Casamento
Dez meses de noivado, era o tempo que o casal planejou ser necessário para começarem os preparativos do casamento. Nos primeiros meses o adiamento ocorreu por causa do negócio de Cheryl, ocupada demais em sua escola recrutando novos alunos e funcionários não teria tempo para organizar uma cerimônia.
Posteriormente o empecilho foi um chamado para uma luta, Toni teria que continuar em Los Angeles, treinando com Dimitri para enfrentar uma nova adversária. A lutadora mais nova e não muito experiente até conseguiu levar a luta para o segundo round, mas não passou disso. A campeã do cinturão lhe finalizou, demonstrando toda sua maturidade e experiência dentro do octógono.
— Você venceu!
Cheryl comemorou, enlaçando os braços no pescoço de Toni que envolvia sua cintura. Pouco se importando com a multidão lhe assistindo ou com a adversária ainda caída, beijou os lábios da noiva em comemoração. O seu peito encheu de alegria, sorrindo sobre a boca que tanto ama.
— Vamos casar.
A menor pronunciou as palavras que fizeram o coração da ruiva saltar, abrindo um sorriso enorme e lhe beijando mais uma vez. Flashs capturavam o momento de comemoração da campeã do UFC.
Até aquele momento o casamento era um segredo para a mídia, mas ficou difícil esconder quando em todas as revistas no outro dia falavam sobre o anel extravagante no dedo da compositora. O que tanto preservavam para deixar as escuras, acabou sendo confirmado pelas duas através de redes sociais depois é claro, de muita conversa com a assessora da lutadora.
No mês após a luta, Toni foi definitivamente para Seattle, decidindo com sua noiva que iriam casar em cinco meses, mas antes, houve uma pequena discussão sobre a menor não morar com sua futura mulher.
— Não, não entendo.
Cheryl andava de um lado para o outro em sua sala, Toni estava sentada no sofá pedindo ajuda ao universo que colocasse na cabeça da ruiva que era melhor assim.
— Um apart hotel? Pra que? A minha casa é muito melhor.
— Amor, só não quero apressar nada. – argumentou, levantando o olhar para a maior que negava. — Nós nunca moramos juntas.
— Por isso mesmo, teremos um teste antes do casamento!
Decretou, finalmente parando com seus movimentos que estavam quase deixando a outra tonta. Toni respirou fundo, erguendo o corpo e parando em frente a Cheryl.
— Cherry, o apart é perto da minha nova academia e... – o tom suave fazia a maior vacilar. — Podemos ir aos poucos, mas não irei me mudar para cá antes do casamento. Aliás, a gente devia...
— Agora falta me dizer que só iremos transar na lua de mel.
Interrompeu, cruzando os braços e fazendo a morena suspirar por ter coragem de falar algo importante, mas acabará de perceber que não era o momento certo. Se Cheryl mal aceitava a outra não morar ali, imagina o resto? Buscou pelas mãos da ruiva, firmando o toque e encarando os castanhos.
— Venho sempre que quiser, principalmente em dias chuvosos quando fica louca de medo dos trovões.
— Isso é passado, não tenho medo!
Defendeu-se, a morena abriu um sorriso de canto.
— Amor, estamos juntas a mais de dois anos, sei muito bem seus medos.
— Argh! Se alguma noite te chamar e preferir ficar naquele cubículo, juro que...
Toni lhe calou, puxando sua cintura e colocando os lábios sobre os seus, um beijo para faze-la entender que precisa de um tempo para se acostumar com a ideia de que vão morar juntas. O seu desejo era mudar hoje mesmo, mas queria tudo dando certo e achava que esperando mais um pouco para acostumar a conviverem uma com a outra aos poucos é muito melhor.
— Tudo bem, me convenceu.
Cheryl murmurou contra sua boca.
— Convenci? Acho que não, preciso fazer mais que um beijo.
Sussurrou, deslizando as mãos para as costas das coxas da maior e a suspendendo em seu colo obrigando-a a entrelaçar as pernas em sua cintura. A ruiva sorriu agarrando seu rosto e chupando o lábio inferior da morena, balançando a cabeça.
— É, você precisa fazer bem mais que um beijo...
Cheryl sorriu em malícia, Toni retribuiu o gesto sentindo os lábios grossos em contato com seu pescoço enquanto caminhava em direção ao quarto da ruiva arrepiando-se com o contato e tendo certeza que naquela noite se renderia aos pedidos da maior para dormir em sua cama.
×××
Convites, local, festa, decoração, roupas... Eram tantas coisas a se pensar e organizar, Toni acabava ficando mais na casa de Cheryl do que propriamente em seu apart. Tinha planos em Seattle, mas no momento o foco era seu casamento e não desviaria disso. Nos últimos meses, a ruiva conseguiu ficar menos tempo no trabalho e a morena só ia uma vez no dia a uma academia indicada por Dimitri. Após manter o cinturão consigo pediu um tempo de treinos, da mídia, de tudo... Queria ficar afastada e aproveitar sua vida privada.
Em uma noite chuvosa – o que Toni estava começando a se acostumar que acontecia frequentemente naquela cidade, mantinha sua noiva nos braços enquanto fazia uma chamada de vídeo com sua família. Cheryl estava em meio as suas pernas, lhe acariciando a direita, parecendo ter muito mais assunto com seus pais do que ela mesma.
— Vocês precisam mudar para cá, sinto falta da minha Moana!
Cheryl lamentava, encarando a garotinha que abriu um sorriso. O notebook estava aberto a frente das duas, conversavam apenas com Katy e Samantha. Antônio já havia ido dormir, trocou poucas palavras por estar cansado do trabalho.
— Mãe, posso morar com a Cheryl? Por favor?!
Samantha encarou sua mãe que riu, negando e arrancando o mesmo das outras duas que a assistiam. A irmã de Toni estava com seus quase nove anos, era só olhar para ela e verem o quanto o tempo passa rápido.
— Até sua irmã quer morar comigo e você não. – a ruiva falou para a morena, encarando os castanhos que se reviraram. — Será que estou com a Topaz errada?
Murmurou, fingindo pensar. Sua noiva negava enquanto Katy tentava explicar a filha mais nova que não poderia largar a escola para ir morar com a cunhada.
— Mas então, já decidiram como ficará os sobrenomes? – o casal se atentou ao notebook, ouvindo as palavras da mais velha. — Blossom Topaz ou Topaz Blossom?
— Blossom Topaz soa muito bem para mim. – Toni sorriu ao falar, realmente apreciando a combinação dos nomes. — Ainda não conversamos sobre, mas tem um mês para o casamento.
— Certo, vocês já falaram sobre a casa?
Katy perguntou curiosa, Toni levou a mão a testa.
— Mãe! – a repreendeu. — Não.
Respondeu, temendo que teria uma conversa longa com sua mulher, para a sorte ou azar da lutadora, Cheryl parecia que não estava ali. Concentrada em brincar com os próprios dedos das mãos, não ouvia mais nada depois do assunto se tratando dos sobrenomes.
— Eu... – franziu a testa, elevando o corpo. — Preciso de um banho, me desculpem por não poder ficar mais. Saudades, boa noite.
Atirou um beijo para Samantha que retribuiu acenando. Toni a acompanhou com o olhar, vendo a ruiva adentrar o banheiro sem ao menos pegar uma roupa para se trocar.
— Falei algo errado? Por que está adiando tanto falar da casa?
Sua mãe a fez olhar para a tela.
— Porque sei que ela não vai gostar da minha proposta, você conhece sua nora o suficiente. – argumentou, suspirando em seguida. — Mas acho que não foi isso, preciso saber o que aconteceu.
— Talvez só queria um banho.
— Ela já tomou banho antes de ligarmos pra vocês.
— Ok, tem algo errado.
Katy concluiu fazendo sua filha concordar assentindo. Ainda trocaram mais algumas palavras, Toni dizia o quanto está ansiosa para o casamento e que sentia falta de os ter por perto. No fundo, a Topaz mais velha sabia que não conseguiria ficar muito tempo longe da filha e teria que ir para Seattle.
Após se despedirem, o notebook foi fechado e a lutadora levantou o corpo da cama. Guardou o aparelho e deu passos até a porta do banheiro, encostou sua cabeça, não ouvia nem mesmo o barulho do chuveiro. Sua mão tocou a maçaneta, forçando a mesma para abrir a porta, mas estava trancada. Fechou os olhos, dando dois toques e esperando uma resposta, não veio.
— Cherry?!
— Estou no banho.
Respondeu de dentro do cômodo.
— Não estou ouvindo o chuveiro.
Toni falou, colocando sua orelha sobre a porta e depois de alguns segundos escutou o barulho da água caindo. Riu consigo mesma, balançando a cabeça em negação.
— Amor, sei que não está tomando banho.
— Você não tem como saber!
Retrucou.
— Tenho sim, já que tomou banho mais cedo, liga o aquecedor pelo menos meia hora antes de entrar no banheiro e adora banhos, mas em dia de chuva nunca toma mais de um... Medo, talvez?!
Enquanto usava de todas as manias que reparou em Cheryl nesse tempo de convívio, o chuveiro foi desligado e assim que terminou o discurso, a porta foi aberta demonstrando uma ruiva com a expressão tediosa.
— Pare de dizer que sou medrosa... – fechou a porta, passando por Toni. — Afinal, eu não sou.
Sentou na cama, cruzando os braços ao se encostar na cabeceira. A menor segurava o riso, recebendo um olhar mortal que a fez consumir com a risada que queria dar na mesma hora. Aproximou-se de Cheryl, sentando a sua frente e colocando as pernas da mesma sobre as suas, acariciando o local.
— Por que fugiu?
Toni perguntou, encarando os castanhos que evitavam de olha-la. Um suspiro saiu por entre os lábios da ruiva, relaxando os ombros e encostando a cabeça na cabeceira, focando o olhar em uma parede branca.
— Não quero que seja uma Blossom.
— O que?
— Serei uma Topaz, mas não vou deixar carregar o Blossom com você. – a encarou, sua expressão demonstrando o quanto não gostava do assunto. — Eu mesma não me sinto uma Blossom, o único motivo de mantê-lo comigo é por causa do meu pai.
Concluiu, a menor puxou o ar.
— Amor, você tem certeza?
Tocou a cintura da ruiva, trazendo seu corpo para o colo e a acolhendo enquanto lhe acariciava o corpo. Cheryl deitou cabeça no ombro da menor, lhe abraçando pelo pescoço as mantendo ainda mais próximas.
— Nós podemos ser as Blossom Topaz, será uma nova família e não terá nada a ver com a...
— Por favor, não consigo nem ouvir esse nome.
A ruiva lhe interrompeu. Fazia muito tempo que não pensava em Penélope, mas em um momento tão importante na sua vida imaginou como seria se algum dia elas tivessem tido uma boa relação. A única convidada para o casamento foi Mary, era previsto, mas se sentia rejeitada ao ver a família de Toni tão feliz por essa realização.
— Pensa mais um pouco, ok? Podemos decidir isso na ultima semana, não quero que se arrependa.
Toni aconselhou, beijando a testa da maior que assentiu mesmo já tendo a ideia muito bem construída em sua cabeça. Aconchegou-se mais no colo da noiva, afundando o rosto em seu pescoço e suspirando.
Ela era sua família agora.
×××
Faltava apenas uma semana para o casamento, em um sábado a noite Cheryl se via preocupada com sua noiva. Bem, talvez preocupada não fosse a palavra certa.
Divididos em grupos, as futuras mulheres e seus amigos iriam aproveitar a noite em Seattle. De um lado, havia Cheryl, Camila, Sabrina e Veronica, e do eram Toni, Betty, Jughead, Lauren e Nicholas. Responsável por organizar a despedida de solteira da ruiva, Sabrina fez uma reunião com todas – mas sem Cheryl, para traçar todo o plano da noite.
As quatro foram parar em uma suíte luxuosa no melhor motel da cidade, com a cama cheia de brinquedos sexuais – onde as amigas disseram ser os presentes da noiva para a lua de mel, doces e muito refrigerante, o imprevisível era que Cheryl não saia do celular a todo momento trocando mensagens com a lutadora.
— Ok, chega!
Camila decretou, arrancando o aparelho das mãos da amiga e carregando consigo para fora da água. Na banheira de hidromassagem, elas riam e conversavam, menos a que mais deveria estar se divertindo.
— Mila.
Cheryl resmungou.
— Bombshell, é a sua despedida precisa aproveitar.
Veronica explicou, bebendo água com gás em uma taça e desejando que fosse uma champagne. Cheryl suspirou, concordando com as amigas, por mais que não conseguisse parar de pensar nenhum segundo no que deveria estar acontecendo na despedida de Toni.
— Olha, a gente nem queria isso e o seu namorado... – apontou para Sabrina. — Deve até ter pagado strips.
— Cheryl, relaxa. – Camila falou voltando a adentrar a água. — A lutadora só pensa em você, aposto que deve estar do mesmo jeito e isso é um saco, planejamos essa noite pra nos divertirmos.
— Tudo bem.
Levantou as mãos em sinal de rendição.
— Me desculpem, irei desfrutar de nossa noite em um motel, por mais que isso só me faça pensar o quanto queria estar transando com a Toni por todo o quarto.
— Cheryl, pelo amor de Deus!
Sabrina a repreendeu, fazendo a mesma rir e morder a ponta de uma bala fini, passando a língua ao final como se tivesse tentando seduzir a loira. Todas gargalharam da cara de uma das mais acuadas entre as quatro e dando um real início a noite.
Cheryl conseguiu esvair todo pensamento que não estivesse envolvendo suas amigas e as várias histórias que compartilhavam. Quando trocou a ultima mensagem com Toni, a lutadora ainda nem havia saído do apart hotel. Foi tudo ideia de seus amigos que além disso impuseram que não poderiam dormir juntas essa noite, teriam uma ultima noite de farra e separadas.
A ruiva estava gostando, a água quente lhe relaxava e o papo com as outras três só ficava melhor. Em meio a varias interações foram interrompidas por batidas da porta, Camila saltou da água as pressas enquanto todas lhe observavam.
— É uma surpresa.
Anunciou, fechando a porta após só colocar a cabeça para fora.
— Noiva, sente na cama e feche os olhos.
Indicou apontando para o colchão redondo, Cheryl juntou as sobrancelhas deixando sua taça de lado e obedecendo ao pedido da latina. Sentou na cama, fechando os olhos e ouvindo a porta abrir novamente.
O "oh, meu Deus" que saiu da boca de Sabrina lhe fez levantar uma das pálpebras, tendo a visão de uma mulher retirando o robe de couro do corpo e ficando seminua enquanto caminhava na sua direção. Os castanhos se arregalaram, observando cada centímetro da morena cacheada que se aproximava de si. O corpo muito bem desenhado com coxas grossas e barriga definida era literalmente dos deuses.
— Droga.
Sussurrou, uma música começou a tocar e só pelas batidas sabia que era uma do The Weekend, mas não conseguia raciocinar para saber o nome. A desconhecida acabará de sentar em suas pernas e começar um lap dance, rebolando sobre a ruiva que assistia a tudo.
— Você pode me tocar.
A mulher sussurrou, os braços apoiados nos ombros da homenageada que estava estética. Cheryl apenas deu um sorrisinho nervoso negando freneticamente, ao fundo suas amigas riam das faltas de atitudes da futura Topaz.
×××
Toni desceu para o hall de entrada do seu apart hotel, Nicholas lhe esperava com um sorriso enorme no rosto. A morena estranhou quando sua futura mulher parou de responder suas mensagens, mas pensou que seria porque as amigas cobraram atenção, afinal já estavam em seu local secreto a algum tempo.
— Ai está nossa noiva!
Nick comemorou, abrindo os braços para a menor.
— Onde estão os outros?
Franziu a testa.
— Já vai ver.
O sorriso não saia nunca dos lábios do mesmo, Toni sentiu o seu ombro ser enlaçado pelo braço do outro, suspirando enquanto caminhavam para fora do prédio. Pararam na calçada, a alguns passos da porta da entrada e tudo que a lutadora via era um enorme ônibus a sua frente.
— Então?!
Toni continuava confusa.
— Vocês não vão entrar?
Seu olhar perseguiu o som da voz, dando e cara com Lauren apoiada a porta do ônibus escancarada. Abriu a boca, sem palavras para conseguir decifrar o que estava pensando. Nicholas riu da sua reação, a guiando para dentro do enorme veículo.
Cheio de luzes piscando, vários enfeites pendurados e uma música eletrônica tocando, reparou em seus amigos sentados nos bancos – que mais pareciam sofás. Ainda não podia acreditar que Scratch havia alugado um Night Bus. A enorme televisão lhes davam opção de jogar vídeo game, karaokê ou simplesmente acesso ao youtube. Bebidas, salgadinhos e doces, tantos tipos de coisas que Toni mal sabia como reagir a toda a produção.
Nicholas lhe puxou para uma partida de vídeo game, Betty e Jughead bebiam cervejas enquanto conversavam e Lauren esperava o perdedor do jogo para ter sua vez. O veículo andava pela cidade, Nick não programou nenhuma parada, já era caro o suficiente paga-lo para andar por algumas horas.
Gargalhando enquanto jogava alguns doces na boca, Toni sentiu quando o enorme ônibus parou, sem acesso a visão do lado de fora pelas janelas escuras, pensou ser apenas mais um sinal. Estava enganada quando Lauren abriu a porta, uma mulher subiu, usando robe de couro e sorrindo para a olhos verdes.
— Mas o que...
— Surpresa pra noiva. – Lauren falou, todos estavam boquiabertos, aquilo não estava nos planos. — Vai, senta ai.
Empurrou a menor pelos ombros, obrigando-a a se sentar. Uma música começou a tocar enquanto a ruiva – nada natural, desamarrava o robe e o deixava cair no chão, mostrando seu corpo em apenas uma lingerie vermelha.
— Se a Cheryl souber disso...
— Toni, aproveita!
Jauregui lhe interrompeu, sorrindo enquanto a mulher se aproximava para fazer o show. Não perdeu tempo de marcar a morena com seu batom vermelho por todo pescoço, rosto enquanto dançava ao som da batida no colo da lutadora que tentava a todo custo se esquivar.
Uma música e bastou para a dançarina lhe deixar em paz enquanto os outros se divertiam com suas reações. Soltou o ar ao se ver sozinha naquele sofá, negando com a cabeça a qualquer possibilidade de Cheryl desconfiar que teve outra mulher acima de si. A desconhecida ainda ficou alguns minutos no ônibus, dessa vez provocando seus amigos, Toni quase surtou quando viu Betty colocar as mãos nos quadris da ruiva, Veronica iria mata-la com toda certeza!
×××
— Finalmente!
Cheryl exclamou quando Toni adentrou a casa junto dos outros. O olhar percorrendo cada centímetro da morena buscando algo diferente que possa lhe entregar do que houve na noite anterior.
— Não me olhe assim, não fiz nada de errado. – a menor defendeu-se, abraçando o corpo da ruiva contra o seu. — Senti saudade.
— Também senti.
Colocou seus lábios sobre os de Toni, um selinho demorado que fazia todos os outros revirarem os olhos com o afeto desnecessário. O único a não estar ali era Jughead, ele geralmente fugia de encontros onde ficava sozinho em meio a casais.
Iriam almoçar juntos, a casa de Sabrina nunca esteve tão lotada como naquela manhã. Alguns ainda se recuperavam da noite anterior, Betty mal conseguia manter os olhos abertos de tanto que bebeu, Nicholas dizia a todo momento o quanto foi difícil dormir sem a namorada, Lauren e Camila comemoravam o sucesso de seus planos ao pagarem as strippers.
— A minha encheu a Toni de beijos.
Jauregui ria ao falar com a namorada.
— Quem encheu a Toni de beijos?
O tom de Cheryl não era nada bom enquanto se aproximava das amigas, a lutadora levou a mão a testa querendo esganar Lauren por deixar que sua noiva ouvisse suas palavras.
— Ah, Blossom. – Camila negou. — Não se faça, você também teve uma stripper.
— Você teve uma stripper?
Toni e Cheryl, as duas perguntaram no mesmo momento. Se encarando de frente, haviam reações diferentes. A morena estava aliviada, não teria que se explicar. A outra só conseguia imaginar uma desconhecida enchendo sua futura mulher de beijos.
— Não deixei a minha me beijar! Na verdade, mal me tocou.
Cheryl justificou.
— Amor, sem brigas, uhn?
Toni se aproximou, tocando em sua cintura e a trazendo para perto. A ruiva suspirou, empurrando a menor pelos ombros e a fazendo cair no sofá. Sentou em seu colo, desejando nunca mais sair de perto da mesma.
— Não acredito que ficarão nesse grude...
Veronica resmungou, estava sentada bem ao lado do casal que agora trocava um beijo, era a única maneira de Cheryl esquecer o ocorrido. Betty nem se importava, estava quase dormindo no sofá maior onde tinha os pés em cima das pernas de Sabrina.
— Ei, vocês ainda não falaram onde será a lua de mel.
Nicholas chamou a atenção do casal.
— Grécia. – Cheryl abriu um largo sorriso ao falar. — Em duas semanas poderemos explorar a maioria das ilhas e belezas daquele país.
— Sei, vocês vão é morar dentro do quarto de hotel.
Lauren comentou, rindo e sendo acompanhada por todos.
— Com certeza aproveitarei muito da minha mulher, fiquem tranquilos.
Toni piscou, a ruiva acima de si mordeu os lábios, ansiando para que o dia do casamento e posteriormente da lua de mel chegassem logo. Não iria precisar se preocupar com trabalho, amigos, casa... Somente com sua mulher.
×××
Não dava para acreditar que o grande dia finalmente havia chegado, Toni e Cheryl iriam casar em frente a todos seus amigos, familiares... Pessoas que realmente torcem por suas felicidades.
A pequena igreja um pouco afastada do movimento de Seattle, não estava lotada, mas garanto que não faltava ninguém no local para o momento das duas estar completo. As principais pessoas que colaboraram com um pouquinho para o casal ter chegado até ali, estavam presentes.
Parada no altar, Toni a todo momento mexia em sua gravata borboleta, a cada flash do fotógrafo que contrataram se sentia mais nervosa com toda a demora de Cheryl. É algo como um ritual, a noiva se atrasar e deixar a outra quase morrendo de ansiedade, mas será que dessa vez não poderia ser diferente?
— Você está amassando toda a roupa, se aquiete!
Katy passou as mãos no blazer da filha, em movimentos retos para mantê-lo intocável. Toni suspirou, encarando a mãe e relaxando um pouco ao ver seu sorriso.
— Estou feliz por você. – declarou, desviando seus olhares por sentir lágrimas vindo. — Não achei que aquela Toni rebelde se casaria...
— Mãe. – pediu. — Não quero chorar agora, por favor.
— Tudo bem, me desculpe.
Enxugou as lágrimas que queriam cair, sua vontade era pegar Toni em seus braços, mas se o fizesse acabaria com sua maquiagem antes mesmo da cerimônia começar.
Quando as portas da igreja se fecharam, a lutadora sentiu o corpo tremer, o coração palpitando tão rápido, o ar quase se esvaindo de maneira que parecia que iria morrer. Nem mesmo em suas lutas mais importantes tinha essa sensações, mas conseguia entender que era diferente, teria Cheryl pra sempre. Após quase dez anos após darem o seu primeiro beijo, estavam finalmente sendo uma da outra.
A marcha nupcial começou a tocar, as portas de abriram e todos levantaram para contemplar a visão de Cheryl perfeitamente vestida no tecido branco, adentrando de braços dados com Mary. Toni puxou o ar, reparando em cada detalhe da mulher que será sua esposa.
O vestido rendado no tronco, com ombros de fora e mangas cumpridas até os cotovelos, caía no corpo da ruiva como se fosse feito para ela. Da cintura pra baixo era branco e comprido, uma cola não muito longa. Os cabelos ruivos estavam ainda mais modelados, atirados para trás e presos por uma tiara de prata. Não havia véu, apenas um buque em uma da mãos formado por lírios vermelhos.
Da visão de Cheryl tínhamos uma Toni vestindo smoking, os cabelos rosas e ondulados que a ruiva tanto ama, caídos sobre suas vestes. As mãos se esfregavam uma na outra balançando a flor presa em seu bolso esquerdo que era do mesmo tom dos lírios.
Em um lado, Katy, Antônio e Smantha em meio ao dois, junto de Veronica e Betty. No outro, Sabrina e Nicholas, Camila e Lauren. Ninguém aceitou não ser padrinho ou madrinha do casal, acabaram por colocar todos os amigos. Assim como Jughead que ficaria ao lado de Mary assim que deixasse Cheryl junto de Toni.
Nos bancos da igreja apenas os amigos mais distantes das noivas, colegas da escola e academia. Inclusive houve uma pequena discussão sobre convidar ou não Peaches, e no final de muitos dias ficou decidido que se Peaches estivesse presente, uma das noiva não estaria.
— É a última vez que irei te pedir, Topaz. – Mary falou, parando em frente a menor. — Cuide da minha menina.
O tom ameaçador era igual a da época de Riverdale, a morena riu de forma nervosa e assentiu, arrancando um sorriso divertido de Cheryl. Mary sempre a assustou, por ser a protetora da ruiva, afastando qualquer um que a fizesse mal.
— Tenho certeza que é a maneira carinhosa dela de dizer que seremos muito felizes.
Cheryl se pronunciou ao tocar o braço estendido de Toni, a mesma estava sem palavras com a beleza ainda mais surpreendente da mulher a sua frente, suspirando ao encara-la tão de perto.
— Você está... Perfeita.
Sussurrou em êxtase.
A ruiva sorriu, encolhendo os ombros.
— Estamos!
Corrigiu, desejando beijar os lábios da morena.
Viraram os corpos de frente para o cerimonialista, os braços entrelaçados e sorrisos nervosos nos rostos. Corações palpitando, vários olhares em cima delas e uma felicidade enorme crescendo junto da ansiedade.
— Bem vindos. – o homem a frente das duas sorriu. — Estamos aqui hoje para falar sobre amor e felicidade, celebrar a união de mais um casal...
O cerimonialista começou o seu pequeno discurso sobre amor, casamento, felicidade a dois... Um pequeno resumo de como poderá ser a vida das duas daqui para frente sendo uma mulher da outra. O tempo parecia estar passando rápido, após as falas obrigatórias vieram os votos, algo que já estava preparado a semanas.
— Toni...
Ele indicou para que começasse.
— Sou eu. – a lutadora mordeu os lábios. — Tudo bem.
Respirou fundo, ficando de frente para Cheryl e encarando seus castanhos atentos em suas próximas falas. Passou as mãos nas barras do blazer demonstrando seu nervosismo.
— Decorei um texto, mas não lembro de nada... – falou rindo ao final, Cheryl rolou os olhos soltando uma risada. — Vou improvisar.
Segurou as mãos da ruiva, firmando o toque.
— Cherry, aqui na frente de seus amigos e de... – percorreu o olhar pelo local antes de voltar a noiva. — Nossa família. – concluiu fazendo a mesma abrir um pequeno sorriso. — Prometo te amar, cuidar de você, ser o seu porto seguro, a que vai te segurar quando cair e abraçar quando houver trovões. – as últimas palavras fizeram a mulher a sua frente rir. — Prometo te respeitar, ser fiel, carinhosa, ouvir tagarelar em meu ouvido as vezes sem fazer sentido algum. Prometo sempre te dar o último pedaço da pizza, não deixar a toalha molhada em cima da cama, roupas espalhadas pelo quarto e...
Ela parou de falar ao ver Cheryl silabar "bagunceira".
— E diminuir os palavrões.
A ruiva riu, negando.
Não acreditaria nem um pouco naquelas últimas promessas.
— Enfim, você é e sempre será a mulher da minha vida, Cherry. – pronunciou cada palavra, olhando nos castanhos. — Eu te amo mais do que tudo.
Encerrou seus votos, arrancando um sorriso gigante da outra que sentia seu coração bater um pouco mais rápido agora, sabendo que era sua vez.
— Cheryl...
O cerimonialista lhe indicou para começar.
— Irei começar prometendo não matar minha mulher por deixar toalha molhada na cama, roupas espalhadas e falar tantos palavrões... Ela nunca vai perder essas manias.
— Está me subestimando.
Toni retrucou, fazendo uma pose que fez todos rirem de sua marra.
— Tudo bem, eu amo seu jeito desleixado. – deu de ombros, a morena sorriu. — Enfim, eu ensaiei algumas palavras...
Forçou a garganta, puxando o ar e soltando aos poucos. A mulher a sua frente sorriu, tentando lhe passar confiança para iniciar seus votos. Cheryl mordeu os lábios, tomando coragem.
— A nossa história começa a alguns anos atrás, em uma escola do lado norte de Riverdale, duas garotas que não se prendiam a ninguém, mas quando menos esperaram estavam presas uma a outra. Eu me apaixonei por você no ensino médio, o meu primeiro e único amor, a única que conseguiu entrar no meu coração, vida, alma. Tenho na memória o nosso primeiro contato, a primeira troca de palavras, a primeira briga, a primeira separação... Tudo está guardado aqui e não irei apagar nada, porque cada pontinho ou vírgula de nossa história foi preciso para chegarmos até aqui.
O silêncio em meio a igreja fazia com que todos ouvissem todas palavras da ruiva, inclusive Toni que estava a sua frente tão concentrada no brilho dos castanhos e movimentos dos lábios carnudos que pareciam que estavam sozinhas.
— Toni, eu amo cada pedacinho seu, cada pedacinho nosso e tenho certeza que vou amar o que iremos construir daqui pra frente. Por você e por nós, prometo todos os dias te amar, respeitar e ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Até que a morte nos separe.
Declarou, orgulhosa de conseguir completar seus votos.
— Agora, as alianças.
O cerimonialista pegou a pequena cama de veludo com as alianças douradas, a colocando entre as noivas que desceram os olhares para as joias. Cheryl foi a primeira a pegar, deslizando pelo dedo da morena a sua frente que logo após fez o mesmo consigo.
— Eu vos declaro... Casadas!
Falou com um sorriso enorme no rosto, era visível para qualquer um o quanto de amor havia naquele local e principalmente entre as duas. Só ficou mais claro quando sorriram juntas, juntando os lábios em seu primeiro beijo como mulheres uma da outra.
×××
O pequeno salão a alguns quilômetros da igreja já estava com todos os convidados presentes, se divertindo em meio a músicas, bebidas e petiscos antes do jantar. As noivas seriam as últimas a chegar, trocariam de roupa e também se atrasaram ao esperarem todos lhes desejarem parabéns pela cerimônia.
De mãos entrelaçadas adentraram o local, todos batiam palmas para as recém casadas. Cheryl agora tinha um vestido ainda branco, mas curto e confortável. Toni estava de suspensório e calça social preta, a camisa branca com botões abertos. Foi um sacrifício para não trocarem nem ao menos carícias até chegarem ali.
— Vem cá.
A lutadora puxou sua – agora, mulher para o meio do salão.
— O que?
Franziu a testa, confusa com a morena.
— Vamos dançar.
— Não combinamos isso.
— É nossa dança de casadas, não precisávamos combinar e bem... Escolhi uma música pensando em você, no seu gosto.
Toni posicionou as mãos na cintura da ruiva a sua frente, Cheryl até poderia tentar negar a qualquer pedido da mulher a sua frente, mas nunca conseguiria. A menor fez sinal para o dj que contrataram, em cima de um pequeno palco controlava todas músicas e luzes. Tamanha foi a surpresa da maior quando um holofote focou apenas nas duas.
As primeiras notas no piano começaram a soar, Cheryl sorriu entrelaçando os braços no pescoço de Toni ao perceber ser uma música clássica e antiga. Conhecia muito bem a letra e todos seus toques.
É inegável que devemos ficar juntos, é inacreditável como eu dizia que jamais me apaixonaria. Você precisa saber, se já não sabe como me sinto. Então, deixe-me mostra-la agora que eu estou falando sério. Se todas as coisas, na hora certa, o tempo revelará...
De bochechas coladas, olhos fechados, corpos balançando no mesmo ritmo e concentração apenas em sentir aquela música, se encontravam em uma bolha. Um câmera as filmava, mas nada sairia na mídia. Aquele momento era apenas das duas, para ficar gravado e marcado em suas memórias.
Um: Você é como um sonho que se tornou realidade. Dois: Só quero estar com você. Três: Garota, é evidente que você é a única para mim. E quatro: Repita os passos de um a três. Cinco: E se apaixone por mim. Se algum dia eu achar que meu trabalho está terminado então, voltarei para o primeiro passo...
Toni sentiu sua bochecha molhada, separando um pouco de Cheryl a ponto de encara-la e ver suas lágrimas caindo com tamanha facilidade que fazia seu coração partir.
— Oh, merda. Você odiou a música.
Lamentou, passando os polegares para secar seu rosto.
— Não, amor. A música é incrível, você é incrível... É que... – soltou o ar junto de um pequeno sorriso. — O meu pai me ensinou a tocar a introdução dessa música, ele amava toca-la.
É tão incrível como as coisas acontecem sozinhas, é tudo emocionante quando você descobre do que se trata e é indesejável que nós fiquemos separados. Eu jamais teria ido muito longe, porque você sabe que tem as chaves do meu coração. Porque...
— Desculpa, Cherry. Não queria te...
— Amor! – a interrompeu, segurando o rosto entre suas mãos. — Eu amei, estou chorando de felicidade, ok? Ele estaria orgulhoso.
— Acha que meu sogro gostaria de mim?
Arqueou as sobrancelhas, abraçando a cintura da ruiva para ficarem mais coladas. Cheryl retirou as mechas que caiam do seu cabelo para trás das orelhas, analisando cada detalhe da mulher a sua frente.
A sua mulher.
— Juro que iria tentar agrada-lo, mesmo sem nem ter o conhecido sinto como se fosse parecido com você. Nós nos daríamos bem, afinal, eu conquisto todos.
Gabou-se, fazendo a maior rir ainda balançando no ritmo da música.
Um: Você é como um sonho que se tornou realidade. Dois: Só quero estar com você. Três: Garota, é evidente que você é a única para mim. E quatro: Repita os passos de um a três. Cinco: E se apaixone por mim. Se algum dia eu achar que meu trabalho está terminado então, voltarei para o primeiro passo.
— Ele te amaria, tenho certeza.
Sorriu ao falar, as lágrimas vindo com mais força.
— Meu pai estaria feliz, sabe? Ele gostava de me ver feliz.
— Vocês deviam ser ligados.
Cheryl assentiu, as lágrimas deslizavam por suas bochechas.
— Clifford Blossom provavelmente estaria radiante de ver sua garotinha se tornar uma Topaz.
Encarou os castanhos, vendo um sorriso abrir nos lábios da lutadora, iluminando seu rosto de forma que a deixava ainda mais encantada por sua mulher.
— Eu amo você, Cheryl Blossom Topaz.
Toni sentia o seu peito encher de alegria a cada palavra pronunciada, tendo gosto ao pela primeira vez poder chama-la com seu sobrenome. Cheryl nem teve tempo de responder, lábios colaram nos seus em um beijo repleto de lágrimas e sorrisos. São oficialmente uma da outra.
Diga adeus a escuridão da noite, eu vejo o sol se aproximando. Sinto-me como uma criança cuja vida está começando. Você chegou e trouxe uma vida nova dentro deste meu coração solitário, você me salvou na hora exata.
×××
A festa tinha exatamente tudo para acabar bem, o casal principal se dividia para dar atenção aos convidados. Havia bebida liberada, algo que fazia Toni não largar a mão de sua mulher em nenhum minuto. Houve outra discussão sobre isso nos preparativos, mas Cheryl fez questão de dizer que teria que se acostumar cada vez mais com seu vício bem a sua frente, mas nega-lo.
Quando o jantar foi servido, a ruiva já estava de pés descalços, os botões da camisa de Toni estavam abertos até quase metade de sua barriga deixando amostra seu top que usava por baixo e o abdômen que Cheryl quase não tirava os olhos. Sentadas em uma das várias mesas, tentavam se alimentar um pouco mesmo que fosse quase impossível, a correria da festa não permitia que sequer sentissem fome.
— Nesse pequeno momento de paz... – a ruiva sussurrou, aproximando mais sua cadeira da lutadora. — Quero deixar claro o quanto estou ansiosa para irmos a Grécia.
Falou, sorrindo largo para Toni que sorriu de volta puxando o rosto da maior contra o seu e lhe dando um beijo. Iriam viajar ainda essa noite, não queriam perder nenhum segundo dos dias que Cheryl conseguiu longe da escola.
— Grécia é uma viajem para milionários.
Nicholas comentou, atrapalhando o beijo do casal ao puxar uma cadeira e sentar bem ao lado e Toni esbarrando o corpo no dela de propósito. A morena revirou os olhos, passando o braço pela cintura de Cheryl que se apoiou em suas pernas para encarar o amigo.
— Você é milionário.
Cheryl falou em confusão.
— Nossa, verdade. Que coincidência, não é? – ele sorriu encarando as duas e deitando a cabeça no ombro de Toni. — Será que podemos ir com vocês?
Usou seu melhor olhar pidão.
— Não!
As duas responderam juntas, Nicholas rapidamente desencostou de Toni, erguendo o corpo e ajeitando a postura enquanto passava as mãos em sua camisa social.
— Grossas.
Resmungou, fazendo as outras gargalharem.
— Nós iremos sentir sua falta, Nick.
Cheryl falou, confortando o amigo.
— Sério, Red?
— Fale por si!
Toni se pronunciou, negando.
— Esse é o jeitinho dela dizer que ama, já percebeu? É lindo...
Nicholas falava, sorrindo e arriscando apertar as bochechas da lutadora que prontamente levantou seu punho, ele se encolheu enquanto Cheryl ria ao assistir a cena.
O clima começou a ficar cada vez mais íntimo, algumas pessoas cansadas de viagens e trabalhos, acabaram indo embora após o jantar. Músicas ainda tocavam, a noite não tinha hora para acabar. A madrugada já estava presente, Cheryl e Toni sentiam seus pés doerem, mas mal se importavam afinal, era a festa de seu casamento. Na pista Jughead e Marina pareciam bem a vontade um com o outro novamente, Betty passou maior parte da festa no bar e estava quase caindo de bêbada. Veronica conversava com Sabrina e Nicholas, enquanto no exato momento que começou a tocar Dangerous Woman da Ariana Grande, Cheryl puxou Toni para o meio do salão.
Os primeiros toques fizeram a ruiva agarrar a cintura da menor, colando seus corpos e entrelaçando suas pernas. Movimentou-se com força, esfregando-se em sua mulher e fazendo a mesma suspirar.
— Não preciso de permissão, tomei uma decisão de testar meus limites, pois é tarefa minha. – sussurrou a letra no ouvido da morena, a mão entrelaçada nos fios rosas enquanto a outra lhe segurava a cintura. — Deus é minha testemunha, vou terminar o que comecei. Não preciso de restrições, vou tomar o controle desse tipo de situação. Estou totalmente preparada, completamente focada, minha mente está aberta...
— Porra, Cheryl!
Toni a repreendeu, sentindo um calor infernal só de tê-la quase rebolando em sua perna, sentia na palma da mão que agarrava sua coxa o quanto a ruiva estava quente, provavelmente pedindo por ela.
— O jeito que você faz, pele com pele. Oh, meu Deus. Não pare, garota...
Ela cantarolava em seu ouvido, quase gemendo nas últimas duas frases levando Toni a loucura. A mesma pegou em seu rosto, grudando os lábios e lhe beijando de forma faminta, não importava se havia plateia. Cheryl era ótima em fazê-la agir sem pensar.
Algo em você me faz sentir como uma mulher perigosa.
Algo em...
Algo em...
Algo em você.
Me faz querer fazer coisas atrevidas que eu não deveria fazer.
Algo em...
Algo em...
Algo em...
Cheryl separou o beijo, um estalo ouvido pela maneira que Toni sugava seus lábios de forma que deixava sua calcinha molhada. Estava pronta para fugir dali com sua mulher, ter um momento de prazer antes de viajarem, mas as coisas não pareciam ocorrer como queriam.
— Atenção, atenção... Para essa música.
A voz de Betty ecoou pelo salão, o olhar das noivas foi para o local do dj onde a loira tinha um microfone em mãos. Completamente apoiada no pedestal por seu estado alcoólico, batia no aparelho em mãos fazendo um barulho insuportável. A música já não tocava mais e todos a olhavam.
— Já que a Cheryl estragou minha festa de casamento, me sinto no direito de aproveitar que todos estão aqui para fazer um co...
Não conseguiu terminar, Veronica correu para tentar lhe arrancar o microfone, mas a mesma não deixou, empurrando a esposa para longe e fazendo a morena bufar com suas possíveis próximas atitudes.
— Vou fazer um comunicado! – anunciou. — Após muitas discussões e brigas sem fundamento, decidi que era melhor pedir o divórcio a minha esposa.
Cheryl e Toni se entreolharam, arregalando os olhos juntas. Veronica não sabia onde se enfiar, os outros apenas acompanhavam o pequeno show de Betty, sem saber como reagir.
— Sim, nós estamos nos divorciando, mas isso é apenas para alertar as recém casadas que não cometam os mesmos erros, vocês são lindas juntas e eu amo a Toni com todo meu coração. Sempre achei que ela e Cheryl nunca dariam...
— Ok, chega!
Veronica puxou o fio do microfone, Betty que agora tinha lágrimas nos olhos a encarou com uma certa fúria pronta para partir pra cima da mesma. Antes que fosse possível, Toni agarrou o corpo da melhor amiga.
— B, vamos sentar, você está muito bêbada.
Aconselhou, levando a amiga para um banco mais próximo.
Cheryl estava junto, assistindo a toda cena que a mulher fazia, lembrou dos seus tempos afundada no vício, óbvio que Betty não é uma alcoólatra, mas a sensação de vê-la naquele estado não era nada boa.
— Desculpa, Cheryl, a gente tinha combinado de falar depois do casamento e...
A ruiva não falou nada, apenas abraçou Veronica acolhendo a melhor amiga no intuito de lhe dar o maior apoio possível no momento. Um divórcio é algo que jamais cogitava vindo das amigas.
— Está tudo bem, Ronnie. – a tranquilizou, encarando-a enquanto acariciava seus braços. — Estarei aqui para o que precisar.
— Então... – Veronica encolheu os ombros. — Não tenho mais onde morar e como você vai para lua de mel, talvez precise de uma... Caseira?!
Sugeriu, coçando a nuca.
— Como não havia pensado nisso? – riu ao falar. — É claro que preciso, pode ficar o tempo que precisar, alias... Quero saber como chegamos a esse divórcio.
Passou o braço pelos ombros da amiga, a carregando para a mesa mais próxima dali e de preferência o mais longe possível de Betty. A noite não estava arruinada, apenas foi encerrada um pouco mais cedo do que o esperado.
×××
[ E estamos de volta.
Uns casando e outros divorciando.
Nós teremos mais detalhes desse divórcio no decorrer da fanfic. Teremos muitos detalhes do casamento choni e é isto, espero que estejam animados como eu. ]
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro