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Pool party

Toni Topaz – Point Of View

Quando assinei contrato com a Mackenzie, sabia de sua eficiência e o quanto é uma boa treinadora, conseguia perceber apenas nas poucas semanas que convivemos. A gente corre quase todos os dias da semana, cedo da manhã e junto de nossos cachorros, a brasileira tem um Bulldog Americano para acompanhar Lion em nossas atividades físicas. 

Fica claro pra qualquer um que Cheryl odeia minhas saídas tão cedo da cama, mas sempre tento recompensa-la ao voltar a tempo de tomarmos café juntas, tendo o domingo inteiramente para nós e dando minhas escapadas da academia quando posso ou lhe prometendo jantares que por vezes acabava esquecendo do compromisso...

Aconteceu em uma quinta-feira, o dia anterior onde me reuni com os amigos, ao retornar para casa recebi uma reclamação da ruiva dizendo que não saíamos mais juntas, prontamente assegurei que iríamos fazer isso hoje, só que Mackenzie acabou comigo no treino, de verdade, não conseguia me concentrar em nada que não fosse em dar socos e chutes perfeitos. 

— Ok, pausa. 

Soltei o ar assim que a ouvi minha treinadora.

— Preciso atender. 

Levantou o celular em meu campo de visão, balançando o aparelho e apenas assenti agradecendo mentalmente a quem fosse que estivesse ligando para ela. Joguei meu corpo suado contra o tatame, minha respiração ofegava e fechei os olhos para relaxar. Estava tão focada em ter uns minutos que paz que não ouvi uma aproximação. 

— Pronta para irmos? 

Estalei o olhar, enxergando Cheryl de cabeça para baixo, seus castanhos fixos nos meus e um sorriso de canto nos lábios. Rapidamente me apoiei e ergui o corpo para ficar de frente para a ruiva. 

— Cherry?! 

Juntei as sobrancelhas em confusão. 

— Temos um jantar hoje. – seus braços cruzaram e o olhar estreitou. — E você esqueceu. 

Concluiu ao reparar minha surpresa. 

— Oh, merda... 

Murmurei.

Cheryl mordeu a parte de dentro da bochecha desviando nossos olhares. 

— Você ao menos vai jantar comigo? 

Claro que sim! 

— Topaz, por favor... – a voz de Mackenzie soou por todo o local antes que pudesse responder. — Não me diz que sua querida esposa está de salto no meu tatame! 

O meu olhar caiu para os pés da ruiva, conseguindo ver perfeitamente o seu louboutin perfurar com facilidade o nosso maior utensílio de treino ultimamente. Encarei minha esposa, implorando com o olhar para que saísse dali logo, mas tudo que fez foi empinar seu nariz e olhar para minha treinadora. 

— A querida esposa tem um jantar com sua lutadora. 

É claro que Cheryl iria enfrenta-la.

— Ela não me avisou de compromisso nenhum. 

— Só porque não avisou, não significa que não tenha um! – a ruiva retrucou com rispidez. — Agora nós estamos indo, vamos, Toni. 

Deitou a cabeça em direção a saída, dando o primeiro passo, mas parando ao ouvir a risada de Mackenzie. Cocei minha nuca, fechando os olhos com força por alguns segundos porque isso claramente não está indo para um bom caminho. 

— Sinto muito, senhora Topaz. – a treinadora parou a frente da minha esposa. — A única que vai sair do meu local de treinamento é você, então melhor ir sentar para esperar porque ainda não acabamos. 

Forçou um sorriso. 

— Comece com cinquenta flexões para aquecer novamente e por conta da sua esposa que tentou destruir nosso tatame. 

Mackenzie falou ao passar por Cheryl que bufou. 

Me posicionei para começar as flexões porque se tem algo que não ouso discordar é das ordens dessa treinadora, como ela já disse, sou apenas uma subordinada. 

— Olha aqui... 

A ruiva iniciou. 

— São cem flexões agora, Topaz. 

Mackenzie a interrompeu. 

— Cheryl! Por favor. 

Olhei para a ruiva que fechou os olhos por alguns segundos respirando e finalmente saiu de cima do tatame, caminhando para fora de nosso local de treino e indo para minha sala. Estava na terceira flexão quando ouvi uma porta bater com força desnecessária causando a risada de Mackenzie. 

— Estressada sua mulher, não é?

— Não imagina o quanto, você me arrumou uma dor de cabeça. 

— Dor de cabeça você vai ter se não fizer as cem flexões, esse estresse da senhora Topaz é só charme. 

Balançou os ombros, acabei sorrindo junto com ela porque no final é pura verdade. Cheryl adora fazer tudo virar um show dramático, principalmente quando envolve saber quem manda mais, mas nessa infelizmente saiu perdendo. 

Mackenzie fez questão de me fazer treinar dobrado, ressaltando que era totalmente culpa da intromissão de Cheryl. Talvez as duas sejam um pouquinho parecidas no quesito “controle” porque a brasileira odeia toda vez que alguém nos interrompe, até quando é algo relacionado a academia. Geralmente treinamos uma ou duas horas por dia, mas hoje foi bem mais.

— Liberada, Topaz.

Um suspiro de alívio saiu por entre meus lábios, Mackenzie tocou em meu ombro suado dando um leve apertão. A encarei e vi um sorriso tomar conta de seu rosto. 

— Espero que aproveite o jantar. 

— Claro, se não dormir na mesa já será uma vitória! 

Ofeguei, apoiando as mãos nos joelhos para respirar. 

— Ou se sua mulher não lhe comer viva. – ela riu. — Até amanhã. 

Acenou ainda sorrindo, Mackenzie estava se divertindo com meu sofrimento e principalmente com a ruiva furiosa que irei enfrentar. Respirei fundo, erguendo o corpo para ir até o vestiário. 

Tomei o banho mais rápido que consegui mesmo que quisesse passar horas embaixo de água relaxando, vesti meus coturnos, calça jeans rasgadas e jaqueta de couro. O meu visual de sempre já que não lembrava do tal jantar e mal posso esperar pelo maior esporro que já recebi. 

Adentrei a sala lentamente, ouvi algumas risadas que fizeram meu coração acalmar um pouco, era Cheryl junto de Nathan sentados um de frente para o outro, mas incrivelmente o sorriso da ruiva sumiu quando percebeu minha presença. 

— Acho que está na minha hora. 

Nathan levantou da cadeira, acenando com a cabeça para Cheryl e caminhando para saída, ele me encarou com receio, sinalizando a mão a baixo do pescoço enquanto fazia uma careta. 

— Boa sorte, Chefe. 

Sussurrou ao passar por mim.

A porta fechou e me vi sozinha com minha esposa, uma tensão se instalou entre nós. Cheryl tinha o olhar focado no celular como se nem estivesse a sua frente. 

Suspirei, decidindo acabar com a tortura. 

— Vamos jantar? 

Caminhei até a frente da mesa apoiando minhas mãos na mesma. 

— Onde? 

Perguntou sem me encarar, rolando o feed de alguma rede social, mas aposto que não está prestando atenção em absolutamente nada. 

— Achei que tivesse feito uma reserva. 

— E fiz. – respondeu friamente. — Um restaurante tão bem recomendado que é difícil conseguir reserva, sabia? Que tolice seria perder o horário marcado.

Seu tom irônico me fez fechar os olhos, exausta do treino e da provável discussão que está se formando. Já ficou óbvio que sou a culpada, por ter essa memória fodida perdemos a reserva e com certeza minha esposa irá me cobrar o ocorrido por um bom tempo.

— Cherry...

Sentei a sua frente para iniciar as desculpas.

Os castanhos finalmente vieram aos meus e posso dizer que Cheryl estava me queimando viva. Seu aparelho celular foi colocado com agressividade em cima da mesa e trincou o maxilar.

— Não me venha com “Cherry”. 

Interrompeu-me. 

Levei a mão a testa, massageando as têmporas com o indicador e polegar, sabendo que a discussão será muito mais longa do que o esperado. 

— Tudo que pedi foi um jantar e não ganhei, melhor, recebi grosserias da sua amada treinadora. – cruzou os braços. — Essa mulher é uma ogra! 

— Cheryl. 

Murmurei em repreensão.

— E você nem me defende.

Pressionei minhas pálpebras, sentindo o corpo e cabeça doerem, tudo que menos queria nesse momento era essa briga. Graças aos céus, alguém resolveu me ligar bem naquela hora, os olhos de Cheryl rolaram em insatisfação.

— Ótimo! 

Resmungou. 

Peguei meu celular, o “Jughead” brilhando me fez atender de primeira.

— Jug?!

— Vai nascer, Toni. – sua voz saiu afobada. — É hoje, estamos no hospital que a Veronica trabalhou. 

— Ok, estamos indo. 

Abri um sorriso, desligando a chamada. 

Olhei para minha esposa.

— O bebê da Betty vai nascer. 

Meu tom saiu animado, os braços de Cheryl caíram na hora e a mesma recolheu seu celular enquanto dizia que iria dirigir. Não discordei, a acompanhando para fora da sala e agradecendo ao meu afilhado por adiar nossa dr.

×××


Chegamos no hospital o mais rápido que conseguimos, lado a lado pedimos para saber sobre Betty Cooper e quando a recepcionista nos falou que a loira já estava em trabalho de parto tamanha foi nossa surpresa. Não tínhamos o que fazer além de esperar algum de nossos amigos nos dar notícias. 

Sentamos nas cadeiras desconfortáveis da entrada do hospital, Cheryl não me olhava ou falava comigo, mas sua mão estava descansada na minha coxa em sinal de apoio. Sabemos o quanto minha mulher é orgulhosa para deixar algo como meu esquecimento de um jantar nosso passar sem uma repreensão, então decidi apenas esperar o momento certo para me desculpar. 

— Aqui estão vocês! 

A voz de Jughead nos fez levantar o olhar. 

— Vem ver, ele já nasceu.

O sorriso estampado no rosto de meu melhor amigo me deixava um pouco mais aliviada, nunca sabemos o que pode acontecer em um parto, mas aparentemente tudo estava bem com Betty. 

Caminhamos com o mais novo papai para aquele vidro onde podemos ver os recém nascidos e lá estava o garotinho, acolhido por uma incubadora, mas sem nenhum aparelho conectado. Os cabelinhos ralos e pele clara lembravam muito a Betty, principalmente as sobrancelhas que quase não apareciam. 

— Não é lindo? 

Jughead perguntou todo emocionado. 

— Parabéns, Jug! – abri os braços para recebe-lo. — Você será um ótimo pai. 

— Assim espero. – sorriu nervoso. — Fico feliz que ele tenha a Betty e Veronica porque nunca daria conta sozinho. 

Nós rimos.

Cheryl também o abraçou dando parabéns a meu amigo, os olhos da ruiva quase não desgrudavam daquele vidro onde tinham vários bebês recém nascidos. 

— Vou ir ver a Betty. – olhei para minha esposa. — Você vem? 

— Na verdade, ficarei mais um pouco. 

Balançou os ombros. 

— Tudo bem. 

Peguei em sua mão apenas para dar um leve aperto antes de sair, Cheryl pressionou os lábios e poderia jurar que estava contendo um sorriso. Sorri de canto, trocando um último olhar antes de caminhar para o quarto onde minha amiga se encontrava. 

Jughead havia me falado o número, não foi difícil achar e assim que adentrei, encontrei Betty e Veronica juntas. A morena segurava a mão da minha melhor amiga entre as suas, a mais nova mamãe parecia estar tirando um cochilo.

— Olá, mamães. 

Sorri ao falar, Lodge rapidamente me encarou. 

— Hey, Toni. – ela levantou para me abraçar. — Minha amiga veio? 

— Sim, mas não está nada simpática.

Franzi o nariz. 

— Brigas? 

— Dessa vez a culpa é toda minha, esqueci de um jantar. 

— Ugh, então você pediu, Topaz. – apertou meu ombro. — Aquela mulher odeia atrasos e ausência em compromissos. 

— É, eu sei. – suspirei. — Mas como a Betty está? 

Veronica sorriu ao olhar para a loira apagada. 

— Ótima. Foi tudo tão rápido, sabe? – me encarou. — As dores começaram, a gente estava vindo pro hospital e a bolsa já estourou.

— Nossa, rápido mesmo. 

— Sim, e ela foi incrível. – Veronica não conseguia parar de sorrir. — Você já viu ele? 

— Vi, a Cheryl continua lá. 

Encolhi os ombros.

— Entendi. – a morena balançou a cabeça. — Irei conversar com minha amiga e você fica aqui com a Betty, pode ser? 

Assenti, a agradecendo com o olhar.

Tudo que ouvi depois foi um “já volto”, me aproximei da cadeira de acompanhante e raparei no rosto cansado de minha melhor amiga, provavelmente o seu sono iria longe. 

Estava completamente certa quando ao sono de Betty, inclusive acabei dormindo naquela poltrona pelo cansaço de mais cedo. Acredito que foi um cochilo rápido porque quando despertei, a loira ainda tinha os olhos fechados e permanecíamos sozinhas. Ajeitei meu corpo ficando ereta e passei as mãos no rosto dando leves tapas para acordar.

— Toni?! 

A voz de Betty chamou minha atenção, encarei a mulher que tentava manter os olhos abertos enquanto se remexia na cama. Abri um pequeno sorriso. 

— Oi, B. – levantei me aproximando dela. — Como se sente? 

— Cansada. 

Soltou o ar. 

— Pode me ajudar a levantar? 

Atendi a seu pedido, apertando o botão para erguer a cama e minha amiga conseguir ficar sentada, ela percorreu o olhar pelo quarto parando em mim novamente. 

— Cadê meu bebê? 

— Na maternidade. – respondi a vendo balançar a cabeça. — Ele provavelmente estará aqui em pouco tempo. 

— Tomará, peguei ele por apenas alguns segundos.

Choramingou como se tivesse sendo torturada. 

— Calma, mamãe. – toquei em sua mão. — Você tem a vida toda. 

Sorri para a loira que fez o mesmo. 

— Então qual o nome do meu afilhado? 

— Arthur.

— É lindo, B. – firmei nosso contato. — Decidiram todos juntos? 

— Sim, os três. – suspirou, sorrindo. — No final estamos conseguindo nos dar bem. 

— Fico feliz. 

Minha amiga abriu a boca para falar, mas a porta do quarto foi aberta e Veronica entrou com dois copos de café em mãos. Um sorriso rapidamente foi trocado pelo casal. 

— Trouxe pra você. 

Alcançou um dos copos para loira, beijando a testa da mesma. 

— O seu está com aquela ruiva mal humorada. – Veronica me olhou ao falar. — Sinceramente não sei como aguenta essa mulher. 

— Amor... Muito amor. 

Reforcei e as duas riram. 

— Bem, vou lá pegar o café com a minha fera. – anunciei ao casal. — Estarei ali fora porque quero conhecer esse garoto de perto. 

— Boa sorte, Toni. 

Lodge me desejou, acabei rindo enquanto negava e saindo do quarto. 

Assim que pisei no corredor encontrei os castanhos de Cheryl, fechei a porta atrás de mim caminhando até a ruiva encostada na parede. O meu olhar percorreu o corpo de minha esposa e me praguejei por não elogia-la. O vestido vermelho, modelado e curto – de maneira que favorecia seu corpo, era conhecido, mas usado apenas em ocasiões especiais como em um jantar que esqueci. 

— Café? 

Ela me alcançou um dos copos em mãos, tirando-me do transe. 

— Obrigada, Cherry. 

Peguei o copo, bebericando um gole do líquido quentinho e adocicado. Dei alguns passos para encostar-me contra parede, deitei minha cabeça no concreto e subi o olhar para encara-la, tentava fazer minha melhor expressão de coitada naquele momento. 

— Amor. 

A chamei, seus castanhos vieram até os meus. 

— Você está linda. 

— Reparou agora? Estou impressionada. 

Fechei os olhos por alguns segundos com a rebatida. 

— Ainda está brava?

— O que acha? 

Suas respostas vinham rápidas, braços cruzados abaixo dos seios e o olhar fixado em seu copo de café. Puxei o ar, dando mais um passo para ficar próxima o suficiente dela e tocar em sua cintura, Cheryl continuou sem me encarar como uma criança mimada que não consegue o que quer. 

Ah, sabia muito bem como lidar com esse jeitinho dela. 

— Cherry.

Voltei a chama-la com um sussurro, os dedos brincando com o tecido vermelho de seu vestido, traçando um caminho até seu quadril e espalmando minha mão ali. 

Ela me olhou. 

— Me perdoa? 

Melhor carinha de coitada em ação, implorando para que aceite minhas desculpas e retorne a ser aquela mulher grudenta que amo em dias cansativos, Cheryl realmente consegue renovar minhas energias com seus carinhos. 

Um suspiro prolongado saiu por entre seus lábios. 

— Você não merece. – acusou-me, fiz um beicinho. — Mas não consigo resistir. 

Segurou meu rosto com sua mão livre e colocou os lábios sobre os meus, sorri contra sua boca antes de puxa-la para grudar nossos corpos e acariciar suas costas. Cheryl nos separou para me encarar. 

— Irá me levar em um jantar amanhã! 

Exigiu. 

— Com toda certeza. 

— E não me peça para te buscar na academia, definitivamente ficarei pelo menos uma semana sem olhar na cara da Mackenzie. – desabafou. — Aquela mulher me irrita.

— Tudo bem, Cherry... – murmurei. — Mas precisa concordar que...

— Se você defende-la. 

Suas unhas cravaram em minha nuca. 

Arregalei os olhos. 

— Não, claro que não. – juntei as sobrancelhas. — Vamos esquecer o episódio de hoje, certo? Amanhã te levarei no melhor restaurante de Seattle. 

— Ótimo, TeeTee. 

Sorriu, inclinando-se para me beijar mais uma vez. 

Após nossa reconciliação, sentamos uma ao lado da outra em um banco perto do quarto de Betty. Minha cabeça descansava no ombro de Cheryl enquanto seu braço me envolvia pelos ombros, nós trocamos algumas palavras, mas no final só queríamos ficar juntas. 

Jughead apareceu avisando que o filho seria amamentado pela primeira vez, fiquei louca para adentrar aquele quarto, mas deixei os papais assistirem. Os minutos passaram, eles estavam sozinhos no quarto com o menininho e não me surpreendi quando meu melhor amigo foi o escolhido pra sair e nos dar oportunidade de conhecer o Arthur.

— Diga para Veronica que quero vê-lo.

Cheryl falou quando levantei para adentrar o quarto novamente. 

Quem estava com o bebê no colo era Veronica, o balançando como se estivesse implorando por aquilo, mas não se ouvia nem ao menos um resmungo de meu afilhado. 

— Ele é tão lindo, B. 

Sorri ao me aproximar da médica. 

— A Cheryl disse que quer conhece-lo. 

— Ela que espere. – Veronica respondeu. — Acabei de pega-lo do colo do Jones. 

— Esse menino será disputado. 

Comentei, rindo junto com Betty que ainda se recuperava na cama. 

Foi um sacrifício para Veronica me deixar segura-lo um pouquinho e depois de muita insistência da minha melhor amiga, ela saiu para que Cheryl pudesse entrar. A ruiva adentrou o quarto com um sorriso gigante nos lábios, parabenizando Betty pelo lindo bebê. 

— Tão pequeno. 

Minha esposa tocou o indicador nas suas mãozinhas enquanto o Arthur ainda permanecia em meu colo, olhei uns segundos para os castanhos que brilhavam mais que o normal e abri um sorriso. 

— Gostaria de ter um menino. 

Comentei vagamente, atraindo a atenção da ruiva. 

— Sério? Um garotinho? 

— Qual o problema? 

Franzi a testa. 

— Nenhum. – deu de ombros, ficando em silêncio por alguns segundos. — Quer dizer, se pudéssemos escolher, não é? Preferia uma menina. 

— Por que? 

— Para o bem da sociedade?! 

Cheryl respondeu como se fosse óbvio, ouvi a risada de Betty atrás de nós. Neguei com a cabeça, deixando o olhar cair para o bebê. 

— É só criamos para ser um bom garoto. 

— Isso existe? 

— Cheryl! 

A repreendi, ela rolou os olhos enquanto sorria. 

— Estou brincando, ok? Não totalmente, mas... – a encarei. — Com você teria qualquer um, TeeTee. 

Declarou ao fixar o olhar no meu e demonstrar sua total sinceridade, um sorriso começou a crescer no canto de meus lábios enquanto o peito aquecia com a informação. 

— A enfermeira está vindo! 

Uma Veronica afobada adentrou o quarto, assustando a nós três. Jughead vinha logo atrás, formando uma pequena discussão para quem pegaria o bebê uma última vez. 

— Toni, me dê ele aqui. 

Betty pediu. 

Rapidamente obedeci minha melhor amiga. 

— Chega vocês dois! 

Ralhou com Lodge e Jones que pareciam ter muitos argumentos um contra o outro, Cheryl nem estava mais no quarto e via que era minha hora de ir também. 

— Estou indo, B. – beijei sua bochecha para me despedir. — Qualquer coisa me ligue, ok? 

Ela assentiu. 

— E vocês. – olhei para os outros dois que mais pareciam crianças. — São pais agora, então ajam como adultos, uhn? 

Sugeri, tocando no ombro de Jughead que suspirou. 

— Amanhã venho visitar se ainda estiverem no hospital. 

Pisquei para Betty antes de sair do quarto. 

Encontrei Cheryl me esperando, a enfermeira logo apareceu para entrar naquele cubículo que mais parecia um ringue pra Veronica e Jughead, acredito que minha melhor amiga ainda terá muito trabalho com esses dois. 

— Vamos pra casa? 

Estendi a mão para minha esposa que entrelaçou nossos dedos, assentindo. Iniciamos nossa caminha pelo corredor, lado a lado em direção ao estacionamento.

— Poderia te prometer massagens, cozinhar pra você e muitos mimos quando chegássemos, mas estou tão cansada que... 

— Não se preocupe, amor. – interrompeu-me ao firmar mais os dedos nos meus. — Sei que aquela ogra não te da sossego. 

— Vai mesmo chama-la assim? 

Arqueei as sobrancelhas. 

— Até que pare de me irritar.

Balançou os ombros. 

Neguei com a cabeça achando graça da sua resposta e lhe beijei a bochecha recebendo um sorriso de volta. 

×××


As coisas ficaram mais leves quando consegui dar conta de distribuir meu tempo entre amigos, academia e esposa. Cheryl não vai mais com tanta frequência ao meu local de treino e quando vai quase nunca coloca os pés no mesmo recinto que Mackenzie, acredito que seja para evitarem de trocar farpas e agradeço por isso. Minha mulher tinha tudo para estar a longos meses sem termos uma discussão ou ser incomodada, mas esqueci de dizer para meus amigos colaborarem para batermos um recorde de dias sem estresse. 

Domingo, o nosso sagrado dia de família e hoje o dia mais quente de Seattle no ano. Acordei tão animada naquela manhã, nós teríamos oportunidade de fazer tantas coisas, quem sabe tomar banho na piscina, levar o Lion para passear ou apenas aproveitarmos esse sol no quintal de casa. 

Havia um planejamento em minha cabeça: Fazer café da manhã para minha esposa, lhe preparar um banho enquanto come e dependendo dar alguns orgasmos matinais para ter certeza que seu humor será impecável. O meu plano foi completamente destruído assim que a campainha tocou, nem havia terminado de preparar a bandeja recheada de coisas que minha mulher gosta. 

Assim que abri a porta, dei de cara com Nicholas em uma bermuda, sem camisa, óculos de sol e boia redonda presa a cintura. Não parando por ai, todos nossos outros amigos... Repito: Todos nossos outros amigos estavam atrás dele vestidos em trajes de banho. 

— Pool Party na casa da Toni! 

O homem a frente comemorou, empurrando-me para o lado.

— Casa da Cheryl! 

Veronica e Nathan corrigiram em uníssono atrás dele batendo um high five logo depois, um por um foram adentrando minha casa sem ao menos pedirem permissão. 

— Gente, que porra?! 

— Por que nenhuma de vocês duas vê o celular? A gente criou um grupo com todo mundo. – Sabrina iniciou a explicação. — Avisamos que iriamos vir. 

— Por que não esperaram uma confirmação? – meu tom soou indignado e tamanha foi minha surpresa ao ver Mackenzie passar pela porta carregando uma caixa de som. — Caralho! Hoje é domingo, a Cheryl vai matar todo mundo. 

— Domingo não é o dia em família de vocês? Nós somos a família. 

Nathan falou totalmente orgulhoso, sorrindo para os outros que prontamente concordaram com sua fala. Estreitei o olhar para o adolescente. 

— Ok, agora vai lá em cima, acorda a Cheryl e a convença disso. 

Cruzei os braços. 

— Eu to fora. 

Nathan foi o primeiro a correr para a área externa. 

— Preciso levar a Gracie pra trocar. 

Sabrina deu uma desculpa qualquer. 

E assim, saíram um por um do meu campo de visão, ninguém tendo coragem de enfrentar a ruiva que ainda dorme lá em cima. Os segui para a parte externa vendo todo aquele pessoal arrumar lugares nas cadeiras. 

— Por favor, não façam barulho até que eu acorde ela.

Implorei juntando as mãos. 

— Claro, Toni. – Jughead levantou os polegares. — Vai lá. 

Incentivou-me, Betty estava junto de Veronica passando protetor em meu afilhado de dois meses enquanto a morena tentava arrumar uma sombra com o guarda sol. 

Soltei um grande suspiro, fazendo a volta e caminhando para o segundo andar sem nenhum plano na cabeça. Teria que ser rápida porque com certeza aquelas pessoas que estão lá embaixo não conseguem ser silenciosas por muito tempo. 

Um gemido de frustração escapou por entre meus lábios quando vi os ruivos esparramados no travesseiro, apenas de calcinha a minha esposa permanecia de bruços, pernas dobradas e braços espalhados por nossos lençóis. Respirei, mentalizando que não seria nada demais, apenas acorda-la e dizer que temos nossa casa cheia de amigos.

Caralho, ela vai odiar. 

Aproximei-me da cama, sentando ao lado de Cheryl e iniciando uma carícia em suas coxas, subindo para a bunda e arrastando as unhas pelas costas nuas. A ouvi ronronar como uma gata manhosa, abri um pequeno sorriso tocando em seu rosto e retirando as mechas ruivas que atrapalhavam minha visão. 

— Ei, Cherry. 

Chamei baixinho, me esforçando ao máximo para que acorde de bom humor. 

— Bom dia, amor.

Coloquei meus lábios em sua bochecha, ela se remexeu na cama. 

— É muito cedo? 

Murmurou, coçando os olhos. 

— Nove, quase dez talvez. 

— Então bom dia, TeeTee. 

Cheryl sorriu, os castanhos chegando aos meus e puxando meu corpo para cair na cama junto dela. Uma mão segurando meu rosto e grudando nossos lábios em seguida. 

— Uhn, acordou animada? 

Sorri com seu carinho. 

— Claro que sim, hoje é domingo. – encarou-me. — O nosso dia, onde ninguém pode nos... 

Minha esposa se auto interrompeu, um barulho de algo caindo na água lá fora a fez arregalar os olhos. No mesmo instante coloquei o corpo acima do seu para prende-la na cama. 

— O que foi isso? Tem alguém na nossa piscina? 

— A culpa foi do Nicholas que me empurrou! 

Ouvi um grito de Nathan lá de fora, pressionei minhas pálpebras, Cheryl abriu a boca por alguns segundos a fechando novamente. Vi exatamente o momento que aqueles castanhos ficaram furiosos. 

— Quem diabos está na nossa piscina? 

— Uhn... – sentei sobre seus quadris, coçando a nuca. — Todos nossos amigos?! 

O tom de sugestão fez a ruiva grunhir. 

— Amor... 

— Coloque todos para fora, Antoniette. – rosnou. — Hoje é nosso dia. 

— Sabe que é impossível. – deitei o corpo sobre o seu novamente. — São nossos amigos. 

Sussurrei, beijando a pele de seu pescoço.

Cheryl suspirou. 

— Se pelo menos tivesse acordado com você entre minhas pernas. 

Resmungou, levantei a cabeça para lhe encarar. 

— Ainda posso estar no meio das suas pernas. 

Sorri com malícia ao falar. 

— Por favor, TeeTee. 

Pediu manhosamente. 

Atendi prontamente, beijando por entre o vão de seus seios e ouvindo um múrmuro que não consegui entender. Seus dedos enroscaram em meus cabelos, envolvi minha boca em seu seio, fechando contra o bico e o chupando, Cheryl arqueou levemente as costas gemendo baixinho enquanto me pressionava mais contra sua pele. 

Até que ouvimos a porta abrir e assim que escutei um “mas que merda” o meu corpo subiu sobre o da ruiva novamente e cobrindo os seios expostos ao deitar-me com o peso completamente sobre ela. 

— Sério, Bombshell? 

Suspirei de alívio ao notar Veronica. 

— Não se preocupe, já vi sua mulher nua, Topaz. 

— Não me importo, não irei sair daqui. 

Virei meu rosto, forçando um sorriso para ela 

A médica revirou os olhos. 

— Desçam logo, precisamos das donas da casa. 

Usou de seu tom autoritário, saindo e fechando a porta atrás de si. Nós soltamos o ar juntas e encostei minha testa do ombro da ruiva, depositando um beijo em sua junta, sentindo seus dedos moverem-se na minha nuca em um carinho. 

— Eu os odeio.

Resmungou, não evitei a risada. 

— Você não odeia. – a encarei. — Talvez agora, mas vai passar. – balancei os ombros. — Vou me trocar pra descer. 

— Fique avisado que não irei sorrir pra ninguém, não havia maneira pior de acordar em um domingo! 

— Sempre têm, Cherry. 

Depositei um último beijo em seus lábios antes de levantar. 

Quando sai do closet usando short jeans, regata e um biquíni por baixo, uma música pop muito animada começou a tocar lá embaixo. Cheryl que havia acabado de se retirar do banheiro, revirava os olhos ao caminhar para trocar de roupa enquanto fazia um coque frouxo em seus cabelos. 

Decidi ir para o primeiro andar sem espera-la, com minha câmera pendurada no pescoço para registrar o momento com nossos amigos desci as escadas em passos rápidos. 

Era realmente bonito de ver aquela agitação toda em nosso quintal, na piscina estavam Nathan e Jughead brincando com Arthur, Betty tendo os olhos atentos no filho, preocupada mesmo estando com boias e o pai na água. Mackenzie jogava sinuca junto de Nicholas, Veronica e Sabrina que tinha Gracie no colo, a mesa de jogo foi presente de aniversário da Cheryl, mas aposto que nesse momento está arrependida de ter me dado. 

— Topaz, pode ficar com ela, por favor? 

A melhor amiga de minha esposa chamou minha atenção, caminhando até mim para me oferecer Gracie, a garotinha já tem seus quase nove meses de vida e está cada vez mais parecida com o pai. 

— Olá, meu amor.

Sorri para a bebê que fez o mesmo ao estar em meus braços demonstrando seus quatro dentinhos que já estão consideravelmente grandes, os dois superiores e os dois inferiores davam um charme em seu sorriso banguela. 

— Você gosta do brinquedo? 

Balancei sua mão que agarrava firme um chocalho, fazendo um barulho quase inútil já que o som da música pop preenchia quase todo o local, Gracie observava atentamente os movimentos enquanto balançava o brinquedo. 

— Chefe, cadê a sua mulher? 

A pergunta veio de Nathan dentro da piscina, o encarei. 

— Será que não pode viver sem mim, Price? 

Ouvi Cheryl soar atrás de mim, virei o corpo somente para babar ao vê-la com a parte de cima do biquíni vermelho favorecendo seus seios, uma saia longa, branca e com uma fenda demonstrando por vezes a parte de baixo do conjunto. O óculos de sol em seu rosto não me deixava saber como está lidando com tudo agora, mas acredito que ainda deve estar de mau humor. 

— Finalmente, madrinha.

O garoto comemorou, não estou vendo, mas sei que a ruiva revirou os olhos.

— Então de quem foi a brilhante ideia? 

Sua cabeça girou lentamente para capturar cada um que estava em nossa casa, fixando em um lugar específico por mais tempo: A mesa de sinuca. Onde está minha treinadora apenas de biquíni e short jeans enquanto joga. 

Ninguém ousou responder sua pergunta, ela caçaria o culpado. 

— Porra, você está tão gostosa. 

Murmurei assim que parou próxima a mim. 

— Olha a boca perto da Gracie. 

Encolhi os ombros.

— Até essa ogra está na nossa casa.

Resmungou, cruzando os braços. 

— Cheryl... 

— Passou protetor solar? 

Mudou totalmente de assunto, ignorando minha repreensão.

— Não.

— Então venha cá, minha linda... – estendeu os braços para Gracie que prontamente aceitou com um sorriso no rosto. — A madrinha não está brava por você estar aqui, ok? 

Tocou na ponta do nariz da garotinha que tentava agarrar o dedo de Cheryl, sorri para as duas, mas incrivelmente nem a bebê estava conseguindo fazer minha esposa sorrir porque sua cabeça logo girou para me encarar, sabia o que queria dizer.

— Passar protetor, entendi.

Levantei as mãos em sinal de rendição, subindo para nosso quarto em busca de protetor solar e por precaução um boné. 

É previsto que Cheryl ficaria em seu canto, de cara amarrada e sem interagir com ninguém, mas não pensei que conseguiria por tanto tempo. Depois que o jogo de sinuca acabou, Sabrina teve Gracie nos braços novamente, Nicholas tomou conta da churrasqueira e Mackenzie continuava a jogar, mas junto de Jughead. Betty e Veronica tiravam um tempo com meu afilhado. 

Minha esposa se mantinha isolada em uma espreguiçadeira posicionada na sombra. Meu passatempo foi tirar várias fotos de nossos amigos, até daquela mau humorada que não deixava ninguém se aproximar. 

— Cherry.

A chamei ao chegar perto o suficiente.

— Sim? 

Respondeu, os dedos batendo na barriga sem retirar os óculos de sol ou me encarar. Soltei um suspiro, me agachando ao lado da ruiva. 

— Vai ficar brava o dia inteiro? 

— Não estou brava. 

Se limitou a dizer.

— Só quero ficar sozinha. 

Balançou os ombros. 

— Tudo bem, você que sabe. 

Levantei, me negando a continuar com a insistência, infelizmente Cheryl tem seu tempo e não há ninguém que consiga mudar isso.

Me aproximei da mesa de sinuca para observar o jogo, Mackenzie estava muito enturmada, todos tinham assunto com a mesma e a treinadora nunca ficava sozinha, o que me aliviava um pouco já que não havia parado pra lhe dar atenção.

— O que a primeira dama tem? 

A treinadora perguntou assim que me aproximei. 

— Primeira dama? 

Jughead franziu a testa confuso. 

— A Cheryl. – respondi no lugar da morena, era um apelido que minha treinadora insiste em dar a minha esposa. Assim como a ruiva a chama de “ogra”. — Ela só não acordou em um bom dia.

Relaxei os ombros ao falar, observando os dois jogarem.

— Logo hoje? Quando os amigos vem visita-la? 

Mackenzie fez uma careta. 

— Esse é o problema. 

Jughead riu ao falar. 

As sobrancelhas de Mackenzie arquearam.

— Você é nova no grupo, mas todos aqui já sabemos lidar com Cheryl a mulher da Toni. – meu melhor amigo deu de ombros, andando na volta da mesa de sinuca para encaçapar uma bola. — Ela é uma insuportável, fato...

— Jug! 

— Mas nosso grupo seria estranho sem ela. 

Completou, revirei os olhos.

— Entendi. 

Mackenzie achou graça da explicação. 

— É normal a primeira dama implicar com novatas? 

— Oh, óbvio. – Jughead sorriu ao falar. — Principalmente quando você toma tempo da mulher dela. 

— Sério, Jones?! 

O repreendi, ele e Mackenzie se divertiram com minha irritação. 

Finalmente tive uma chance de jogar, a treinadora ainda era a invicta até agora no jogo de sinuca, mas estava pronta pra mudar isso. Nós nos divertimos durante a partida, apostando que se Mackenzie perdesse teria que fazer quantas flexões mandasse e se ganhasse, eu teria que jogar Cheryl na piscina. 

Isso mesmo, não poderia perder de jeito nenhum. 

Jughead, Nathan e Nicholas observavam de perto, todos sabendo o quanto aquele jogo valia. Nós tínhamos uma partida equilibrada e posso dizer que ninguém torcia por mim, todos queriam me ver tentando cair com minha esposa na piscina. 

— Quem conseguir encaçapar a bola preta ganha. 

Nicholas falou apreensivo, junto dos outros dois a volta da mesa. Era minha vez, só bastava colocar aquela bolinha para dentro do buraco, parecia tão fácil, mas infelizmente bateu na ponta retornando para o meio da mesa. Os garotos comemoraram. 

— Se prepare, Topaz. 

Mackenzie sorriu ao posicionar o taco, batendo com perfeição naquela maldita bola preta e encaçapando a mesma. Os três idiotas pularam uns contra os outros, acabei rindo em negação. 

 — Vocês deveriam estar do meu lado.

Resmunguei.

— Não mesmo, isso vai ser incrível! 

Jughead sorriu largo. 

— Cadê a madrinha? – Nathan franziu a testa ao não vê-la em nosso campo de visão. — Vou procura-la. 

Ele saiu em direção a casa. 

— Preciso guardar a câmera. 

Anunciei. 

— Não vale fugir, Topaz. 

Mackenzie fez sinal que estava de olho.

Suspirei, caminhando para adentrar nossa casa, ainda tirei uma última foto de Veronica, Betty e Sabrina com os bebês na sombra, as mães compartilhando suas experiências enquanto Lion corria no gramado, animado com a agitação da casa. Sorri comigo mesma ao ver o resultado das fotos, dando passos lentos pela casa.

— Nathan, você está ensopado! 

O tom duro da ruiva chamou minha atenção, fazendo-me dar um passo para trás. 

— Quer transformar minha cozinha em outra piscina? 

Aproximei-me do cômodo para dar uma escutada na discussão que provavelmente se formaria. Encostei meu corpo contra a parede, ficando ao lado da entrada e mantendo minha boca calada.

— Não, quero falar com você. 

Franzi a testa com o tom sério de Nathan. 

— Aconteceu alguma coisa? 

Cheryl soou preocupada.

— Aconteceu, você está com maior cara de bunda do mundo sentada naquela cadeira. – Nathan não parecia nada satisfeito, levei a mão a boca segurando para não rir com as palavras. — Todos seus amigos vieram pra cá porque gostam de você, talvez mais da Toni... – divagou parando por alguns segundos. — Mas... Tem muita sorte de várias pessoas frequentarem sua casa, quererem sua companhia, só que não da nenhum valor! 

Posso dizer que nunca ouvi o adolescente soar tão sério, esbravejando contra minha esposa que parecia não ter argumentos ou coragem de lhe recrutar. 

Cheryl estava mesmo o escutando?

— Me desculpa, madrinha. – ele voltou a falar após um silêncio. — Não queria te ofender ou... 

— Não, tudo bem. – ouvi um suspiro. — Você tem razão. 

Arregalei os olhos. 

— E não conte a ninguém que disse isso. 

O repreendeu em seguida. 

Sorri comigo mesma, pegando minha câmera e girando o corpo para poder ter a visão dos dois, em poucos segundos um som invadiu o espaço anunciando minha captura.

— Não se preocupe, Nathan. – o olhei, Cheryl tinha a boca aberta em surpresa. — Acabei de registrar o momento único em que minha esposa admitiu estar errada. 

— Não disse que estava errada. – cruzou os braços, franzimos a testa. — Apenas disse que ele tem razão.

Balançou os ombros. 

— Então você está errada.

Nathan concluiu. 

— Nós dois podemos ter razão. – tentou de forma inútil defender-se e nós rimos, a ruiva revirou os olhos. — Isso não sai daqui. 

— Seu segredo está guardado comigo, madrinha.

Nathan piscou para ela. 

O mesmo fez menção de sair, mas não sem antes tocar em meu ombro provavelmente me relembrando da aposta que perdi. Mordi o lábio ao ficarmos sozinhas, Cheryl foi até a geladeira buscando uma jarra com água e pegando um copo, observei a ruiva beber o líquido. Antes de me aproximar, olhei para trás pra ter certeza que estamos sozinhas e parei a sua frente. 

— Amor, quero propor uma troca. 

— Troca? 

Juntou as sobrancelhas. 

— Acabei de perder uma aposta na sinuca e terei que te jogar na piscina. 

 Há. Há. Há. – Cheryl forçou uma risada. — Nem pensar, Antoniette. 

— Nós podemos nos unir, Cherry. 

Sugeri, ela me encarou.

— Pode pedir o que quiser. 

— O que quiser? 

Sorriu, lambendo os lábios com minha proposta.

— Mas vai ter que me deixar te jogar na piscina. 

— Você só precisa... – largou o copo sobre o balcão e deu passos até mim. Já sei que vem um pedido sexual. — Lavar meus cabelos e secar mais tarde. 

— Jura? 

Não conseguia conter minha surpresa. 

— Juro, TeeTee. – seus braços envolveram minha cintura. — Eles acham que vou ficar furiosa com você, mas no final vou te dar um beijo na boca e sorrir como nunca. 

— Então quer deixa-los de queixo caído. 

Sorri tocando em seu rosto.

— Com toda certeza. 

Beijou meus lábios rapidamente e nos afastou.

— Agora irei voltar a minha pose de mau humorada. 

Desceu o óculos que estava em sua cabeça para o rosto, me apressei para guardar minha câmera e retirar as roupas de meu corpo ficando apenas de biquíni, deixei tudo pela sala, caminhando para fora ao prender meus cabelos. 

Cheryl estava passando bem perto da borda da piscina, os meus amigos rapidamente me olharam com expectativa e o único presente na água era Nathan que sorriu para a ruiva.

— Que tal um mergulho, madrinha? 

— Nem pensar, Price. 

Retrucou para o garoto. 

Olhei para a mesa de sinuca e Mackenzie balançava as sobrancelhas em minha direção, assim que Cheryl foi continuar seu caminho, corri até ela, agarrando o corpo contra o meu e pulando na água. Ainda ouvi um grito seu de surpresa antes de cairmos, emergi com rapidez e a ruiva fez o mesmo, grunhindo.

— Não poderia esperar que ficasse só de biquíni? 

Rosnou baixinho.

— O que aconteceu com o beijo na boca e sorri...

Não tive tempo de completar, em poucos segundos os lábios molhados estavam sobre os meus, as mãos em meu pescoço e pernas enroscadas em minha cintura. Segurei em suas coxas, sentindo o olhar de todos nossos amigos queimar em nós. 

— Nem um tapa? 

Jughead resmungou.

— Um “Antoniette, você está morta”. – a voz de Nicholas tentando imitar Cheryl me fez rir na sua boca. — Poxa, Red, esperava mais de você. 

— A Chefe deve estar fazendo o trabalho direitinho. 

Nathan zombou fazendo todos rirem. 

A ruiva nos separou, revirando os olhos.

— Está com sorte que meu humor mudou. – sussurrou contra meus lábios, as pernas firmando cada vez mais ao meu redor. — Ou poderia dizer a todos o quanto você é submissa na cama. 

— O que? Não sou submissa. 

Sussurrei a frase como se fosse um segredo e em repreensão.

Cheryl riu. 

— Pode não ser, mas dominante também não é. 

— Quem tem sorte agora é você de nossa casa estar lotada, iria fazer engolir cada palavrinha, Marjorie. 

Ameacei, a ruiva encarou-me fixamente por alguns segundos, o ar saindo por sua boca entre aberta enquanto as unhas arranhavam levemente meu pescoço. Poderia jurar que me arrastaria para qualquer cômodo da casa, se não fosse por um pulo repentino bem perto de nós jogando-nos água. 

— Mas que...

Parei de falar ao ver Lion debatendo as patinhas ao nosso lado somente com a cabeça de fora, troquei um rápido olhar com Cheryl antes de sorrirmos com a cena. 

— Veio salvar a mamãe? – perguntei tocando em sua cabeça. — Não se preocupe porque já fiz isso. 

Pisquei para a labrador, Cheryl revirou os olhos desentrelaçando as pernas da minha cintura e subindo na borda. Observei minha esposa retirar a saia longa – agora completamente molhada, e descer para a água novamente. Abri um sorriso ao ver que o conselho de Nathan parece ter dado muito certo e não iria mais se isolar, aliás estava impressionada por escutar alguém. 

Eles se juntaram para conversar na piscina, principalmente depois do adolescente lhe alcançar o óculos que ficou perdido na água após cairmos. Brinquei com Lion, o auxiliando para nadar de um lado para o outro e assim que o percebi cansado, ajudei a sair da água. 

— Hey, Topaz. 

Levantei o olhar para Mackenzie que me chamava. 

— Você tem uma academia particular? 

Fez menção para as portas de vidro, dando a visão de meus aparelhos exclusivos para treinar sozinha. Podia ver que Mackenzie estava admirava com o local. 

— É, meu lugarzinho favorito. 

Falei ao encostar-me contra a parede da piscina. 

— Devíamos fazer um treino antes do almoço. 

Sugeriu. 

— TeeTee. – olhei para voz que me chamava, Cheryl caminhava em minha direção. — Hoje é domingo. 

— E domingo significa sem treinos. – soltei o ar, encarando brasileira. — Sinto muito, Mackenzie. 

— Claro, se a primeira dama falou... 

Murmurou contrariada, a ruiva já estava perto o suficiente para estreitar o olhar, mas não tenho muita certeza se ouviu. Nenhuma das duas nem desconfia dos apelidos que se chamam pelas costas. Mackenzie se afastou da piscina e Cheryl parou a minha frente, colocando o óculos de sol acima da cabeça.

— Ela disse alguma coisa? 

— Não, Cherry.

Afirmei, torcendo para que esquecesse. 

— Vem cá. 

Segurei em sua cintura, a encostando na parede gelada e trazendo suas pernas para me envolverem novamente. Minhas mãos espalmaram na parte inferior de suas coxas, afundando o rosto em seu pescoço sentindo a maciez e cheiro natural da sua pele. 

— E o tal namorado? Você não disse aquilo pra me acalmar, certo? 

Havia curiosidade em seu tom. 

— Não, amor. 

Soltei uma risada, beijando seu pescoço antes de encara-la.

— Parece que é surfista e vive viajando. 

— Corajoso ele. 

— Que? 

Franzi a testa. 

— Se namorasse essa ogra também passaria viajando. 

Resmungou, gargalhei jogando minha cabeça para trás. 

— Nunca vai parar com essa implicância? 

— Já disse, é só ela parar de me irritar. 

— Vocês duas... 

Murmurei, balançando a cabeça em negação. 

Cheryl não parecia se importar com minhas repreensões, usando de seu maior efeito sobre mim para fazer esquecer: Ela mesma. Distribuindo beijos por meu rosto, acariciando meus cabelos e dizendo o quanto me ama. 

Estava feliz que no final aquele dia havia dado certo, sem mais implicâncias, mau humor ou discussões, conseguimos sobreviver a um domingo com a casa cheia. Tudo que ficou para trás foi a bagunça – que Cheryl fez questão de ligar para uma diarista aparecer amanhã e não sobrecarregar a Debora, e o cansaço. Antes de dormimos, a ruiva nem me cobrou lavar seus cabelos e seca-los, apenas pediu pelo conforto de meus braços, apagando no segundo seguinte e poderia dizer que foi um dos top três de nossos domingos em família... E olha que já tivemos muitos.

[ Quando você menos espera tem capitulo novo.

Arthur foi o nome mais sugerido pra ser o do bebê beronica, entao ai está.

Já aviso que o próximo capitulo está cheio de emoções.

🤔 ]

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