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Gracie Spellman Scratch

Cheryl Blossom – Point Of View

Minha afilhada vai nascer. 

Atenção, não é um treinamento.

Gracie Spellman Scratch está vindo ao mundo.

Só conseguia pensar nessas informações enquanto Toni dirigia o carro o mais rápido possível em direção ao hospital, não tinha tempo de divagar sobre nossa situação civil, na briga que tivemos ou nas maneiras maravilhosas que me proporcionou orgasmos. A única coisa que ecoava em minha cabeça é que Gracie está nascendo, vou conhecê-la e me tornarei oficialmente madrinha.

Nós adentramos o local as pressas, dando o nome de minha amiga na recepção e conseguindo o numero do seu quarto. O hospital onde Veronica trabalhava me trazia lembranças suas, mas nem tive muito tempo de pensar nisso, um Nicholas afobado apareceu no corredor com a testa suando e mãos tremendo.

— Graças a Deus! – exclamou em alívio. — Precisa entrar agora, a Sabrina está implorando por você.

Balancei a cabeça em positivo, concordando com sua fala e trocando um rápido olhar com Toni antes de adentrar a porta que Nicholas acabará de sair, antes de faze-lo notei a presença de Barbara no corredor, mas não dei importância.

A loira estava em pé, uma mão apoiada sobre a maca e outra nas costas, havia uma enfermeira presente apenas controlando suas contrações.

— Marjorie. 

Rosnou meu nome do meio, aproximei-me rapidamente da loira. 

— Mandei Nicholas te procurar, onde diabos estava? 

— Desculpa, viemos o mais rápido possível. – fiquei parada ao seu lado sem saber como agir. — Como está se sentindo?

A minha resposta não veio com palavras e sim com um grito agudo de Sabrina, curvando-se enquanto gemia. Olhei para um Nicholas que se apressou em ir até ela, massageando suas costas, via na sua expressão o quanto sofria junto com a namorada.

— Sabrina, o que precisa? 

Perguntei sem ter ideia como ajudar.

— Que fique aqui e me apoie. – ela procurou por minha mão a segurando. — Por favor.

— Claro. – concordei. — Acho que é bom respirarmos um pouco... Todos nós, também estou nervosa. Quer dizer, vocês vão ser pais e eu madrinha... Jesus.

Soltei o ar com força ao falar tudo rapidamente. Sabrina deu um risinho com meu nervosismo e fiquei feliz com sua reação, ela sabe muito bem que sofro por antecipação.

— Ahhh....

Mais um grito arrastado de minha amiga, dessa vez seus dedos quase esmagaram os meus ao apertarem os mesmos. 

Me perdi no tempo que passamos juntos naquele quarto, mas quando estava quase no final me vi exausta e mal posso dizer sobre minha amiga. Ela sentou, levantou, deitou, caminhou... Tudo enquanto tinha contrações que se tornavam mais frequentes e dolorosas. A acompanhei, lhe dei água e sequei seu suor enquanto Nicholas fazia o que podia para tentar dar forças a namorada. 

Foi quando o rompimento da bolsa aconteceu que o processo acelerou, em um minuto estava ajudando minha amiga e no outro a enfermeira estava solicitando um médico porque a bebê iria nascer. Assim que o homem conferiu que Sabrina estava pronta, me aproximei da loira deitada na cama com a mão firme na de Nicholas.

— Boa sorte, você é forte e consegue.

Beijei sua testa, Sabrina sorriu de forma cansada.

— Eu sei, Cheryl.

Sorri junto com ela, sendo expulsa no minuto seguinte do quarto.

Fui empurrada para fora, a porta trancou em minhas costas e soltei um suspiro profundo. Percorri o olhar no corredor, nenhum sinal de Toni ou Barbara. Franzi a testa, me perguntando onde estavam. 

Juro, tentei não pensar muito nisso, mas assim que sentei no banco de frente para a porta do quarto, os meus momentos com minha esposa vieram a mente, principalmente as palavras de Toni antes do celular tocar. Nós não tivemos uma continuidade, nem mesmo um contexto final de onde queria chegar, poderia ser qualquer lugar inclusive dentro de uma sala, com dois advogados e assinando os papéis do divórcio.

Soltei um suspiro, levantando o olhar ao ouvir vozes e vendo que Barbara vinha junto de Toni, lado a lado, muito assunto e sorrisos, enquanto carregavam copos de café nas mãos. Por vezes conseguia ouvir alguns gritos de Sabrina, as paredes não eram tão grossas.

— Hey, Cheryl. – Toni parou a minha frente. — Como estão as coisas? 

— Falta pouco para nascer. 

Respondo encarando a morena.

— Peguei café pra você.

Estendeu um dos copos em minha direção. 

— Vou procurar um banheiro primeiro. 

Abri um pequeno sorriso de agradecimento, levantando do banco e caminhando a procura de um local para jogar água em meu rosto. Achei um banheiro, minha expressão no reflexo demonstrava todas marcas de cansaço e defeitos que cubro com a maquiagem. Sai tão depressa que nem consegui pensar em vaidade, beleza... Mas aquela filha da puta – que é ex da minha esposa, parece nem precisar disso, ela é naturalmente linda. 

Fechei os olhos por alguns segundos, me senti cansada e com sono, essa semana tem sido cheia de surpresas principalmente na madrugada. A falta de descanso me deixa mais irritada e sem filtros, mais propensa a cair em minhas próprias armadilhas emocionais.

Quando voltei para o corredor do quarto, parei a alguns metros da dupla inseparável. Toni e Barbara, sentadas lado a lado enquanto conversavam, bebiam café e trocavam malditos sorrisos. Cruzei os braços, encostando o corpo contra a parede e as observando. Não posso ao menos demonstrar o meu ciúmes ou a insegurança porque a briga de ontem foi o suficiente para saber que a lutadora já não gosta tanto assim de meu lado possessivo.

Talvez seja isso, não esteja mais tão apaixonada por mim, por minhas qualidades e defeitos, talvez esteja disposta a aceitar os de Barbara que devem ser muito menores. Convenhamos, essa modelo é perfeita. Não só de beleza, mas ela sabe como lidar com as situações e pessoas, pensando agora, as duas são tão parecidas.

Sou o oposto de Toni, nós duas sabemos de quanta diferença temos, mas sempre tentamos equilibrar... E se estiver cansada? Cansada de evitar certas pessoas e atitudes por minha causa? Cansada de ceder e tolerar meus inúmeros erros? Cansada da agitação que trago pra sua vida? Porque... Diabos, a morena teria uma vida calma se não fosse por minha causa, pelo meu temperamento explosivo, possessivo e inconsequente. 

Quem sabe ela realmente iria dizer que é melhor nos separarmos e sermos felizes sozinhas, longe uma da outra e de tantas diferenças. Barbara pode ser o amor da sua vida e tenho ocupado seu tempo com a pessoa errada, tentando fazer dar certo algo que não tenha mais futuro. 

— Cheryl.

A voz de Toni tirou-me de meus devaneios.

Encarei a morena parada a minha frente.

— Cherry, você está chorando? 

Só então percebi as lágrimas caindo dos meus olhos sem ao menos pedir permissão e acordei totalmente de meu transe. A mão de Toni subiu em direção o meu rosto, mas recuei a impedindo de me tocar.

— O que? Cheryl...

— Só me deixa, ok? Aproveite seus momentos com a Barbara.

Toni franziu a testa. 

Neguei com a cabeça, virando as costas para ela.

— Espera. – segurou-me virando de frente para seu corpo novamente. — Do que você está falando? 

— Que não precisa ter pena de mim, tudo bem? – o meu coração batia forte dentro do peito, uma dor quase me sufocando. — Agora percebi que o melhor pra você é ficar com a Barbara. É sério, ela é incrível por sempre ter te apoiado, estado nos melhores e piores momentos, nunca julgado sua profissão totalmente o contrário do que já fiz. 

Desabafei, as lágrimas começaram a vir com mais força. A minha respiração ofegou e levei a mão ao peito. Toni me olhou com preocupação, abrindo a boca para falar, mas a impedi levantando o indicador. Puxei o ar, recuperando-me. 

— Não precisa tentar negar... – meu tom quase não saiu quando me apoiei na parede. — Sabemos que é verdade porque essa insuportável é perfeita! Tanto de caráter quanto de beleza e... Deve ser tão fácil se apaixonar por ela que nem te culpo, Toni. Pode fazer o que quiser, merece ser feliz e ter a melhor pessoa ao seu lado, não me importo em abrir mão da minha felicidade pela sua. A Barbara vai saber cuidar de você como não fiz porque o meu maior erro foi te magoar, ela nunca te machucou e...

Respirei, erguendo o olhar para tentar acabar com as lágrimas, estava ofegando por falar tudo tão rápido, mas se não fosse assim talvez nunca conseguiria colocar para fora. Deixar Toni ir será tão doloroso, ainda mais do que qualquer outra vez que nos separamos. Engoli o choro, a vontade de gritar... O meu corpo literalmente tremia a sua frente, aquela sensação de que tudo iria desabar me fazia iniciar uma crise, algo que não tenho desde a notícia de Veronica indo para o exército.

O que eu faria? 

Sem Toni.

Veronica está longe.

Sabrina precisa cuidar da filha.

E eu estarei completamente sozinha novamente.

— Só quero que seja feliz. – solucei ao falar, olhando para a morena estática a minha frente. — Eu juro que nosso divórcio será amigável... 

— Da pra calar essa boca?!

O tom alto e firme de Toni me fez estremecer. Suas mãos seguraram meus braços, empurrando-me para ficar contra a parede e fixando o olhar no meu, não conseguia decifrar sua expressão.

— Estou cansada, Cheryl!

Esbravejou.

— Eu sei. 

— Não. Não sabe de porra nenhuma! – arregalei os olhos. — Eu te amo pra um caralho e não me vejo com mais ninguém. – ela respirou, relaxando os ombros. — Por favor, fiz de tudo pra mostrar o quanto estou com você, tanto em palavras quanto fisicamente, acredita de verdade que quero outra pessoa? 

— Mas, Toni... O jeito que você falou parecia que iria acabar.

Respirei fundo, enxugando as lágrimas que caíam.

— Acabar? – juntou as sobrancelhas. — Estava dizendo que é melhor conversarmos, pararmos de esconder sentimentos uma da outra porque percebi que ficou magoada, Cheryl. Agora vejo o que está acontecendo, mas nunca imaginei que Barbara te deixa insegura a esse ponto. 

O meu olhar desviou do seu. 

— Cherry...

Toni tocou em meu queixo, puxando para encara-la.

— Não quero ela. – declarou quase em um sussurro. — Só quero você. 

— Jura? 

Murmurei, a morena abriu um sorriso.

— É claro que juro, amor. – o meu coração aqueceu com a maneira que me chamou. — Ninguém me têm além de você. 

— Diabos, Toni... Estava a ponto de ter uma crise só de pensar em te perder e...

Ela arregalou os olhos. 

— Você está bem? 

Suspirei.

— Agora estou, Tee. 

Relaxei sentindo os seus braços rodearem minha cintura, colando nossos corpos enquanto me pressionava ainda mais na parede. Meus braços enlaçaram seu pescoço, Toni olhou-me com receio.

— E nós estamos bem? 

— Você que precisa responder. – toquei em uma mecha de seu cabelo rosa. — Venho tentado recuperar o que perdi, consertar os erros que cometi, é a única que pode dizer como estamos. 

— Então... – aproximou nossos rostos. — Estamos incrivelmente bem, melhores do que nunca. 

Sorriu, inclinando-se para juntas nossos lábios.

— Nasceu! – o grito de Nicholas no meio do corredor nos fez encara-lo. — Minha filha nasceu! 

Comemorou pulando, troquei um olhar com minha esposa, nossos sorrisos abrindo juntos. Lhe dei um selinho antes de nos afastar, mas apenas para entrelaçar as mãos e nos aproximarmos do novo papai. 

Trocamos abraços com Nicholas que estava eufórico, Gracie havia ido fazer algumas exames e estaria na maternidade, uma sala com vários outros recém nascidos. Sabrina permaneceu no quarto, recuperando-se do recém parto, mas ela que me perdoe, preciso conhecer minha afilhada agora. 

Não demoramos a estar todos grudados naquele vidro, inclusive Barbara que ficou a todo momento ao lado do irmão. Acredito que após minha chegada a ignorando, preferiu afastar-se de mim, ao contrário de Toni que ficou no meu lado o tempo todo.

— Ali vem ela. 

Nicholas anunciou tirando minha atenção dos outros bebês para a que vinha no colo da enfermeira. Enrolada em um tecido rosa e com uma touquinha da mesma cor. A moça que segurava foi gentil o suficiente para traze-la até perto do vidro, pude ver cada detalhe do rostinho de Gracie, os olhinhos fechados e boca levemente entreaberta. 

Senti algumas lágrimas virem, mordendo os lábios ao imaginar todo o futuro da garotinha e junto comigo, é claro. Espero ser uma ótima madrinha, um exemplo para a pequena e com certeza, estar ao seu lado nos melhores e piores momentos.

— É linda. 

Sussurrei, tocando no vidro.

— Nem parece filha do Nicholas.

Toni brincou, abraçando-me de lado. 

Surpreendentemente nosso amigo estava tão focado na filha que não se importou com a provocação da minha mulher. 

— Não vejo a hora de pega-la. 

Barbara falou. 

Não antes de mim! 

— Ei, Cherry. – Toni beijou meu ombro. — Sei que não vai sair daqui, quer algo pra comer? Já é início da manhã.

Encarei os castanhos. 

— Quero, Tee. – lhe dei um selinho. — Liga pra Debora? O Leo ficou sozinho.

— Verdade, vou fazer isso.

Deu-me mais um beijo, afastando-se do meu corpo. 

Antes de ir em direção a lanchonete, minha mulher ainda perguntou se alguém mais queria algo e apenas Nicholas pediu por um sanduíche. Barbara disse “não, obrigada, T”. Nem demonstrei o quanto esse apelido me incomoda precisava parar um pouco com minha mente paranóica e com as implicâncias. Tanto eu quanto minha esposa sabemos que ainda teremos que conversar sobre o assunto “Barbara”, mas estava disposta a ceder dessa vez, ser mais compreensiva. 

— Vou dar uma olhada na Sabrina. 

Avisei aos outros dois que estavam atentos em Gracie. 

Nem esperei resposta, caminhando para o quarto da minha amiga, adentrei o mesmo com dois toques e encarei a loira cansada na cama, mal abrindo os olhos.

— Olá, mamãe. 

Me aproximei com um sorriso.

— Você viu ela? 

Remexeu na cama, sua voz quase não saía.

— Vi, é linda. – toquei em seus cabelos. — Gracie é um anjo, parabéns. 

— Obrigada, Cheryl. Não vejo a hora de me ajudar a cuidar...

— Ei! A filha é sua. 

Repreendi em brincadeira, nós rimos. 

Um silêncio pairou entre nós, Sabrina fechou os olhos por alguns segundos respirando com força. Sentei na cadeira de acompanhante ao seu lado, a loira voltou a me encarar.

— Você parece cansada... 

Me analisou, suspirei. 

— Tive uma discussão com a Toni. – confessei, Sabrina arqueou as sobrancelhas. — Mas estamos bem, foi um mal entendido, falta de comunicação... O nosso maior defeito.

— Vocês precisam consertar isso. 

— Nós vamos. 

Balancei a cabeça em positivo.

— Está na hora de você parar de me dar trabalho, agora tenho a Gracie e...

— Entendi, entendi. – a interrompi, levantando as mãos em sinal de rendição. — Dessa vez é pra valer, sem separações.

— Bom mesmo.

Usou o tom autoritário, rolei os olhos enquanto ria.

A minha amiga pegou no sono logo após nosso assunto acabar, conseguia perceber o quão cansada estava da agitação. Meu desejo era dormir um pouco, mas minha barriga roncando me impedia de continuar no quarto.

Procurei por minha esposa que vinha com café e um pedaço de bolo, nós sentamos juntas de frente para a porta. Toni abraçou-me pelo ombros e encostei minha cabeça nela enquanto comia. Mal tinha forças para trocar palavras ou pensar em algum assunto. 

Nicholas voltou para junto da namorada, Barbara sumiu por uns minutos e acredito que continuava a babar na minha afilhada. De barriga cheia me aconcheguei mais contra minha esposa no intuito de tirar um cochilo, mas meus olhos despertaram com rapidez quando Toni disse que uma enfermeira estava vindo com um bebê. 

Era Gracie chorando baixinho de fome. Poderia ter dois acompanhantes junto de Sabrina, é óbvio que me apressei em adentrar o quarto para ver a bebê tomando seu primeiro leite materno. 

— Nick, limpa aqui. – toquei no canto dos lábios, ele franziu a testa. — Está babando. 

— Ah, Cheryl...

Resmungou enquanto Sabrina ria. 

Parecíamos urubus na volta de Gracie, a bebê sugava o peito da mãe enquanto a mesma lhe acariciava e sorria para a garotinha. Assim que terminou de mamar foi a vez do pai pega-la um pouquinho, todo desajeitado, mas com muito assunto com a filha.

— Chega, Nick. – me aproximei do homem. — Me deixa pega-la antes de virem buscar. 

Estendi os braços para ele que fez um beiço, Sabrina o repreendeu e Nicholas se viu obrigado a soltar a filha. Os movimentos para Gracie vir para meu colo foram todos calculados, com calma e até que a mesma estivesse colada em meu peito. A menina dormia tranquilamente, mas automaticamente balancei o corpo como se tivesse a nanando.

— Vou sair para a Barbara poder conhecê-la.

Nicholas depositou um beijo na filha antes de sair, fiz uma careta com a menção do nome da modelo. Gracie estava tão quietinha em meu colo, ela não precisa de outra madrinha. 

Quando a porta abriu novamente depois da saída do meu amigo, não levantei o olhar em nenhum momento. Por sorte, Barbara caminhou até a minha amiga lhe dando parabéns. 

— Fui até o carro pegar o presente que comprei. – a olhei, a mesma dava uma pequena sacola para Sabrina que me encarou antes de aceitar com um sorriso. — Fiquei sabendo que as madrinhas são as que dão o primeiro presente, não poderia deixar passar. 

O que? Da onde Barbara tirou isso? 

— Obrigada, você foi muito gentil. 

Sabrina agradeceu, revirei os olhos evitando de encara-las. 

— Será que posso pega-la um pouquinho? 

— Claro. 

Fechei os olhos com força. 

Arg.

Eu juro, isso não tem nada haver com a Toni, mas com a Gracie. 

A minha afilhada.

— Cheryl. 

Sabrina me chamou, a encarei. 

A loira balançou as sobrancelhas em direção a Barbara.

Soltei um suspiro, me rendendo ao pedido da minha amiga. Muito diferente de quando Nicholas me passou Gracie, fiz questão de ser mais rápida nos movimentos para coloca-la nos braços de Barbara e evitei de olhar naqueles azuis que poderiam conquistar minha afilhada.

— Acho melhor ir... – falei ao ver aquela modelo conversar com a recém nascida. — Estou cansada, volto mais tarde, ok? 

Me aproximei da minha amiga que assentiu. 

— Se não voltar te ligo. 

— Está bem. 

Sorri, beijando sua bochecha. 

Sai sem me despedir da modelo, ignorei sua presença mais uma vez, encontrando Nicholas e Toni na maior conversa. O olhar da minha esposa veio até o meu. 

— Quer conhecer a Gracie antes de irmos? 

Perguntei chegando perto da morena.

— Acho que é tarde demais. 

Nicholas deitou a cabeça em direção a enfermeira que trouxe Gracie, provavelmente vindo busca-la. Os ombros de Toni caíram em desanimo. 

— Pensei de irmos em casa e quando voltar a Gracie vai estar no quarto, poderá pegar o quanto quiser. 

Sugeri, ela concordou levantando. 

— Vamos, você precisa descansar. 

Beijou minha bochecha, descendo a mão para junto da minha e entrelaçando nossos dedos. 

Nos despedimos de Nicholas, acenos e sorrisos para o papai que não demorou a adentrar o quarto novamente. Saímos do hospital direto para o carro, no caminho ainda liguei para a escola avisando do nascimento de Gracie e que não iria ao estabelecimento. Precisava de descanso e da minha esposa somente. 

×××


Ao chegar em casa fui direto para o banho, nossa sorte é que Debora veio trabalhar e iria preparar o almoço, Toni ficou contando sobre Gracie para ela enquanto subi para o quarto. Me perdi no tempo embaixo daquela água quente e tão relaxante, não tinha previsão para sair, se tornou ainda mais difícil quando minha esposa resolveu juntar-se a mim. 

— Tem espaço para mais uma? 

Sorriu, o meu olhar caiu para seu corpo completamente nu.

— Pra você sempre tem. 

Pisquei a chamando com o indicador, Toni se aproximou colocando-se totalmente abaixo da água, abraçando minha cintura e deixando um selinho em meus lábios. 

— Será que teremos alguma noite mais calma? – perguntei tocando em seu rosto molhado. — Quero dormir uma noite completa. 

— Fico tão mal por você, Cherry. – lamentou. — Sei o quanto o sono é importante para seu humor. 

— Sabe o que ajuda a melhorar meu humor também? 

Mordi os lábios, os dedos descendo para o seu pescoço.

Toni sorriu.

— Não tenho ideia.

Fingiu desentendimento. 

— Então, eu te mostro.

Segurei sua nuca, puxando o rosto contra o meu e chocando nossos lábios, minha língua invadiu sua boca e caminhei com a morena até a parede prensando o corpo contra os azulejos arrancando um gemido seu. Estava a devorando apenas com aquele beijo, sugando e mordendo-a de maneira quase desesperada. 

Eu sentia tanto sua falta! Do seu gosto, gemidos e reações.

Nos separei, deslizando os lábios por seu queixo e chegando no pescoço onde depositei beijos, chupões, lambidas. Toni agarrou os meus ruivos, me pressionando mais contra sua pele e suspirando com os contatos. Desci minha boca para seus seios, estimulando um com meus próprios lábios e outro com a mão, ouvindo os gemidos manhosos de minha esposa implorando por mais.

A minha língua se arrastou por sua barriga, agachando o corpo a sua frente e por fim me ajoelhando, a água caia longe de nossos corpos, mas não conseguia raciocinar para desliga-la porque só pensava na minha mulher e seu sexo implorando por mim. Apoiei uma de suas pernas em meu ombro, aproximando minha boca de sua intimidade e a lambendo por inteiro.

O meu olhar subiu para Toni completamente encostada na parede, mãos espalmadas na mesma enquanto mordia os lábios. Dei um sorriso, satisfeita com seu desespero e abocanhando seu sexo. Chupei seu clitóris de primeira sentindo uma de suas mãos segurarem meus cabelos no topo da cabeça, a morena gemeu mais alto e comecei a estimular seu nervo com a ponta da língua. 

A chupei inteira, hora lhe penetrando com a língua e hora apenas fazendo movimentos circulares em seu ponto sensível. Os gemidos da minha esposa já não eram mais controlados, minhas unhas cravaram em sua coxa quando iniciei um vai e vem, indo o mais fundo que conseguia e balançando minha língua dentro dela. Quando Toni pressionou mais a intimidade contra mim, buscando por um toque mais preciso e conseguindo, desmanchou-se em minha boca gemendo. 

Suguei seu gozo e se não fosse pelo cansaço, provavelmente iniciaria mais uma sessão de orgasmo, mas em vez disso levantei ficando de frente para minha mulher que aparentava estar de pernas bambas.

— Me sinto mais bem humorada agora.

Falei sorrindo para Toni que negou puxando-me para um beijo.

— Agora é minha vez de ficar com bom humor... 

— Amor, você sempre está de bom humor! 

A impedi de me tocar, ela fez beiço.

— Estou cansada.

— Está me negando sexo? 

Arqueou as sobrancelhas.

— Você me negou por semanas.

Caminhei para o chuveiro novamente, suspirei ao sentir a água quente bater contra meu corpo e não demorou para que os braços de Toni estivessem me segurando por trás.

— Por que você é tão vingativa? 

Murmurou, beijando minha nuca.

— Não estou sendo vingativa, estou exausta, Tee. – confessei girando para ficar de frente para ela. — E tenho a impressão que precisamos conversar, não é? 

— Tem razão. 

Pressionou os lábios. 

— Mas antes vamos aproveitar o banho. 

Pedi, segurando em seu rosto e grudando nossos lábios. 

Toni concordou, distribuindo alguns beijos por meu rosto antes de nos separar para que pudéssemos realmente tomar banho. 

Nós demoramos, é claro. Beijos roubados, carícias trocadas e muitos abraços. Não queria sair daquele banheiro, mas precisávamos ou iriamos acabar com a água do planeta. Nós vestimos roupas quentes, secamos os cabelos molhados e minha esposa desceu para saber se faltava muito para o almoço. Deitei na cama, ela não demorou a voltar dizendo que Debora avisaria quando estivesse pronto. 

— Então... 

Toni iniciou sentando na cama, fiz o mesmo.

— Pode falar. 

— Na verdade, só quero que seja muito sincera comigo, Cheryl. – pediu seriamente. — Como se sente em relação a Barbara? Tenho essa duvida desde o acontecimento na casa de nossos amigos, aquilo não foi normal e...

— Eu só tenho a visão de que ela é perfeita. – interrompi a morena que me encarou curiosa. — Me sinto insegura porque a Barbara sempre esteve com você, Toni. No início da sua carreira profissional poderia ser eu no lugar dela, te apoiando e te vendo conquistar as maiores vitórias.

— Cheryl...

— Já ouvi você dizer que a melhor parte foi o início, quando teve suas primeiras lutas profissionais e as venceu, que era diferente e...

— Mas, amor. – interrompeu-me tocando em minha mão. — Quer saber qual a minha maior conquista tanto pessoal quanto profissional? – murmurei em resposta. — É você, Cherry. 

Meu coração palpitou.

— Quando me pediu em namoro, quando aceitou casar comigo e quando compramos nossa casa.

— Odeio quando fala as coisas para me consolar.

Resmunguei, ela riu negando.

— Não é pra te consolar. – aproximou-se mais de meu corpo. — A Barbara pode ser incrível, mas estou com você e quero você. Olha, vou ser sincera... – umedeceu os lábios. — Ela queria algo a mais comigo, mas deixei claro que só desejava sua amizade e aceitou. Nós nunca passaremos disso.

— Tudo bem, Tee.

— Cheryl, nós somos adultas e acho que está na hora de aprendermos a conviver com as pessoas. A Barbara não é uma ameaça e não quero me afastar dela, a gente se da bem, entende? 

Assenti. 

Óbvio que seria difícil engolir essa amizade.

— Amor... 

— Não, você está certa. – dei de ombros. — Só será difícil me acostumar, mas vou tentar. 

— Promete conversar mais comigo? Dizer o que te incomoda. 

Abri um sorriso pequeno.

— Prometo. 

— Então vem cá. 

Abriu os braços, me arrastei até ela aconchegando-me em seu corpo.

— Eu amo você, Cherry. – sussurrou beijando o topo da minha cabeça. — Por favor, não se afasta mais de mim... 

— Nunca mais, amor.

Levantei o rosto, beijando seus lábios.

— Eu te amo com todo meu coração. 

A morena sorriu, colocando os lábios sobre os meus novamente. Soltei um suspiro de satisfação após nos separarmos, deitando a cabeça sobre seu peito e a segurando firme contra mim, fechei os olhos por alguns segundos somente para abri-los novamente com a lembrança que tive.

— Preciso almoçar e sair. 

Falei, me afastando de Toni.

— O que? Cheryl, você precisa dormir um pouco.

— Não, eu tenho que comprar presentes para a Gracie. – levantei da cama, procurando por minha bolsa. — Aquela sua ex fez... – me auto interrompi trocando um olhar com Toni e forçando a garganta. — A Barbara fez questão de comprar o primeiro presente da minha afilhada, preciso fazer alguma coisa. 

— Amor, isso não é uma competição. 

Toni usou seu tom calmo.

— Eu sei. – dei de ombros, calçando os primeiros sapatos que vi pela frente. — Só quero dar presentes a Gracie, qual o problema? 

Minha esposa riu, negando. 

Toni Topaz – Point Of View

Acho que é momento certo de dizer: Estamos bem e pra valer. 

É claro que todos nossos problemas não vão se resolver assim de uma hora pra outra, mas acredito que estamos de acordo que iremos lutar uma pela outra e por nosso casamento. Nós queremos ficar juntas, nos amamos e desejamos, juntando com o esforço para permanecemos em uma relação tudo irá finalmente normalizar. 

Bom, pensei que conseguiria normalizar até mesmo o meu sono, mas a ruiva estava disposta a ser uma madrinha melhor do que Barbara ao comprar inúmeros presentes para Gracie em uma loja de bebê. O total foram três sacolas com brinquedos, roupas e acessórios que provavelmente a garotinha até já tenha, não queria desanimar minha esposa então apenas a apoiei. 

De volta ao hospital, Nicholas foi o primeiro a nos ver, estava no corredor com dois copos de café provavelmente levando para a namorada. 

— Pensei que voltariam mais tarde.

— Eu também. 

Falei, Cheryl revirou os olhos. 

— Vim trazer presentes. 

Sorriu levantando a sacolas na visão de nosso amigo.

— Você sabe que a Gracie tem tudo, não é? Não precisa...

— Me poupe, Nicholas. 

O interrompeu, passando pelo mesmo para ir até o quarto. 

— Ela nem me deixou almoçar direito. – reclamei, suspirando. — Me diz que a Barbara não está lá dentro.

— Minha irmã foi pra casa.

— Ainda bem. – comemorei. — Agora irei conhecer sua filha, Scratch. 

Bati em seu ombro, caminhando em direção a porta do quarto de Sabrina. Quando adentrei o local, vi uma loira de olhos arregalados quase pedindo socorro enquanto Cheryl lhe mostrava cada uma das coisas que comprou. Havia um berço no canto, me aproximei do mesmo e notei a garotinha recém nascida, olhos fechados indicando o sono profundo. 

— Posso pegar? 

Sussurrei para Sabrina que assentiu, voltando a atenção para a ruiva. 

Estiquei as mãos, pegando a bebê com cuidado e a aconchegando em meus braços, seu corpo estava enrolado em uma mantinha de princesas. Ela resmungou levemente, um som que me fez abrir um sorriso largo para a pequena. 

— Ela é incrível, não é? 

Cheryl chegou ao meu lado falando. 

— Fala baixo, amor. – cochichei, minha esposa revirou os olhos. — Sua afilhada é incrível sim. 

Olhei para a ruiva que abriu um sorriso. 

— Ei, Cheryl. – Sabrina chamou sua atenção. — Como está a escola? 

— Bem, eu liguei pra lá hoje e avisei do nascimento da Gracie. 

Se empolgou a falar da bebê, aproveitei para caminhar até a cadeira de acompanhante sentando com a garotinha ainda em meu colo. Cheryl sentou na ponta da cama de Sabrina, tagarelando assuntos que não me dei o trabalho de prestar atenção, tocar o indicador no rosto de Gracie e observar cada detalhe seu era muito mais satisfatório.

— Toni. 

Ouvi meu nome após alguns minutos, olhei para a dupla na cama.

— Perguntei sobre a academia, você parecia hipnotizada. 

Sabrina riu ao falar.

— É que essa garotinha me lembra da Samantha pequena, adorava pega-la no colo. – sorri com a recordação. — Mas sobre a academia... – fiquei ereta para encara-las melhor. — Estou pensando em voltar aos poucos, está tudo no controle, mas sinto falta, sabe? 

— Sei muito bem. – a loira suspirou. — Não vejo a hora de voltar a trabalhar. 

— Deixa o Nicholas saber disso. 

Cheryl zombou. 

— Aliás você tem que se recuperar logo. – a ruiva estava atenta na amiga. — No final de semana é nosso aniversário de casamento e precisa estar lá. 

— Final de semana? 

Arregalei os olhos, Cheryl me olhou e engoli a seco.

Porra! 

Como esqueci disso? 

Ou melhor, como passou tão rápido? 

Tossi algumas vezes para disfarçar minha surpresa.

— Quer dizer, você não me disse se iríamos fazer festa. 

— Pensei em um jantar... – o seu olhar estreitou. — Você lembrava do nosso aniversário, certo? 

— Claro, Cherry. 

Firmei o tom

Sabrina segurava o riso.

— Acho que irei convidar nossos amigos mais próximos e fazer em casa mesmo... 

Desviou o olhar para a amiga, suspirei de alívio. Cheryl começou a falar de seus planos para nosso aniversário de casamento, esquecendo de minha falta de memoria, agradeci por isso, não estava preparada para ter justificativas plausíveis. 

Foquei em Gracie novamente, imaginando quando seria a minha vez de ter meu próprio filho ou filha nos braços, desejando que esse sonho não demorasse muito a se realizar.

[ Já disse pra essa meninas pararem de fazerem festa e etc, nunca da certo... To avisando. ]

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