Tudo bem se for assim?
Toni Topaz – Point Of View
O tempo estava passando tão rápido sobre meus olhos que ao ouvir as palavras “vamos começar os preparativos para a festa de um ano da Gracie” fiquei assustada. A afilhada de Cheryl já tem seu um aninho completo, parece que foi a alguns dias que a vi nascer, que ficamos a primeira vez com aquela garotinha e mal sabia trocar uma fralda.
Um ano depois e posso dizer que tenho uma experiência boa com bebês, geralmente convido minhas esposa para termos pelo menos duas vezes ao mês um momento com nossos afilhados, seja em nossa casa ou em algum lugar onde podemos leva-los. São nossos melhores dias, não posso negar, a gente se diverte e ao menos tempo passa por aventuras com aqueles dois, mas no final sempre da tudo certo. Nem preciso ressaltar na felicidade de Cheryl quando estamos na presença deles, antes até tentava disfarçar, mas agora fica claro o quanto quer mesmo ter um bebê.
Minha esposa está a um mês ocupando-se junto dos pais de Gracie para fazerem a melhor e maior festa de um ano, quando o dia finalmente chegou podia ver o sorriso enorme em seu rosto logo nas primeiras horas da manhã. Acho que fazia algum tempo que não via Cheryl tão animada com algo.
No enorme salão de festa, fomos as primeiras a chegar junto de Nicholas, Sabrina e a aniversariante. Haviam garçons, dj, decoração rosa de princesas, balões e doces por toda parte. Uma grande festa infantil.
— Você é a fotógrafa?
Um sussurro bem em meu ouvido arrepiou-me dos pés a cabeça, girei os calcanhares para dar de cara com minha esposa vestida em um conjunto quadriculado composto por cropped tomara que caia e calça da cor vermelha. Os cabelos presos em uma colinha no centro da cabeça enquanto o resto caía por entre seus ombros em ondas. Diferente das outras vezes, a maquiagem em seu rosto era leve combinando com o clima da festa.
— Depende.
Lambi os lábios ao responde-la.
Cheryl sorriu.
— Bom, se você for... – tocou nas alças de meu macacão jeans. — Posso prometer que se tirar belas fotos irei recompensa-la mais tarde.
— Com certeza sou a fotógrafa.
Confirmei arrancando uma risada da ruiva.
— Acho que estamos enferrujadas para flertar.
— Tem razão, anos atrás conseguiria te levar pra cama rapidinho.
— Conseguiria? Porque a primeira vez quase precisei esfregar minha buceta no seu rosto para me comer.
Abri a boca surpresa com suas palavras.
— Cheryl!
Meu tom em repreensão se misturou com uma risada.
Ela balançou os ombros e colocou os lábios sobre os meus.
— Posso dizer que você está a coisa mais fofa do mundo?
Seus dedos deslizaram por meus cabelos que formavam dois coquinhos no topo da cabeça, minhas mechas rosas que quase não aparecem mais dando lugar ao castanho natural. Minha roupa eram composta por macacão jeans, uma blusa preta por baixo e botas nos pés para – como sempre, tentar diminuir a diferença de altura com minha mulher.
— Acabou de dizer palavras impuras e agora quer me chamar de fofa? Me desconcertou, Cheryl!
— Desculpa?
Sugeriu encolhendo os ombros.
Sorri para ela enquanto negava, meu braço rodeou sua cintura e lhe dei um beijo mais demorado nos lábios, quase desejando tê-la inteiramente para mim em qualquer cubículo particular que tenha nessa festa.
— Namoradas. – a voz de Sabrina nos fez separar, meu olhar caiu para Gracie agarrada a sua mão e se equilibrando desajeitadamente nos próprios pés. — Podem ficar com a aniversariante um pouco?
— Claro que sim. – Cheryl respondeu agachando-se para pegar a afilhada. — Até porque estou treinando minha mente para dividi-la com tantas pessoas.
Colou sua bochecha na de Gracie que prontamente agarrou seus cabelos ruivos enrolando algumas mechas nos dedinhos. Sabrina já caminhava para algum lugar junto de Nicholas. A garotinha agora sobre nossos cuidados está quase dando seus primeiros passos sozinha, mas não a mérito de Cheryl que faz questão de permanecer com a bebê no colo sempre que está por perto. Nem preciso dizer a preferência de Gracie pela ruiva que a mima de todas maneiras possíveis.
— Como tem sido sua semana com aquela modelo, meu amor? – minha esposa tocava o nariz no de Gracie ao falar se referindo a Barbara que está em Seattle, mas hospedada em um hotel. — Você não me trocou, não é?
— Por que trocaria, Cheryl?
Franzi a testa.
— Se visse os sorrisos que ela da para aquela modelo. – revirou os olhos ao falar. — Não entendo, passo o ano todo com você... – olhou para Gracie usando de seu tom manhoso. — E quando a outra aparece da sorrisos enormes? Poxa.
Cheryl fez um beicinho para a garotinha que achou graça, rindo enquanto expressava suas palavras – ainda sem sentido, e tocava na boca da madrinha brincando com seu inferior.
— Ela não pode odiar a Barbara, Cherry.
Falei, a ruiva suspirou.
— Infelizmente... Eu sei. – beijou a bochecha da garotinha. — Mas pode me amar um pouquinho mais.
Soltei uma risada, Cheryl nunca esqueceria essa competitividade para ver quem é a madrinha melhor ou quem a garotinha gosta mais, isso provavelmente ainda durará por anos.
Alguns minutos passaram, Sabrina e Nicholas estavam de volta para ter Gracie nos braços e receber os convidados. Um a um foram chegando, enchendo o salão com várias pessoas. Em minhas mãos havia a câmera do pai da aniversariante, onde registrava os momentos como: Gracie brincando, rindo, no colo dos convidados, parentes. A festa foi acontecendo e havia apenas visto minha ex de longe, ela estava acompanhada de sua atual.
Maeve.
Aquele ódio que sentia não estava mais tão presente, percebi quando a vi e não me apressei em lhe dar um soco para quebrar aquele nariz de vez. É, acho que tudo que sinto por ela é desprezo, uma sensação de não a querer por perto. Cheryl mantinha-se sempre junto de mim, por vezes ia na mesa dos funcionários da escola ou de nossos amigos, mas acabava voltando para meu lado.
— Olá, casal.
Mostrava as fotos que já havia registrado para minha esposa quando a modelo nos interrompeu, um sorriso no rosto enquanto tinha as mãos juntas a frente do corpo.
Graças a Deus estava sozinha.
— Oi, Barbara. – sorri lhe beijando a bochecha. — Quanto tempo. Como está?
— Ótima e vocês?
Olhou para Cheryl que se limitou em acenar com a cabeça, a ruiva me contou da trégua, do pedido de desculpas, mas ainda consigo ver que nunca terá uma real convivência amigável com Barbara, é impossível acontecer.
— O mesmo.
Respondi, tendo no máximo dois segundos de silêncio.
— Acho que vi a Veronica me chamar. – Cheryl falou, o olhar correndo para a mesa da amiga. — Já volto.
Me lançou um sorriso pequeno, saindo de nossa aproximação sem um beijo, olhar mortal para Barbara ou qualquer marcação de território. Acabei sorrindo comigo mesma ao perceber sua evolução e me concentrei na modelo.
— Festa divertida?
— O melhor de festas infantis é a comida, então posso dizer que sim. – balançou os ombros. — E você é a que registra tudo.
— Meu segundo talento além de lutar.
Me gabei ao piscar para a morena que riu.
Barbara cruzou os braços, seu olhar desviando para outro lado do salão onde estava sua acompanhante, elas se encararam por alguns segundos antes da modelo ter sua atenção em mim novamente.
— Então... A Maeve? Ex da Cheryl. Sério?
Não me contive, minha ex deu risada.
— O seu problema é ela ser ex da Cheryl, estar comigo ou...
Deixou as palavras morrerem.
— Tudo. – respondi com sinceridade, Barbara se surpreendeu. — O que vocês veem nela?
— Sinceramente? Vejo um sexo incrivelmente gostoso quando estou afim.
Revirei os olhos com a confissão.
— Preferia que não tivesse respondido.
Barbara abriu um sorriso.
— Mas aproveitando... – desviei nossos olhares a procura de Cheryl que parecia em um papo interessante com sua melhor amiga. — Na cama, eu ou a Maeve?
— A Cheryl!
Respondeu de imediato, bufei.
— Barbara.
— Não vou responder isso. – decretou. — Já sei de tudo que aconteceu entre vocês três e não vou contribuir para sua insegurança, muito menos para alimentar seu ego ferido.
— Não estou de ego ferido!
Me defendi, Barbara sorriu em divertimento.
— Por favor, Topaz. A garota ficou comigo e já pegou sua esposa, sei o quanto valoriza sua fama de ser a melhor.
— Quer saber? Chega desse assunto.
Soltei o ar com força, balançando a cabeça em negação.
Barbara me contou sobre seus projetos de modelo enquanto tirava mais algumas fotos, a minha ex cobrou-me um ensaio que combinamos de ter, mas nunca realmente foi para frente. Sabemos porque. Acredito que Cheryl nunca me perdoaria se fotografasse outra mulher, ainda mais a Barbara.
A modelo deixou-me sozinha em certo momento, em poucos minutos depois Cheryl estava de volta, refrescando minha memória com o assunto que tive com minha ex.
— Boas fotos?
Perguntou parando ao meu lado.
— Sim. – dei de ombros, ficando de frente para ela. — Cheryl.
— Uhn?!
Murmurou, o olhar correndo pela festa.
— Sou a melhor que você já teve na cama?
A ruiva me encarou, sobrancelhas erguidas em surpresa.
— Por que isso agora?
— Hesitou, já tenho minha resposta.
— TeeTee. – tocou em meu braço. — Claro que é a melhor, ninguém conhece meu corpo como você.
Suas unhas deslizaram por minha pele em um carinho.
— Não estou convencida.
— Deveria. – ficou próxima o suficiente para sentir sua respiração. — Porque nunca gritei o nome de alguém tão alto como grito o seu toda vez que me toca.
Sussurrou, pressionando os dedos em meu braço ao soltar uma lufada de ar. Porra! Odeio essa mulher por conseguir me deixar com tesão em meio a uma festa cheia de princesas, música infantil e lotada de pessoas. Umedeci os lábios secos e estava a ponto de lhe beijar.
— Hora do parabéns!
O grito de Nicholas anunciando me fez suspirar.
Cheryl esteve a um mês nos preparos dessa festa e não tínhamos muito tempo para aproveitar fazendo nossas loucuras, talvez por isso estou tão propensa a ficar excitada apenas com palavras e olhares.
— Não vejo a hora de chegarmos em casa.
Ela apertou minha cintura ao passar o braço pela mesma, sorri, concordando com suas palavras e deixando um selinho em seus lábios.
Me posicionei para tirar as fotos de Gracie a frente do enorme bolo, seus pais ao lado e posteriormente o coro de “parabéns pra você” começou. A garotinha sorria ao bater palminhas, poderia dizer que foram as melhores fotos que tirei naquele dia, mas as verdadeiramente incríveis aconteceram depois.
Final de festa, a aniversariante estava cansada e sobravam apenas os mais íntimos. Me perdi da minha esposa por algum tempo pois estava interagindo novamente com Barbara, lhe mostrando as fotos e comentando sobre os convidados. Após um chamado de Maeve, a modelo se afastou e procurei por Cheryl.
Minha esposa estava sentada, Gracie sobre suas coxas e um pratinho de bolo acima da mesa. A ruiva fazia aviõezinhos para sua afilhada que abria a boca da melhor maneira possível, sorrindo ao ter o alimento e mastigando o mesmo. O sorriso no rosto de Cheryl era tão grande, tão satisfatório que me peguei tirando no mínimo cinco fotos do momento, mas ficou ainda melhor.
Gracie passou o dedo no bolo, com uma rapidez absurda levando até o nariz da ruiva e sujando a ponto do mesmo. Registrei o exato momento que Cheryl fingiu estar brava e a garotinha gargalhou, acabei rindo junto e chamando a atenção delas.
— Acho que temos uma paparazzi, Gracie.
Cheryl falou com a afilhada.
— O que posso fazer se são as mais lindas da festa? – me aproximei, puxando uma cadeira para sentar ao seu lado. — Está suja, amor.
Ri do seu nariz melado de glacê.
A ruiva revirou os olhos.
Antes que pudesse raciocinar senti as duas mãos de Gracie contra meu rosto, uma sensação gelada e melosa me fez grunhir enquanto Cheryl se divertia com a cena. A garotinha tinha os dedos completamente lambuzados.
— Gracie! Achei que éramos amigas.
Repreendi em brincadeira buscando por papéis para me limpar, a ruiva me impediu de retirar a sujeira, pegando o celular para tirar uma foto de nós três e aposto que viraria seu papel de parede.
×××
Meu peito grudou no vidro do box embaçado, espalmando as mãos e abrindo as pernas. Ofeguei ao sentir os lábios de Cheryl contra meu pescoço, beijando, mordendo e lambendo minha pele molhada da água do chuveiro. Seus dedos deslizaram por minhas coxas, subindo para meu sexo e encontrando minha entrada encharcada de excitação.
Senti a mão livre de minha esposa encontrar a minha esquerda espalmada no vidro, entrelaçando nossos dedos a medida que o indicador e médio me preenchiam, adentrando-me devagarinho e fazendo um gemido arrastado sair por entre meus lábios. A respiração quente de Cheryl estava sobre meu pescoço, ficando mais descompassada a partir do momento que iniciou movimentos de vai e vem dentro de mim, estocando com força e obrigando meu corpo a se mover contra o vidro.
Gemidos sem controle saíam por minha boca, minhas pernas abriram e a sentia tremer quanto mais fundo minha mulher ia. Minha respiração ficou ofegante, gozei nos dedos da ruiva enquanto liberava o meu orgasmo que veio com mais força do que a primeira vez. Era o segundo que recebia desde que chegamos da festa.
— Você é tão gostosa.
Cheryl sussurrou em meu ouvido parecendo sem fôlego, um beijo foi depositado em meu pescoço e o corpo puxado para si. Girei para ficar de frente para a ruiva e não demorei a sentir a água voltar a entrar em contato com meu corpo.
— Porra, conseguiu me cansar ainda mais, Cherry.
Suspirei.
— Não é como se você não tivesse me cansado também. – deu de ombros, referindo-se aos orgasmos que a dei antes mesmo de entrarmos no box. — Banho?
Sugeriu, levantando o sabonete em meu campo de visão.
— Banho.
Concordei, a ruiva sorriu.
Amo ser mimada por minha mulher, isto já está claro, ainda mais quando faz questão de lavar meus cabelos, corpo e ainda seca depois. Tudo bem que essa última parte é apenas precaução pra que não molhe nossos lençóis já que combinamos de deitar nuas e talvez Cheryl não confie muito em mim nesse quesito já que sou sempre reprendida por toalhas molhadas, roupas suadas... E etc.
— TeeTee. – a ruiva engatinhava na cama ao meu encontro. — Você lembra em que semana estamos, certo?
Me encarou, parando com o rosto a frente do meu.
— Claro, semana do aniversário da Gracie. – Cheryl bufou, revirando os olhos. — Estou brincando, semana do aniversário de casamento. – falei e a ruiva abriu um sorriso pequeno. — Mais precisamente na sexta-feira.
— Isso, acertou.
Beijou-me a bochecha.
Cheryl deitou sobre meu peito, uma perna entre as minhas enquanto seus dedos deslizavam por meu abdômen em um carinho. Toquei em seus ruivos lhe oferecendo cafuné e ela suspirou.
— Dois anos casadas.
Murmurou, arrastando as unhas por minha pele.
— Passou rápido, não é?
— Sim, mas... – pausou por alguns segundos. — Já faz algum tempo.
— Algum tempo?
Franzi a testa confusa.
Cheryl se mexeu, virando o corpo e apoiando as mãos sobre meu peito, os castanhos chegaram aos meus por alguns segundos, desviando para os dedos.
— É só que... – mordeu o inferior, encarando-me novamente. — As vezes sinto que nunca estaremos prontas.
Confessou em um tom baixo.
Oh.
O assunto sobre filhos.
Aquilo realmente me pegou de surpresa, digo... Cheryl tem me contado seus sentimentos e o que a incomoda, mas nunca tão naturalmente ou com essa facilidade.
— Não quero te pressionar, me desculpa... Eu não devia...
A ruiva iniciou após minha falta de palavras.
— Cherry. – segurei seu rosto. — Claro que deveria, gosto de ouvir você.
— Ok. – sussurrou, engolindo a seco. — É que a festa de Gracie me deixou sentimental, fez imaginar como seria se fosse um nosso e o quanto iria querer tudo perfeito.
— Consigo ver, você torturaria alguém se saísse qualquer coisinha errada.
Sorri, Cheryl fez o mesmo.
— Seria o aniversário do nosso bebê e teria que ser perfeito como ele será... Se tivermos um.
— Vamos ter, amor. – beijei seus lábios. — Não tenho certeza de quando, mas teremos.
— Tudo bem, TeeTee.
Pressionou os lábios.
— E bem, se tivéssemos um agora, não poderia ter transado com você mais cedo. – seu tom suavizou um pouco e deu uma leve risada. — Nossa vida sexual diminuirá?
— Com toda certeza, Cherry.
— Então melhor não ter pressa mesmo.
Brincou, nós rimos juntas.
Conhecia Cheryl o suficiente para saber que estava falando para nos descontrair e não demonstrar nenhum tipo de pressão em minha decisão, mas no fundo, não vê a hora de finalmente termos um bebê. E poderia dizer que nunca vi minha esposa tão aberta comigo e consigo mesma, tão flexível e com certeza dedicada para ser uma mãe incrível.
Cheryl B. Topaz – Point Of View
Conheço muito bem a memória fraca da minha mulher, entendo sua dificuldade para não lembrar datas comemorativas ou compromissos que marcamos, mas o aniversário de nosso casamento é algo que estava levando a sério, enquanto Toni parecia nem ligar.
No dia da festa de aniversário da Gracie, combinamos que dessa vez comemoraríamos somente nós duas e me apressei em dizer que arrumaria tudo para jantarmos, mas minha esposa só pode ter esquecido ou está tentando me irritar ao fingir que esqueceu de nossa data.
A lutadora passou praticamente toda a semana enfiada na academia, ela sabe que evito de ir naquele local por causa da sua treinadora insuportável, quando chegava em casa, tomava um banho e deitava pronta pra dormir. Sinceramente não sabia o que estava acontecendo, a minha Toni iria fazer questão de me mimar a semana inteira e de ter cada vez mais tempo comigo, só que essa mulher que está frequentando nossa casa, não é a minha.
— Bom dia.
Desejei a Debora assim que adentrei a sala de jantar, a mais velha estava sentada a mesa e com o café preparado como sempre. Puxei minha cadeira, desviando o olhar para o lugar vazio de Toni.
— Bom dia, Cheryl. – a mais velha desejou com um sorriso no rosto. — Dormiu bem?
— Infelizmente, não. – suspirei, servindo meu café. — Onde está aquela mulher que chamo de esposa? Nem a vi levantar hoje.
— Saiu cedo para correr.
Respondeu-me.
— E parece que iria direto para a academia.
Continuou, o meu olhar rapidamente chegou ao seu parando com os movimentos da colher em minha xícara onde adoçava o café. Só pode ser brincadeira. Ela nem vai fazer refeições comigo hoje? Balancei a cabeça em negação.
— Inacreditável.
Murmurei mais para mim mesma.
— Sabe de alguma coisa que não sei, Debora? – encarei nossa empregada. — Posso ter feito algo ou a chateado sem perceber.
— Claro que não, ela só deve estar ocupada.
— Será que, pelo menos, vem jantar comigo?
Não consegui evitar o tom melancólico saindo por entre meus lábios, levei a xícara até a boca para tomar um gole de meu café e pedindo para que aquele líquido me renovasse.
— É o aniversário de vocês, Toni não deixaria passar em branco.
— Só não entendo porque tanta ausência. – confessei, torturada com a maneira que tem se afastado. — Mas tudo bem, irei seguir com meus planos.
Falei focada em não surtar ou criar aquelas malditas paranoias, afinal Toni me ama e Debora está certa em dizer que deve apenas estar ocupada, com muito trabalho na academia e aquela ogra no seu pé.
É, melhor pensar assim.
Diferente da minha esposa passei mais tempo em casa que o normal, preparando nossa noite para ser uma das melhores do ano incrível que tivemos juntas e para comemorar que finalmente estamos encerrando os “dois primeiros anos”.
Debora me ajudou com a maioria dos preparativos, principalmente com a comida, apesar de todo gelo que a morena me deu durante a semana, queria agrada-la de todas as formas e teríamos um jantar do jeito que gosta, no seu estilo.
“Você vai demorar?”
Enviei para Toni, já estava anoitecendo.
“Saindo da academia. Trinta minutos e estou ai, Cherry.”
Não evitei de revirar os olhos.
“Te espero no quintal.”
Respondi de forma limitada e sem apelidos ou palavras amorosas. Me sentia irritada por Toni não ter consideração por nosso dia, praticamente agindo como se fosse uma sexta-feira normal, talvez nem isso, porque geralmente tenho mais carinho e atenção dela.
Caminhei para a parte externa de nossa casa, o caminho para o gramado era indicado por inúmeras velas que posicionei até chegar ao local que decorei com luzes led no muro, uma toalha quadriculada com uma mesa no chão – com nosso jantar, e uma colcha mais afastada – e confortável, cheia de almofadas e um cobertor caso perdêssemos a hora ali. Haviam mais velas espalhadas, deixando a iluminação baixa e uma caixa de som tocando um dos rock indies que ela ama.
Só faltava a maldita chegar.
O tempo passou, sentada em meio aquelas almofadas dava uma ultima olhada em tudo, cruzei meus braços sentindo um vento bater contra meu corpo e logo depois ouvi passos se aproximando.
— Uau.
Levantei o olhar para a dona da voz.
Toni estava a minha frente, camisa social branca – que amo vê-la vestir, e calça preta do mesmo tecido, havia sapatos em seus pés, mas a morena já os tirava para ficar mais a vontade.
— Quando disse que teríamos um jantar, pensei que seria algo chique.
Sorriu, abrindo alguns botões da camisa.
Mordi o lábio, tentando não me deixar levar por aquele corpo. Levantei, relaxando os braços e caminhando para ficar a sua frente. Percebi o momento que Toni ficou tensa com minha falta de palavras.
— Amor, eu...
Um suspiro saiu por entre meus lábios antes de segurar seu rosto com minhas mãos e unir nossas bocas, permanecendo ali por alguns segundos, pressionando o contato.
— Tudo bem. – a cortei antes que começasse com as desculpas. — Só vamos aproveitar nossa noite, TeeTee.
— Claro, Cherry.
Ela sorriu, beijando-me novamente.
— Você está linda.
Murmurou, segurando minha mão e obrigando-me a girar apenas para retornar aos seus braços. Não havia nada demais em mim hoje, na verdade tentei ser o mais simples possível ao ter um vestido branco com detalhes floridos em meu corpo, alças finas e tecido que ia até a metade de minhas coxas. Nós sorrimos juntas quando nossos narizes roçaram e meu coração aqueceu ao ver que minha Toni estava de volta.
— E você está deslumbrante.
Toquei na gola de sua camisa.
— Preparou tudo sozinha?
— Debora me ajudou. – dei de ombros, descendo minha mão para junto da sua. — Agora vamos comer.
Entrelacei nossos dedos, a guiando para sentarmos na tolha com mesa no chão. Haviam dois pratos e sentamos uma de frente para a outra, Toni me olhou com expectativa para saber o que tinha abaixo do guardanapo que cobria nossa comida. Assim que puxei o pano branco, o olhar da minha esposa caiu para os hamburguês com fritas, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
— Não falei nada com aquela ogra, mas você pode fugir da dieta por um dia, certo?
— Por você, corro o risco de ganhar muitos esporros, mas se mantermos em segredo... – sugeriu, assenti na hora. — Tudo certo, ela nunca irá descobrir e estou salivando a semanas por um hambúrguer.
Esfregou as mãos uma na outra antes de pegar o pão recheado.
— Lembro de dizer algumas vezes.
Comentei a observando dar uma grande mordida, um gemido satisfeito saiu por entre seus lábios e um pouco de molho escorreu pelo canto dos mesmos. Sorri, orgulhosa de ter acertado em cheio, mas não era difícil quando sua esposa quase todos os dias lamentava estar de dieta e não poder comer hambúrguer.
Toni se lambuzou como uma criança com aquele alimento gorduroso, até a acompanhei porque estava com fome, mas não dei conta de todo o hambúrguer e me satisfazendo com a fritas. Nós conseguimos conversar, não sobre sua ausência ou o quanto fiquei chateada, tentava ao máximo evitar esse assunto porque não queria discutir logo hoje, não no nosso jantar.
— Tenho um presente pra você.
Anunciei algum tempo após comermos, Toni me encarou curiosa.
— Vem cá.
A chamei, levantando para irmos até a colcha com almofadas espalhadas, sentei cruzando as pernas. Toni fez o mesmo e levantei uma das almofadas, retirando o nosso álbum de fotos que a dei no dia de seu aniversário a mais de um ano atrás.
— Esse é o nosso álbum.
O tom da minha esposa era confuso ao vê-lo em cima de minhas pernas.
— Sim, mas talvez eu tenha o modificado... – encolhi os ombros, a morena franziu a testa. — Escrevi muitas músicas sobre você, nós e nossa história, achei injusto não ter o conhecimento delas.
Peguei o álbum e coloquei sobre seu colo.
Toni ainda parecia não entender, mas assim que abriu colocando a capa para o lado, pode ver uma das vinte e quatro composições que colei em meio a nossas fotos. São registros de vários momentos nossos, todos pela câmera e o olhar da minha esposa, então decidi que deveria ter os meus sentimentos nele também.
— São vinte e quatro composições, uma pra cada mês que estamos casadas. – expliquei ao vê-la focada nas paginas. — Tem algumas que pode não ser muito bom compartilhar com outras pessoas.
A lutadora me encarou.
— Até as sobre nosso sexo?
— Até elas.
Abri um sorriso com sua surpresa.
Toni estava em choque, mas não demorou a fechar o álbum, largando o mesmo sobre a colcha e fechar a distancia entre nós para iniciar um beijo.
— Porra, Cherry... Você...
Murmurou contra minha boca.
— Sim, amor, agora você tem conhecimento de boa parte de minhas composições. – ela sorriu. — Sei que demorei a te mostrar, mas...
— Não.
Cortou-me ao selar nossos lábios.
— Foi incrível, achei que nunca conseguiria ver suas composições.
— Você é a única que poderia chegar perto de ter elas.
Um sorriso apareceu em meus lábios e Toni me beijou novamente, dessa vez enfiando a língua em minha boca para começar movimentos lentos, segurando em minha nuca para dar ritmo em nosso contato. Suspirei, cheia de saudade dela e dos seus toques, mas ainda havia mais.
— Espera.
Pedi quebrando o beijo, a morena ofegou.
— Tem mais um presente. – encarei os castanhos. — Você sempre disse que ama me ouvir cantar, então fiz uma coisa.
Levantei saindo de seus braços.
Caminhei até a caixa de som que tinha meu celular apoiado em cima, procurei por minha surpresa maior e incrivelmente, uma pequena insegurança me atingiu. Nunca havia feito isso, e se ela odiasse? Mordi o lábio apertando o play. O piano soou, girei o corpo de frente para minha esposa e logo minha voz entrou junto da melodia.
A vida é tão simples
Uma garotinha e uma garotinha
Rindo e amando
Tentando compreender o mundo
Observei todas as reações de Toni, desde sua concentração para prestar atenção na música até o momento em que abriu a boca surpresa, levantando seu olhar para chegar até o meu.
— É você cantando?
Assenti, encolhendo os ombros.
Parecia verão quando te beijei na chuva
E eu conheço sua história
Mas me conte de novo
Dei passos até a minha mulher que mais uma vez parecia sem palavras ou reações, não tinha certeza se havia gostado, mas não deixaria nenhuma insegurança inútil me abalar.
— Quer dançar comigo?
Estendi a mão para a morena que sorriu largo para o convite.
A ajudei a levantar e ali mesmo no gramado, a luzes de velas e com um clima fresco, apoiei meus braços em seus ombros enquanto Toni segurava minha cintura.
Sempre me importarei com o que você disser
Todas as suas palavras são como poemas pra mim
Eu ficaria honrada se você me aceitasse como eu sou
Nossas testas estavam coladas enquanto nos balançávamos, a musica ainda tocando ao fundo e meu coração acelerado como nunca. Toni soltou uma risadinha, negando com a cabeça, franzi a testa.
— O que foi?
— Eu só... – seus castanhos chegaram até os meus, o brilho neles era imenso. — Não acredito que gravou uma música pra mim.
— Faria qualquer coisa por você, TeeTee. Ainda não está óbvio?
Ela sorriu
Talvez não tenha deixado de sorrir desde que começou a ouvir a música.
Eu quero que você
Olhe bem nos meus olhos
Diga que me ama
E que estará do meu lado
— Quando você fez isso?
Sua curiosidade saltou por entre os lábios.
— Semana passada, ideia da Sabrina. – falei relembrando da minha busca por um presente que Toni amaria. — Um dos professores da escola tem um estúdio, foi tudo meio amador, mas...
— Ficou perfeito, Cherry.
Cortou-me, um sorriso apareceu em meus lábios.
Eu quero você
Até o fim da minha vida
Quero ver seu rosto
Quando eu partir graciosamente
Na hora da minha morte
— Sua voz é perfeita, a música, a letra... Porra.
— Escrevi especialmente para hoje, pro nosso aniversário.
Arrastei meu nariz pelo seu ao falar, respirando o cheiro que sou tão apaixonada.
Tudo bem se for assim?
Tudo bem se for assim?
— Não mereço você, sabia?
— Pelo contrário, você é a única digna de mim, TeeTee.
Eu espero que você ainda esteja comigo
Quando eu não estiver bem comigo mesma
E eu rezo para que você me socorra
Quando eu precisar de ajuda
Os seus lábios encontraram os meus, um beijo cheio de sentimento e pude finalmente relaxar, retribuir com tamanha vontade quanto a sua. Estava nervosa com sua ausência, a possibilidade de não gostar de nenhum dos meus presentes ou que simplesmente nossa noite desse errado.
Só que ultimamente, parece que nada irá dar errado para nós, os pesadelos e os problemas se foram, os superamos. E acredito que o “felizes para sempre” está cada vez mais próximo de ser concretizado por nós.
— Eu amo tanto você.
Sussurrei sem fôlego.
É uma celebração calorosa de todos os nossos anos
Eu sonho com a nossa história
O nosso conto de fadas
— Eu te amo ainda mais, Cherry.
Sorriu, grudei os lábios nos seus novamente.
— E talvez seja a hora do meu presente?!
Sugeriu.
Quase gemi de insatisfação quando seu corpo afastou do meu, observei Toni enfiar a mão nos bolsos de sua calça a procura de algo e quando achou, focou o olhar no pequeno envelope vermelho.
— Vai, abre.
Pediu, alcançando-me.
Jantares em família e árvores genealógicas
Ensinar as crianças a dizer “obrigado” e “por favor”
Saber que se ficarmos juntos
Tudo vai dar certo
Descolei o envelope, retirando dele um pequeno papel branco.
“Greys Sloan Memorial Hospital
Comprovante de agendamento de consulta.
Profissional: Dr. Addison Montgomery.”
Juntei as sobrancelhas em confusão, lendo mais uma vez e olhando a parte de trás que não havia nada. Encarei Toni, procurando por respostas e a mesma sorriu ainda mais.
— Essa é a melhor obstetra de Seattle, vai poder nos auxiliar para fazermos uma inseminação artificial.
Assim que ouvi as palavras da lutadora, meus olhos se arregalaram.
— Oh, meu Deus...
Eu quero que você
Olhe bem nos meus olhos
Diga que me ama
Que estará do meu lado
— Cherry.
Segurou minhas mãos tremulas.
— Quer ser a mãe dos meus filhos?
Eu quero você
Até o fim da minha vida
Quero ver seu rosto
Quando eu partir graciosamente
Na hora da minha morte
Me joguei contra seus braços, os meus lábios cobrindo os seus enquanto sentia as lágrimas caírem de meus olhos. Nós vamos ter um bebê! Ser mães... Nó vamos! Não conseguia explicar minha felicidade ou euforia, era com certeza o melhor dia da minha vida.
— É claro que quero!
Respondi colando minha testa na sua.
— Quero tudo com você, TeeTee. Tudo.
Tudo bem se for assim?
Tudo bem se for assim?
— Então nós seremos mamães, Cherry.
O sorriso gigante nos lábios de Toni me fazia ofegar de felicidade.
— Mal posso esperar.
Confessei, não contendo a vontade de beija-la novamente.
Tudo bem se for assim?
Com minha mão livre, segurava o seu rosto aprofundando o contato e sentindo sua língua tocar na minha. Toni pressionou nossos corpos ao deslizar os dedos por minhas costas. Ofeguei contra sua boca, a excitação me invadindo apenas com aqueles toques.
— Eu quero você.
Murmurei em seus lábios sem parar de beija-la.
— Eu sei, Cherry.
Sorriu.
Seus dedos tocaram os meus pegando o nosso comprovante de agendamento de consulta, o enfiando no bolso da calça e voltando a atenção para mim.
Nossos lábios se uniram em desespero, tesão, excitação... Haviam tantos sentimentos e emoções naquele beijo desajeitado e faminto. Enquanto Toni se ocupava ao enfiar as mãos por debaixo de meu vestido, tocando em minha bunda, forcei as mãos contra sua camisa social branca explodindo os botões que voaram pelo nosso gramado.
— Porra, era minha preferida.
Resmungou enquanto a puxava para deitarmos na colcha.
— Posso te dar quantas camisas quiser, TeeTee.
Dei de ombros, minhas costas ficaram contra o chão – tenho que admitir um pouco duro, mas as almofadas e colcha ajudavam. Minhas mãos deslizaram pelos ombros da morena, retirando o tecido branco de seu corpo e posteriormente me livrando de seu sutiã da mesma cor.
— Não me canso de dizer o quanto sou sortuda.
Mordi o inferior, levando as mãos de encontro aos seus seios e os massageando, sentindo os bicos se enrijecerem em meus dedos. Toni selou nossos lábios, encaixando-se entre minhas pernas e fazendo um movimento onde sua coxa entrava em contato com minha intimidade. Gemi em sua boca, firmando o toque em seus seios e deslizando para suas costas nuas arranhando carinhosamente com minhas unhas.
Nos separamos por alguns segundos, somente o tempo de que encontrasse o botão da sua calça e a ajudasse a retirar, não me importando em deslizar a calcinha junto. Assim que Toni voltou nua para cima de meu corpo, posicionei minha perna entre as suas e pude sentir o calor que vinha do seu sexo. Meus dedos entrelaçaram em seus cabelos e a puxei para um beijo tão apressado quanto os outros.
Não conseguia conter minha vontade de morder seus lábios, chupar sua língua e pressionar seus seios. A lutadora encaixou-se em minha coxa, sua umidade me fez gemer junto com ela no contato e não demorei a sentir seus movimentos sobre mim. Toni ia e voltava, pressionando a sua intimidade contra minha pele, buscando por seu próprio prazer enquanto gemia.
Segurei em seus quadris, ajudando a morena a se mover, rebolando em cima de mim enquanto esfregava-se em minha coxa. O beijo não era mais possível, mas posso dizer que foi melhor assim porque a visão de Toni com a cabeça para trás, boca entreaberta liberando gemidos, mãos apoiadas no chão e seios balançando em meu rosto enquanto rebolava era incrível, me amaldiçoava por não ter colocado uma câmera para nos gravar.
— Porra, Cheryl...
Que delicia é ouvi-la gemer meu nome.
Conseguia sentir que seu ápice estava chegando, as pernas tremendo e os movimentos se tornando mais desesperados. Uma de minhas mãos chegou em sua nuca lhe puxando para um beijo e a outra pressionando as nádegas, Toni forçou seu quadril uma última vez contra mim e gemeu em minha boca, anunciando seu orgasmo.
Segurei seu rosto com minhas duas mãos, diminuindo o ritmo do beijo para que ficasse mais calma. Nos separamos com alguns selinhos e respirações ofegantes, a lutadora deitou o corpo sobre o meu e deslizei as mãos por suas costas em um carinho.
— Devíamos fazer uma lista de todos lugares que transamos.
Sugeriu após alguns minutos, distribuindo beijos pelo meu pescoço.
— Ou de lugares que deveríamos transar.
— Humm... Interessante. – levantou o rosto para me encarar. — Qual primeiro que vem na sua mente?
— Uma vez... – escorreguei os dedos por seu pescoço, subindo para a nuca e roçando minhas unhas ali. — Uma certa lutadora prometeu que iria me comer em cima da moto dela.
— Caralho, o seu tom até muda quando fala dela. – lambeu os lábios os umedecendo. — Ela é gostosa?
Rolei os olhos.
Toni ama elogios sobre seu corpo.
— Posso te confessar uma coisa?
Me aproximei dos seus lábios.
Assentiu.
— Nunca fiquei tão molhada como fico por ela.
Sussurrei usando de meu melhor tom sensual.
— Porra, Cherry... – murmurou, suspirando. — Um dia você ainda vai me matar.
— De foder? Com todo prazer.
Um sorriso maldoso se apossou de meus lábios.
Toni balançou a cabeça em negação e abriu um sorriso unindo nossas bocas em seguida. Sua mão direita subiu por minha perna, apertando minha coxa por debaixo do vestido e arrancando-me um gemido baixo, momento que usou para deslizar sua língua para junto da minha.
— Sem preliminares.
Pedi quando separarmos o beijo sem fôlego.
— Tão apressada, amor.
Sussurrou ao distribuir beijos pelo meu pescoço, mordendo minha pele e dando lambidas em seguida. Senti as alças de meu vestido deslizarem por meus ombros, os lábios quentes de Toni entraram em contato com minha clavícula dando leves chupões. A mesma descia junto com o tecido em meu corpo, distribuindo carinhos por onde passava até me deixar apenas de lingerie.
Me apressei em tirar o sutiã, minha esposa soltou um riso debochado sabendo de meu desespero para ser tocada. Inferno! Estava pingando e pulsando por ela, é óbvio que estou com pressa. Assim que a morena se aproximou o suficiente, a puxei para mais um beijo, a maldita ainda sorria na minha boca em divertimento com meu desespero.
Deixei escapar um gemido arrastado quando tocou-me por cima da calcinha, seus dedos fazendo círculos no ponto certo me deixava completamente entregue e sem controle. Toni arrastou o tecido para o lado, suas digitais geladas em contato com meu sexo quente me fizeram arquear as costas. Nosso beijo foi quebrado e a lutadora deslizou para minha entrada, afundando o rosto em meu pescoço.
Fui invadida por seus dedos, agarrei os cabelos rosas e mexi meu quadril contra sua mão, acompanhando os movimentos de vai e vem que arrancando-me gemidos mais altos. O dedão de Toni começou a pressionar meu clitóris e não havia mais como segurar meu orgasmo, sentia que poderia tê-lo antes mesmo de ser tocada.
Os meus dedos se curvaram na nuca da minha esposa enquanto gemia, atingindo meu ápice e relaxando nos seus braços. Meu peito subia e descia com rapidez, ofegando pelo momento.
— Não havia maneira melhor de comemorar.
Toni sorriu ao falar selando nossos lábios.
— Oh sim... – respirei pausando por alguns segundos. — Comemorando com sexo que a nossa vida sexual irá diminuir.
Nós rimos.
— Gostou da surpresa?
Deitou ao meu lado, virei o corpo para ficar de frente pra ela.
— Eu amei, TeeTee. – depositei um beijo em seus lábios. — Por isso ficou ausente essa semana?
— Sim, essa médica é a melhor e conseguir uma consulta foi quase impossível. – bufou. — Sério, nem a conheci, mas falei com todos que trabalham com ela só pra termos um horário na semana que vem.
— Semana que vem?
Exclamei em um misto de surpresa e animação.
— Sim, Cherry. – sua mão tocou minha cintura, puxando meu corpo contra o seu para ficarmos coladas. — É somente para tirarmos nossas duvidas e a Dr. Montgomery também poderá nos indicar uma clínica de fertilização.
— Não vejo a hora.
Nós sorrimos juntas.
Um leve arrepio percorreu meu corpo ao sentir um vento de leve, Toni percebeu ficando de barriga para cima e me puxando para mais perto, deitei em seu peito quente agarrando-me a ela ficando quase em cima da mesma, nos cobri com o cobertor, querendo ou não eu sabia que poderíamos acabar a noite como agora.
O céu estrelado estava lindo naquela noite, uma música soava baixinha, mas meus pensamentos não saiam de nosso futuro com um bebê.
— Então...
A morena sussurrou.
— Você vai querer carregar nosso bebê?
Levantei minha cabeça na hora que ouvi o questionamento, franzindo a testa e entrando em alerta. Eu? Não é como se não tivesse pensado nisso, mas adoraria ver minha esposa grávida.
— Pensei que seria você.
Respondi encarando os castanhos.
— Cherry, vou ser sincera. – tocou em meu rosto. — Nunca me imaginei grávida ou cogitei essa possibilidade, e pensando agora... Tenho até um pouco de medo.
— Medo?
Estreitei o olhar.
— Caralho, uma criança saindo de mim... É assustador.
— Toni.
Não segurei a risada.
— Olha, talvez quando a gente for ter o segundo, mas o primeiro preferia que viesse de você. – declarou balançando os ombros. — Mas só se desejar, é claro.
— Quer ter mais de um filho?
Os meus olhos provavelmente brilhavam.
— Quero quantos você nos deixar ter.
Colocou os lábios sobre os meus.
— É bom ver que sabe quem manda nessa relação. – me gabei e a morena revirou os olhos. — Mas sim, posso carregar nosso bebê.
— Uhn, vai ser incrível.
Sorriu.
— Tem certeza? Porque os hormônios...
— Cherry, se lido com você normalmente, lido com qualquer coisa.
Abri a boca, Toni ria após falar.
Estalei um tapa em seu braço.
— Ai, amor. Estou brincando, poxa.
Fez um beicinho.
— Pensa só...
Ergueu seu corpo para nos girar, ficando acima de mim novamente.
— Vai ser a grávida mais linda do mundo e poderei tirar tantas fotos suas... Meu Deus, vou virar a esposa e mamãe mais babona do universo.
— Você vai ser a melhor mãe, TeeTee. – retirei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. — Disso não tenho dúvidas.
— Seremos as melhores mães, meu amor.
Beijou meus lábios, mas não sem antes me dar mais um de seus sorrisos enormes, esses que já havia perdido a conta de quantos me ofereceu na noite, só conseguia pensar que agora seremos mães e teremos uma família linda.
— Ei, espera.
Interrompi nossa nova sessão de amasso que resultaria em mais alguns orgasmos trocados, Toni juntou as sobrancelhas. Peguei sua calça a procura do aparelho celular mais próximo e verifiquei o horário, já passava da meia noite. Fiquei acima de seu corpo novamente.
— O que foi?
— Nós estamos casadas a dois anos e um dia. – sorri largo, deixando o celular de lado e voltando a encara-la. — Sabrina viu em uma pesquisa que os primeiros dois anos do casamento são os mais difíceis, então nós sobrevivemos!
Comemorei.
— Atrapalhou nosso sexo pra isso?
— Antoniette!
A repreendi.
— Mulher, você ainda não sabe?
Seu tom tinha indignação e a lutadora nos girou novamente para ficar por cima de mim.
— Nós somos para a eternidade.
Um suspiro saiu por meus lábios.
E sabe aquela cara de boba apaixonada? Estava com ela agora mesmo. Completamente entregue, apaixonada, idiota por Toni Topaz, a minha esposa e mãe dos meus futuros filhos.
— Nunca vai parar de fazer eu me apaixonar por você?
— Nunquinha.
Sorriu.
— Agora podemos voltar para o sexo?
Ela estava com pressa.
Revirei os olhos.
— Me fode logo, Topaz.
Exigi, a morena riu colocando os lábios sobre os meus mais uma vez naquela noite e com certeza não seria a última. Nós tínhamos muito o que comemorar e principalmente aproveitarmos uma da outra enquanto somos apenas duas.
[ Só queria dizer que acompanho todos comentários, criticas e elogios, sou agradecida por todos, de verdade. Mas fico mais agradecida ainda quando defendem a história, provando o quanto realmente gostam. Então, só queria agradecer a quem gosta do meu trabalho e quem não gosta, sinto muito, to sempre tentando o melhor pra vocês, mas é muito difícil agradar a todos.
Enfim, o bebê choni finalmente vem será?
Bom, não gosto muito das coisas que vem fáceis, aliás podemos ter uma surpresa no próximo capitulo?
E talvez estejamos caminhando para o fim... ]
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