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Bonus XI - A Última Luta 04

Toni Topaz – Point Of View

Pisquei algumas vezes, o quarto estava claro indicando que já era de manhã, olhei para o lugar da minha esposa e o mesmo estava vazio, franzi a testa.

Senti a boca quente entrar em contato com minha canela fazendo uma trilha de beijos, estava de bruços, levantei a cabeça para olha-la, Cheryl mordeu minha nádega e chupou minha pele. Suspirei, seus carinhos continuaram até chegar em minha nuca, o seu corpo nu deitou sobre o meu.

— Bom dia, meu amor.

Sussurrou em meu ouvido, mordiscando o lóbulo de minha orelha.

— Bom dia, Cherry.

Respondi sentindo seus cabelos em meu pescoço.

— Dormiu bem?

— Melhor impossível.

Ela sorriu contra minhas costas.

— Então, fiz um bom trabalho.

Seu tom estava cheio de orgulho, Cheryl caiu ao meu lado na cama, virei-me de frente para ela e colei nossos lábios realmente iniciando minha manhã.

A ruiva segurou meu rosto fazendo o beijo durar mais.

— Que milagre acordar primeiro que eu.

Comentei, meus dedos fazendo desenhos imaginários por seu corpo completamente nu.

— Apenas alguns minutos antes.

Balançou os ombros, seu polegar acariciou minha bochecha, descendo para meus lábios e os desenhando.

— Que horas começam os compromissos?

— Depois do almoço.

Suspirei ao falar.

— Ainda podemos ficar um pouco na cama.

Tocou em meu pescoço, deslizando as unhas por meu braço em um carinho, o seu olhar acompanhava os próprios dedos.

— Essa é uma das coisas que mais sinto mais falta, ficar nua com você na cama, apenas trocando carinho.

— Eu também. – Cheryl concordou, sua mão subindo para minha nuca e a acariciando. — Ficar só olhando pra você...

Meu braço envolveu sua cintura para ficarmos coladas. Enfiei o rosto em meio aos seus seios, distribuindo beijos por todo o colo.

A ruiva riu, sua mão descendo para minhas costas e a acariciando. Ela enroscou nossas pernas para ficarmos ainda mais perto.

— Adoro quando fica assim completamente carente.

Levantei o rosto, encarando seus castanhos e ganhando beijos suaves na bochecha, nariz, testa... Suspirei, relaxando meus ombros.

— Você acha que vou conseguir ganhar hoje?

Perguntei sem conseguir me conter.

— Tenho certeza, TeeTee. – beijou meus lábios. — Você treinou muito para isso.

— Tem razão.

Abri um pequeno sorriso.

— Agora vou te encher de carinho enquanto é minha esposa carente que precisa dos meus cuidados, em poucas horas você vai virar aquela lutadora sexy e fodona que muitos idolatram.

Soltei um riso fraco, Cheryl beijou a ponta do meu nariz antes de me acolher em seus braços e iniciar seus carinhos.

Era tudo que precisava por agora.

×××

— Mamães!

Henry foi o primeiro a nos notar quando chegamos no restaurante para encontra-los junto de minha mãe e Samantha para almoçar.

— Oi, vocês dormiram bem?

Cheryl perguntou enquanto deixava um beijo em cada um.

— Sim, nós assistimos filme com a Sam.

Scarlett falou.

— E vocês, se divertiram?

Minha irmã tinha um tom malicioso.

Revirei os olhos.

Cheryl sentou ao seu lado.

— Foi incrível.

Ouvi a ruiva dizer baixinho.

Sentei ao seu lado não evitando de sorrir por conseguir agradar minha esposa e lhe dar a noite que tanto queria.

— O resto do pessoal deve estar chegando em seguida, não?

Perguntei.

Cheryl assentiu.

— Falei com Veronica antes de sairmos, eles já haviam pegado o voo.

Balancei a cabeça, minha perna começou a mexer nervosamente abaixo da mesa. É hoje, o grande dia. Meus filhos estarão lá. Preciso ganhar. A mão da minha esposa descansou em minha coxa, a alisando para cima e para baixo, ela realmente me conhece como ninguém.

— Quer que eu peça algo pra você, amor?

— Podemos dividir? Não sei se estou com fome.

— Ok.

Beijou minha bochecha, chamando a atenção do garçom. Minha mãe, Samantha e os gêmeos já haviam feito seus pedidos.

Cheryl pediu algo leve, salada e proteína. Sua mão continuou em mim enquanto conversava com Samantha, minha mãe estava atenta em tudo que os gêmeos lhe falavam e eu estava perdida em pensamentos.

Os pedidos deles chegaram primeiro, agora os gêmeos se concentraram em comer, assim como minha mãe e Samantha. Um beijo foi depositado em meu pescoço e agora havia uma mão em meu braço também o alisando.

— Tudo bem, TeeTee?

Algo que amo em meus dias antes da luta? Cheryl fica mais carinhosa que o normal, ela me enche de mimos e faz todas minhas vontades. Acredito que seja porque sempre pensa que pode acontecer algo de ruim.

— Sim, Cherry. – a encarei. — Apenas pensando na luta.

— Nós podemos te acompanhar nos compromissos, se não for te atrapalhar. – sugeriu. — Os gêmeos iriam adorar conhecer mais.

Abri um sorriso.

— Claro, isso vai me distrair um pouco.

Cheryl beijou meu ombro, o garçom chegou em seguida com nosso prato. A ruiva fazia questão de colocar as garfadas em minha boca, alimentando-me como fazia com nossos filhos a alguns anos atrás.

— Vocês acham que devo postar?

Samantha perguntou, a tela de seu celular virada em nossa direção. Havia uma foto de alguns segundos antes onde Cheryl me deu comida na boca.

— Sam...

Minha esposa murmurou.

— Os fãs vão adorar saber que Toni Topaz recebe comida na boca como uma criança.

Ela riu ao falar.

Revirei os olhos.

— Só está com inveja porque seu namorado não faz o mesmo. – retruquei. — Aliás, não vamos conhecê-lo nunca?

— Hum... Não?!

— Por que?

Samantha respirou fundo.

— Talvez... Ele tenha um pouco de medo de você.

Não segurei a risada.

— Sério?

— Sim, mas não se gabe, ele é um pouco frouxo mesmo.

Dessa vez até minha esposa riu.

— Espero que cause isso nos namorados e namoradas de nossos filhos. – ela falou, trazendo mais uma garfada até minha boca. — Odeio pensar em alguém tirando eles de mim.

— Ninguém vai ter medo da Toni se continuar dando comida na boca dela.

Samantha zombou.

Levantei o dedo do meio esquecendo por um momento que os gêmeos estão na mesa.

— Antoniette!

Cheryl repreendeu-me.

Olhei para nossos filhos e eles felizmente estavam concentrados demais em sua comida para prestar atenção.

Obrigada, Deus!

— Ela me irritou!

Apontei pra Samantha que riu.

Cheryl revirou os olhos.

— E já estou satisfeita, obrigada.

Beijei sua bochecha em agradecimento.

— Só falta chamar a Cheryl de mamãe. – Samantha zombou novamente. — Na verdade, a Cheryl seria uma ótima sugar mommy.

Piscou para minha esposa enquanto sorria.

— O que é sugar mommy?

Scarlett prestou atenção na pior parte.

— Oh, Samantha vai adorar explicar para vocês. – falei, olhando para minha irmã. — Não é, Sam?

Seu rosto ficou vermelho.

A mais nova abriu a boca, mas não saiu nenhum som.

— É apenas uma bobagem. – Minha mãe respondeu por ela. — Você sabe como sua tia é boba as vezes.

— Ela e a mamãe são muito parecidas.

Scarlett completou, sorrindo para mim e Samantha.

Encarei minha irmã que fez uma careta desaprovando a comparação, minha filha estava certa, Samantha é muito parecida comigo, é por isso que implicamos tanto uma com a outra.

×××

O palco da minha luta hoje estava silencioso, alguns funcionários circulavam pelo local dando os toques finais para o evento. Minhas mãos estavam entrelaçadas com as dos meus filhos, soltei um suspiro enquanto olhava para o octógono.

— É muito grande.

Henry comentou enquanto analisava cada canto do local.

— Vocês vão sentar bem lá na frente.

Apontei para as cadeiras mais perto do octógono.

— Vai ser tão legal! – Scarlett sorriu. — Vamos ver a mamãe de pertinho.

— E não vão ficar com medo?

Me agachei para encarar os dois.

— Por que medo, mamãe?

— Uhn, vocês sabem... Quando a mamãe golpear a outra lutadora e ela fazer o mesmo comigo.

Expliquei para Henry, ele olhou para irmã antes de me encarar novamente.

— Você gosta de lutar, não é, mamãe?

Scarlett perguntou.

— Gosto, eu amo esse esporte.

— Então, tudo bem. A gente cuida da senhora depois.

A mão da ruivinha tocou em meus cabelos.

Ok, não chora, Toni... Não chora.

— E a mamãe também.

Henry completou.

Ele sempre faz questão de lembrar dela, segurei minhas lágrimas balançando a cabeça positivamente e apertando mais firme suas mãos.

— Ei, vocês sumiram.

Cheryl apareceu, levantei mordendo o meu lábio.

— A mamãe vai lutar aqui!

Henry falou.

Minha esposa sorriu, assentindo, o seu olhar chegou ao meu e o seu sorriso morreu na hora, me analisando.

— Tudo bem, TeeTee?

— Sim, nós já estávamos voltando.

— A Mackenzie disse que vai começar a pesagem, você precisa se trocar.

Assenti.

— Vamos lá?

Falei com os dois que concordaram, Cheryl agora tinha os braços cruzados e sabia que estava preocupada com as lágrimas em meus olhos. Lhe dei um selinho rápido quando passei pela ruiva, a mesma suspirou.

Nós voltámos para minha sala, onde troco de roupa e fico até o horário da luta. Mackenzie estava me esperando, impaciente porque o horário da pesagem estava chegando.

Cheryl ficou com as crianças enquanto me trocava, top e shorts de malha, não precisava das luvas já que era só uma encarada para as fotos.

Quando sai do banheiro, os gêmeos brincavam com minhas luvas de boxe enquanto a minha esposa estava sentada mexendo no celular. Não deixei de notar seu olhar desviando para mim e me analisando de cima a baixo.

— Pronta?

Mackenzie perguntou.

— Claro. – balancei a cabeça. — Vocês querem assistir?

Perguntei aos gêmeos que assentiram de imediato, Cheryl já estava de pé, nossos filhos seguiram Mackenzie e a ruiva veio até mim.

Seus lábios grudaram nos meus.

— Fica tão gostosa nessas roupas curtas e coladas.

As unhas vermelhas deslizaram pelo vão entre meios seios, arranhando levemente meu abdômen. Sorri, juntando nossas bocas mais uma vez.

— Vamos logo antes que Mackenzie te mate.

Nós rimos juntas com sua fala, entrelacei nossas mãos e caminhei para fora indo até o grande salão onde ficaria frente e a frente com minha adversária.

Cheryl sentou junto com as crianças mais ao fundo, trocamos um último beijo antes de ir até o palco. Mackenzie me acompanhava e Amanda já estava lá. Tive que subir na balança mostrando que permanecia com o peso correto para a disputa do cinturão, a adversária fez o mesmo.

Então, chegou o momento da encarada. Punhos levantados, olhar sério e próximas o suficiente para sentirmos a respiração uma da outra.

Haviam muitos flashs, ao final, toquei na mão de Amanda a puxando para um abraço curto, foi uma ótima luta a que tivemos anteriormente, mesmo que ela tenha acabado comigo foi um sucesso na imprensa.

Amanda é o futuro do MMA feminino.

— Boa sorte.

Desejei.

— Pra nós! Vai ser uma bela luta, Topaz.

Piscou, as fotos ainda eram tiradas.

Desci com Mackenzie indo até minha esposa e filhos. Cheryl mexeu os lábios falando um "gostosa" sem som e não deixei de rir.

— Tirei fotos com o celular da mamãe, olha!

Henry levantou animado, me mostrando a tela do celular onde havia vários registros tremidos e embaçados. Dei um sorriso curto, beijando sua bochecha.

— Essas com certeza são as melhores fotos.

Pisquei, ele abriu um sorriso grande.

Infelizmente a partir daqui tivemos que nos separar, havia algumas entrevistas para dar antes da luta, então Cheryl levou as crianças de volta para o hotel. Eles precisavam descansar e se arrumar para o evento a noite.

Ouvir os dois dizerem que queriam voltar logo me deixou boba, minha esposa prometeu os trazer assim que tirassem pelo menos um cochilo, minha luta será tarde da noite por ser a principal.

Quando sentei na cadeira com os vários jornalistas a minha frente, bebi um gole de água que havia acima da minha mesa junto de vários microfones. Apoiei-me sobre o vidro, dando início a parte que menos gosto da minha profissão: Responder perguntas e ser uma pessoa pública.

— Você perdeu a última luta para Amanda, o que muda para essa?

— Estou mais focada e confiante, como ela mesma disse será uma grande luta porque não pretendo lhe deixar com o cinturão, pelo menos não tão facilmente.

Balancei os ombros.

— É a lutadora mais velha e também a mais vitoriosa atualmente. Já pensou em parar?

— Não. – menti. — Eu amo lutar.

Agora estava falando a verdade.

— Você atualizou as redes sociais com uma foto onde está com os filhos na praia. É a primeira vez deles assistindo a mãe?

— Sim. – não deixei de sorrir. — Fazia algum tempo que queria trazê-los, mas esse é o momento certo.

— Significa que essa é uma luta mais importante?

— Todas são, mas com certeza se torna maior quando tenho meu maior apoio aqui.

Confessei, desviei rapidamente o olhar para minha treinadora que ficava nos bastidores, ela sorria e tinha os polegares levantados me incentivando.

Nós duas fazemos um ótimo trabalho juntas.

×××

Faltava uma hora para a luta, estava quase pronta andando de um lado para o outro nervosamente, ninguém havia chegado ainda e me preocupava porque Cheryl disse que só havia muito trânsito, isso foi a mais de trinta minutos.

— Mamãe!

Soltei o ar quando os ouvi, invadindo minha sala junto de minha esposa. Eles correram em minha direção, quando os tive em meus braços fiquei aliviada.

— Mamãe, olha.

Scarlett se afastou, puxando a barra de sua camisa para baixo. Era preta com detalhes rosados e nela estava estampada um desenho que uma fã fez, onde estou chutando o saco de boxe.

— Eu também tenho.

Henry mostrou a sua, as mesmas cores, mas outro desenho onde estou socando o saco de boxe. Lembro de comentar com Cheryl o quanto achava aquela fã talentosa, mas foi a tanto tempo que nem sabia que lembrava.

— Só pra deixar claro. – a ruiva chamou minha atenção, levantei o olhar. — Ainda sou a fã número um.

Piscou, ajeitando o boné em sua cabeça escrito "TT", havia duas tranças nos ruivos, a sua camisa tinha um desenho nosso, a fã fez questão de desenhar nosso beijo de comemoração na última vitória e Deus... Quero agradeça-la imensamente por tudo isso.

Mordi o lábio, era a segunda vez no dia que estava segurando as lágrimas.

— Eu amo tanto vocês.

Falei, emocionada demais, beijando Scarlett e depois Henry. Eles resmungaram como sempre que damos carinho excessivo para os dois.

— Pensei que você não chorava, Topaz.

Mackenzie zombou ao ver as lágrimas escorrendo por meu rosto. Revirei os olhos, desviando dos meus filhos para ir até minha esposa.

Ela sorriu largo quando me aproximei.

— Gostou?

— Você é a melhor esposa do mundo.

Falei capturando seus lábios nos meus, Cheryl suspirou nos separando.

— Na verdade, você é a melhor esposa e mãe do mundo, o nosso maior orgulho, TeeTee. – mordeu o lábio inferior. — Somos seu fã clube. Os Topaz. O que acha?

— Acho que são perfeitos. – abracei sua cintura. — Obrigada por isso, Cherry.

— Deveria ter feito antes e...

Beijei seus lábios novamente, a interrompendo de dizer bobagens, odeio quando fica se martirizando por algo que passou e que superamos.

É o momento certo, está sendo perfeito.

— Agora só preciso ganhar.

— Você vai. – tocou em meu rosto. — Mas se não ganhar, estaremos te esperando de braços abertos, cheios de carinho e amor para dar.

— Sei que acabei de dizer, mas eu amo vocês.

Cheryl sorriu.

— Nós te amamos ainda mais... – me deu mais um selinho. — Os dois quase surtaram no carro porque iríamos chegar atrasados.

Minha esposa comentou e voltei minha atenção para os gêmeos, conversar com eles me deixou mais tranquila para o que viria. Sabia que independente do resultado, teria aqueles três me esperando.

O tempo passou mais rápido quando estavam comigo, Cheryl ajudou-me a enfaixar as mãos enquanto explicava para as crianças o quanto era importante para conseguir fazer melhor os golpes.

Nunca vi os dois tão quietos e prestando atenção em cada instrução.

— Hora de nos concentrarmos, falta pouco. – Mackenzie avisou. — Vou deixar vocês sozinhos, estou no corredor.

Assenti para a treinadora.

Assim que a porta bateu, respirei fundo.

— Que tal desejarem boa sorte pra mamãe?

Cheryl sugeriu aos gêmeos, pressionei os lábios agachando-me a frente dos dois.

— Boa sorte, mamãe. – Henry enlaçou os braços em meu pescoço em um abraço. — Vou tirar muitas fotos e torcer muito!

Balancei a cabeça, sorrindo para ele.

— Mamãe, eu sei que vai ganhar. – Scarlett falou parando a minha frente. — Então, posso subir no ringue quando ganhar o cinturão?

Arregalei os olhos.

— Filha, vou estar suja e talvez machucada...

— Quero sair nas fotos, meus colegas não acreditam que vim ver a luta.

Seu tom se tornou manhoso como sempre quando quer me convencer de algo. Suspirei.

— Scar, sinto muito, mas...

— Tudo bem. – Cheryl me interrompeu, levantando do banco que estava sentada e vindo até nós. — Quando ganhar, levarei os dois até você.

— Cherry, tem certeza?

Insisti.

— Tenho, se você quiser, é claro, TeeTee.

Voltei minha atenção pra Scarlett, ela parecia implorar com seu olhar piedoso. Relaxei os ombros, soltando o ar e abrindo um sorriso.

— Ok. – a ruivinha comemorou. — Se eu ganhar, os dois podem subir.

Olhei de relance para Henry que agora estava ainda mais animado. Scarlett me abraçou com força.

— Boa sorte, mamãe.

Desejou.

— Obrigada, meus amores. Não saíam de perto da mamãe, Cher, por favor.

Falei enquanto levantava, os dois assentiram.

— Venham cá. – Cheryl os chamou com as mãos. — A tia Mackenzie vai ficar uns minutos com vocês.

Falou saindo de mãos dadas com nossos filhos, foram alguns segundos antes de voltar sozinha fechando a porta atrás de si.

— Ainda preciso te dar meu beijo de boa sorte. – caminhou até mim, parando a minha frente. — E pedir que evite ao máximo machucar esse rostinho lindo.

— A verdade é que as vezes deixo me darem uns socos só pra você me mimar depois.

Cheryl revirou os olhos sorrindo.

— Não brinque com isso. – pediu segurando meu rosto entre as mãos. — Posso te mimar todos os dias se quiser, é só pedir.

— Pedir carinho? Isso acabaria com minha fama de durona.

A ruiva riu.

— Eu amo você, TeeTee. – beijou-me devagarinho. — Volte inteira pra mim, ok?.

Fechei os olhos esperando seus lábios chegarem até os meus e quando aconteceu, suspirei. Cheryl deslizou uma mão para minha nuca, forçando os dedos em meu couro cabeludo e aprofundando o beijo.

Minhas mãos agora estavam em suas costas, a pressionando contra mim. Gemi baixinho quando chupou meu lábio inferior e deslizou a língua pra dentro tocando a minha, fazendo movimentos lentos.

Só separamos quando ficamos sem fôlego, nos encarando por alguns segundos antes de Cheryl começar a distribuir pequenos beijos por meu rosto.

— Boa sorte, meu amor.

— Eu te amo, Cherry.

Falei com um suspiro, ela sorriu relutando em ir, mas sabíamos que se não fosse, Mackenzie invadiria a sala e a expulsaria.

Fiquei a observando, ainda jogou-me um beijo antes de sair pela porta. O peguei guardando em meu peito.

Vai dar tudo certo.

Pensei, sabendo que ela estaria comigo não importa o que acontecesse.

×××

Entrar naquele local lotado com música no último volume e uma apresentação fazendo gritos soarem ao ouvir meu nome causava um nervosismo maior. Poderia lutar quantas vezes fosse, ainda seria como a primeira vez porque tudo aqui é imprevisível, posso ser derrotada novamente ou ganhar sem receber um golpe.

Respirava fundo, balançando o corpo quando cheguei em cima do octógono. Na vez de Amanda ser apresentada, a brasileira recebeu tantos gritos quanto eu, sei que será uma grande lutadora, mas hoje terá que perder pra mim.

It's Time!

O bater das luvas é o que inicia a luta, troquei um pequeno sorriso com a minha adversária, estava disposta a ter uma luta incrível com ela.

Nós começamos trocando alguns socos que não atingiam com a precisão que esperávamos, estava sendo tudo muito estudado já que temos jeitos parecidos de lutar.

O primeiro round acabou sem que soubesse quem havia sido a melhor, quando sentei no banco para beber água e limpar algumas marcas de sangue, Mackenzie me dava as instruções para o próximo round, mas fiquei ocupada demais procurando minha família com o olhar.

Eles estavam bem perto do octógono, meus amigos, minha mãe, minha irmã... Cheryl estava sentada no meio de nossos filhos, as mãos em cima do próprio colo mexia os dedos uns nos outros em nervosismo, Henry tinha o celular em mãos tirando fotos e Scarlett estava de pé, concentrada na luta, quando percebeu que estava a olhando, sorriu e acenou em minha direção.

Soltei um suspiro, mordendo o lábio.

Eu queria talvez estar lá, assistindo uma luta junto com eles, dizendo em quem apostaria que vai ganhar. Rindo, brincando, colecionando momentos.

— Toni?!

Mackenzie me chamou, a encarei

— Não estava me ouvindo, não é?

— Você quer mesmo viajar pelo mundo com seu marido?

A treinadora franziu a testa.

— Que porra, Topaz?!

— Vou ganhar a luta, com um chute como tanto treinamos.

— É isso que estou tentando dizer, precisa...

Respirei fundo.

— Nossa parceria vai acabar hoje.

A interrompi, a brasileira arregalou os olhos.

— Tinha razão... – a buzina soou anunciando que começaria o próximo round. — Quero ficar com meus filhos e esposa.

Foram poucos segundos de silêncio antes de sorrir.

— Então, ganhe, Topaz.

Ela piscou para mim batendo em meu ombro.

Suspirei de alívio, tinha medo que não estivéssemos na mesma página.

O toque nas luvas aconteceu, Amanda me encarava como se também quisesse acabar logo com isso. Lhe golpeei com alguns socos e depois deixei que fizesse o mesmo para baixar a guarda. Ela consegui me chutar primeiro, baixo e tentando me derrubar.

Segurei firme, impulsionando minha perna direta para lhe acertar o chute bem no rosto e aconteceu, foi certeiro e com a força que precisava para que cambaleando caísse no octógono.

O juiz rapidamente me afastou dando a luta como encerrada.

Amanda não reagiu, ficando desacordada por alguns segundos e só então voltando a se mexer. Antes mesmo de comemorar, caminhei até ela.

— Tudo certo?

Toquei em seu ombro agora que estava sentada.

Balançou a cabeça positivamente.

— Foi um belo chute, Topaz.

Sorriu, havia um pouco de sangue no canto dos seus lábios e acredito que também deveria estar com alguns roxos pelos golpes trocados no início.

— Toni. – Mackenzie me chamou, levantei para encara-la. — Se limpa, os seus filhos estão vindo ai.

Alcançou-me uma toalha úmida.

A passei rapidamente em meu rosto, não estava sentindo muito pelo adrenalina, mas acho que havia sangue saindo pelo nariz e em um corte no supercílio.

— Mamãe!

Scarlett foi a primeira a correr em minha direção com um sorriso enorme, Henry veio logo depois. Entreguei a toalha para Mackenzie e não me contive pegando um em cada braço, suas pernas entrelaçaram ao lado do meu corpo.

— Eu disse que iria ganhar.

— Disse mesmo.

Sorri para Scarlett.

— Tirei muitas fotos, mamãe.

Henry falou orgulhoso.

— Quero ver todas depois.

— Posso pegar o cinturão?

Scarlett pediu, soltei uma risada.

— É muito pesado, filha.

Seus ombros caíram em desânimo, beijei sua bochecha.

Ela me ganha com muito pouco.

— Podemos tentar que segure, ok? Mas com minha ajuda.

Sorriu novamente.

Igualzinho a minha esposa quando consegue o que quer.

A procurei com olhar, estava novamente em seu lugar depois de trazer os gêmeos. Cheryl me jogou um beijo lançando-me um sorriso lindo, joguei de volta.

Amanda agora já estava recuperada, os gêmeos continuaram comigo e iria receber o cinturão. Desci os dois, segurando suas mãos e ouvindo meu nome ser anunciado como campeã mais uma vez, o braço erguido pela última vez.

Havia palmas e gritos por todos lados, mas só conseguia prestar atenção em meus filhos maravilhados com a cena do prêmio sendo colocado em minha cintura.

Tiramos várias fotos, como Scarlett pediu, tentei deixa-la segurar, mas era muito pesado e quando percebeu, desistiu se satisfazendo ao tocar em cada detalhe junto com o irmão.

— Você tem algumas entrevistas agora.

Mackenzie me orientou, assenti.

— Vou anunciar hoje, tudo bem pra você?

— Claro, Topaz. Estou orgulhosa.

Sorriu, apertando meu ombro.

O meu cinturão ficou com ela enquanto caminhava junto com os gêmeos em direção a Cheryl e os outros. Não foi uma surpresa, a ruiva me encontrar no meio do caminho e selar nossos lábios.

— Você foi incrível, TeeTee. – sorriu. — E sexy.

Sussurrou baixinho.

Sorri de volta.

Pausei por um momento e respirei fundo.

— Cherry, acho que essa foi minha última luta.

Confessei.

Ela franziu a testa.

— Como assi...

— Essa é minha melhor amiga Toni Topaz. – Nicholas apareceu a interrompendo e me puxando para um abraço. — A grande campeã!

Então todos começaram a me parabenizar, Cheryl estava com nossos filhos e queria poder lhe explicar tudo, mas Mackenzie me apressou para as entrevistas.

— Vou leva-los comigo, tudo bem?

Perguntei a minha esposa.

— Toni, você falou sério?

— Sim, vou anunciar minha aposentadoria agora.

— O que é aposentadoria?

Scarlett perguntou confusa.

— Topaz!

Mackenzie chamou minha atenção mais uma vez.

— A mamãe precisa responder umas perguntas e vocês vão junto, ok? – Cheryl orientou nossos filhos, sorri para ela. — Eu amo você e vou te apoiar no que for.

Beijou meus lábios.

Trocamos um sorriso antes de pegar nas mãos dos gêmeos e seguirmos Mackenzie.

Novamente me encontrava em uma sala cheia de jornalistas, mas dessa vez meu cinturão estava exposto em cima da mesa junto com uma quantidade maior de microfones.

Eles reagiram com sorrisos e sons de "own" quando entrei junto com os gêmeos, não evitei de sorrir também. Sentei em minha cadeira e deixei um em cada perna. Consegui lhe orienta-los do que aconteceria enquanto vínhamos e posso dizer que estavam animados.

— Você trouxe companhia. – o primeiro a fazer a pergunta falou. — Acredito que esses sejam Scarlett e Henry, seus filhos.

— Correto.

Respondi, levando uma garrafa com água até os lábios.

Bebi um gole aproximando o rosto dos gêmeos.

— Digam oi.

Sussurrei para eles.

— Oi.

Responderam timidamente, Henry se aproximou muito do microfone levando um susto com sua própria voz saindo um pouco mais alta. Não deixei de sorrir.

Isso vai ser divertido.

— Então, Toni. Você conseguiu recuperar o cinturão... Qual o próximo passo?

Deixei a garrafa sobre a mesa, desviando meu olhar para trás onde Mackenzie sempre ficava me observando. Ela sorriu de forma contida, balançou a cabeça me incentivando e sabia que estava fazendo a coisa certa.

Voltei minha atenção para os jornalistas, então a porta lá no fundo abriu e quando vi os cabelos ruivos entrando por ela, suspirei. Os gêmeos acenaram ao ver a mãe que encostou o corpo contra a parede e sustentou o olhar comigo.

"Eu amo você."

Seus lábios mexeram.

— Toni?!

O jornalista chamou minha atenção.

Balancei a cabeça voltando a realidade.

— Na verdade, eu não terei um próximo passo. – falei deixando todos confusos. — Pelo menos não com lutas, porque hoje foi a última vez que disputei um cinturão.

— Está se aposentando?

— O que é aposentando?

Scarlett sussurrou, mas todos ouviam.

Sorri, olhando em seus castanhos e tocando os ruivos em um carinho.

— Significa que a mamãe não vai mais lutar profissionalmente. – expliquei intercalando meu olhar entre ela e Henry. — E antes que me perguntem, o motivo está bem aqui.

Troquei um olhar com minha esposa.

— Quero ficar com minha família.

Beijei a bochecha de cada um dos meus filhos, eles riram resmungando do carinho.

— Antes da luta você disse que não pensava em parar, algo mudou ou você mentiu?

— Admito que menti, já havia pensado em me aposentar, mas só decidi quando olhei para eles no meio da luta e percebi que meu desejo agora era só assistir, admirar o esporte. – balancei os ombros. — Vocês ainda nos verão muito pela arena vindo assistir lutas.

— Nós podemos fazer perguntas para eles?

Um jornalista perguntou.

Olhei para Cheryl, a mesma assentiu.

— Tudo bem pra vocês? – perguntei aos gêmeos que assentiram. — Então, podem, claro.

— Como foi assistir Toni lutar? Soube que foi a primeira vez de vocês.

Os dois me olharam quase pedindo permissão para responder, balancei a cabeça os incentivando, os dois se entreolharam e ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Foi muito legal! – Scarlett respondeu primeiro com um sorriso no rosto. — Sabia que a mamãe iria ganhar, ela é muito boa.

— E eu tirei muitas fotos, até do chute.

Henry falou animado.

A partir daqui, eles se soltaram mais e agora respondiam as perguntas junto comigo. Eles estavam se divertindo e divertindo os jornalistas. Trocava vários sorrisos com minha esposa que ficou lá o tempo inteiro nos observando com tanto amor que sentia que estava orgulhosa.

×××

Tivemos uma comemoração com todos, nós ficamos na piscina do hotel bebendo e nos divertindo. Eu estava tão feliz que todos apoiavam minha decisão, a maioria dizia "já estava na hora". Estar com meus amigos e minha família era tudo que queria no final, mas principalmente estar com Cheryl...

— Cherry, estou bem.

Resmunguei quando apareceu com uma caixa de primeiro socorros, estava sentada em nossa cama no quarto de hotel, minha esposa me ignorou e sentou sobre minhas coxas.

— Se ouvisse todas vezes que me diz estar bem, você teria várias cicatrizes no rosto, sabia?

— E você adoraria, seria sexy.

Meu tom se tornou malicioso.

Ela riu.

— Prefiro seu rosto assim como nasceu, sem nenhuma imperfeição.

Beijou meus lábios suavemente.

Suspirei, relaxando os ombros.

Desviei meu olhar para a cama dos nossos filhos, os dois desmaiaram de cansaço, foi uma briga pra conseguir troca-los antes de dormir. Agora estavam um de frente para o outro, olhos fechados e mãos abaixo do rosto.

— Então... – senti o algodão gelado em meu supercílio. — Quando decidiu se aposentar?

— Na semana da nossa briga, Mackenzie comentou sobre aposentadoria e fiquei com aquilo na cabeça... – gemi baixinho quando pressionou o algodão no machucado. — Conversei com a Betty, mas realmente só decidi no meio da luta.

— Ela te contou, não foi?

Cheryl me encarou, colocando o algodão de volta na caixa.

Por um momento não entendi, mas logo lembrei de minha melhor amiga falando sobre como minha esposa ficou quando perdi a última luta.

— Talvez...

Mordi o lábio.

— TeeTee, não quero que faça isso por mim.

— Cherry...

— Você tem que fazer isso só se quiser e não porque...

Revirei os olhos.

Abracei sua cintura, a colando em mim e a calei beijando seus lábios com força. Cheryl suspirou, as mãos parando em meu pescoço.

— Quer saber por que quis me aposentar? – arqueei as sobrancelhas, ela assentiu. — Porque quero acordar de manhã e sair pra correr com minha filha, voltar, tomar café da manhã com minha esposa e meus dois filhos. Quero levar eles na escola e buscar, quero poder me lambuzar com vários hamburguês sem me sentir culpada. E quero poder viajar com minha mulher para todo lugar que quiser conhecer, transar loucamente...

— Toni...

Cheryl sussurrou me repreendendo.

— Eles não estão ouvindo. – olhei para os gêmeos ainda apagados e voltei a atenção pra ela. — Enfim, quero ficar com vocês, Cherry. Quero não ter tantos compromissos e tantas regras, só quero ser a mãe e a esposa que merecem.

— Você já é, sua idiota.

Ela falou com os olhos cheios de lágrimas.

Pressionei os lábios em um sorriso.

— Amo você, nossos filhos e nossa família, estou me aposentando porque preciso passar mais tempo com vocês, é a coisa que mais me faz feliz.

Toquei em seu rosto, limpando as lágrimas que caíam.

— Tem certeza?

— Mais do que tudo, vocês são meu foco total agora, Cherry.

Então, ela me beijou, podia sentir o gosto salgado das suas lágrimas e os suspiros que soltava por estar emocionada. Sorri em meio ao beijo, nos separando devagarinho para olhar em seus castanhos.

— Não vejo a hora de fugir da academia e você da escola para transarmos com a casa totalmente vazia.

Sussurrei.

Cheryl riu.

— Não vou te dar descanso, Topaz. Vai suar mais do que nos treinos.

— Mal posso esperar...

Sorri sentindo seus lábios tocarem os meus novamente. 

[E acabou a sequência sobre a luta.

Até.]

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