem.

─ Lily...

─ A gente pode se ver outro dia? Eu te procuro, está bem?

Esperava por uma resposta. Um "sim" ou "não" e iria embora. Ela sabia que ele já tinha identificado aquilo. Ele sempre foi muito bom em perceber as crises dela.

─ Claro. Até mais.

─ Até, Matt. ─ E então se afasta, tentando disfarçar a pressa e desespero, e em poucos segundos, está em um beco, muito bem iluminado graças ao horário do dia, pegando o celular e os fones de ouvido e clicando na primeira melodia clássica que surge em sua playlist.

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