Mackenzie Dern
Narradora
O casamento de Cheryl e Toni finalmente parecia ter uma calmaria prolongada, passou-se dois meses desde a volta de Veronica, e se qualquer um perguntasse a uma das Topaz diriam que estão vivendo o melhor momento de suas vidas juntas.
É claro que aconteceram mudanças para que tudo voltasse a dar certo, Cheryl não esconde mais suas emoções, a esposa não precisa fazer tantas perguntas para a ruiva se abrir, para expulsar os sentimentos que a atormenta e antes rendia discussões entre as duas. Elas até conversaram sobre Penelope, digamos que o retorno da mais alta a psicóloga ajudou as coisas realmente acontecerem.
Cheryl também se demonstrou mais atenciosa, não queria agradar sua mulher somente quando via que estava a perdendo, percebeu que precisava reconquista-la todos os dias. Enquanto Toni aprendeu a deixar suas inseguranças de lado e a dar mais espaço para a ruiva, a liberdade que uma vez sua esposa lhe cobrou. Parece que não havia mais empecilhos para o tão sonhado “para sempre”, mas Cheryl não poderia negar que por vezes se pegava pensando na frase “os dois primeiros anos são os mais difíceis” e talvez, eles realmente sejam.
A busca de Toni para um treinador não ia muito bem, ela havia entrevistado tantos, são quase três meses a procura de alguém que realmente a apoie, ajude, entenda... Em certo momento pensou que finalmente havia encontrado, até ouvir as palavras:
— Preciso te dizer, não concordo com o uso de estimulantes.
O homem que estava no convívio da lutadora a uma semana e meia não tinha a menor maldade ao falar, mas na cabeça de Toni houve muita. Foi o suficiente para ficar irritada, expulsar o treinador de sua academia e esbravejar que nunca o contrataria.
Já são cinco meses que está suspensa do UFC, precisava de alguém que confie nela, acredite que nunca quis realmente burlar as regras e admire seu talento. Aquele homem era perfeito, até acusa-la. O dia havia acabado para a menor, tentou descontar sua raiva em alguns socos e chutes, mas não parecia suficiente.
Chegou em casa exausta, suspirando ao adentrar o local e passando a mão no pelo de Lion que sempre vinha lhe receber. Era início da noite, Cheryl deveria estar em casa e Debora já encerrado seu turno. Subiu as escadas a procura da esposa e a encontrou saindo do banheiro, cheirando a sabonete do banho recém tomado.
— Oi, amor.
A ruiva sorriu dando passos até a menor.
— Hey.
Murmurou depois de receber um beijo.
— Uhn... Você já esteve mais animada em me ver. – Cheryl franziu a testa ao entrelaçar os braços no pescoço da mulher. — Aconteceu algo?
— O treinador que pensei ser o certo... – suspirou fundo. — Ele não era, mais uma vez.
Lamentou ao dizer, a ruiva conseguiu ver a decepção no olhar de Toni, a maneira que novamente foi iludida ao achar que conseguiria alguém de confiança. Já faz algum tempo que sua lutadora está nessa busca e muito longe de ser a primeira vez que a mesma se vê frustrada.
— Tee, sinto muito.
A maior se limitou a dizer, não queria repetir as mesmas palavras de sempre que já deveriam estar ficando saturadas para a morena.
— Tudo bem, Cherry.
Balançou os ombros.
Toni afastou-se da esposa para tirar os calçados, sentou na cama focando nos pés e Cheryl sabia o quanto sua mulher precisava de um ânimo.
— Ei. – chamou a atenção da menor ao engatinhar no colchão até ela. — Você quer sair para nos distraímos e esquecer esses problemas?
— Não sei. – mordeu o lábio. — Posso responder depois de um banho?
— Claro, amor.
Cheryl tocou em seu rosto lhe dando um selinho.
— Demore o quanto precisar!
Incentivou a morena que apenas concordou ao caminhar para o banheiro, assim que a porta fechou, a ruiva soltou um suspiro longo. Odiava ver sua mulher tão desanimada ainda mais com sua profissão, por vezes era injusto o quanto tudo da tão certo na escola e Toni nem consegue achar um treinador. Ela ama a academia, é um fato, mas não tem nada que a satisfaça mais do que lutar de verdade.
Talvez estar casada comigo.
Cheryl pensou, mas tinha suas dúvidas.
Traçou inúmeros planos em sua cabeça, cogitou a possibilidade de fazer alguma surpresa sexual para Toni quando saísse do banheiro, porém seria algo que a ruiva gostaria, não sua esposa. Relembrou dos momentos que mais via a lutadora feliz e organizou por ordem:
1. Estar comigo/ Estar no ringue.
2. Estar com a família.
3. Estar com aqueles idiotas.
Quando Cheryl pensou em “idiotas”, quis dizer: Jughead, Nicholas e Nathan. Sempre que havia reuniões em sua casa com os amigos, Toni passava a maior parte do tempo com eles e não lembra de ver a esposa séria alguma vez na presença dos mesmos. Então, ela pegou seu celular e criou um grupo com os dois mais íntimos: Nicholas e Nathan.
“Será que vocês podem aparecer em minha casa hoje? A Toni não está em um bom dia.”
“Madrinha, você está nos pedindo um favor?”
“Gostaria de ler certas palavrinhas, Red.”
Os olhos da ruiva rolaram em insatisfação, sua mulher tinha mesmo que gostar da companhia desses dois? Porque ela acha impossível conseguir passar mais de cinco minutos sem xinga-los.
“Aqui vão minhas palavrinhas: É melhor os dois virem, distrair minha mulher e anima-la. Aliás, nada de insinuar que foi pedido meu, juro que esfolo vocês se disserem que tenho algo haver com a visita.”
“Vou pela Toni, não porque acha que manda em mim, Red.”
“Madrinha, sabe qual sua única qualidade? Ser casada com a Toni.”
“É melhor estarem na minha casa em menos de uma hora! E tragam o Jughead.”
Decretou, enviando a mensagem sem esperar por respostas, sabia que eles viriam de qualquer maneira. Levantou da cama, indo para o closet trocar de roupa. Iria visitar Sabrina ou Veronica, quem sabe só sair de casa para não ter que aguentar nenhum tipo de masculinidade que está prestes a lotar sua casa.
— Onde estamos indo?
Toni juntou as sobrancelhas ao vê-la.
— Na verdade, eu estou indo. – Cheryl se aproximou da morena que estava enrolada em uma toalha. — Sabrina precisa de ajuda com a Gracie, você se importa?
A ruiva elaborou a primeira desculpa que conseguiu.
— Claro que não. – colocou os lábios sobre os da mulher. — Acho que irei jogar video game pra relaxar.
— Faça isso, tentarei não demorar.
Agarrou o rosto da lutadora, lhe dando um beijo.
— Divirta-se. – desejou, Toni franziu a testa e Cheryl rapidamente ficou séria. — Jogando, sabe...
— Entendi, Cherry.
Ela riu, a ruiva apenas assentiu.
Recompôs sua postura e lhe deu um último beijo. Um “eu te amo” trocado foi o suficiente para segundos depois estar saindo pela porta com uma bolsa pendurada no ombro deixando Toni confusa com seu comportamento, mas claramente não focando nisso.
Cheryl dirigiu para a casa de Sabrina, entre suas duas melhores amigas, a opção mais sábia seria a loira já que Veronica parece em lua de mel com Betty desde que voltaram a estar juntas. Elas estão namorando, mas vivendo como casadas na antiga casa enquanto a gravidez já tem seus seis meses.
Toni vestiu roupas confortáveis, não estava muito frio, mas colocou um conjunto moletom antes de descer para o primeiro andar. Mal jogou seu corpo contra o sofá depois de ligar o aparelho vídeo game e a campainha soou lhe fazendo levantar.
— Trouxemos pizza!
Nicholas sorriu ao falar.
Jughead e Nathan estavam logo atrás, cada um deles carregando uma caixa em mãos, o mais novo já com um pedaço na boca. Toni nem teve tempo de falar algo e já foi empurrada para o lado, a casa sendo invadida pelos amigos.
— Que porra vieram fazer aqui?
— Hoje é quarta.
Jughead respondeu insinuando como se fosse um dia importante.
— E?!
— Nós decidimos enquanto estávamos vindo pra cá que quarta será nosso dia de reunião... – Nathan explicou, divagando por alguns segundos. — Nosso grupo devia ter um nome, sabe? Seria legal.
— Vocês deveriam me avisar, sorte que a Cheryl...
Toni parou de falar, estreitando o olhar ao encarar os três em sua sala, já haviam controles nas mãos de Nicholas e Jughead, Nathan devorava a pizza ao estar sentado no braço de um dos sofás e compartilhando alguns pedaços da sua caixa com Lion.
— Ela sabia que vocês viriam?
— A madrinha só... – Nathan pensou pra falar. — Disse que você não teve um bom dia.
— Estou impressionada que deixou vocês virem pra cá.
A lutadora confessou a caminhar para um dos sofás, não havia como ficar brava com Cheryl por dizer a seus amigos sobre seu dia ruim, no fundo, nem ela sabia o quanto seria bom vê-los.
— Será que a gente consegue fazer todas as reuniões aqui?
Jughead perguntou.
— Nah, precisamos variar... – Nicholas discordou, concentrado em ganhar a partida. — Vamos a bares, boliches e de vez em quando a casa da Toni.
— Corrigindo: A casa da Cheryl.
Nathan riu ao falar.
— A casa é minha e da Cheryl, ok? – olhou para o mais novo que deu de ombros. — E por que só aqui? Nicholas tem uma casa enorme.
— E um bebê.
Defendeu-se.
— Ugh. – a lutadora rendeu-se. — Tudo bem, mas só algumas vezes, não posso expulsar minha esposa de casa toda semana.
— É só ela sair com as amigas.
Jughead sugeriu ao balançar os ombros.
— Não é má ideia.
Toni divagou consigo mesma pegando um pedaço de pizza.
Claro que a noite se estendeu ao máximo, mas eles tinham que concordar que todos trabalhavam no outro dia e em algum momento precisaram ir embora. A lutadora se viu mais relaxada, até conseguiu desabafar sobre o treinador.
Cheryl esperou Nicholas chegar. Ela, Sabrina, Gracie e Salem assistiram pelo menos dois filmes, mas quando o homem retornou para casa encontrou o grupo dormindo com a televisão ligada. A ruiva se esforçou para dirigir novamente, afinal, o que não fazia por sua mulher? Ao ouvir seu amigo dizer que o plano havia dado certo até recuperou as forças, louca para ver aquele sorriso de volta aos lábios de Toni.
Quando estacionou na garagem não conseguiu evitar o bocejo, fechando a porta do carro e ligando o alarme do mesmo. Adentrou a casa em passos lentos, só pelas caixas de pizza e copos sujos na cozinha, imaginava o que deve ter acontecido com o grupo. Toni não estava no primeiro andar, somente o labrador se encontrava em um dos sofás dormindo tranquilamente.
Assim que entrou no quarto avistou a lutadora preparando a cama, fechou a porta atrás de si a trancando e apressou os passos até a morena colocando os lábios nos seus.
— Como está?
— Melhor.
Toni sorriu e o coração de Cheryl aqueceu.
— Que bom, odeio te ver triste.
A ruiva também sorriu antes de lhe dar mais um selinho.
O casal se preparou para dormir, os corpos apenas em roupas íntimas foram parar embaixo das cobertas. Deitaram uma de frente para outra, Cheryl abraçando a cintura da menor enquanto deslizava o nariz pelo dela em um carinho.
— Cherry. – Toni chamou a atenção da esposa que a encarou. — Obrigada por hoje, sei que foi você.
— Sabe?
Cheryl arregalou os olhos.
Havia um receio de Toni achar que estivesse sendo controladora.
— Sim e amei, foi uma ótima distração.
— Fico feliz, Tee.
Cheryl sorriu em alívio juntando seus lábios.
— Aliás, nós estamos pensando em fazer isso mais vezes... – a morena comentou, os dedos escorregando pelos fios ruivos. — Sabe, sem nossas parceiras.
— Concordo, será bom se reunirem uma vez por mês.
Balançou os ombros.
Toni mordeu o lábio.
— Estávamos pensando em toda quarta-feira. – soltou de uma vez só, o olhar de Cheryl chegou ao seu em surpresa. — E aqui em casa.
— Antoniette, você está me expulsando da minha casa uma vez por semana?
O tom da ruiva não era bom.
— Na verdade, nós combinamos de sair para outros lugares.
— Quem inventou isso? Preciso de você todos os dias da semana.
Cheryl dramatizou, Toni riu.
— Pode fazer o mesmo com suas amigas, geralmente saímos todos juntos, mas nos dividimos em grupos. Faz mais sentido nos reunirmos separadamente.
— Você sabe... Odeio quando tem razão.
A maior murmurou derrotada.
Toni sorriu, lhe beijando os lábios antes de começar a falar sobre a próxima semana em que combinou de ir ao boliche com os meninos e Cheryl poderia dizer que amou a animação da esposa, ainda mais depois de vê-la tão frustrada mais cedo.
×××
Encontros sem parceiras. Assim que o grupo de amigos denominavam as noites de quarta-feira. Cheryl seguiu o conselho da esposa e combinou de fazer o mesmo com suas amigas, até conseguiu convencer uma grávida – com hormônios a flor da pele, a irem em um bar juntas. Os dois grupos conseguiam se divertir, óbvio que os casais por vezes trocavam mensagens e fotos, mas só contribuía para a saudade ser matada mais tarde.
Tudo ocorria bem, Toni esperou uma semana pra voltar a sua busca para um treinador, como uma pausa pra se recuperar de um golpe. Dessa vez, a candidata era uma mulher, não a primeira, mas as outras duas que conheceu não conseguiram lhe trazer confiança.
Pois bem, ela conheceu Mackenzie Dern.
A treinadora estava em meio aos inúmeros currículos que Marina lhe mandou, mas Toni sentia que deveria ter lhe entrevistado muito antes. A mesma já havia sido lutadora e especializada na arte de jiu-jitsu, uma modalidade brasileira que a Topaz até tem domínio, mas nunca se aprofundou.
Elas tiveram algumas conversas – como todos os outros, antes de irem conhecer a academia onde Toni treina. Mackenzie era mais velha, passava a confiança que a lutadora procurava, além de ter experiência por ter sido uma lutadora. Seria a primeira vez que iria treinar uma tão famosa quanto a Topaz, mas poderia se ver que amava desafios como esse, o de colocar a morena no topo novamente.
— Olha, vou te mostrar alguns dos meus melhores golpes e vai ver que o jiu-jitsu é mais importante que imagina.
Mackenzie falou com sua possível lutadora.
Em um tatame da academia estavam uma de frente para a outra, posicionadas como se fosse uma luta de verdade, Toni se concentrou em como iria atacar. A menor foi lhe golpear, mas Mackenzie rapidamente levou a luta para o chão e em questão de no máximo dez segundos deu um mata leão em Toni que não conseguiu escapar batendo duas vezes em seu braço para pedir desistência.
— Porra!
Ofegou levantando.
Mackenzie riu.
— Ok, de novo.
Toni se preparou mais uma vez, levantando a guarda.
A menor nunca conseguia vencer no chão, fazia ao máximo para Mackenzie não lhe derrubar, mas sendo alguns centímetros mais alta e um pouco mais forte lhe levava pro tatame com facilidade.
Em frente a fachada “Team Topaz” um carro muito conhecido acabava de estacionar, Cheryl desceu do veículo colocando os óculos de sol no rosto – um sinal de que não queria papo com ninguém, adentrou o local e apenas fazia sinal com a cabeça para cumprimentar os conhecidos.
— Nathan.
Chamou a atenção do garoto que limpava um dos aparelhos de musculação, o mesmo rapidamente a olhou com um sorriso no rosto dando passos apressados até ela.
— Olá, madrinha.
— Onde está a minha mulher?
— Lá dentro treinando... – balançou os ombros. — Com uma gostosona.
Completou, o óculos de Cheryl foi parar na ponta de seu nariz para encarar os olhos claros de seu afilhado. O mesmo estava de braços cruzados e uma expressão orgulhosa que não lhe agradava.
— O que diabos está dizendo?
Rosnou, fechando o punho.
— Olha, a Toni disse que ela é treinadora, mas acho que é modelo porque...
A cabeça ruiva balançou em negação, colocando o óculos de volta e deixando o garoto falar sozinho. Caminhou para a parte privada da academia, lá onde sua esposa treina para as lutas. Ela não demorou a ouvir murmuros e barulhos dos corpos acima do tatame.
Os passos lentos de Cheryl ecoaram com o impacto de seu salto no piso, não acreditava muito nas palavras de Nathan, sabe que o garoto adora lhe provocar, mas assim que viu sua esposa com as costas contra o tatame e uma mulher lhe pressionando acima dela percebeu que não havia nenhuma brincadeira. A maior estava literalmente entre as pernas de Toni, fazendo força e ofegando assim como a mesma.
Nenhuma das duas percebeu a presença da ruiva.
O óculos de sol novamente foi parar na ponta de seu nariz, o punho fechado fez sua palma doer com a maneira que suas unhas estavam sendo cravadas contra a pele. O olhar semicerrou e um ar quente saiu por suas narinas. Ela nunca viu Toni treinar com alguém assim e muito menos sabia de uma nova treinadora.
A quantos dias estão nessa agarração?
Cheryl se perguntou enquanto observava a esposa bater duas vezes contra o braço da desconhecida em um pedido de desistência, as duas levantaram enquanto sorriam e a compositora não estava perto o suficiente para perceberem sua presença, mas ouviu nitidamente Toni dizer:
— Uau, você é incrível!
Não conseguia deixar de notar o olhar de admiração da lutadora.
Era hora de agir.
O óculos foi parar em sua cabeça e deu o primeiro passo, forte e duro. O olhar da tal treinadora chegou ao seu, Toni estava de costas e se virou rapidamente para encontrar uma Cheryl com os castanhos pegando fogo.
— Oi, Cherry.
A morena chegou até ela primeiro antes que sua esposa subisse no tatame com saltos apenas para marcar território e acabasse prejudicando o local. Quando as mãos da ruiva chegaram em seu rosto suado e grudou os lábios com certa brutalidade já imaginava o que a espera.
Porque definitivamente Cheryl odeia suor.
Bom, a menos que esteja excitada.
Ou como agora, com ciúmes.
— Quem é ela, amor?
Palavras sem muito planejamento, mas com um final arrependido, o olhar analisando a “gostosona” de cima a baixo e não deixou de pensar: Nem é tão gostosa assim. Provavelmente o ciúmes estava a deixando cega porque Mackenzie é uma mulher linda, mesmo sendo mais velha tem um corpo muito bem cuidado, os cabelos castanhos claros e olhos azuis poderiam conquistar qualquer um.
— Essa é com certeza minha nova treinadora.
Toni falou com um sorriso orgulhoso no rosto.
— Sou?
— É?
Cheryl arqueou uma sobrancelha para a esposa, braços enroscados envolta de seu pescoço enquanto Mackenzie se via esperançosa com o novo emprego.
— Nós ainda precisamos conversar, mas podemos dizer que estamos quase assinando contrato.
Toni ignorava completamente as reações da ruiva – o que a irritava um pouco, enquanto falava diretamente com a mulher a sua frente, sorrisos trocados foram o suficiente para Cheryl rolar os olhos.
— Vim te buscar, nós podemos ir?
Insistiu em chamar a atenção da menor para si.
— Claro, amor. – Toni balançou os ombros. — Aliás, essa é minha esposa Cheryl Topaz.
Agora lembrou de me apresentar.
Cheryl estava ficando um pouquinho mais irritada.
— Mackenzie Dern. – a treinadora estendeu a mão. — É um prazer.
— O prazer é todo meu.
Cheryl forçou um sorriso, pegando na mão firme da outra, até pensou em apertar o mais forte que conseguisse, porém provavelmente nem faria cócegas naquela mulher.
— Fico feliz que a minha mulher tenha encontrado uma treinadora.
O tom possessivo presente na frase fez Mackenzie juntar as sobrancelhas.
— Amor, por que não me espera na sala? – Toni parou a sua frente, mãos deslizando por seus braços, o olhar de Cheryl estreitou. — Precisamos conversar sobre horários, dias de treino e sei o quanto acha chato...
— Na verdade, quero saber exatamente quanto tempo vão passar juntas.
Cruzou os braços.
— Cherry...
Toni pediu, a ruiva mordeu a parte de dentro da bochecha.
— Dez minutos e vou embora. – ameaçou. — Com ou sem você!
Decretou, o óculos de volta ao seu rosto depois de dar uma última olhada na treinadora. Girou seus calcanhares e jogou o cabelo por cima do ombro, fazendo questão de bater o salto contra o piso.
Toni ainda ficou uns minutos combinando um novo horário com Mackenzie amanhã, Cheryl a esperava na sala sentada enquanto brincava com os dedos das mãos. Ela estava possessa de ciúmes não havia como negar, ver outra mulher em meio as pernas da sua esposa parecia demais.
Respirou fundo incontáveis vezes enquanto aguardava a menor lhe encontrar, ultimamente tem tentado controlar suas emoções e realmente dar seu melhor, Toni nunca lhe trairia e sabe disso, mas podia sentir seu lábio doer com a forma que mordia por estar com raiva da cena que presenciou.
— Amor. – Toni adentrou a sala trancando a porta atrás de si, um sorriso grande nos lábios. — Finalmente achei a treinadora perfeita.
— É, eu vi.
Cheryl retirou os óculos do rosto colocando sobre a mesa a sua frente. Toni não estava nem um pouco abalada com o tom desagradável da esposa ou seu esforço para demonstrar que não gostou de Mackenzie, não iria desperdiça-la por causa de um ciúmes.
— Você já quer ir?
A menor se posicionou atrás da mesa, ajeitando alguns papéis espalhados pela mesma. Cheryl levantou de seu lugar, parando perto da morena com uma mão apoiada ao seu lado, Toni podia sentir a respiração quente da outra.
— Odiei ver ela em cima de você... – confessou atraindo o olhar da lutadora. — O jeito que disse que ela é incrível e odeio o quanto essa mulher é bonita. – bufou pressionando os dedos contra a mesa. — Estou explodindo de ciúmes, Toni.
Sua fala saiu entre dentes, a menor sorriu, girando o corpo para ficar de frente para a mulher e segurando seu rosto entre as mãos. Aproximou os lábios para beija-la, mas Cheryl desviou.
— Estou com raiva!
— Cherry...
— Por que ela precisa ficar no meio das suas pernas?
Rosnou, Toni não segurou a risada.
— Esse é problema?
— Ai, Antoniette...
Fez menção de deixa-la sozinha, mas a lutadora lhe segurou.
— Olha, a Mackenzie nasceu no brasil e luta jiu-jitsu como ninguém, por isso nosso treino foi diferente.
— Os brasileiros adoram contato, sabia?
Arqueou as sobrancelhas.
— Amo te ver com ciúmes. – Toni sorriu abraçando a cintura da esposa. — Mas não vou deixar de treinar, a Mackenzie é realmente incrível e não sei... Só senti que é a pessoa certa, sabe? Acho que finalmente encontrei alguém que chegue pelo menos perto do Dimitri.
Cheryl conseguiu ver o quanto sua mulher estava animada, o sorriso brincando nos lábios e os castanhos brilhando em admiração pelo trabalho da treinadora. Um suspiro saiu por sua boca, os dedos indo de encontro ao pescoço de Toni.
— Quer saber o que senti quando a vi? – a ruiva perguntou e a menor esperou com expectativa. — Ciúmes. – as duas riram. — Você está feliz e é o que importa, só não consigo evitar de demonstrar e dizer o quanto é minha.
Ela estava sendo sincera, o ciúmes realmente lhe dominou, mas esperava controlar esse sentimento que sempre vem com tanta força. Não quer agir como da última vez que rendeu um pé de Barbara cortado, discussões e um clima ruim entre as duas, mas claro... Cheryl Topaz sempre tem que deixar claro o quanto sua esposa é somente dela e Toni entende porque faria o mesmo.
— Gosto quando diz que sou sua... – a morena sussurrou, pressionando seus corpos. — É tão sexy.
Aproximou os lábios, Cheryl desviou o olhar para a boca da esposa mordendo o inferior.
— Adoraria fazer loucuras com você agora mesmo, mas... – soltou o ar, afastando-se alguns centímetros. — Está suada e prefiro quando está de banho tomado, cheirosa...
— Ei, não se importou com meu suor quando chegou.
Resmungou observando a ruiva pegar seu óculos.
— Porque queria deixar claro pra Mackenzie... – ainda havia um gosto amargo ao falar aquele nome. — Quem é sua mulher, já que não fez questão, certo?
— Nós não tivemos tempo de falar sobre vida pessoal.
Balançou os ombros, retornando a arrumar suas coisas acima da mesa para poder ir embora. Elas haviam marcado de visitar as melhores amigas hoje, por isso Cheryl fez questão de busca-la.
— Como não? Você sempre conversa semanas com os candidatos antes de...
— Conheci a Mackenzie essa semana. – interrompeu, seu olhar focado nos papéis não deixou ver que Cheryl abriu a boca em surpresa. — Como disse, sei que é a pessoa certa.
— Toni, só pode estar de brincadeira. – a ruiva usou seu tom firme, a menor a encarou. — Nem a conhece direito.
— Cherry, não vamos assinar o contrato hoje ou amanhã, ok? – tranquilizou a esposa. — Irei esperar mais uma semana, talvez até duas, mas tenho certeza que é ela.
Após suas palavras, a maior se manteve calada esperando a outra para irem. Não podia negar que sua cabeça estava fervendo, não em desconfiança ou insegurança, mas ciúmes mesmo. Porque afinal...
— O que ela tem de especial?
Cheryl pensou alto demais, Toni a olhou e riu. Pronta para ir, a morena apenas pegou suas chaves e se aproximou da esposa que tinha braços cruzados e óculos de sol acima da cabeça.
— Nada de especial, Cherry. – rodeou o braço na cintura da esposa. — Mackenzie me passou confiança e a gente se entendeu, tipo quando conheci o Dimitri.
A ruiva balançou a cabeça positivamente, Toni rolou os olhos sorrindo porque sabia que Cheryl manteria o assunto por muito tempo. Depositou um beijo nos lábios carnudos e entrelaçou suas mãos, elas tinham um jantar para ir.
Saíram juntas da sala, é claro que encontraram Nathan no caminho e fez questão de perguntar: Eai, madrinha, conheceu a gostosona? Ah, Cheryl queria mata-lo enquanto Toni ria ao ver sua esposa fuzila-lo com o olhar. Eles tem criado cada vez mais intimidade – se é que é possível, a mais velha tenta acompanhar Nathan nas reuniões do AA e isso faz bem para os dois, sempre apoiando um ao outro. A lutadora não consegue explicar o quão fica orgulhosa da relação da dupla.
O clima ficou melhor quando adentraram o carro, Cheryl dirigia enquanto Toni tinha uma mão em sua coxa. Elas precisaram passar em casa para a morena tomar um banho e dar uma checada em Lion. Logo depois estavam a caminho da casa de suas amigas, o quarteto retornou com seus encontros de casais.
Quem as recebeu foi Betty, demonstrando sua barriga de seis meses por debaixo de um vestido florido. Toni abriu um largo sorriso abraçando a amiga e iniciando um assunto sobre o bebê, Cheryl a cumprimentou, mas em poucos segundos estava na cozinha.
— Você acredita que a Toni contratou uma treinadora?
Veronica pulou de susto com o tom afobado atrás de si, mais um pouco e cortava seu dedo ao invés da cebola, já recuperada de todos movimentos do lado esquerdo se atarefava em cozinhar. Olhou para trás, a ruiva tinha os olhos levemente arregalados enquanto mordia os lábios.
— Olá, Bombshell. Estou ótima e você? Claro, adoraria sua ajuda.
Ironizou balançando a cabeça em negação.
— Veronica, a mulher é linda, gostosa, simpática... – ignorou o sarcasmo da amiga continuando com seu desabafo. — E tem olhos azuis!
— Só uma dúvida. – a morena a encarou levando a mão ao queixo. — Ficou com ciúmes ou interessada?
Cheryl revirou os olhos e Veronica gargalhou.
— Sabia que deveria desabafar com a Sabrina...
Murmurou.
Veronica girou o corpo, a faca que estava em sua mão sendo erguida.
— O que disse?
— Que você é a melhor amiga que poderia ter!
Forçou um sorriso.
Ela sabe o quanto Veronica tem ciúmes da loira.
— Pode surtar enquanto faço o jantar, sem problemas.
— Não vou surtar.
Cheryl parou ao seu lado, costas contra o balcão enquanto Veronica voltava a cortar temperos, não podia negar que estava surpresa com as palavras da melhor amiga.
— Não?
— Não. – confirmou. — Confio na Toni, só... Não gosto quando alguém tem sua atenção e essa tal Mackenzie terá.
— Ela pelo menos é lésbica?
— Não sei, pode perguntar pra Toni na hora do jantar?
Olhou esperançosa para a morena.
— Por que você não pergunta?
— Porque estou tentando melhorar, não ser possessiva ou controladora.
— Ah, claro, me fazendo perguntar no seu lugar.
Veronica riu em negação, Cheryl rolou os olhos.
Na sala, as outras duas estavam sentadas lado a lado enquanto tinham um assunto semelhante.
— Você sabe, ela sempre precisa deixar claro que é minha esposa.
— Oh, sim, com aquele jeitinho bem sutil.
As duas riram.
— Cheryl está se esforçando, a alguns meses provavelmente até insultaria a Mackenzie.
— Temos uma ideia do porque está se esforçando tanto, não é?
Betty arqueou as sobrancelhas.
Toni mordeu os lábios enquanto assintia.
— Sim, ela quer um bebê. – encolheu os ombros. — E eu também, mas para mim, ainda é um pouco recente tudo que aconteceu.
— Mas reconhecemos que está tentando, certo? – Toni assentiu. — É questão de tempo.
— É, eu sei. – sorriu de canto. — Estamos chegando lá.
Confessou e Betty sorriu.
O assunto mudou para o pequeno bebê que está para nascer daqui a três meses, tendo Veronica – uma médica, em casa, a loira diz ter tranquilidade para quando acontecer. Falou sobre Jughead ser presente, a relação dele com Lodge é complicada, mas tentam manter o respeito por Betty.
Tudo ocorria bem no jantar, em certo momento ficaram as quatro na sala e conversaram sobre seus dia a dia no trabalho, relacionamento. Era uma sensação boa estarem novamente as quatro juntas, rindo e falando bobagens como antigamente.
Sentadas a mesa, os casais estavam lado a lado e as melhores amigas uma de frente para a outra. Em meio a um assunto ou outro, elogios a comida, houve um silêncio que Cheryl achou favorável. Um chute na canela de Veronica que estava a sua frente foi o suficiente para chamar a atenção da morena. A médica forçou a garganta, olhando para Toni.
— Então... A Cheryl me contou da treinadora nova.
— Mackenzie. – a lutadora pronunciou o nome. — Ainda não é totalmente certo, mas acredito que assinaremos contrato.
— Isso é ótimo... – divagou. — Ela é lésbica? – Toni franziu a testa com a pergunta, Cheryl chutou Veronica que tossiu para reprimir o gemido. — Quero dizer...
— A gente não conversou sobre vida pessoal. – a menor a interrompeu. — Eu te disse, Cherry.
Olhou para a mulher ao seu lado, ela sabia o que estava acontecendo.
— Desculpa.
A ruiva murmurou.
— Assim que souber te digo.
Beijou a bochecha de Cheryl que suspirou assentindo.
×××
Os dias passaram, Toni se via mais perto de assinar contrato com Mackenzie. Se pudesse descrever a treinador em uma palavra seria: Perfeita.
A mulher de naturalidade brasileira traçou um plano de treino para elas terem durante uma semana, uma maneira de mostrar a sua futura aluna como iriam trabalhar. A única que não ficou satisfeita com esse plano foi Cheryl.
Toni saía cedo da cama para ir correr com Mackenzie e para ajudar, levava o Lion junto o que a incomodava ainda mais. Ela estava dando seu melhor para não surtar, criar paranoias ou qualquer coisa do tipo, porque sua mulher continuava a mesma lhe dando atenção e o amor de sempre.
No dia que assinaram o contrato, ela talvez nunca viu Toni tão feliz ao chegar em casa, aquela noite foi incrível porque a morena fez questão de comemorar com Cheryl, fizeram um jantar juntas e posteriormente é claro, muito sexo. Foi o bastante para a maior acalmar seus sentimentos ruins, a sua psicóloga também ajudava bastante, mas ver os castanhos da sua mulher tão vivos... Ah, não tinha preço.
Mas bem, com um mês que Mackenzie estava treinando junto de Toni, saindo para correr, a obrigando a ter uma dieta razoável e tomando boa parte de seu tempo, Cheryl ainda não tinha a resposta sobre sua sexualidade e digamos que sua esposa já tivesse, mas preferiu encobrir para ver até onde a ruiva iria.
— Eai, chefe.
Nathan apareceu no campo de visão de Toni.
Havia acabado um treino com Mackenzie, as duas estavam completamente suadas das atividades físicas de alguns minutos, mas já estava na hora de parar.
— Hoje é quarta, lembra?
— Claro. – balançou a cabeça sorrindo. — Carona?
— Já disse que você é perfeita?! – ele colocou a mão no peito como se estivesse emocionado e Toni riu, negando. — Ei, gosto... – forçou a garganta ao perceber o que ia dizer. — Digo, Mackenzie. Quer ir com nós?
— Onde?
A treinadora franziu a testa após beber um grande gole de água.
— Hoje vamos no boliche. – deu de ombros. — Somos nós e mais dois amigos, deveria ir.
— Ah, não... Nem conheço os outros e seria meio invasão.
Negou, recuando ao convite.
— Eles são legais. – Toni falou pela primeira vez. — E com certeza vão aceitar você, quarta é nosso dia sem esposa ou namoradas.
— Ou namorados.
Nathan completou.
— Você nem tem um.
— Estou treinando pra quando tiver.
Respondeu fazendo as outras duas rirem.
— O convite é incrível, mas...
— Qual é, Mackenzie? – Nathan a interrompeu. — Vamos, será divertido.
Insistiu.
Não havia dúvidas de que o garoto havia criado um tipo de “crush de amizade” na treinadora, ele quase podia se inspirar nela para seu futuro como um ídolo.
Mackenzie suspirou.
— Tudo bem, mas preciso de um banho e não irei ficar até tarde.
— Yeah!
Nathan comemorou.
Toni sorriu enquanto negava, o garoto adora novas amizades, mas se pegou pensando como Cheryl reagiria ao vê-lo tão apaixonado pela treinadora.
Oh, isso com certeza não daria boa coisa.
Pensando na esposa, enquanto Mackenzie tomava banho no vestiário da academia aproveitou para mandar uma mensagem para Cheryl, queria relembra-la de hoje.
“Amor, lembra que hoje saio com os meninos, não é? Você vai ver suas amigas? Ah, parece que Mackenzie entrou para nosso grupo e estamos indo para o boliche.”
Não estava preocupada com as reações da ruiva sobre a treinadora estar em seu “encontro sem parceiras”, ela tem se demonstrado tão madura que a surpreende e com certeza deixa muito orgulhosa.
Cheryl só viu a mensagem algum tempo depois, havia chegado tarde da escola e seu celular ficou sem bateria. Toni sairia com os amigos, não viu pressa para voltar para casa, ainda mais quando Betty e Veronica cancelaram o encontro delas pela grávida estar com dores. Poderia dizer que estava até aliviada com a informação já que tinha muito trabalho na escola, mesmo com Sabrina de volta ainda se acumulavam algumas tarefas.
A casa silenciosa a fez suspirar, deu ração para Lion e subiu as escadas até o quarto. Assim que colocou o celular na tomada, jogou o corpo contra a cama por alguns segundos, iria ver se tem algum notícia de Toni e posteriormente direto ao banho porque se sentia exausta.
E lá estava a mensagem.
Só de ter o nome de Mackenzie escrito no texto não agrava nem um pouco a ruiva, ela não queria ser implicante, mas qual a chance dessa treinadora conseguir conquistar até os amigos da sua esposa? Muitas.
“Acabei de chegar, sem encontro com as amigas hoje. Vocês estão onde? Mackenzie realmente foi? Pensei que o grupo era somente com quatro integrantes.”
Não evitou a alfinetada ansiando pela resposta da lutadora que veio em seguida.
“Sempre aceitamos novos membros, ciumenta. Está com sorte de Mackenzie estar aqui porque distrai os meninos pra que não vejam que estou falando com você.”
“Quem inventou a regra de não poder responder as parceiras? Porque é um absurdo, preciso ter informações suas.”
“Foi um combinado de todos, você sabe. Aliás, é minha vez de jogar. Te vejo mais tarde, Cherry.”
Cheryl quase soltou uma risada ao ler o “te vejo mais tarde”, tinha certeza que Toni ainda iria falar ela porque não deixaria Mackenzie ter a atenção da sua esposa, não ainda mais.
Ah, daria um jeito de fazer a lutadora estar mais cedo em casa.
No boliche, a treinadora se enturmou rápido, Nicholas e Jughead a aceitaram de braços abertos. Parece que haviam virado um grupo de cinco. Nathan sempre foi o melhor no jogo, mas dessa vez Mackenzie conseguiu acabar com seu reinado conseguindo colocar a bola no local certo para derrubar todos os pinos.
— Quem convidou você mesmo?
Nathan perguntou ao se aproximar da treinadora, a mesma riu.
— Não tenho certeza, mas acho que foi você.
Mackenzie fingiu pensar.
Toni observava de perto, uma garrafa de água em mãos.
— Daqui a pouco preciso ir, amanhã cedo temos corrida.
Apontou para a lutadora que assentiu.
A morena até abriu a boca para lhe responder, mas o celular vibrou no bolso. Ninguém tem o costume de ficar focado no aparelho, mas uma nova partida iria se iniciar e Nicholas foi ao banheiro rendendo um espaço de tempo livre.
Não se surpreendeu nem um pouco ao ver a mensagem da esposa.
“Estou com saudade de você!!!”
Um sorriso apareceu em seus lábios, mas ele logo sumiu com a próxima mensagem da sua mulher, era uma foto de Cheryl em frente ao espelho do banheiro e coberta apenas por uma toalha. Toni sentou, deixando a garrafa sobre a mesa para reponde-la.
“Cheryl, que porra??? Não pode me provocar.”
“Não?”
Havia um emoji da carinha safada ao lado.
Mais uma foto.
Dessa vez, a ruiva estava na banheira e com a água junto de uma espuma branca lhe cobrindo até o pescoço. Toni engasgou por alguns segundos, levantando o olhar para os outros que estavam muito distraídos para prestar atenção em si.
“Estou parando de ver suas mensagens agora!”
“Uma pena. O próximo seria interessante...”
É claro que a curiosidade lhe tomou conta, mordeu os lábios ao ver mais uma vez as outras duas fotos e tinha certeza que Cheryl planejou cada passo daquelas provocações.
“O que seria?”
Quando percebeu já havia enviado e sua esposa era rápida nas respostas antes que a morena desistisse. Ela não estava brincando sobre ser interessante porque havia um áudio para ser escutado.
Toni levantou, saindo de perto dos amigos porque não conseguiria se concentrar em mais nada a não ser na duvida do que estava gravado naqueles poucos segundos e quando colocou o celular na orelha, quase gemeu de satisfação ao escutar a voz manhosa da sua mulher:
— Oh, TeeTee. Queria tanto que fosse você me tocando...
TeeTee.
Sabe a quantos anos Toni não era chamada assim?
É óbvio que Cheryl estava fazendo tudo de proposito inclusive os gemidos em meio a frase e o barulho da água. Ela estava se masturbando na banheira e a mente da lutadora só conseguia imaginar o quanto queria estar em casa.
— Está perdida, Toni?
A voz de Nicholas chegou ao seu ouvido junto com a mão no ombro, ela pulou de susto como se estivesse sendo pega vendo um pornô. Porque o que sua esposa lhe enviou era exatamente isso, um áudio proibido para menores e com aviso de: Escute em privacidade.
Porra, ela estava excitada apenas com aquelas fotos e áudio.
— Não está no celular, não é? – Nicholas franziu a testa. — Ah, não, Topaz... A Red tem que aprender a viver sem você.
Em um movimento rápido o celular foi arrancado de suas mãos, os olhos arregalaram em desespero, mas assim que Nicholas pressionou o botão para desliga-lo, já era tarde demais. Seu amigo fez questão de a expor para os outros dizendo que estava trocando mensagens com Cheryl, foi a partir daquele momento que teve que fingir que era apenas uma ruiva com saudade.
Não era mentira, só faltava dizer que a saudade é de sexo.
Tentou desligar sua mente daquelas fotos e do áudio, mas tudo se repetia como um gravador. Conseguiu ficar em último na outra partida, não se preocupou com isso, melhor, estava feliz de arranjar um escape.
— Então estou indo.
Mackenzie anunciou.
— Eu também! – Toni falou fazendo seus amigos a encararem. — Amanhã a gente tem que treinar.
— Você nunca vai embora cedo.
Jughead observou de testa franzida.
— Preciso descansar, foi mal, galera.
Se desculpou e os outros três balançaram os ombros.
O rosto se iluminou quando teve o celular em mãos novamente, saiu junto de Mackenzie acenando para a treinadora. Toni nem quis saber de ligar o aparelho, só precisava chegar em casa o mais rápido possível.
×××
O clima na casa das Topaz não era nada bom, a lutadora ainda não sabia, mas havia uma ruiva fervendo de raiva sentada na cama. A lingerie que preparou para esperar a esposa estava coberta por um robe, Cheryl achou que Toni havia lhe parado de responder para dirigir até em casa, mas quando percebeu a demora chegou a conclusão de que era bem ao contrário.
Quando a porta do quarto abriu, o olhar da ruiva queimou Toni da cabeça aos pés, mas a menor estava excitada demais para prestar atenção nisso. Trancou a porta atrás de si, caminhando em direção a cama enquanto tirava os calçados e a jaqueta.
— Porra, Cheryl, aquelas fotos e o áudio.
Tudo ainda estava fresco em sua mente enquanto engatinhava até a esposa. Assim que chegou próxima o suficiente do rosto de Cheryl, sentiu uma mão lhe cobrir o rosto.
— Enviei a uma hora e meia atrás. – o tom ríspido fez Toni franzir a testa. — Me deixou falando sozinha, Antoniette.
— Cherry, não foi culpa minha...
— Tanto faz!
Interrompeu irritada demais para desculpas.
— Amor, vim assim que pude, eu juro... – aproveitou o rosto de Cheryl virado para o lado depositando beijos na pele do seu pescoço. — Só consigo pensar naquele áudio, você me chamando de TeeTee como antigamente foi golpe baixo.
Os sussurros de Toni quase podiam convencer a ruiva a render-se, mas estava com tanta raiva que precisava fazer a esposa sentir um pouco do gosto amargo que provou ao ser ignorada.
— Me deu uma ótima ideia. – encarou a lutadora. — TeeTee é um nome incrível para meu vibrador, aliás me diverti muito com ele antes de você chegar.
Um sorriso maldoso apareceu nos lábios da ruiva.
— Cheryl... O que?
A menor ficou sem palavras.
— Pensa pelo lado bom, meu amor. – seus dedos escorregaram pelo pescoço de Toni. — É como uma homenagem já que ele me faz gozar como você fazia antigamente.
Cheryl sabia exatamente como cutucar a ferida da esposa, o seu ego. A boca da lutadora se abriu em descrença, uma onda de raiva invadiu suas veias e os dedos pressionaram o lençol da cama.
— Você não disse isso.
Seu tom saiu áspero.
— Eu com certeza disse, Topaz.
Havia um desafio no tom de Cheryl, a mesma fez questão de morder o inferior ao encarar os castanhos da lutadora, seus narizes esbarrando levemente.
— Marjorie, amanhã você não vai querer sair da cama.
— Duvi...
Toni nem a deixou completar, forçando os lábios contra os da ruiva e invadindo sua boca com a língua, um beijo apressado enquanto suas mãos desatavam o robe para deixar Cheryl apenas de lingerie vermelha. A maior pressionava sua nuca, os movimentos se tornaram desajeitados devida a pressa e vontade de ambas.
O corpo de Cheryl foi escorregando para baixo, a morena ficou por cima enquanto aprofundava cada vez mais o beijo, mãos deslizando para as coxas descobertas da pele pálida e apertando com força desnecessária. O gemido que saiu por entre os lábios da mais alta foi a oportunidade perfeita para Toni sugar sua língua com maestria arrancando mais um som da esposa.
Os dois pares de castanhos se encontraram por um momento em meio ao beijo partido, as mãos de Cheryl chegaram a barra da regata da sua mulher a arrancando de seu corpo logo após encontrando o abdômen nu onde fez questão de arranhar. Toni abriu um sorriso ao ver a maneira hipnotizada que a outra lhe encarava, parecia que iria lhe devorar apenas com os olhos. Retornaram a beijar, a ruiva entrelaçou as pernas envolta da cintura da lutadora buscando por um contato maior, se esfregando contra o tronco mesma que suspirava em excitação.
— Com pressa, Cherry?
Toni sussurrou ao beijar o pescoço da esposa, sugando seu ponto de pulso com força enquanto agarrava a coxa que a prendia contra ela. As mãos morenas fizeram uma trilha até o fecho do sutiã vermelho e rendado, desprendendo-o e deslizando pelos ombros nus.
— Porra, tão gostosa... – a lutadora mordeu os lábios ao ver os seios fartos expostos. — Mas tão provocadora.
— Você adora.
Cheryl sorriu ao falar.
Toni fez o mesmo, negando com a cabeça enquanto se desvencilhava das pernas que a prendiam. A ruiva a encarou em confusão enquanto a mesma caminhava para o closet. Jogou a cabeça contra o travesseiro, imaginando o que a espera.
Não demorou para a lutadora estar de volta ao quarto, uma cinta peniana foi jogada contra o colchão. A morena puxou a esposa pelas pernas até que estivessem caídas na ponta da cama, Cheryl sentou enquanto Toni se ajoelhava na sua frente e... Deus! Que visão é ter sua mulher faminta para lhe comer. Sem muito tempo para preliminares, a ruiva sorriu escorregando a calcinha por entre as pernas e fazendo questão de abri-las.
— Alguém está ansiosa.
Toni riu se aproximando da maior.
A lutadora fez questão de beijar a parte interna das coxas e dar leves mordidas, Cheryl assistia a tudo atentamente até que a boca tão desejada entrou em contato com seu sexo. Sua cabeça caiu para trás, os olhos se fecharam e Toni a sugou por inteiro sentindo o gosto do pré gozo em seu paladar. A morena lhe chupou, a língua brincando com seu clitóris enquanto a outra agarrava os lençóis ao gemer alto. É claro que aquele vibrador fazia coisas incríveis, mas a ruiva tinha certeza que nada se comparava a sua mulher. Os toques e as sensações que a fazia sentir, era como estar no céu.
Toni parou por um momento observando as reações da sua mulher, foi então que usou da capsula que estava escondida em seu punho fechado, a colocando na entrada da intimidade da maior e fazendo questão de empurrar com a língua. Cheryl se surpreendeu, a olhando por alguns segundos antes de sentir um sopro e aquilo a fez gemer porque tudo dentro dela parecia gelado.
A capsula havia derretido, elas já haviam usado tantas vezes aquele brinquedo que Cheryl sabia exatamente como iria se sentir. Dessa vez, Toni escolheu a sensação gelada onde tudo dentro de si fica frio após o pequeno utensílio derreter dentro dela. E era o que estava acontecendo, enquanto a boca quente da morena a chupava, havia uma impressão de que tinhs um gelo em sua intimidade, refrescando toda sua extensão. A lutadora lhe penetrou com as língua, o membro quente em contato com seu sexo a fez revirar os olhos de prazer.
Inconscientemente a maior começou a mexer seu quadril na boca da esposa, uma mão envolvendo os cachos rosas para lhe pressionar cada vez mais contra si. Ela estava chegando lá, Toni sentia isso então tirou a língua e penetrou dois dedos, usando da boca para envolver o clitóris que implorava por atenção. Parecia o fim de Cheryl, gemendo ainda mais alto, tremendo as pernas e explodindo em um orgasmo nos lábios da morena.
Toni levantou assim que as costas da ruiva entraram em contato com o colchão. A menor se despiu, aproximando-se da cama apenas para pegar a cinta peniana. Diferente das outras vezes, nessa haviam dois pênis de borracha para pronunciar prazer no casal, um menor que o outro, mas não interferia na sensação de ser preenchida. Cheryl apoiou-se em seus cotovelos, observando sua esposa encaixar o pênis menor em si, deixando escapar um gemido e posteriormente prendendo a cinta em seus quadris. Mordeu os lábios ao analisa-la, o piercing sempre tão brilhante e atraente aos seus olhos.
— Gosta do que vê?
A menor sorriu ao perguntar enquanto se aproximava novamente.
— Não faz ideia do quanto.
Uma lufada de ar saiu pela boca da ruiva.
Toni se posicionou a frente da cama, as mãos puxando sua esposa para perto novamente. Sem esperar ou dar avisos, pegou o membro de borracha em sua mão, encaixando na intimidade molhada da ruiva e a penetrando com força. As duas gemeram juntas, o brinquedo dentro da lutadora também se moveu.
A menor deitou-se sobre Cheryl, empurrando aquele pênis para dentro dela em movimentos de vai e vem, as unhas vermelhas chegaram as suas costas cravando com força, arranhando sua pele sem dó da mesma maneira que fazia as estocadas. Os gemidos das duas se tornaram sincronizados, Toni encostou sua testa na da esposa sentindo um suor escorrer ao lado de seu rosto. Ela rebolou fazendo os brinquedos alcançarem pontos mais sensíveis e os sons que saíram por suas bocas só foram abafados quando conectaram os lábios em um beijo.
Toni acelerou seus movimentos indo mais fundo, sentia o seu ápice chegar enquanto Cheryl mordia os lábios da mesma tentando descontar a dor misturada com prazer que sentia. A ruiva afastou suas pernas lhe dando mais acessibilidade, os dentes cravaram no ombro esquerdo moreno e até podia ser pelo momento, mas a maior queria deixar marcas que pudessem ver... Principalmente uma certa treinadora.
Um gemido mais alto foi escutado, Toni se concentrou tanto no seu prazer e no brinquedo dentro de si que acabou chegando em seu orgasmo primeiro. Os corpos suavam, respirações ofegantes eram ouvidas e a morena teve que ter alguns segundos para se recuperar.
Cheryl a olhou, ela estava quase chegando lá e Toni sabia disso por isso voltou com os movimentos lentos, rebolando algumas vezes e usando mais de sua precisão do que a força, indo fundo e voltando arrancando gemidos arrastados da mulher abaixo de si. As mãos da ruiva chegaram na bunda da esposa, a impulsionando para ir mais rápido, a mesma deixou uma risada fraca escapar que logo deu lugar a um gemido de dor por unhas cravarem em suas nádegas.
— Pare de me torturar!
A maior rosnou.
— Torturar? Não, Cherry... – suas mãos seguraram as da esposa, firmando os dedos nos pulsos da ruiva e as prendendo contra a cama. — Estou fazendo você chegar lá com tanta força... – movimentou seu quadril penetrando Cheryl que gemeu. — Que nunca mais vai querer usar aquele vibrador.
— Com essa velocidade... – ela gemeu em resposta a mais um movimento. — A única coisa que vai chegar é meu sono.
Se havia alguma coisa que Cheryl amava ver era sua mulher brava, furiosa, os castanhos pegando fogo como o que acontecia no momento. Já é a segunda vez que desafia a lutadora e a mesma obviamente não deixaria barato.
Suas mãos se fecharam com mais força nos pulsos da maior apoiando-se na cama e estocando o brinquedo com força desnecessária em Cheryl, a mesma quase gritou em resposta, uma ardência lhe dominando, mas sem ter tempo para pensar porque Toni Topaz havia realmente ficado furiosa e sem cuidados. Fazia questão de a penetrar com rapidez, força, por vezes saindo por completo da ruiva e entrando novamente. Os gemidos da maior já não eram mais controlados, desejava algo para se segurar ou qualquer coisa que pudesse descontar seu descontrole, mas era impossível.
O seu orgasmo veio em seguida, a relaxando por completo e fazendo suas pernas caírem sobre o colchão. Ela deveria saber que sua mulher não pararia por ai.
— Fica de quatro pra mim. – seus dedos pressionaram ainda mais os pulsos de Cheryl, esbarrando os lábios nos dela. — Agora.
O tom nada amigável fez a ruiva usar de suas últimas forças para obedece-la com rapidez, posicionou-se na cama empinando a bunda em direção a esposa que logo estava a chupando, enfiando a língua em sua entrada ardida e lhe fazendo pegar fogo novamente.
Toni estalou um tapa em sua nádega, o contato da palma da mão da morena fez Cheryl gemer abaixando a cabeça. A menor lhe enfiou dois dedos, entrando e saindo para estimula-la, fazendo com que a ruiva segurasse na cabeceira da cama e agarrando o lençol com a mão livre. Mais alguns minutos e o pênis de borracha estava dentro de si novamente, sua mulher iniciando alguns movimentos lentos, rebolando e a fazendo gemer manhosamente.
Os fios ruivos foram puxados para trás com uma força que a fez erguer o corpo, as costas da maior colaram no peito da lutadora, Toni colocou os lábios sobre seu pescoço e chupou a pele do mesmo deslizando a mão pela frontal de Cheryl, apalpando seus seios enquanto continuava a penetra-la.
— Quero ouvir você, Cherry... – sussurrou no ouvido da maior, mordiscando sua orelha. — Peça por mim.
Os dedos gelados encontraram o seu nervo inchado, dando leves toques com suas digitais e fazendo a ruiva gemer, sentindo seus corpos e suores se misturarem. A mão de Cheryl foi parar na nuca da esposa, enrolando os dedos nos fios rosas e jogando a cabeça para trás ao sentir as mordidas que Toni distribuía por seu pescoço.
— Por favor.
Implorou remexendo seu quadril contra o da lutadora.
Ela sabia exatamente quais palavras a menor queria ouvir.
— Me fode como só você sabe fazer.
Pressionou os dedos na nuca da esposa, afastando-se um pouco apenas para lhe dar um beijo desajeitado. Toni começou a estimular o seu clitóris, voltando a fazer movimentos rápidos para penetra-la, estocando o pênis de borracha dentro da ruiva que gemia descontroladamente sobre seus lábios. A sua respiração se tornou descompassada enquanto a lutadora lhe apertava o seio com a mão livre, fazendo círculos em seu nervo sensível com a ponta dos dedos e forçando o quadril contra ela. A sensação de estar chegando no orgasmo e nunca realmente chegar era torturante, isso já havia acontecido outras vezes. Quanto mais conseguia, mais queria.
Separou-se da boca de Toni, ajudando-a com os movimentos e não segurando mais nenhum gemido. Caiu na cama ficando de quatro novamente e a morena se posicionou acima dela, segurando seus cabelos em um rabo de cavalo enquanto a estocava com força, ofegando ao sentir o brinquedo adentrar em si.
— Oh, não para...
Cheryl pedia, olhos fechados e boca entreaberta enquanto agarrava os lençóis, empinando a bunda o máximo que podia para Toni lhe penetrar melhor. Foi então que finalmente o seu orgasmo chegou, mais prolongando e acabando com suas forças, gemendo o nome da esposa que sorria satisfeita com o que causará.
A lutadora não parou, seus movimentos de vai e vem continuaram com a mesma frequência, buscando seu próprio prazer ao bater as coxas contra as da ruiva fazendo o brinquedo em si entrar e sair. A maior juntou suas últimas forças para rebolar contra a esposa, o pênis se remexendo dentro da morena foi o suficiente para conseguir seu ápice, relaxando ao diminuir as estocadas.
Em um movimento lento, a menor tirou o brinquedo de dentro da ruiva e posteriormente retirou a cinta de seu quadril, o jogando em qualquer canto do quarto. Cheryl ainda ofegava na cama, o corpo deitado de barriga para baixo, Toni fez questão de beijar sua pele fazendo uma trilha das pernas até a nuca.
— Aposto que seu brinquedinho não te cansa assim.
Sussurrou, beijando o ombro nu da ruiva que soltou uma risada.
— Com certeza não.
— A partir de hoje é melhor voltar a me chamar de “TeeTee”. – o nariz da morena deslizou pelas costas pálidas. — Ou terei que deixar você sem sexo por um tempo.
Ameaçou, Cheryl levantou a cabeça para encara-la.
— Você não ousaria.
— Experimente.
Desafiou, a ruiva suspirou.
É claro que ela faria.
— Preciso de um banho... – fez uma pausa, Toni estreitou o olhar. — TeeTee.
Completou arrancando um sorriso da lutadora.
— Estou indo preparar a banheira, meu amor.
Selou seus lábios antes de levantar e caminhar as pressas para o banheiro. Como prometido, encheu a banheira e colocou alguns dos óleos que a Cheryl mais gosta na água, além de fazer uma espuma.
Retornou ao quarto e encontrou sua esposa quase cochilando, a ruiva a agradeceu mentalmente quando foi pega no colo e carregada para o banheiro. Toni sentou com Cheryl agarrada a si como uma coala, pernas entrelaçadas em sua cintura e rosto afundado no pescoço, a água entrando em contato com seu corpo foi como relaxar depois de muito treino físico... E que treino gostoso!
— Me deixou toda roxa.
Cheryl resmungou, o queixo apoiado sobre o ombro da mulher enquanto via as marcas dos dedos da lutadora em seus pulsos, Toni segurou em seu pescoço trazendo o rosto para frente do seu e a encarando.
— Você me provocou.
— Eu sei.
Sorriu com a língua entre os dentes, piscando.
— Você é impossível, Topaz.
Cheryl poderia dizer que está nas nuvens toda vez que sua mulher a chama por seu sobrenome, ainda é como na primeira vez em que realmente se sentiu uma Topaz.
— Também deixei minhas marcas.
A ruiva comentou, beijando o ombro que tinha uma mordida exposta, Toni se esforçou para conseguir enxergar e notou que as marcas dos dentes de Cheryl não sumiriam tão cedo.
— Além das minhas costas que estão ardendo.
— Ah, como queria ver você encontrando a sua treinadora... – o tom da maior sempre mudava ao falar da Mackenzie. — E assistir a reação dela.
— Falando na Mackenzie...
Toni murmurou.
— Tem uma coisa que precisa saber.
— Ela deu em cima de você, não é? Olha, sabia que isso ia acontecer e...
— Não, Cherry. – a morena lhe interrompeu, rindo. — Só queria te dizer que a Mackenzie é bixessual... – a boca de Cheryl se abriu. — Mas está namorando um homem, ela tem preferência por eles.
No mesmo instante os ombros da ruiva caíram.
— Que ótimo, porque arrumar briga com ela não seria bom.
— Nunca deixaria ninguém encostar um dedo em você, amor. – Toni segurou sua cintura a puxando ainda mais para perto, a ruiva se aconchegou em seu colo. — Você é minha protegida.
— E você a minha lutadora.
Sorriu junto com a esposa, conectando seus lábios em um beijo muito diferente dos outros que compartilharam hoje. Esse era lento, cheio de sentimentos e carinhos trocados. Parece que Cheryl havia vencido as vozes ruins dessa vez e decidiu confiar em si mesma, na sua mulher, no amor que sentem uma pela outra. Mackenzie não era uma ameaça e havia colocado isso na cabeça porque Toni Topaz é somente sua, ninguém poderá mudar isso.
×××
No outro dia Toni acordou muito cansada para sair pra correr, o seu corpo dolorido da noite anterior a fez mandar uma mensagem para treinadora dizendo que iria direto pra academia. Cheryl estava em seu sono tranquilo, agarrada a esposa que fazia os mínimos movimentos para não acorda-la. Foi só apertar o enviar e voltou a se aconchegar junto do corpo da maior, depositando um beijo no topo da sua cabeça antes de retornar a dormir.
Uma hora depois o celular da compositora tocava no bidê incansavelmente, se recusava a abrir os olhos e ao sentir que Toni ainda estava na cama apenas murmurou um “TeeTee” e poucos segundos depois o som havia parado. Tentou fazer uma nota mental para agradece-la por isso mais tarde, mas provavelmente esqueceria.
Mais uma hora se passou e o casal ainda dormia como se não tivessem compromissos, mas elas tinham. Foi a vez do celular da lutadora tocar brilhando o nome de Mackenzie.
— Topaz, você está atrasada!
Mal atendeu a chamada e tinha sua treinadora esbravejando do outro lado.
— No máximo quarenta e cinco minutos para estar na academia. – pausou por alguns segundos, a lutadora não conseguia raciocinar para responder. — Contando!
E desligou.
Toni deixou o celular de lado e esfregou um dos olhos, encarou a ruiva ao seu lado se espreguiçando aos poucos. Como dona da escola não havia preocupações, mas a morena estava começando a achar que Mackenzie poderia lhe comer viva.
— Caralho...
Murmurou, sentando na cama para levantar.
— Toni! – Cheryl a segurou, a morena a olhou e havia um beicinho em seus lábios. — E o meu bom dia?
A menor parou para suspirar por um momento, inclinando-se para capturar os lábios da esposa em um selinho demorado, se vendo quase não a deixando na cama sozinha.
— Bom dia, Cherry.
— Belo dia, TeeTee. – Cheryl sorriu, mordendo o lábio em seguida ao analisar o corpo nu da morena. — Mas parece que não pra você porque consegui ouvir sua treinadora.
Franziu o nariz.
— Vou dizer que minha esposa ficou me puxando para a cama. – colocou seu corpo acima da maior que sorriu. — E me obrigou a me atrasar porque precisava de mim.
— Por você levo toda a culpa.
Balançou os ombros antes de puxar a morena para um beijo.
Sorrisos foram trocados, a água do chuveiro foi compartilhada e as duas começaram a se apressar porque logo hoje havia uma mensagem de Sabrina dizendo que precisava da amiga na escola. Debora mal as viu, na verdade só viu Cheryl roubar uma fruta e Toni beber um gole de suco, o casal se despediu na garagem, Toni indo para sua moto e a ruiva adentrando o carro.
Na escola, Cheryl foi direto para sua sala, passos tão apressados que ninguém a viu. Sentou em sua cadeira e vasculhou a bolsa atrás de maquiagem porque o pescoço marcado não era algo que queria sair exibindo.
— Finalmente!
Sabrina falou ao adentrar sua sala.
— Por que não me disse que iria atrasar hoje? Nós temos uma reu... – a loira parou de falar ao estar perto o suficiente. — Oh, meu Deus, o que a Toni fez com você?
— Ficaria feliz em contar, mas você odeia a maneira que humilhamos o que você chama de transa com seu namoradinho.
Cheryl riu ao falar, conseguindo cobrir um dos chupões.
Sabrina rolou os olhos.
— Bom, não irá conseguir disfarçar esses lábios inchados.
— Isso é de menos, se alguém visse minhas coxas marcadas.... – negou com a cabeça. — Odeio o quão fácil fico roxa.
— Da pra ver nos pulsos.
A loira apontou para o local, a ruiva parou por um momento para ver as marcas e ficou surpresa com o quão escuras estavam. O seu olhar foi a Sabrina, um pedido mudo de ajuda que não demorou a ser atendido.
— A Toni te espanca e tenho que acobertar, uhn?
Balançou a cabeça em negação e sua amiga apenas deu de ombros.
Ela ama quando a lutadora deixa marcas nela.
Na academia, uma Toni apressada também adentrava ao local indo direto a parte onde treina com Mackenzie, a mesma estava parada em cima do tatame, braços cruzados e agora o olhar fixo na morena. A menor engoliu a seco adentrando o vestiário para fugir daqueles azuis julgadores. Foi só o tempo de ficar apenas de top e calção justo para voltar ao tatame, um receio ao subir no mesmo.
— Oi?!
O tom da lutadora era duvidoso.
— Olá, Topaz. – o olhar de Mackenzie a analisou. — Noite divertida?
Arqueou as sobrancelhas.
— Muito! – Toni respondeu em animação, mas encolheu os ombros assim que a treinadora estreitou o olhar. — Quer dizer...
— Olha aqui... – os braços de Mackenzie caíram ao lado do corpo e começou a dar passos em volta de Toni. — Não me importo se ficou até tarde ontem transando ou se sua esposa é agressiva porque estou vendo as marcas nas suas costas. – franziu a testa ao reparar nos vergões expostos. — Sexo é bom, também é uma atividade e com certeza melhora o humor de qualquer um. – riu ao falar parando na frente da morena novamente. — Mas você precisa de foco, não aceito atrasos ou recaídas em dietas. – deu um passo para frente a encarando de perto. — Não tenho ideia como eram seus outros treinadores, mas comigo funciona assim: Eu comando a equipe, você é apenas minha subordinada, então se digo que a partir de hoje não quero mais atrasos, o que me diz?
— Sem atrasos, entendi.
Toni balançou a cabeça.
— Ótimo! – Mackenzie sorriu. — Espero que Cheryl tenha deixado alguma energia em você porque não irei facilitar o treino.
— Porra...
A morena murmurou.
— É, Topaz. – a treinadora tocou em seu ombro. — Estou te levando de volta para o topo, só precisa me ajudar.
Piscou, a morena assentiu.
O cinturão é sua prioridade novamente.
Naquele dia Mackenzie conseguiu deixar Toni acabada, Cheryl se surpreendeu ao chegar em casa e encontrar a esposa dormindo esparramada na cama delas, exausta da noite anterior e do treino. A ruiva só ficou sabendo depois, mas imaginava que deveria ter algo haver com o tom bravo da treinadora no celular logo pela manhã. Ao deitar do lado da morena após um banho, trocaram apenas múrmuros porque a compositora também se via cansada e o dia acabou bem cedo para o casal.
×××
Cheryl não se incomodava com Mackenzie, digamos que poderia ser ao contrário, porque a treinadora claramente odiava quando Toni recebia a visita da ruiva e perdia completamente o foco. Elas ainda não tinham nenhuma luta marcada ou previsão para marcarem uma, mas queria sua lutadora pronta para quando tivessem. A relação treinadora e esposa da Topaz realmente não era muito boa, mas tentavam manter o respeito.
Só que sabe o fato de Cheryl não se incomodar com a Mackenzie? Talvez isso tenha mudado. Foi na outra quarta-feira, onde a ruiva pensou que a treinadora não iria participar do “encontro sem parceiras”, mas quando viu uma postagem de Nicholas e eles estavam em um bar junto da mesma, é claro que não gostou da informação.
Estava com suas amigas naquela noite e elas a distraíram para não pensar muito nisso. Chegou em casa primeiro que a Toni, decidiu ficar na sala esperando, pronta para ir dormir. A semana passada houve a provocação e aquele sexo delicioso, mas não poderia fazer sua mulher tirar a atenção dos amigos toda vez, seria infantil, mas... Não via a hora de fazer novamente não conseguia negar.
— Que mulher foda, sério.
— Acho que você está apaixonado.
— Se eu não fosse gay... Talvez.
A ruiva conseguiu ouvir perfeitamente a conversa que rolava entre Toni e Nathan que adentravam a casa vindo da garagem, sentada no sofá virou seu corpo apoiando o braço no encosto e a cabeça na mão, não demorou para a dupla aparecer em seu campo de visão.
— Aposto que a Cheryl já está dormindo.
Toni riu ao encarar Nathan, nenhum percebendo a presença da ruiva.
— Não estou.
Falou chamando a atenção dos dois, os olhares ergueram reparando na mulher sentada.
— Madrinha. – Nathan sorriu. — Como foi sua noite?
— Ótima, obrigada.
Respondeu enquanto observava os dois se aproximarem, Nathan jogou seu corpo em um sofá enquanto Toni sentava ao seu lado lhe cumprimentando com um beijo rápido.
— Ele pediu pra dormir aqui hoje.
Fez sinal com a cabeça para Nathan.
— Posso permitir se me contar quem é a mulher foda. – Cheryl arqueou as sobrancelhas para o adolescente que lhe encarava. — E que estaria apaixonado se não fosse gay.
— Mackenzie. – deu de ombros. — Caralho, aquela mulher é fodidamente incrível.
— Olha a boca!
A ruiva o repreendeu.
— Madrinha, se você a conhecesse como nós, também iria ficar babando porque essa mulher sabe tudo, ela treina, tem um papo gostoso, joga boliche, sinuca, tem uma moto foda...
— Uma moto?
Cheryl perguntou curiosa.
— Sim! – a animação de Nathan era nítida. — Ainda se veste bem, é simpática, bonita pra caralho...
— Ugh, Nathan! – a ruiva resmungou, levantando do sofá. — Você está parecendo um garotinho cheio de testosterona.
Balançou a cabeça em negação, caminhando para a cozinha em busca de um copo com água. Toni e Nathan trocaram um olhar ao perceber a reação de Cheryl, um sorriso apareceu nos lábios da lutadora.
— Sabe que ela está com ciúmes, não é?
— O que? Mas vocês já não...
— Não, idiota!
Toni o interrompeu.
— De você. – o garoto tinha uma expressão confusa. — Qual é? Está colocando a Mackenzie em um pedestal, continue com isso para ver onde vai dar.
Nathan sorriu.
— Vai ser divertido.
Assim que terminou de falar, Cheryl voltou para a sala e sentou ao lado de Toni novamente, puxando os braços da morena para acolhe-la já que somente a camisola no corpo não aquecia em nada.
— E a escola? Falta quanto pra se formar?
Cheryl sempre o interrogava sobre como estão indo as coisas.
— Final do mês estarei com o ensino médio completo. – sorriu orgulhoso. — Pensei em convidar você, Toni e a Mackenzie.
— O que? – o tom da ruiva se elevou. — Conheceu ela ontem, Price!
— Madrinha, não sei... Ela me conquistou, passou uma energia boa, sabe? Aquela mulher é uma inspiração pra mim.
A boca de Cheryl se abriu, fechando alguns segundos depois com a revelação, não entendia como Mackenzie conseguia fazer todo mundo sentir essa maldita ligação.
— Pois, por que não diz pra ela ser sua madrinha também? – rosnou brava. — Peça para ela ir nas reuniões do AA com você!
Nathan riu.
— Ainda tem coragem de rir.
Negou com a cabeça, preparando-se para levantar, mas Toni a segurou.
— Não se meta, Antoniette.
— Madrinha, é brincadeira. – Nathan não conseguia segurar a risada. — Mackenzie é incrível, mas você ainda é minha pessoa preferida, ok?
Ele encarou a mais velha para falar, a mesma relaxou contra o corpo da esposa, suspirando fundo. Odiava pensar na possibilidade das pessoas importantes para si a substituindo.
— Foi uma brincadeira de mau gosto.
Murmurou.
— Foi ideia da Toni!
— Nathan!
A lutadora o repreendeu.
— Eu estou indo dormir... – o garoto levantou do sofá, fugindo do provável esporro que tomaria. — Boa noite, não façam aquilo, lembrem que estou aqui.
— Se tem algo que vou fazer depois dessa brincadeira é gemer bem alto pra te incomodar. – o tom de Cheryl era elevado para que Nathan que já se dirigia as escadas ouvisse, ele lhe mostrou o dedo do meio. — Mau educado!
Não era a primeira vez que o garoto fica na casa delas, por vezes aparecia de noite apenas para matar tempo com o casal e acabava dormindo no local, nenhuma das duas nunca reclamou porque no fundo adoram ter Nathan por perto.
— Ainda não superamos o ciúmes pela Mackenzie?
Toni perguntou assim que ficaram sozinhas, Cheryl revirou os olhos enquanto remexia o corpo para ficar de frente para a esposa, a expressão desagradável no rosto.
— Sempre terei ciúmes, ela tira você da cama cedo e ainda leva o Lion junto! Toda vez que chego pra te visitar na academia implica comigo dizendo que sou distração. Distração? Sou sua esposa! E agora estava tentando roubar até meu afilhado.
— Cherry... – Toni riu com o desabafo. — É que você incrivelmente chega bem na parte mais importante do treino...
— Sou vidente agora?
Cruzou os braços.
— Não, amor. – a morena não evitava a risada. — Só poderia colaborar ao ir mais tarde, uhn? E ela nunca conseguiria roubar o Nathan de você, esse garoto te idolatra.
— Uhum...
Murmurou.
— Você fica uma graça com ciúmes. – a lutadora sorriu puxando a esposa para seu colo. — Principalmente quando é só esse charme, não quando tenta machucar ou ofender outras pessoas.
O olhar de Cheryl chegou ao seu conseguindo perceber o quanto sua esposa estava orgulhosa de si, relaxou um pouco ao entrelaçar os braços no pescoço da lutadora sentando sobre suas coxas.
— Estou tentando por você... Por nós.
Para termos um bebê.
Queria completar, mas não o fez.
— Eu sei e te admiro por isso. – colocou uma mecha do cabelo ruivo para trás da orelha. — Eu te amo muito, Cherry.
Não eram exatamente as palavras que esperava, mas a maior sorriu antes de se inclinar para beija-la.
— Eu te amo mais, TeeTee.
[ Olá.
Esse é o maior capítulo da história até agora 😱
Só pra deixar claro, nesses capítulos está tendo passagem de tempo constantemente, espero que não se percam 🙈
Temos uma personagem nova, brasileira e que veio para ficar, provavelmente não vai ser muito amiga da Cheryl. E sinceramente? Sorte da Toni treinar com essa mulher 🥵🥵🥵
Bom, estou precisando de sugestões para o nome do bebê beronica, lembrando que é um menino.
É isso, até qualquer hora. ]
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