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Toni Topaz – Point Of View
Um pequeno resmungo saiu por entre meus lábios enquanto remexia o corpo na cama, mesmo de olhos fechados sentia uma claridade no quarto me incomodar. Aos poucos, abri os olhos me certificando de que ainda estávamos no quarto de motel, o sol invadindo o cômodo por uma janela no topo em meio aqueles inúmeros espelhos. Minha atenção foi desviada para a ruiva ao meu lado, completamente apagada e com a cara afundada no travesseiro.
As lembranças de ontem a noite rapidamente vieram a minha mente, um sorriso se apossou de meus lábios e deixei um beijo em sua bochecha antes de levantar. A iluminação roxa do quarto continuava inutilmente presente, obrigando-me a procurar pelo controle e desliga-la. No mesmo momento em que larguei o aparelho no suporte, senti a barriga roncar de fome e ri comigo mesma.
O motel que Cheryl escolheu é o melhor, além de estarmos no melhor quarto, era como estarmos em um hotel chique com direitos como: café da manhã. Liguei para o atendimento, pedindo por nossa primeira refeição do dia. A ruiva na cama continuava dormindo, provavelmente exausta de nossas brincadeiras ontem.
Enquanto o café não chegava me encaminhei para o chuveiro depois de fazer minha higiene. Assim que a água entrou em contato com meu corpo, relaxei, mas meu conforto não durou quase nada porque quando comecei a ensaboar minha pele senti ardências por todas marcas que as unhas da minha esposa deixaram. O meu olhar caiu para a barriga, havia alguns vergões vermelhos espalhados e também vi o piercing que a ruiva tanto amou.
Levantei a cabeça, olhando para a cama que ficava na direção do chuveiro, os vidros completamente transparentes facilitaram minha visão de Cheryl – agora, acordada e com o olhar fixo em mim. Sua cabeça levemente inclinada para o lado conseguindo me admirar melhor enquanto mordia o lábio de forma provocativa. Abri um sorriso negando e virei de costas para minha esposa.
— Gostosa!
Ela fez questão de falar, soltei uma risada terminando o banho sobre o olhar atento de Cheryl. Até poderia lhe dar mais alguns minutos de um show particular, mas o café poderia chegar a qualquer momento. Me sequei com a toalha que o motel fornece, vestindo um roupão também do local. Em passos lentos, aproximei meu corpo da cama, inclinando-me para beijar os lábios grossos da ruiva.
— Bom dia, Cherry.
— A visão antes estava muito melhor.
Sorriu maliciosa pegando no laço de meu roupão para desfaze-lo.
— Ei, mocinha! – a impedi. — Pedi café para nós, que tal um banho pra relaxar, uh?
— Estamos em um motel, só quero relaxar de um jeito...
Insistiu, voltando a tocar no laço.
— Amor, estou morrendo de fome.
Usei meu tom manhoso.
— Tudo bem. – sentou na cama, suspirando. — É sempre bom alimentar a presa antes de come-la.
— Cheryl!
A repreendi rindo, ela balançou os ombros.
— Estou indo para o banho...
Cantarolou se arrastando pelo colchão para sair da cama, sorri para a ruiva lhe pegando pela cintura no caminho para o chuveiro e depositando um beijo em seus lábios.
— Não me provoca. – murmurou contra minha boca. — Eu não tenho o seu autocontrole.
— Verdade, esqueci que é louquinha por mim.
Pisquei, descendo minhas mãos para sua bunda e estalando um tapa em suas nádegas. Cheryl arfou segurando-me pelas barras do roupão para que não desgrudasse dela.
— Antoniette.
Rosnou.
O meu nome veio junto de batidas na porta.
Sorri para minha esposa.
— Hora do café!
Estalei um selinho na sua boca, a ruiva bufou por ser provocada enquanto me dirigia até a porta. A verdade é que sei quando provocar ou não essa mulher, hoje tenho certeza que Cheryl está no ápice do seu humor. Ela dormiu bem, nós transamos, era o suficiente para logo após minha provocação lançar-me um sorriso como se nada tivesse acontecido, algo que nunca ocorreria em dias rotineiros.
Já aprendi que posso provocar minha esposa de várias maneiras, mas nunca com sexo, não se não for terminar o que comecei. Porque o sexo é com certeza como a religião dessa mulher, é sagrado.
Recebi nosso carrinho de serviço cheio de variedades para nos alimentarmos, trocava olhares com minha esposa enquanto a mesma tomava seu banho e meu desejo começou a ser ter um chuveiro com vidros transparentes para poder admira-la todos os dias.
O meu celular tocou em cima do bidê ao lado da cama interrompendo minha fixação na ruiva nua que ensaboava o próprio corpo. Peguei o aparelho em mãos, focando o olhar na tela onde tinha uma mensagem da minha mãe.
“Vamos almoçar em um restaurante, vê se nos encontrem no endereço que vou mandar, vocês tem a vida toda pra transarem! Bom dia, filha.”
Um sorriso divertido se abriu em meus lábios, balançando a cabeça em negação enquanto digitava uma resposta para dona Katy.
“Bom dia, mãe. Estaremos lá, não se preocupe.”
Respondi de forma curta, ignorando sua pequena piadinha sobre minha noite com Cheryl. Dei uma checada no horário percebendo que ainda tinha pelo menos três horas até o meio dia e só tirei a atenção da tela quando senti mãos em meus ombros, posteriormente o peso da ruiva sobre minhas pernas ficando de lado em meu colo.
— Por que que estava rindo?
Perguntou curiosa, o seu olhar não estava no meu, Cheryl havia pegado um morango do nosso carrinho e mordia a ponta do mesmo.
— Minha mãe quer nos encontrar para um almoço e disse que temos a vida toda para transarmos então sem atrasos.
— Ela tem razão, mas se eles não estivessem em Seattle...
Falou oferecendo-me o morango que mordeu e fiz o mesmo, me deliciando com o gosto doce da fruta. Cheryl me deu um selinho antes de sorrir e continuar:
— Iria te obrigar a ficarmos aqui o dia inteiro.
— Você não iria me obrigar a nada porque ficaria de livre e espontânea vontade.
Balancei os ombros, a ruiva sorriu ainda mais.
Minhas mãos adentraram o seu roupão, acariciando a pele de suas coxas, cintura e barriga o tempo inteiro enquanto Cheryl fazia questão de me dar o que quisesse daquele carrinho na boca. Nós trocamos alguns beijos, rimos, provocamos uma a outra. Fazia questão de colocar meus lábios em cada chupão que deixei em seu pescoço, a pele pálida facilmente marcada seria difícil de esconder com a maquiagem, mas a ruiva não estava se importando com literalmente nada.
— Eu amei ontem... – todas as falas da minha mulher vinham com um sorriso. — Mesmo fugindo dos meus planos.
Rolou os olhos em insatisfação.
— Você vai me contar quais eram seus planos?
Arquei uma sobrancelha.
— Claro... – ajeitou seu corpo em meu colo, os braços entrelaçando em meu pescoço. — Do mesmo jeito que testou meu sentido, iria testar sua concentração.
— Minha concentração?
— Curiosa, Tee? – lambeu os lábios. — Quer que te conte com detalhes?
— Adoraria.
Respondi, Cheryl estalou a língua no céu da boca em animação e levantou de meu colo, apenas para sentar sobre minhas coxas novamente com o corpo de frente para o meu, os joelhos dobrados sobre a cama.
— Bom... – sussurrou, o sorriso brincando no canto dos lábios que não demoraram a estar em contato com meu pescoço. — Começaria fazendo uma dança sensual pra você, amor...
Um gemido escapou por entre meus lábios enquanto fechava os olhos, só com sua voz bem na pontinha da minha orelha, beirando a rouquidão e me induzindo imaginar o que aconteceria.
— Aos poucos ficaria completamente nua, até poderia deixar você tocar em meu corpo... – suas mãos invadiram meu roupão, subindo pela clavícula e deslizando o tecido branco pelos ombros. — Depois iria te deitar na cama.
Cheryl empurrou-me com as mãos espalmadas em meu peito fazendo com que caísse no colchão, encarei seus castanhos escuros, deslizei os dedos por suas coxas apertando sua carne em excitação.
— Eu iria te algemar, Tee. – sussurrou ao colocar o corpo sobre o meu. — Te prender para que não me tocasse.
A fala veio junto com um movimento rápido, suas mãos tocaram meus pulsos os grudando contra o colchão bem acima da minha cabeça. Ofeguei com a cena de Cheryl em cima de mim, o rosto bem perto do meu, encarando-me para demonstrar todo o desejo que estava sentindo no momento.
— Então... Com você algemada, continuaria o show, dançando pra você enquanto a música toca... – ela sorriu, safada, ousada, sendo a ruiva que amo na cama. — Eu iria rebolar... – Cheryl fez os movimentos com o quadril sobre mim, roçando o corpo no meu e fazendo com que arfasse. — Com a minha buceta na sua boca.
Os meus olhos fecharam para apreciar aquela voz, o poder das palavras impuras saindo pelos lábios da minha mulher, o seu nariz e boca roçando na minha, os quadris remexendo sobre o meu nos esfregando por cima do roupão.
Porra, eu iria ficar louca.
— E se quiser, posso parar de contar e te mostrar como iríamos continuar.
Sorriu contra minha boca, mordendo meu lábio inferior e pressionando mais os dedos contra meus pulsos. Eu estava salivando com a possibilidade de sentir seu gosto, chupar seu sexo quente e tão saboroso para mim.
— Caralho, só se for agora.
Meus castanhos encontraram os seus, Cheryl deu mais um sorriso com a resposta e duvidava se em algum momento essa mulher parou de sorrir hoje. Os nossos lábios se encontraram em um beijo faminto enquanto nos livrávamos completamente dos roupões que nos separavam de ter contato uma com a pele da outra.
O beijo só foi quebrado para minha esposa levantar da cama e ir até sua bolsa, voltando com dois pares de algemas. Estiquei os braços para ser presa contra o ferro da cabeceira da cama, tão bem posicionado que tinha certeza que era planejado para situações como essa.
— Fecha os olhos, amor.
Cheryl pediu.
Minhas pálpebras caíram no mesmo momento.
— Não abre, vou confiar em você.
Selou nossos lábios e de olhos fechados, senti que a mesma havia saído da cama. Fiquei ansiosa com que estava por vir, Cheryl não contou todos seus planos e tinha certeza que havia muita coisa não dita. Minha mulher demorou no máximo cinco minutos, não sei, não tinha ideia de tempo ao estar com os olhos fechados.
— Pode abrir, amor.
Ouvi seu sussurro bem perto do meu rosto, quando o fiz, a ruiva nem me deu tempo de pensar colocando a boca na minha e iniciando mais um beijo. Dessa vez suas mãos percorriam por meu corpo, apertando, arranhando, estimulando cada parte minha. Chupei sua língua, a instigando a continuar com o que estava fazendo e Cheryl sorriu caindo o rosto para a curvatura de meu pescoço.
Beijos, chupões, mordidas, lambidas, a ruiva se aproveitava de minha pele descendo para seios e parando por mais tempo em minha barriga, brincando suavemente com o piercing em meu umbigo. Posso jurar que vi os seus castanhos brilharem ao olhar para a peça em meu corpo. Me remexi na cama, os pulsos presos deixavam-me sem poder toca-la ou ao menos agarrar os lençóis.
Quando minha esposa chegou ao meio de minhas pernas, afastou as mesmas para encaixar-se, levantando os meus joelhos e deixando-me completamente aberta. A língua quente e firme de Cheryl passou por minha extensão, fazendo movimentos para cima e para baixo e causando gemidos arrastados que saíam por minha boca. Meu quadril se remexia a cada vez que a ruiva chupava meu nervo sensível, o estimulando com a ponta da língua.
Assim que senti sua ausência, suspirei de frustração, abrindo os olhos que estavam fechados e inclinando a cabeça para poder enxerga-la. Só então reparei em um objeto em cima da cama, nem tive tempo de raciocinar porque em poucos segundos Cheryl estava o colocando dentro de mim, encaixando em minha entrada. A sensação era boa, um brinquedo pequeno de silicone e macio o suficiente para não me deixar nada desconfortável.
— Agora vou testar sua concentração, meu amor.
Cheryl chamou minha atenção, o seu celular em mãos me fez franzir a testa, mas entendi um pouco mais de seus planos quando deslizou o dedo pela tela e o brinquedo dentro de mim vibrou me fazendo gemer com a sensação fodidamente gostosa.
— Isso vai ser divertido...
Sorriu, deslizando novamente e fazendo o aparelho vibrar mais rapidamente, a minha intimidade pulsou com força, um gemido mais arrastado saiu por minha boca.
— Olha só, Tee... – Cheryl tinha um tom de inocência ao engatinhar em cima de mim. — Você terá que se concentrar no seu prazer e no meu. – continuou a falar posicionando um joelho em cada lado de minha cabeça deixando seu sexo completamente úmido bem a frente do meu rosto. — É melhor me chupar gostoso ou faço o brinquedo parar.
Apenas com o polegar aquela filha da puta conseguia fazer o aparelho em minha intimidade parar no mesmo instante. Inclinei-me para cima, buscando seu sexo com os lábios e nós gememos juntas assim que abocanhei sua intimidade. Cheryl abriu mais as pernas, ficando exposta para que conseguisse lhe dar prazer de uma melhor forma e no início foi fácil porque o brinquedo estava parado. Eu conseguia fazer minha esposa gemer e esfregar-se em meu rosto, mas não durou muito tempo, aquele maldito brinquedo dentro de mim começou a vibrar com os comandos da ruiva.
O meu quadril arqueou, um gemido mais alto saiu por meus lábios e posso dizer que já estava quase pedindo desistência. Cheryl fazia questão de mudar as vibrações do aparelho, hora lentas, hora rápidas... Porra, aquele brinquedinho era feito para fazer gozar rápido, mas minha esposa me torturava ao para-lo cada vez que estava chegando lá.
Sem as mãos, tinha que me esforçar para ficar com a cabeça alta e lhe chupar, tentei me concentrar muito mais nela do que em mim, lhe estimulando com a língua e lábios. Suguei o seu clitóris, algo que fez a ruiva acelerar os movimentos do brinquedo e sabia que ela também estava chegando lá. Senti uma pressão em meu ventre, as pernas começaram a tremer e Cheryl iniciou movimentos com os quadris, rebolando em minha boca. Firmei a língua para alcançar seus pontos, mas mesmo tentando estar focada nela, fui a primeira a gozar com a maneira que aquele brinquedo conseguia me estimular.
A ruiva percebeu minha falta de atitudes, afastando-se por um momento, via em sua expressão que não havia nada de errado em ter chegado no ápice primeiro, pelo contrario ela estava se divertindo.
— Parece que você não tem muito controle, não é, amor? – mordeu o lábio, deslizando o dedão por aquele celular novamente e me fazendo arquear as costas. — Agora me faz gozar, vai, depois vou me aproveitar de você.
Eu não tinha palavras ou talvez raciocino para conseguir lhe responder, o meu objetivo em nosso sexo é sempre priorizar a Cheryl, nunca a mim mesma, eu amo lhe dar prazer e ver a satisfação em seu rosto com meus toques. Ela sabe e sente isso, acredito que por esse motivo está com um sorriso convencido nos lábios.
O que não permaneceu em seu rosto muito tempo, eu voltei a chupa-la, dessa vez com muito mais precisão e concentração do que antes. A ruiva já estava sensível e aquele brinquedo parado em mim facilitava tudo. A penetrei com a língua, Cheryl fez movimentos acima de mim, buscando por seu próprio prazer enquanto estimulava seus seios, agora sem o celular em mãos.
Retornei a estimular o seu clitóris, a ponta da língua tocando naquele nervo inchado, o seu liquido escorrendo por minha boca e fazendo questão de sugar tudo. Os sons de sucção pareciam atiçar ainda mais minha esposa que começou a se remexer acima de mim sem controle, gemendo alto enquanto suas pernas tremiam e por fim, dando leves espasmos enquanto relaxava.
Joguei minha cabeça contra o travesseiro, Cheryl deitou ao meu lado e podia ver um sorriso se apossando de seus lábios ficando cada vez maior a cada segundo que passava.
— Porra, Cheryl, da onde você tira essas coisas?
Perguntei sem conseguir conter minha curiosidade, a ruiva soltou uma risada, apoiando o cotovelo contra a cama e posicionando a cabeça na mão, sua mão livre deslizou pela frontal de meu corpo.
— Sex-shop online, Tee. – deu de ombros. — Sabia que eles entregam em menos de vinte e quatro horas? Incrível!
Acabei sorrindo com sua animação.
— Na próxima vez vamos fazer compras juntas.
— Tudo que quiser, meu amor.
Selou nossos lábios.
— Quem sabe você me solta? – balancei as algemas. — Está apertado.
— Está apertado, bebê?
Cheryl perguntou em um tom de lamentação.
— Só vou te soltar quando eu quiser. – seu corpo ficou acima do meu. — Tenho meus direitos, lembra?
Sou uma idiota de ter falado para Cheryl que poderia fazer o que quiser comigo, com certeza não cometerei esse erro novamente porque está me custando muito caro.
Os meus pensamentos foram cortados pelos lábios da minha esposa nos meus, a ruiva chupou meu inferior para introduzir sua língua em minha boca iniciando um beijo lento, as mãos deslizando por meu corpo totalmente nu para ela. Cheryl me beijou até o ar faltar, ofegando ao ficar alguns centímetros de meu rosto, suspirando em seguida. O seu olhar percorreu de meu rosto, descendo para o corpo e voltando para meus castanhos.
— Sou tão sortuda...
Sussurrou, descendo a boca para meu pescoço onde depositou beijos junto de mordidas, escorregando os dentes por minha pele com força. Gemi baixinho a sentindo sorrir na minha curvatura, a ruiva beijou cada cantinho de meu corpo me torturando. Quando chegou em meu umbigo, trocou um olhar comigo abrindo mais um sorriso largo por conta do piercing. Cheryl lambeu o pingente, beijou e o sorriso quase não saía da sua boca.
Ainda havia uma certa dorzinha por ter tido que furar novamente o local, já faz dez anos que havia tirado então, precisava até mesmo de cicatrização novamente. Pelo menos minha esposa tem sido delicada ao fazer seus carinhos.
Minhas pernas foram abertas, as unhas da ruiva deslizaram por minhas coxas as erguendo para ficar com o rosto bem em minha intimidade, o brinquedo já não estava mais dentro de mim, mas tenho que admitir que a língua da minha mulher escorregando para dentro de meu sexo era muito mais prazeroso. Movimentos de vai e vem, entrando e saindo com maestria, enfiando toda sua língua para dentro e parando por alguns segundos em uma pressão gostosa.
Remexi meu quadril contra sua boca, Cheryl acelerou seus movimentos aos poucos, dessa vez chupando meu líquido que escorria por entre as pernas, estimulando meu clitóris com a ponta dos dedos enquanto continuava me fodendo com sua língua. Minha vontade era lhe agarrar os cabelos, mas tudo que podia fazer é contorcer meu corpo na cama enquanto balançava aquelas algemas fazendo um barulho das correntes das mesmas contra o ferro.
Não demorou para que gozasse na boca de minha esposa, relaxando completamente o corpo na cama ao ter o segundo orgasmo nas primeiras horas do dia. Cheryl subiu até mim, os lábios tocando os meus em um selinho demorado.
— Eu amo seu gosto, sabia?
Sorriu, lambendo os lábios e sentando em meu quadril, conseguia sentir seu sexo quente e molhado contra minha pele e não posso negar que era excitante pra caralho.
— Os seus olhos até brilham quando estou em cima de você. – ela riu ao falar e meu olhar que estava em sua intimidade foi para seus castanhos. — Gosta quando rebolo pra você, amor?
Ela esfregou seu sexo no meu, gemi com o contato.
— Amo.
A corrigi, a mesma sorriu largo.
— Adoraria estar com as mãos em mim agora, não é? – sussurrou, rebolando acima de mim novamente, friccionando nossas intimidas e fazendo com que jogasse minha cabeça pra trás. Porra! — Amo te prender porque vejo o quanto se sente torturada por não me tocar.
Cheryl estava coberta de razão, o seu corpo acima do meu pedindo por minhas mãos, meus dedos, apertões... Caralho, daria tudo pra arrebentar as correntes e toca-la.
Minhas pernas se afastaram para um melhor contato com a ruiva, a mesma inclinou seu corpo para frente e agarrou meus seios os massageando. Eu estava tão sensível que somente de esfregar o seu sexo no meu com suas reboladas, sentia meu orgasmo vir. Meu quadril se remexia junto com o seu, nossos gemidos se misturaram e em poucos minutos, cheguei novamente ao ápice.
Ofeguei, cansada de ter as várias sensações tão rapidamente e intensas. Cheryl nem havia chegado em seu orgasmo, mas não estava insatisfeita, pelo contrário, aquele sorriso ainda não saiu de seus lábios.
— Não quero te desgastar tanto, nós ainda temos um almoço com seus pais.
Suspirou finalmente me soltando daquelas algemas, rapidamente toquei em meus pulsos marcados e Cheryl fez questão de distribuir beijos pela vermelhidão em minha pele.
— Promete que viremos mais vezes?
Ela perguntou ao deitar sobre meu peito.
— Uma vez por mês, fica bom?
Seu rosto ergueu em animação, os castanhos brilharam.
Viu? Sexo é sagrado pra essa mulher.
— Fica ótimo.
Tocou em meu rosto, selando nossos lábios. Nós sorrimos juntas, soltei um suspiro cansado e a ruiva acariciou minha bochecha com o polegar, meus olhos automaticamente fecharam.
— Não dorme, em seguida temos que ir encontrar meus sogros...
— Nem um pouquinho?
Fiz beicinho ao encara-la, Cheryl riu.
— Que tal relaxar na hidro?
— Aceito.
Concordei com a proposta.
Cheryl foi a primeira a sair da cama, puxando-me junto dela ao entrelaçar nossas mãos. A hidromassagem redonda e bem perto do chuveiro era baixinha para que pudéssemos sentar, a ruiva ligou a mesma fazendo um barulho para começar com o relaxamento. Nós entrámos na água e ficamos lado a lado, meus braços enlaçaram a cintura da minha esposa e deitei a cabeça em seu ombro ficando com o rosto na curvatura de seu pescoço.
Um cafuné em meus cabelos foi o suficiente para me fazer fechar os olhos, pressionando o corpo contra o da ruiva ao meu lado. Suspirei, desejando nunca mais sair de nossa bolha de puro sexo e amor.
— Estou aqui me lembrando da Gracie e que sou madrinha... – Cheryl comentou colocando a cabeça sobre a minha. — E agora Betty está grávida e você provavelmente será madrinha.
— Eu sou, ela já me disse.
Confirmei, deslizando meu nariz por sua pele sentindo mais de seu cheiro.
— Imaginei. – soltou um riso fraco. — Lembra de sua mãe nos pedindo netos no jantar?
Abri os olhos na hora, me negando a retirar o rosto do pescoço de Cheryl e ver sua expressão. Quis matar minha mãe quando insinuou que tivéssemos filhos agora, a ruiva provavelmente não está preparada e nem pensa nisso. Sempre deixei claro o desejo para sermos uma família, mas geralmente o assunto a assustava, mesmo que isso tenha acontecido antes mesmo de nos casar não quero de jeito nenhum pressiona-la.
— Você sabe... – o meu tom quase não saiu, forcei a garganta e ergui o rosto para encara-la. — A gente não precisa falar sobre isso agora.
Franzi o nariz.
Não sei explicar qual a expressão da minha esposa.
Talvez surpresa?
— Claro. – juntou as sobrancelhas, piscando algumas vezes. — Claro, amor, não precisamos.
— Ei, eu tenho uma coisa pra te contar!
Abri um sorriso, lembrando-me da pequena surpresa que preparei e acredito que Cheryl não desconfiou de nada. Os castanhos me encararam atentos.
— Ontem, a surpresa não era só o piercing.
— Não? Tinha mais? Tem mais?
Seu tom subiu em animação.
— Eu trouxe uma câmera na mochila... – falei observando cada reação no rosto de minha mulher. — E nos gravei a partir do momento que te levei pra cama.
— Você... O que? – levou a mão a boca. — Onde está a câmera?
— Guardei quando você dormiu.
— Tee, eu preciso ver... – murmurou como se estivesse sendo torturada, acabei rindo. — Cadê sua mochila?
Levantou o corpo saindo da água as pressas, balancei a cabeça em negação rindo comigo mesma. Eu sabia que a ruiva iria amar então carreguei comigo um pequeno tripé desmontável e posicionei a câmera bem de frente para a cama. Cheryl estava tão focada em nós e depois tão cansada que nem percebeu o objeto.
— Não esqueça que temos um almoço...
Meu tom era alto enquanto me levantava, sai da hidromassagem e entrei direto no chuveiro podendo ver minha esposa sentada na cama, a mochila jogada ao seu lado e câmera em mãos enquanto tinha o olhar atento na mesma.
— Tee... Meu Deus... A sua bunda...
— Cheryl!
A repreendi enquanto ria.
— Amor, nós somos muito gostosas. – revirei os olhos sorrindo, ensaboava meu corpo enquanto a ruiva tinha a atenção toda na câmera. — Droga, estou com vontade de fazer tudo de novo.
Lamentou, o meu olhar foi para a cama e em menos de um segundo, os castanhos de Cheryl estavam nos meus. Um sorriso começou a abrir em seus lábios, largando a câmera e vindo em minha direção. Conhecia muito bem aquele sorriso para saber o que ela queria.
— Cherry, vamos nos atrasar...
Falei assim que adentrou o box junto comigo fechando a porta de vidro atrás de si, a ruiva mordeu os lábios ao me analisar de cima a baixo.
— Atrasos acontecem. – balançou os ombros, as mãos deslizando por meu corpo. — E prometo que seremos rápidas...
Colocou seus lábios sobre os meus.
E como sempre quando se trata de Cheryl Topaz: Eu não resisti.
×××
— Não, Antoniette. É um almoço com seus pais!
Cheryl usou seu tom firme contra mim, fiz um beicinho em sua direção e ela revirou os olhos. Ela estava brava, negando o meu pedido completamente simples de usar nosso novo brinquedinho nela enquanto estivéssemos no restaurante.
— Amor...
Usei meu tom manhoso.
— Toni, é sério, são meus sogros. – falou pegando a bolsa que estava no banco de trás do carro. — Agora vamos entrar que estamos atrasadas.
— Ah, seria divertido...
Resmunguei.
Cheryl segurou meu rosto apenas com uma mão, pressionando os dedos em meu queixo e bochecha, os castanhos fixaram nos meus antes de caírem para minha boca.
— Sei que seria incrível porque já testei antes de usar com você, mas não vou fazer isso na presença dos seus pais.
Forçou os lábios contra os meus antes de abrir a porta do carro e sair, juntei as sobrancelhas me perguntando em qual momento a ruiva usou o brinquedo. Foram somente três dias que não transamos, mas estávamos juntas sempre e não me recordo de alguma movimentação, som que desse a entender que minha mulher estava se masturbando sem mim. Sai do carro, batendo a porta para encontrar Cheryl no celular perto do veículo, estávamos no estacionamento do restaurante.
— Quando você usou?
As palavras pularam para fora de minha boca, a ruiva riu tirando sua atenção do celular e o guardando na bolsa pendurada em seu ombro. Só pra esclarecer, ela fez questão de deixar todos nossos brinquedos sexuais na minha mochila e dentro do porta malas do carro.
— Você não tomava banho comigo então...
— Caralho, é a prova d’água?
Perguntei surpresa com as tantas vantagens desse vibrador, após Cheryl usar em mim e abusar muito de meu corpo, ela me explicou sobre ele enquanto tomávamos banho juntas.
— Ele é tudo, meu amor. – sorriu ao falar. — Poderia me casar com esse brinquedo.
— O que? Cheryl!
— É sério. – balançou os ombros, descendo a mão para entrelaçar na minha. — Acho que nunca gozei tão rápido.
Divagou, olhando para cima e voltando a me encarar.
— Enfim, seus pais estão nos esperando.
Puxou-me.
Ela vai mesmo agir como se não tivesse acabado de dizer que um vibrador é melhor do que eu? Porra.
— Pode ao menos me dizer quantas vezes usou?
Continuei quando adentramos o elevador, para minha sorte estava completamente vazio e poderia encerrar esse assunto com minha mulher. Cheryl sorriu, posicionando o corpo a frente do meu e deslizando as unhas por meu pescoço.
— Está com ciúmes de um vibrador?
— Só estou curiosa.
Falei, apoiando uma mão na parede do elevador. Cheryl soltou um riso fraco, levantando o olhar para a câmera de segurança e voltando a atenção para mim, ela provavelmente bloqueava toda a visão daquela lente.
— Usei uma vez só porque seus pais já estavam em nossa casa. – seus dedos escorregaram por minha clavícula, a camisa branca social tinha alguns botões abertos. — Mas não se preocupe...
Sua mão desceu com rapidez para minha jeans, espalmando-a bem em meu sexo e fazendo um movimento de vai e vem lento. Apertei as pernas, reprimindo um gemido.
— Ele não tem uma buceta gostosa de chupar igual a sua.
Sua língua passou pelos lábios, umedecendo aquela boca carnuda por cada cantinho que passava. Ela me hipnotizou como uma sereia, uma medusa, ou simplesmente como ela sempre consegue fazer comigo apenas usando dos movimentos certos.
O elevador apitou, anunciando nosso andar e Cheryl se afastou, girando para ficar de costas para mim, não hesitei em deixar o olhar cair para sua bunda apertada pela saia. A ruiva me olhou por cima dos ombros, piscando antes de sair rebolando na minha frente. Balancei a cabeça em negação, sorrindo comigo mesma.
Já disse que essa mulher vai me deixar louca?
Apressei os passos, alcançando Cheryl e deslizando minha mão pela sua para entrelaçar nossos dedos. Adentramos o restaurante juntas e não demoramos a avistar a mesa com nossos pais e Samantha. Sentamos lado a lado.
— Nada como uma bela noite pra abrir um sorriso no rosto da minha nora, uhn?!
Dona Katy fez questão de comentar.
— Mãe! Olha a Samantha.
Apontei para a garota ao lado de Cheryl, concentrada demais em seu celular para conseguir prestar atenção nas palavras de nossa mãe. Minha esposa nem se abalou, pelo contrário, piscou para a sogra enquanto bebia um gole de água.
— Ah, minha filha, nós sabemos muito bem o que...
— Então, Toni. – meu pai interrompeu a esposa. — Quando você volta a treinar?
— Muito obrigada, pai.
Suspirei em alívio por mudar de assunto, Cheryl se divertia junto da minha mãe em risadas. Sinceramente essas duas... Ajeitei minha postura, encarando meu pai e ignorando a dupla.
— Aliás, quero focar um pouco na academia, mas irei contratar um treinador e logo. – expliquei resumidamente meus planos. — Dessa vez irei pesquisar muito bem com quem trabalho.
— Deveria me levar junto, nunca gostei daquele Willian.
Cheryl comentou franzindo o nariz.
— Eu também, assim que olhei pra ele...
Minha mãe concordou com a ruiva e as duas começaram a debater os números defeitos de meu ex-treinador. Troquei um olhar com meu pai revirando os olhos e antes que pudéssemos iniciar um assunto o garçom nos interrompeu para anotar os pedidos.
O almoço foi incrível, estávamos juntos como uma família, rindo e conversando enquanto Samantha reclamava o quanto sente falta dos amigos. No final, acabamos todos no aeroporto nos despedindo da minha família que voltaria para Los Angeles, mas prometeram que viriam nos visitar logo.
×××
Cheguei em casa tão cansada que fui direto dormir, Cheryl até deitou junto comigo, mas quando acordei estava sozinha na cama. Ainda sonolenta, levantei e sai do quarto em passos arrastados. Caminhei até a sala, sabia que a ruiva estava presente no cômodo somente pela presença de Lion e realmente, minha esposa tinha o corpo esticado no sofá.
As pernas dobradas, um caderno apoiada nas mesmas enquanto rabiscava a folha, o óculos de grau em seu rosto enquanto se mantinha completamente concentrada. Me aproximei devagarinho, os pés descalços me davam a vantagem de Cheryl não ter percebido minha presença.
— Buh!
Apoiei as mãos no encosto do sofá, ficando bem próxima para assusta-la, algo que deu certo no início já que minha esposa encolheu os ombros e deixou seu caderno cair, mas assim que abri a boca para começar a rir um Lion superprotetor pulou em meu corpo derrubando-me com facilidade. O labrador até rosnou, mas logo começou a lamber meu rosto em felicidade.
— Porra, Lion!
Xinguei, desviando de suas lambidas.
— Senta! Senta, Lion.
Mandei, uma gargalhada – gostosa, de Cheryl soou enquanto me levantava, Lion ficou sentado e atento a novas ordens. Olhei para a ruiva de joelhos no sofá, braços apoiados no encosto enquanto ainda ria de mim e tinha o óculos pendurado por entre os dedos.
— Deveria ter calculado que tenho um protetor.
— Pelo menos consegui te assustar.
Balancei os ombros, aproximando-me de seu rosto para beija-la.
A mão de Cheryl cobriu meu rosto me afastando.
— Nem pensar, está cheia de baba de cachorro.
Resmungou.
Abri um sorriso.
— Toni, não!
— Toni sim...
Sorri ainda mais dando a volta no sofá para alcança-la, mas Cheryl pulou do mesmo, deixando o móvel em meio a nós duas novamente.
— Só um beijinho vai.
— De jeito nenhum!
Balançou a cabeça em negação.
— Então vou roubar.
Em movimentos rápidos pulei o sofá, a ruiva correu para a sala de jantar, nós ficamos alguns segundos por entre a mesa, ela de um lado e eu do outro enquanto tirava as cadeiras de meu caminho. Fiz menção de subir na mesa...
— Se você subir nessa mesa te deixo sem sexo por tempo indeterminado!
— Você nunca ficaria sem sexo, Cherry.
Ri, debochando dela.
— Esqueceu do vibrador? – arqueou uma sobrancelha. — Sabe, deveria dar um nome a ele...
— Marjorie!
A repreendi, a mesma abriu um sorriso convencido.
— Vou te mostrar que sou melhor que esse brinquedo.
Falei, fazendo a volta na mesa para ir atrás dela, mas Cheryl correu para a cozinha enquanto gritava para que lavasse meu rosto. Apressei os passos, para minha sorte a ruiva também descalços resvalou em uma pequena poça de água. Se Debora estivesse trabalhando hoje com certeza não teria algo assim em nosso piso.
— Opa.
Sorri ao segura-la pela cintura antes que caísse, a ruiva bufou.
— Aposto que isso é coisa do Lion!
— Depois vou agradece-lo...
Empurrei-a contra o balcão, pressionando com meu próprio corpo e levei os lábios até seu pescoço, depositando beijos nas marcas que apareciam novamente já que Cheryl estava sem maquiagem. Sua pele arrepiou contra minha boca e não demorei a sentir sua mão em minha nuca.
— Tenho que confessar... – deitou sua cabeça para o lado se rendendo enquanto dava mais acesso a curvatura. — Não paro de pensar no nosso vídeo, no quanto quero repetir e fazer coisas novas com você.
— Me diz o que gostou mais. – mordi seu pescoço, levantando o rosto para lhe encarar. — O piercing ou o vídeo?
Meus dedos pressionaram sua cintura, a tocando diretamente na pele por debaixo do moletom. Cheryl maltratou o lábio inferior com os dentes enquanto intercalava o olhar entre minha boca e olhos.
— Não tenho como decidir, eu amei os dois e só de lembrar...
Soltou o ar, colocando as duas mãos nos lados de meu rosto e chocando os lábios com os meus. Suspirei, deslizando as mãos pela lateral de seu corpo e indo para suas costas enquanto Cheryl enfiava a língua em minha boca, aprofundando nosso beijo dando um ritmo que deixava-me cada vez mais com vontade dela.
— Sempre quis fazer aqui na cozinha, sabia?
Escorreguei para seu pescoço novamente enquanto falava, as unhas de Cheryl cravaram em minha nuca e deslizei as mãos por suas coxas, a suspendendo para ficar sentada no balcão, posicionando meu corpo em meio a suas pernas.
— Tem fetiche em me comer aqui, Tee?
Seu tom saiu manhoso me fazendo gemer em resposta quando mordeu o lóbulo de minha orelha, lambendo meu pescoço logo depois. Apertei suas coxas, as mãos de Cheryl chegaram na barra da minha blusa para retira-la, mas assim que começou a ergue-la o som da campainha preencheu o local inteiro. Meu olhar fixou no seu, a ruiva rolou os castanhos em insatisfação.
— Deixa tocar, por favor.
Pediu, prendendo meu corpo ao entrelaçar as pernas em minha cintura.
— Cherry...
— Essa é uma lista de pessoas que não vou bater a porta na cara... – interrompeu-me, franzi a testa. — Sabrina, Nathan e Veronica... Ah, Betty, porque está grávida. – fez uma expressão pensativa. — E o Nathan só se estiver com problemas.
Empurrou-me pelos ombros, a campainha já devia ter tocado mais umas duas vezes enquanto minha esposa falava. Observei a mesma descer do balcão, caminhando para fora da cozinha, apressei os passos para acompanha-la. Fiquei a um passo da porta enquanto Cheryl abria a mesma, Nathan estava parado com uma barca de sushi em mãos.
— Olha só, ganhei em um sorteio e pensei em dividir com minhas pessoas preferidas.
Ele sorriu ao falar feliz pela sorte ter balançado para seu lado, lembro do garoto dizer que participava de todos sorteios que via na internet, uma maneira de conseguir coisas de graça sem ser roubando. Troquei um olhar com Cheryl que deixou os ombros caírem, demonstrando que provavelmente deixaria o sexo na cozinha para depois.
— Nathan, são... Sei lá, três horas da tarde?!
O tom de minha esposa era duvidoso, óbvio que ela iria manter sua pose de durona, mas sei que deve estar derretendo por dentro ao ouvir o “minhas pessoas preferidas”.
— E eu estou morrendo de fome!
Falei, puxando Nathan pelo braço para que adentrasse nossa casa enquanto ouvia um suspiro de minha mulher. Indiquei a sala para o garoto que não demorou a se dirigir para a mesma quase pulando de felicidade com aquela barca em mãos.
— Toni, ele não está com problemas.
Cheryl cruzou os braços.
— Sei que quer o Nathan aqui tanto quanto eu... – falei deslizando meus braços pela sua cintura para juntar nossos corpos. — Ele disse que somos as pessoas preferidas dele.
— Falou da boca pra fora.
Fingiu não se importar.
— Pode me dizer que amou, ele ganhou um sorteio e pensou em nós!
Cheryl suspirou, pressionando os próprios lábios.
— É claro que amei, mas nos atrapalhou e...
— E temos a vida toda pra transar.
Completei, apertando sua cintura e colocando a boca na sua em um selinho demorado. Cheryl segurou meu rosto prolongando ainda mais nosso contato, grudando nossos lábios com força.
— “Eu vou gritar... Oh. Oh. Oh. Em você.”
A voz de Nathan soou de forma mecânica, não estava entendendo nada, principalmente quando a ruiva me empurrou pelos ombros com certa agressividade.
— “Me faz dizer... Oh. Oh. Oh. Em você.”
Ele continuou, franzi a testa, o meu olhar chegando no garoto só para notar que estava com o caderno de composições da minha esposa, a vi bufar como um touro bravo.
— Larga isso.
Rosnou.
— “Me faça dizer sim...”
Nathan riu ao ler mais uma frase, levando a mão a boca em seguida.
— Espera! Esses “Oh” são gemidos?
Arregalou os olhos.
— Vou matar você.
Cheryl deu passos furiosos até o garoto arrancando o caderno de suas mãos e o fechando com força. Abri um sorriso divertido ficando curiosa para a música que a ruiva escreveu sobre nosso sexo.
— Não sabe ficar sem mexer nas coisas dos outros?
Minha mulher esbravejou contra o adolescente que ria sem se conter.
— Meu deus, esse caderno deve ser muito bem guardado porque... – fez uma cara pensativa. — “Não há limite para o que faço quando te fodo, meu bem”. Essa é a próxima linha, não é?
Cheryl bateu com o caderno em seu braço.
— Maldita hora que aceitei ser sua madrinha!
— Amor, pega leve.
Me aproximei da ruiva.
— Ele invadiu minha privacidade.
— Isso é verdade. – encarei Nathan. — Nem eu toco nesse caderno.
— Tudo bem. – levantou as mãos em sinal de rendição. — Foi mal, madrinha, não irá se repetir.
Cruzou os dedos beijando o nó dos mesmos em uma promessa, o garoto caminhou para o sofá, sentando e ficando de frente para a barca de sushi que estava em cima da mesa de centro.
— Ninguém vai comer, não?
— Já vamos. – respondi, encarando a ruiva a minha frente. — Posso ver essa composição depois?
— Não. – colocou o caderno abaixo do braço. — Ainda não terminei, talvez se tivéssemos transado na cozinha teria ganhado mais uma inspiração.
— Pode deixar que ainda vou te dar muita inspiração, Cherry.
Pisquei, selando nossos lábios rapidamente.
— Agora, vamos comer... – entrelacei nossas mãos. — Comida.
Completei arrancando uma risada da ruiva que revirou os olhos. Puxei minha mulher para o sofá, sentando ao lado de Nathan e a colocando em meu colo.
Em meio reclamações do Nathan sobre nosso grude, muitas implicâncias entre ele e a Cheryl, várias risadas, assuntos e carinhos trocados com minha esposa, nós devoramos aquela barca. Depois decidimos jogar vídeo game, aliás tenho minhas duvidas que o adolescente só venha nos visitar por causa do aparelho.
Até a ruiva resolveu se juntar a nossas partidas, ela sempre perdia e tinha que entregar o controle, algo que rendia muitas carrancas em seu rosto. Nathan cansou de dividir o sofá com nós, deitando em um só pra ele e Cheryl permaneceu sentada ao meu lado, a cabeça apoiada em meu ombro.
— Quer saber? – Cheryl iniciou a falar assim que perdeu mais uma partida para Nathan e ele debochou. — Se tivesse uma namorada iria rouba-la de você só pra aprender a não me irritar!
Alcançou-me o controle, o meu olhar foi até Nathan que segurava o riso ao ser mencionado em um relacionamento com uma menina. Balancei as sobrancelhas em sua direção dando a entender para que contasse, minha esposa tinha atenção no celular não vendo nossa troca de interação silenciosa.
— Hey, Cheryl. – ela levantou o rosto para encara-lo. — Na verdade você nunca conseguiria roubar minha namorada.
— Acha mesmo que eu não conseguiria...
— Porque seria namorado.
Interrompeu a autoestima elevada da minha esposa que franziu a testa.
— É, sou gay.
— Não acredito. – murmurou. — Estava tão animada pra te ajudar a conquistar alguma garota.
Cruzou os braços, jogando o corpo contra o encosto do sofá.
— Pode me ajudar a conquistar algum garoto.
Balançou os ombros.
— Eca! Tudo que sei sobre homens é que tenho repulsa deles. – acabei rindo, se tem uma coisa que Cheryl odeia com toda sua força é sexo masculino. — Os únicos que convivo são você, meu sogro e o Nicholas... O Jughead tolero porque é melhor amigo da Toni.
— Já disse que sua mulher é louca?
Nathan me encarou.
— Eu amo principalmente a loucura dela.
Falei olhando para Cheryl que sorriu, puxando-me pelo queixo para selar nossos lábios demoradamente. Ouvi um som de vômito forçado vindo de Nathan, mas ignorei. A ruiva nos separou ficando a centímetros de minha boca, juntando as sobrancelhas e subindo o olhar para o meu.
— Concordou que sou louca?
— Não... Quer dizer...
Nathan gargalhou com minha enrolação de palavras.
— Estou brincando, Tee. – me deu mais um selinho. — Sei que tenho um jeitinho que parece meio louco.
— Ainda bem.
Suspirei em alívio.
— Antoniette!
Me repreendeu.
— Amor, eu amo você. – lhe beijei. — Mas quero jogar.
Foquei o olhar na televisão, iniciando uma nova partida contra Nathan. Cheryl bufou, deitando o corpo no sofá e colocando a cabeça sobre meu colo enquanto voltava a mexer no seu celular. A ruiva não quis mais entrar nas disputas, mas não demorou para que começasse a cobrar minha atenção.
Ficou difícil concentrar nas partidas enquanto ela arranhava minha perna em um carinho, o short curto que usava lhe facilitava para me arrepiar por onde passava. Alguns minutos depois, ela sentou ao meu lado e o carinho foi para minha nuca enquanto dava suspiros pesados parecendo entediada. Já não conseguia mais me concentrar perdendo quase todas contra Nathan.
— Ok. – deixei o controle de lado ao perder mais uma, aquelas unhas esbarrando em meu couro cabeludo me tiravam a atenção. — Que tal assistirmos um filme?
— Vou fazer pipoca!
Cheryl pulou do sofá em animação, caminhando para a cozinha. Soltei um suspiro, encostando o corpo no sofá e senti o olhar de Nathan queimar em mim. Encarei o garoto vendo sua cabeça balançar em negação.
— O que foi?
— Você faz tudo o que essa mulher quer. – franziu o nariz. — Por isso é mimada desse jeito.
— Ei, eu a amo. É claro que vou mima-la.
Dei de ombros.
— Mas... – desviou nossos olhares. — Esquece.
— Agora fala.
Firmei o tom, o garoto voltou a me encarar.
— Você é pau mandado da Cheryl. É isso, pronto, falei.
Soltou como se fosse o maior segredo do mundo.
— Qual é? Eu gosto de agrada-la, mas não sou pau mandado.
Juntei as sobrancelhas, negando.
— Toni, me ajuda aqui.
A voz de Cheryl veio lá da cozinha.
Olhei para Nathan.
Nathan me olhou.
Um silêncio pairou na sala, alguns segundos passaram.
— Toni?!
Ela insistiu.
Levantei do sofá.
— Não sou pau mandado.
Joguei uma almofada no garoto.
— Já estou indo, amor.
Falei mais alto para que Cheryl ouvisse e Nathan gargalhou jogando sua cabeça para trás no sofá. Peguei outra almofada e arremessei contra seu rosto o ouvindo resmungar.
— Pau mandado...
Cantarolou.
Revirei os olhos, seguindo para a cozinha.
Tendo certeza que não sou pau mandado, apenas gosto de agradar minha esposa.
[ Olá.
Parece tudo tão bem, hora de agitar essa relação?
Enfim, a composição da Cheryl é Morning da Teyana Taylor com a Kehlani pra quem quiser escutar e quem sabe ela apareça inteira na fanfic em algum outro capitulo.
Agora vamos de enquete:
Toni é ou não pau mandado?
Sugestões de nome para o vibrador da Cheryl:
E se quiser deixe aqui seu nome na petição pra Veronica voltar: (Viva ou morta 😳)
Até mais.... ]
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