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Bonus XII - Nossa História

[Olá

Neste capítulo não é preciso idades e etc...

É isso

Boa leitura.]

Toni Topaz – Point Of View

— Que cara é essa?

Meu pai sentou ao meu lado franzindo a testa.

Suspirei.

— Iria passar o final de semana na casa da Cheryl, mas ela disse que não vamos poder nos ver.

— Simples assim?

— Ela disse que não está se sentindo muito bem e eu disse que poderia ajudar, mas aparentemente não quer meus cuidados.

Meu pai riu balançando a cabeça.

— E você acreditou? – estreitei o olhar. — Filha, ela provavelmente está esperando que apareça de surpresa.

— Por que? Eu já iria lá de qualquer maneira.

Dei de ombros.

— Hum... Não sei. O motivo vai descobrir quando chegar lá, mas tenho certeza que sua namorada quer seus cuidados.

Respirei fundo.

— Tem razão, pai.

Concordei, ele sorriu.

— Talvez devesse levar alguns chocolates, tem que ver o sorriso dela toda vez que...

Falei já levantando em busca da chave da moto.

— Toni.

Me interrompeu, parei no lugar o encarando.

— Acho que você vai casar com essa garota.

Falou sem tirar o sorriso do rosto.

Sorri junto com ele.

— Bom, eu tenho certeza, pai. – pisquei para ele, pegando minha chave e não me contendo em lhe dar um abraço antes de sair. — Obrigada por me ajudar a conquista-la.

Sussurrei quebrando nosso contato e caminhando para a saída.

— É melhor não deixa-la escapar.

Gritou assim que abri a porta.

— Não vou!

Falei com toda confiança, ainda ouvi sua risada antes de sair em direção a moto.

×××

Bati na porta pelo menos três vezes e ninguém me atendia, enquanto segurava a sacola com os chocolates já me sentia impaciente. Será que não está em casa? Não desisti, dando toques com mais força para chamar a atenção.

A porta abriu.

— Quem diabos é tão insistente para...

Cheryl parou de falar ao me ver, arregalando seus olhos.

— Toni, o que está fazendo aqui?

Sua voz estava diferente, havia uma rouquidão, o rosto levemente inchado e olhos vermelhos. A analisei, reparando que usava um moletom meu e uma calça do mesmo tecido, o cabelo bagunçado.

— É sério, eu disse pra não vir.

Irritada, tentou fechar a porta, mas a segurei.

— E eu não te obedeci. – falei adentrando a casa, Cheryl cruzou os braços e não me encarava. — Não nos vimos a semana toda, acha que vou ficar o final de semana longe de você?

Arqueei as sobrancelhas, a ruiva quase me lançou um sorriso. Fechei a porta, me aproximando dela novamente e colocando as mãos em sua cintura, tentei lhe beijar.

— Toni, estou doente, ok? Mais que isso, estou com um resfriado que me deixa horrível.

— E pensa que isso vai me afastar de você?

Respondi com rapidez, minha namorada suspirou e finalmente me encarou.

— Não quero que me veja assim.

Murmurou cheia de manha, desfazendo sua pose e relaxando os braços ao lado do corpo. Sorri, segurando seu rosto entre minhas mãos e beijando seus lábios, Cheryl se afastou de imediato.

— Estou nojenta e você pode pegar...

Revirei os olhos, lhe beijando novamente, pressionando os lábios nos seus para que não me afastasse mais. Ela se rendeu por alguns segundos.

— Sou sua namorada, o meu dever é cuidar de você, Cherry.

Sussurrei enquanto deixava beijos em sua bochecha, nariz e testa.

— Odeio você.

Sussurrou de volta.

Não segurei a risada.

— Ok, já que me odeia preciso fazer com que me ame novamente, então... – afastei para lhe mostrar a sacola. — Trouxe seus chocolates preferidos.

Posso jurar que vi minha namorada com um beicinho que faz sempre que está prestes a chorar, sorri da sua carinha inchada e lhe beijei a ponta do nariz.

— Vamos para a cama, amor. Tomou algum chá?

— Não... – resmungou. — Só quero ficar deitada o final de semana inteiro, meu corpo dói.

— E remédios?

Perguntei enquanto subíamos as escadas.

— Tomei tantos que dormi a tarde inteira.

Pelo tom conseguia sentir que estava odiando essa situação.

Adentramos seu quarto e pela primeira vez o vi bagunçado, não totalmente, mas só de ter um par de calçados jogado e algumas coisas fora do lugar já é muito para Cheryl Blossom.

— Teve febre?

Continuei com o questionamento.

Já jogada em sua cama, a ruiva balançou a cabeça em negação.

— Isso é bom.

— O que seria bom é você e esses chocolates na cama comigo.

Sorri, concordando.

Tirei a jaqueta e calçados, caminhando até ela. Assim que deitei do seu lado, a ruiva se acomodou contra meu corpo, agarrando-me como se pudesse fugir.

— Pensei que não me queria aqui.

Ri ao falar.

— Só não queria que visse que estou uma bagunça.

Suspirou relaxando seus ombros.

— Nós somos namoradas agora. – segurei seu queixo, trazendo seus castanhos para me encarar. — Quero conhecer todas suas versões.

— Tem certeza?

— Absoluta, acho que estou mais apaixonada ainda pela Cheryl que é uma bagunça... – ela revirou os olhos sorrindo. — Sério, é tão fofa.

Acariciei sua bochecha, dando um beijo curto em seus lábios.

— Bom, sua namorada está louca por chocolates agora.

— Ainda bem que trouxe os preferidos dela...

Falei arrancando mais um sorriso de Cheryl.

×××

— Essa foi a primeira vez que cuidei da mãe de vocês doente, ela era bem diferente naquela época... – falei com meus filhos, rindo ao lembrar o quanto minha esposa mudou. — Hoje em dia se ela fica doente, é um sacrifício para que fique na cama e aceite ser cuidada.

Olhei para os dois bebês, deitados em seus berços e em um sono tão profundo que já devem ter parado de me ouvir a algum tempo.

— Mal posso esperar pra contar toda nossa história... – toquei na bochecha de Scarlett. — Mas com vocês entendendo tudo e fazendo várias perguntas, vou adorar responder todas. – sorri, desviando meu carinho para o Henry e tocando em seus cachinhos. — Eu amo falar sobre ela.

— Sobre quem?

Virei meu corpo, Cheryl estava parada na porta do quarto dos nossos filhos. Apenas um hobby cobria seu corpo, braços cruzados e o lado encostado contra o batente. Seus cabelos levemente bagunçados me recordavam daquela noite.

— Uma ruiva... – iniciei dando passos lentos e curtos. — A conheci no ensino médio, foi tipo primeiro amor, sabe?

Franzi o nariz.

Ela sorriu.

— Um dia meu pai disse que achava que eu iria me casar com aquela garota.

Parei a sua frente.

Cheryl suspirou.

— Você nunca me contou sobre isso.

— Sabe o que respondi?

Ela encolheu os ombros esperando que continuasse.

— Disse que tinha certeza que me casaria com ela.

Cheryl sorriu, seus braços entrelaçando em meu pescoço e os lábios chegando até os meus. O beijo dela é ainda melhor do que antigamente. Suspirei, a abraçando e colando seu corpo no meu.

— Ele também disse que teríamos filhos lindos? – acariciou meu rosto ao falar. — Porque a Mary uma vez me disse e eu fiquei "nah, nem sei se quero me casar algum dia." ... – riu um pouco. — Até me apaixonar por você de novo e ter certeza que é o amor da minha vida, que não havia como ser de outra pessoa.

— Seja minha pra sempre... – murmurei. — Foi o que te pedi.

— E eu sempre fui, sempre era você e voltava pra você.

Sorriu, beijando meus lábios.

— Estou perto de contar a primeira parte triste da nossa história para os gêmeos...

Fiz um beicinho ao falar, Cheryl riu.

— Está contando tudo de novo? Você contou quando estavam na minha barriga.

— É, mas agora sei que estão realmente ouvindo.

— Hum... – estreitou o olhar. — E depois vai querer contar quando eles puderem entender, não?

Ela me conhece tão bem.

— Olha, é bem melhor do que essas histórias infantis...

Cheryl riu, me interrompendo com um beijo.

— Não se preocupe, também amo nossa história e amo falar de você. – sua mão acariciou minha nuca. — Mas então... Você está pulando as partes adultas, não está?

— Ah, claro, claro.

— Se você quiser... – aproximou seu rosto do meu. — Pode contar pra mim, vou adorar relembrar nossas aventuras.

Sussurrou, mordendo meu lábio inferior e o puxando pra si.

Porra, Cheryl!

— Eles vão acordar pra amamentar daqui uns vinte minutos...

Orientou-me.

— Em vinte minutos consigo te contar muitas coisas.

Pisquei para ela, colocando os lábios nos seus, Cheryl sorriu deixando-me guia-la para nosso quarto.

Como é bom relembrar o passado. 

[ Até.]

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