Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Conselhos

Cheryl B. Topaz – Point Of View

O silêncio na casa das Topaz retornou, talvez com mais força do que da última vez porque não dormimos juntas, quando sentei para o café a lutadora já havia ido para os treinos e não tivemos contato nenhum, a não ser por um indireto que ocorreu no meio da manhã.

Sentada em minha sala de música tentava escrever alguma coisa, tinha várias composições, inúmeras sobre minha relação com Toni e nossos momentos bons, nunca mais havia escrito sobre tristeza ou dor, todas as criações que a envolviam só tinha haver com felicidade e amor, muito amor. 

Pelas lentes do meu óculos, encarava o caderninho rabiscado com algumas palavras, mas nenhuma frase totalmente formada. Os meus sentimentos estavam confusos, embaralhados e não conseguia ao menos coloca-los no papel para poder entender a mim mesma.

— Cheryl. 

Debora me chamou, batendo na porta aberta. 
Levantei o olhar em sua direção, a mais velha adentrava com um buquê de lírios vermelhos em mãos. Eram tão lindos que fazia meu peito aquecer, suspirando com a visão que me dava uma pontinha de felicidade. 

— É pra você, óbvio. 

Sorriu ao falar, entregando-me as flores.

Debora sabe do nosso desentendimento, não sei se Toni a contou, mas quando fiz minha primeira refeição do dia a mais velha se preocupou em me perguntar se estava bem. 

— São tão lindos! 

Abri um pequeno sorriso, cheirando as pétalas.

— Sabia que os lírios junto com as rosas são as flores com perfume mais delicioso? Fora os significados que são incríveis...

Comentei, animada com o buquê.

— Não entendo muito de flores. 

— Eu também não, mas os lírios... – mordi o lábio. — Eles estão na minha história com Toni desde o ensino médio, é como um símbolo nosso. 

— Talvez ajude vocês. – Debora soou positiva. — Aliás, tem um cartão.

Apontou para o meio das flores, girei o buquê procurando pelo envelope branco em meio as pétalas vermelhas. Quando o peguei, ergui o olhar procurando por Debora que já não estava mais ali, suspirei tomando coragem para ler o que havia no pequeno cartão.

“Feliz dia dos professores para minha professora de música preferida! 

Hoje é seu dia e precisamos comemorar, de preferência no melhor restaurante onde já fiz nossas reservas e você está convocada para ter um jantar comigo. E sim, irei furar minha dieta, afinal você merece! 

Obs: Provavelmente te enchi de beijos de manhã, sinto muito se incomodei seu sono. Eu amo você. 

— Com amor, sua esposa.”

Fechei os olhos, sentindo as lágrimas descerem ao perceber que isso já estava planejado, foi antes da briga e possivelmente se arrepende de ter escrito tudo isso. Funguei, lendo uma última vez suas palavras que tanto fazem meu coração acelerar, ainda é a mesma coisa, do mesmo jeito, mas algo lá no fundo era diferente. Talvez a mágoa por suas acusações, pelas frases ditas sem pensar.

Enxuguei o rosto molhado por lágrimas, devolvendo o cartão ao envelope e carregando as flores para o andar de baixo. Debora não estava em nenhum cômodo por qual passei e era melhor assim, não queria que me visse toda melancólica. Procurei por um vaso, colocando a quantidade de água suficiente e pousando os lírios, nunca iria desperdiçar flores tão lindas. 

Quando voltei para a sala de música, mantinha o envelope em mãos, poderia guarda-lo e futuramente sorrir ao invés de chorar ao ler. Estava sendo difícil para mim, quase impossível suportar a dor de novamente estarmos em uma situação que nunca imaginava. 

Peguei em meu aparelho celular digitando meu primeiro número de emergência: VerônicaInfelizmente, ela nunca me atenderia. O segundo: SabrinaAntes de apertar para efetuar a chamada, lembrei da sua gravidez e que não queria enche-la com meus problemas. E por último: MaryEstava tão longe, mas poderia acalmar meu coração inquieto, quem sabe me fazer ver uma luz no final do túnel. 

Pensei que talvez nem me atenderia, a última vez que nos falamos foi no casamento e já faz oito meses. Porém, deu apenas três toques e já a ouvia do outro lado da linha.

— Cheryl! 

Seu tom de voz animado ao receber minha ligação fazia com que abrisse um pequeno sorriso, ela sempre será como uma mãe para mim, não importa quanto tempo passe ou o quão distante estamos.

— Oi, Mary. – minha voz falhou e forcei a garganta. — Me deu vontade de ligar, faz tanto tempo que não nos falamos.

— Querida, você está bem? Conheço quando tem algo errado...

Minhas pálpebras se fecharam com força, deslizando as lágrimas que insistiam em cair por minhas bochechas. Fechei meu punho apoiado na escrivaninha, tentando controlar o choro que queria soltar.

— Está tudo errado, Mary. – quase não consegui falar, fungando ao final. — Acho que vai acabar. 

— Cher, o que vai acabar? 

— O casamento, nós brigamos tanto...

Solucei, passando a mão em meu rosto para limpar a parte úmida. 

— Oh, minha menina... Fica calma e fale comigo, tudo bem? – assenti, nem me tocando que estávamos em uma ligação ainda bem que não esperou minha resposta. — Primeiro você precisa acalmar o choro e me contar o que aconteceu. 

— Ok. 

Foi tudo que consegui dizer antes de começar a respirar fundo junto com Mary que me incentivava a fazer os movimentos, precisamos de alguns minutos para que estivesse totalmente recuperada. 

Tentei resumir tudo brevemente, era difícil fazer quase três meses virarem apenas uns minutos. Mary tinha toda paciência do mundo para me escutar, as lágrimas ainda caiam inconsequentemente, mas o choro já não era alto facilitando nossa conversa.

— Por Deus, Cheryl. O que está acontecendo com vocês? 

O tom de Mary era surpreso, suspirando ao final.

— Criança, vocês duas estão erradas e sendo orgulhosas, são erros bobos... 

— Mas tudo entre nós tem se tornado grande, a Toni não me entende! 

— E você não entende ela. 

Concluiu, infelizmente era verdade.

— Cheryl, preciso que seja sincera. – pediu e apenas escutei. — Você se arrepende de ter casado? 

— O que? Mary! – falei quase em repreensão. — É claro que não.

— Mas me parece que essa sua ex te trouxe lembranças do tempo que era solteira e livre, e que você sente falta disso. 

Suspirei, absorvendo suas palavras. 

No fundo, Mary tinha um pouco de razão. Maeve não trouxe consigo apenas o ciúmes e insegurança da Toni, trouxe nosso passado em Boston onde fazíamos loucuras juntas e eu adorava. Não tenho sentimentos por ela, mas talvez tenha saudade de como éramos.

— Cher?!

Ouvi Mary do outro lado da linha.

— O que devo fazer, Mary? 

— Nenhuma das duas quer ceder então... – puxou o ar, pausando por alguns segundos. — Tentem dar um tempo?! – sugeriu. — As vezes ficar longe uma da outra faz pensar melhor, traz a saudade das coisas boas...

— Não quero me afastar ainda mais, será nosso fim. 

— Cheryl, será o fim se continuarem a brigar até por quem pega o primeiro pão ou quem usará a televisão da sala, consegue me entender? 

— Acho que sim. 

Apoiei a testa na palma da mão, pensando na possibilidade.

— Estude essa opção. 

Aconselhou-me.

— Tudo bem, Mary, eu acho que vou tomar um banho e descansar agora...

Voltei a falar. 

— Claro, Cher. Você pode me ligar quando quiser, estou sempre disponível para minha menina. 

— Eu sei, Mary. Obrigada.

Abri um sorrisinho, feliz pela mesma ainda se importar.

— Se cuide, criança. 

Balancei a cabeça, encerrando a chamada e fechando os olhos com força. Mary sempre está certa em seus conselhos, mas não queria de forma alguma me afastar ainda mais de minha esposa. Temos brigas, ficamos caladas, porém estamos juntas. Isso seria uma decisão a se pensar por algum tempo.
 

Toni Topaz – Point Of View

— Porra! 

Xinguei, irritada comigo mesma. 

Na academia já fechada pelo horário ser tarde, treinava junto de Willian, me preparando para a luta com Peaches após aquele furacão que passou em meu casamento ontem a noite. Ainda não acredito que Cheryl fumou, era como se estivesse retrocedendo e fazendo coisas para nos separar, estava com tanta raiva dela, das suas atitudes...

— Toni, você não parou o dia inteiro é melhor descansar um pouco.

Willian aconselhou. 

— Não quero descansar! – gritei com ele, apoiando as mãos nos joelhos para respirar. — Só que... Caralho, estou exausta! Nós perdemos muito tempo, todas as vezes que fui embora cedo por causa da minha esposa... Arg!

— Você está bem? 

— Eu pareço bem?

Devolvi, o encarando. 

O mesmo suspirou, negando com a cabeça.

— Os remédios que ofereci podem ajudar, vão te deixar mais ativa, Toni. – fechei os olhos, tentada a aceitar. — Nós podemos fazer isso, vários nesse ramo nunca foram pegos. 

— Tem certeza que ninguém ficará sabendo? 

Arquei as sobrancelhas.

— Somente nós dois, prometo. 

Respirei fundo, erguendo meu corpo.

— Me traga essas malditas drogas, preciso ganhar essa luta... 

×××

Três dias em total silêncio, aparentemente a hora de voltarmos a nos falar para terminar aquela conversa nunca chegou. Infelizmente, ainda me sentia muito brava por Cheryl ter fumado, arrumado inúmeros defeitos em nosso relacionamento e parecer não ter vontade de nos fazer ficar bem, sinceramente acredito que a mesma não me quer mais, que se cansou de mim e de nós. 

Em um domingo, onde antes era pra ser em família e sem treinos, passei metade do dia enfiada em minha academia particular. Mal comia, os remédios de Willian pareciam me fornecer tudo que precisava, força, energia... Poderia passar o dia inteiro socando e chutando que não me cansaria.

Adentrei a casa em busca de água, meu corpo totalmente suado e a respiração ofegante. Cheryl deveria estar em algum cômodo, desde a briga não dormimos mais juntas. Após matar minha cede, resolvi relaxar em um banho, caminhando para o segundo andar e posteriormente nosso quarto onde estão minhas roupas. 

Quando adentrei a suíte, a ruiva estava em pé com o celular em mãos digitando para alguém, mas o que atraiu meu olhar foi uma mala aberta em cima da cama com roupas e utensílios dela. 

— O que está fazendo? 

Meu tom saiu alto, assustando a mulher que me encarou guardando seu aparelho celular. 

— Estou voltando para minha antiga casa. 

Falou tão calmamente que não parecia estar acabando totalmente com nossa relação, fugindo para longe de mim e destruindo tudo que construímos até agora.

— Você o que? 

— Toni, nós precisamos disso. 

— Nós? Nós, Cheryl? Tem certeza que não é você que simplesmente não aguenta mais nosso casamento? 

Alterei-me, olhando para a ruiva que suspirou. 

— Pode discutir sozinha porque estou cansada, Toni. – falou enquanto fechava sua mala vermelha. — E é por isso que estou me afastando por um tempo, não aguento mais brigas ou esse clima que só nos desgasta ainda mais. 

— Sim, porque morarmos separadas vai resolver tudo!
 
— Não vai resolver, mas nos dará tempo para pensarmos melhor em nossas atitudes, escolhas... 

— Claro, quer pensar em quando aceitou se casar! – gritei com ela, Cheryl negou com a cabeça. — Só seja sincera, admita que não quer estar comigo.

Pedi, cruzando os braços.

— É claro que quero, Toni. 

— Melhor ser mais convincente porque tudo que vejo é uma Cheryl querendo ser livre para poder estar com a ex. 

Falei, sem ao menos pensar se estaria a acusando novamente ou não, se iria machuca-la ou ofende-la. Só que diferente da primeira vez, minha esposa desviou nossos olhares e se manteve calada. Ela não negou ou me xingou por pensar algo assim, a ruiva simplesmente aceitou minha desconfiança porque no momento... Era verdade.

Minha boca se abriu, fechando na mesma hora e formando um nó em minha garganta. Os braços que estavam cruzados caíram ao lado de meu corpo, uma dor insuportável se apossou de meu peito e senti o ar faltar. 

— Você gosta dela

O que antes era gritos viraram sussurros que saíam por entre meus lábios, os meus olhos estavam inundados e a dor só aumentou quando a vi deixar escapar uma lágrima.

— Não. 

Respondeu em um fio de voz.

— É só que... Tudo com a gente tem se tornado difícil, Toni. 

— Quer ficar com ela? 

— Não! Eu amo você.

Deu um passo para frente me fazendo recuar.
— Nós realmente precisamos de um tempo, Cheryl. – forcei um sorriso, segurando minhas lágrimas. — Você tem que saber se quer estar comigo de verdade. 

— É claro quero.

— Então, não tem vontade de beija-la ou estar por perto? Diga, fumou com ela? Se sentiu livre ao lado dela, Cheryl? 

— Toni, por favor. 

Implorou. 

— Porra. 

Murmurei, caminhando para a cama e sentando na mesma, minhas pernas haviam fraquejado com tantas informações. Afundei as mãos em meus próprios cabelos, pressionando o couro cabeludo com a ponta dos dedos e fechando os olhos com força.

— Você precisa ir. – a olhei, cruzando as mãos. — Precisa ir agora, Cheryl. 

— Nós podemos conversar? 

— Hoje não, nem amanhã... Caralho, vai embora, por favor.
 
Pedi, vendo a mesma descer a mala da cama e a posicionar ao lado do corpo. Desviei nossos olhares, seria duro demais vê-la ir embora, sabendo que pode estar indo para os braços de outra e nunca mais voltar para os meus. 

— Se cuida...

Quase não a ouvi, escutando a mala de rodinhas ser arrastada para fora do cômodo e depois a porta do mesmo batendo. O meu peito doeu ainda mais e o silencioso quarto foi tomado por um choro alto, desesperador de minha parte. Eu me sentia uma estúpida por deixa-la ir, mas doeria muito mais faze-la ficar sabendo que talvez não seja comigo que queira estar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro