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Bonus III - Costumes e Hábitos 02

Toni Topaz – Point Of View

Mal havia chegado em Arizona – mais precisamente em Phoenix, e já teria que comparecer em um compromisso. Nem tive tempo de deixar a mala no hotel ou trocar de roupa, Mackenzie me levou direto para uma revista onde daria uma entrevista sobre meu período parada. Não foi muito demorada, o que agradeci mentalmente.

Chegando no hotel, joguei o corpo na cama e peguei o celular em mãos, sentia falta de ver uma mensagem da minha esposa preocupada se cheguei bem. Bom, ultimamente tenho sentido falta de muita coisa. Soltei um suspiro e no mesmo instante o aparelho vibrou.

Cherry brilhou na tela.

“Chegou bem?”

Um texto simples, mas que significa muito.

Esperei alguns minutos para responder.

“Sim. Como está a Scarlett?”

Óbvio que ainda estou brava, não queria lhe dar muita abertura.

“Está bem, sem febre ou dor.”

“Ótimo.”

Talvez pudesse estar sendo uma idiota, mas não me sentia assim, até porque pensei que Cheryl ao menos fosse pedir desculpas, parece que seu orgulho é muito maior.

Nosso assunto acabou ali, aproveitei para dormir um pouco e só acordei com batidas na porta, Mackenzie me chamava para nosso próximo compromisso. Dessa vez não tinha haver com trabalho, o que é muito bom, estou precisando de uma diversão e principalmente distração.

Tomei um banho, saindo do banheiro e indo em busca do meu celular, havia uma nova mensagem da minha esposa.

“Podemos conversar?”

Revirei os olhos.

“Por mensagem? Sério? E mesmo que quisesse, não posso. Tenho que sair agora.”

“Onde? Você não tinha apenas uma entrevista hoje?”

— Está pronta, Toni?

Mackenzie chamou apressando-me.

“Fui convidada para um jogo de basquete, por aquele jogador que conheci na última luta. Mackenzie achou legal irmos e aparecer em público.”

Desde que Marina deixou de ser minha assessora por ter alguns clientes maiores, Mackenzie tem se tornado minha assessora/treinadora/amiga... Por vezes acho que seu salário nem cobre o tanto que faz por mim.

E bom, aquele jogador, não é ninguém mesmo que Devin Booker um dos astros da NBA, o conheci na última luta – que inclusive ganhei, nós até jantamos com sua namorada Kendall Jenner, e ele me fez prometer que quando viesse a Phoenix teria que a assistir um jogo e aqui estou eu.

“Espero que se divirta, Toni.”

Foi o que li em meu celular antes de encontrar Mackenzie me esperando, vesti a jaqueta preta de couro, ignorando minha esposa. Estava cansada de sentir que deveria pedir desculpas, ela quem não quis vir comigo, poderíamos agora mesmo estar indo juntas e nos divertir como naquela noite. Quando disse a Booker que iria em seu jogo, a primeira coisa que falou foi “Isso é ótimo, Kendall vai adorar ver a Cheryl novamente”, mas usei a desculpa ou o fato de que a ruiva teria que ficar com nossos filhos.

Não deveria duvidar que Devin havia reservado as cadeiras mais próximas da quadra, encontrei Kendall já em seu assento, ansiosa para assistir o namorado e com uma amiga ao lado. Ela perguntou por Cheryl, é claro, falei a mesma desculpa que dei ao jogador.

— Que tal uma bebida? – Mackenzie ofereceu antes mesmo de sentarmos. — Uma cerveja para relaxarmos.

— Hum... Pode ser, claro.

Balancei os ombros, ela sorriu saindo em busca do líquido alcoólico.

— É o primeiro jogo da Candice. – Kendall chamou minha atenção ao falar. — Ela está saindo com um amigo do Booker que também é jogador de basquete.

Fez questão de me atualizar, sorri assentindo.
Sentei ao lado da loira, Mackenzie não demorou a apareceu com dois copos de cerveja, nós brindamos antes de beber o líquido gelado. O jogo não demoraria a começar, minha treinadora conseguiu se enturmar rápido com as meninas e conversávamos inclusive sobre nossas carreiras. Aparentemente Candice é modelo.

Chequei o celular algumas vezes, tinha receio de acontecer algo com Scarlett e não ficar sabendo, mas confiava em Cheryl para me avisar de qualquer coisa.

O jogo foi incrível, nós rimos, bebemos, conversamos, tiramos fotos, posamos para as câmeras e principalmente comemoramos a vitória do Suns, o time do Devin. A cada cesta que fazia levantávamos para comemorar e apoia-lo, por alguns minutos me peguei pensando que não me divertia assim a algum tempo.

 — Isso foi muito foda! – cumprimentei Booker ao final do jogo. — Preciso vir mais vezes ver seus jogos.

— É um prazer ter sua torcida, Topaz.

Ele sorriu.

— Uma pena que Cheryl não pode vir. – coçou a nuca. — Aliás, vamos pra nossa casa comemorar a vitória, quer vir?

Desviei o olhar para Mackenzie que tinha um copo de cerveja inacabado em mãos, perdi a conta de quantos tomamos. Acabei me distraindo tanto com o jogo que apenas aceitava e bebia o líquido que satisfazia.

— Você que sabe, Toni. Por mim, podemos ir, é bom nos divertimos no meio desse estresse que é os compromissos de trabalho.

— Ah, sei como é. E se quiserem, podem até ficar lá em casa, tenho espaço.

Devin incentivou.

— Humm... Ok, mas não vamos ficar muito.

Falei, ele sorriu satisfeito com minha resposta.

— Então, vocês vem comigo, são minhas convidadas Vips.

Piscou.

Devin nos conduziu para seu carro junto de Kendall. Candice também iria, mas com o jogador que está paquerando, nós ouvimos ela falar dele quase todo o jogo, mesmo sendo somente um reserva do time principal, para a loira ele é o maior astro.

No caminho para a casa do jogador, percebi Mackenzie digitando freneticamente em seu celular, o álcool em meu sangue já estava me deixando enxerida.

— Está falando com o surfista?

Arqueei as sobrancelhas, ela riu assentindo.
Mackenzie casou, é, foi um pouco surpreendente pra mim quando apareceu na academia com um anel de noivado escandaloso e me apresentando seu então noivo, ela até me convidou para ser madrinha junto de Cheryl que finalmente excluiu qualquer tipo de ciúmes em relação a treinadora.

— Deveria avisar a Cheryl? – perguntei em sussurro. — Que estou indo a uma “festa”.

Fiz aspas, Devin e Kendall estavam muito entretidos um com o outro para prestar atenção em nós.

Graças a Deus.

— Se for para avisa-la e manter informada, sim, se for para provoca-la, não.

Aconselhou-me.

Suspirei.

— Esquece, ela nem vai se importar de qualquer maneira.

Balancei os ombros, jogando o corpo contra o banco do carro. Peguei o celular, não havia nenhuma mensagem, decidi coloca-lo no modo avião, impedindo a mim mesma de rastejar por aquela ruiva até porque meu cérebro bêbado não tem controle, ele é simplesmente apaixonado por ela.

A música alta já rolava na mansão do jogador de basquete, haviam outros colegas seus e muitos, muitos desconhecidos por mim. Devin não demorou a colocar um copo com cerveja em minhas mãos, assim como nas de Mackenzie que se enturmou rápido. A treinadora tem assunto com todos, demonstrando sua simpatia.

Consegui me divertir no início, até o álcool estar impregnado em minhas veias e me deixar deprimida. Como disse meu cérebro bêbado é completamente apaixonado por minha esposa, independente se estamos brigadas ou não, comecei a sentir sua falta de uma maneira insuportável.

Ver Devin sorrindo junto da Kendall e Mackenzie mandando fotos para seu marido, não ajudava em nada.

— Podemos ir?

Perguntei a Mackenzie, ela parecia muito melhor do que eu.

— Sim, Topaz, podemos. – riu. — Não precisa fazer beicinho.

— Não estou fazendo.

Franzi a testa.

— Está sim, mas não precisamos discutir isso. Vou chamar um carro para nós.

Pegou o celular em mãos, suas sobrancelhas juntaram em confusão. Estreitei o olhar para tentar enxergar o que havia em sua tela, mas não conseguia, tudo que via eram borrões.

— Sua esposa me mandou mensagem, parece que não respondeu ela.

Revirei os olhos.

— Diga que desliguei o celular sem querer.

Inventei a primeira desculpa que veio a mente.

— Sem querer? – riu. — Não vou responder, ligue seu celular e veja o que ela mandou.

Respirei fundo, atendendo ao seu pedido. Tirei o aparelho do modo avião e logo começou a vibrar como louco. Vi as mensagens rolarem pela tela, me esforçando para conseguir ler.

“Amor, onde você está?”

“Ainda quero conversar.”

“Ok, pare de me ignorar.”

“Toni???”

“Você claramente está se divertindo muito sem mim.”

“Me ligue quando chegar.”

Fiquei um tempo encarando o celular, dava para ver que seu humor mudou da primeira mensagem até a última, poderia deduzir que está brava com algo. Não estava com vontade de ter uma discussão de relacionamento, mas sabia que Cheryl poderia ligar até pra Mackenzie se não entrar em contato.

 
Cheryl B. Topaz – Point Of View

Primeiro, Toni vai a um jogo de basquete na última hora. Eu ligo a televisão e lá está ela, se divertindo com uma loira que nunca vi na vida ao seu lado, rindo, conversando, bebendo, fazendo meu sangue ferver de raiva, ciúmes... Arrependimento por não ter a acompanhado.

Segundo, ela some. Não responde minhas mensagens e desaparece no mapa.

Terceiro, sua treinadora não me responde.

Ou seja, estou completamente irritada e furiosa com minha esposa. Sei que temos assuntos para resolver, mas não lhe da passe livre pra ter várias fotos suas junto daquela loira de olhos claros e um corpo de modelo.

Arg! Ela só poderia estar fazendo para me provocar.

E o pior, está conseguindo.

Permanecia sentada em nossa cama, pronta para dormir, mas sem conseguir ao menos cochilar porque aguardava a ligação de Toni. Meus braços estavam cruzados s o quarto vazio, optei por não trazer os gêmeos para junto de mim já que preciso ter uma conversa séria com a mãe deles.

Eles dormiram relativamente cedo, perguntaram sobre a lutadora, mas a mesma já havia ido para o jogo de basquete e acredito que esqueceu da promessa que iria ligar todos os dias para eles.

Olhei de relance para o celular em cima da cama, uma foto minha junto de Toni brilhava na tela demonstrando meu papel de parede. Era nosso beijo após sua última vitória no ringue, sorrindo enquanto os lábios estavam conectados, minhas mãos em seu rosto e as suas na minha cintura.

Suspirei.

Estou sentindo sua falta...

Não, Cheryl! Lembre da loira perto demais naquele jogo de basquete.

Respirei fundo, tentando controlar o meu lado ciumento e imaturo que por vezes se releva como antigamente, é que... Logo no momento em que estamos em uma fase ruim e a culpa é toda minha, ela aparece ao lado de uma mulher completamente desconhecida. Pior, que estava a fazendo rir, se divertir.

Quase que de forma instantânea, peguei o celular em mãos quando começou a tocar, o “Meu amor” brilhando na tela fez meu sangue ferver novamente ao lembrar de todas fotos que saíram das duas juntas.

— Oi, Cheryl, acabei de chegar.

A ouvi do outro lado.

— Quem é aquela loira?

Já disse que as vezes não tenho controle?

É, está acontecendo agora.

— O que? – ficou em silêncio alguns segundos. — Espera... Você assistiu o jogo de basquete?

— É claro que sim, Toni. – meu tom saiu ríspido. — Queria ver você, mas ganhei uma loira claramente se jogando pra cima da minha esposa.

Ela suspirou do outro lado.

— Olha, o nome da loira, é Candice, uma amiga da Kendall e não reparei em nada nela, mas tenho certeza que não estava se jogando pra cima de mim, até porque ela está com um jogador de basquete, amigo de Devin.

— E onde você estava até agora? O jogo acabou a mais de duas horas.

Por mais que sua explicação fosse muito plausível, ainda estava irritada.

— Fomos a casa do Devin comemorar a vitória.  

— E por que não me avisou?

Rebati de imediato.

— Porque não queria ter que avisar, Cheryl! – alterou seu tom e me assustei. — Queria que estivesse indo junto comigo, que não tivesse que ficar vendo outros casais enquanto cada vez que me perguntam de você tenha que inventar uma desculpa.

E a cada palavra, sentia que Toni estava ficando mais melancólica, suavizando seu tom e dando lugar ao início de um choro. Meu coração apertou no peito quando a ouvi falhar, fungando do outro lado da linha.

— Toni...

— Não estou chorando. – ela com certeza está. — Só estou bêbada e me sentindo uma idiota por querer chamar sua atenção.

Toda minha raiva havia se dissipado, o que mais queria no momento é abraça-la.

— Amor, eu quero conversar e resolver.

— Agora? Quando estou longe?

— Toni, eu queria conversar, mas foi você que se trancou em nosso quarto com os gêmeos.

Suspirou, dando uma pausa.

— Só fiz isso porque me magoou ao me chamar de egoísta e colocar a culpa em mim por nossa filha ficar doente. Em parte, pode estar certa, mas nunca iria querer tirar você dos gêmeos, Cheryl. Eu só quero que saiba dividir seu tempo entre ser mãe e esposa.

Desabafou, fazendo com que fechasse os olhos ao lembrar da discussão. Perdi a cabeça, isso geralmente acontece quando estou completamente errada e não consigo aceitar. Para mim, não havia como Toni estar sentindo minha falta sendo que estamos sempre juntas, só que claro.. Com os gêmeos.

— Toni, me desculpa... Por tudo. – minha fala saiu junto com um suspiro. — Prometo que irei te recompensar, vou arrumar mais tempo para nós e tentar focar um pouco mais em você, em nós duas. Me perdoa?

Houve um silêncio do outro lado da linha.

— Toni?

A chamei, tirando o celular da orelha e vendo que ainda estávamos em uma chamada. Tudo que ouvia era sua respiração, mordi o lábio, sabendo que provavelmente caiu no sono. Geralmente quando minha esposa bebe, fica mais sonolenta que o normal e ao lembrar, me praguejei, porque Toni também fica ainda mais romântica quando está bêbada.

— Eu te amo, TeeTee.

Sussurrei, deitando na cama com o celular na orelha.
Ouvir sua respiração junto da minha já me ajudava a pegar no sono mais rápido e apaguei prometendo a mim mesma que iria dar um jeito de arrumar nossa situação.

×××

 
Acordei um pouco mais cedo que o normal, querendo ou não, sinto falta do corpo da Toni junto do meu, o seu abraço sempre me deixa mais tranquila. Estou morrendo de saudade dela. Levantei para fazer a higiene matinal, posteriormente dando uma passada no quarto dos gêmeos e verificando que os dois ainda dormiam.

Final de semana, Debora não trabalha, então tive que preparar o café para nós, assim que terminei de deixar a mesa pronta, peguei em meu celular e abri a conversa com Toni. Nossas mensagens ainda estavam lá, na verdade... As minhas mensagens não respondidas ainda estavam lá.

Batalhava internamente comigo mesma para tentar achar a mensagem perfeita para lhe enviar depois da conversa de ontem, eu nem sei se ela ouviu meu pedido de desculpas e se quer receber algo meu.
Suspirei, decidindo enviar uma mensagem mesmo assim.

“Bom dia. Você está bem? Espero que não esteja com uma ressaca muito forte.”

Apertei o botão, relembrando da última vez que Toni bebeu, foi em um daqueles encontros que tem com Nicholas, Jughead, Nathan e Mackenzie. Ela chegou em nossa casa – trazida por Nathan, toda pegajosa, me enchendo de beijos e dizendo o quanto me ama. Felizmente, nunca mais tive problemas com meu vício, então até me divertia ao cuidar dela, principalmente de resseca, quando minha esposa está doente é o único momento que a vejo manhosa e adoro atender seus pedidos.

Os minutos passaram e a resposta não veio, bebi um gole de café quente e forte para me preparar para um dia sozinha com os gêmeos. Sempre que Toni viaja, eles parecem acumular mais energia que o normal, me causando um cansaço bem maior que nos dias rotineiros. As nove da manhã, decidi que era hora de acorda-los, subi para o quarto deles e adentrei o local.

— Bom dia! Está na hora de levantar.

Falei ao abrir a cortina da janela fazendo a luz natural adentrar.

Ouvi resmungos e mexidas em sua camas, em poucos segundos Scarlett já estava sentada no colchão, coçando seu olho. Ela é sempre mais ativa que o irmão. Inclusive, Henry apenas virou para o lado.

— Como você está, Scar?

Me aproximei da garotinha, tocando em sua testa e verificando que não havia mais febre.

— Bem, mamãe. – bocejou. — Estou com fome.

— Então, vá escovar os dentes, já preparei seu leite.

Ela sorriu, levantando da cama e indo para o banheiro. Troquei minha atenção para Henry que fingia ainda estar dormindo, seu corpo virado para a parede e olhos pressionados.

— Vamos, filho. Tem que levantar.

Falei com ele, tirando a manta que o cobria.

— Não...

Resmungou, arrastando a palavra e escondendo o rosto no travesseiro.

— A mamãe Tee me disse ontem que iria acordar e ligar pra vocês, não quer perder, certo?

Inventei a primeira coisa que veio a minha cabeça, daria um jeito da Toni ligar para eles de qualquer maneira. Sei que seu compromisso hoje é só na parte da tarde, daria tempo de falar com nossos filhos.

— Ela não ligou ontem.

Sentou no colchão, fazendo um pequeno beicinho.

Ele me lembra tanto ela!

— A mamãe estava muito ocupada, mas com certeza vai ligar hoje.

Prometi.

— Tudo bem.

Suspirou, levantando da cama.

Ajudei os dois a fazer a higiene corretamente e posteriormente a tirarem os pijamas. Henry não quis arrumar os cabelos, deixando os cachos amassados e fiz apenas uma trança no cabelo de Scarlett.

Sentamos juntos, os gêmeos ficaram nas cadeiras a minha frente, Scarlett estava faminta concentrada em tomar o leite e comer um sanduíche, enquanto Henry continuava sonolento, o rosto apoiado em sua mão quase como se ainda estivesse dormindo.

— Henry, ajeita a postura, filho.

Falei com ele, o mesmo ergueu o corpo ficando ereto.
Antes que pudesse iniciar um assunto, o celular vibrou em meu colo, desviei o olhar para a tela vendo uma mensagem da minha esposa.

“Bom dia, estou bem, apenas com uma dor de cabeça.”

Nem tive tempo de responder, chegou outra mensagem.

“Os gêmeos estão acordados? Quero ligar pra eles.”

“Sim, Henry está ansioso.”

“Vou levantar e ligo pelo notebook. Quero vê-los.”

“Ok.”

Concordei, estranhando sua falta de palavras sobre ontem. Mordi o lábio, digitando novamente antes de levantar para pegar o notebook. Não poderia ficar em um clima estranho enquanto fala com nossos filhos.

“Toni, você lembra de ontem?”

Enviei, deixando minha xícara de café na mesa e levantando.

— A mamãe Tee quer falar com vocês, vou arrumar o notebook enquanto terminam o café.

— Já terminei!

Henry falou, despertando.

— Eu também!

Scarlett pulou da cadeira.

Abri um sorriso, negando. Acho que nunca poderei competir com Toni, eles claramente são apaixonados demais por minha esposa. Os dois me ajudaram a colocar o notebook na mesa do centro da sala, sentando no sofá a frente com pernas cruzadas e mãos esfregando ansiosamente.

Verifiquei meu celular.

“Uhn... Não sei? Lembro de estar conversando com você, então pisquei e estava no meio de uma estrada, vestindo roupa de mergulho enquanto havia um show da Katy Perry??”

Não deixei de rir. Toni sempre tem sonhos malucos.

“Bom, você lembra o que falei?”

“Um pouco, eu acho... Mas já posso ligar? Quero falar com os gêmeos.”

Cortou-me, franzi a testa completamente confusa. Pensei que estaríamos bem ou trabalhando para chegarmos até isso, mas Toni conseguiu me surpreender e não de uma forma boa.

— Ok, a mamãe vai ligar.

Anunciei aos gêmeos, suspirando ao sentar do lado dos dois. Uma foto de Toni não demorou a aparecer na tela, os gêmeos quase brigaram para ver quem iria atender, tive que acalma-los, pedindo para se comportarem.

— Oi, bebês.

Toni sorriu largo.

O foco da câmera estava nas crianças, mas conseguia lhe ver. Ela estava a vontade, sentada em uma cama de hotel usando regata e um short curto de malhar. Seus cabelos presos em um coque alto me fazia enxergar a pele de seu pescoço e lembrar do cheiro bom que vem dali.

Que saudade sua, Topaz.

— Por que não ligou ontem?

O tom melancólico do Henry chamou minha atenção.

— A mamãe tinha muito trabalho, mas não vai acontecer de novo, ok? – prometeu. — Me contem o que fizeram ontem, como foi a escola?

Scarlett foi a primeira a começar a tagarelar, fiquei os observando, encantada com a facilidade que Toni tem de arrancar sorrisos de nossos filhos. Não apareci na câmera, ficar encarando eles já é o suficiente, mas óbvio que os gêmeos notariam de não termos trocado nenhuma palavra.

— Quer falar com a mamãe?

Nossa filha perguntou para Toni.

— Nós conversamos ontem, bebê, vocês já estavam dormindo. – lamentou ao final. — Vocês estão cuidando dela direitinho?

— Sim!

Responderam juntos.

Abri um sorriso.

— Então, vou demorar mais um pouco a voltar... Quer dizer, vocês nem sentem minha falta.

Dramatizou.

Rolei o olhar, ela adora mexer com os gêmeos.

— Não, mamãe. Precisa voltar. – Scarlett pediu. — Pra brincarmos.

Toni riu, concordando.

O próximo assunto deles foi o Lion, percebi que minha esposa realmente não estava afim de falar comigo ou ao menos me ver, então lhes dei privacidade. Anunciei que iria limpar a cozinha, nem sei se algum dos três ouviu, mas me dirigi para o local, confesso que chateada e sem saber o que fazer para Toni ao menos me deixar tentar consertar as coisas.

Lavei os pratos e copos, arrumei a mesa e quando estava decidindo o que poderíamos comer no almoço, Scarlett apareceu no cômodo.

— Mamãe foi trabalhar.

Lamentou.

— Ela volta logo, filha. Falta pouco.

— Posso assistir desenho?

— Claro. – pressionei os lábios. — O que quer assistir?

Peguei em sua mão a guiando para a sala, o notebook já estava fechado e Henry deitado no sofá. Scarlett fez o mesmo e coloquei o desenho preferido deles na televisão. Não deixei de dar um beijo em cada um antes de voltar para a cozinha.

Verifiquei meu celular uma última vez.

Não havia nenhuma mensagem dela.

×××

 
Quando a campainha soou por toda a casa, estranhei já que não havia combinado nenhuma visita ou convidado alguém para vir. Sequei minhas mãos em um guardanapo –  já que estava preparando a comida, o joguei em meu ombro e me dirigi para a porta, os gêmeos brincavam no tapete da sala, observados por Lion.

— Madrinha!

Nathan sorriu largo quando abri a porta.

— Oi, Nathan.

Dei passagem para ele.

— Que animação é essa? – franziu a testa. — Oh, vocês não se acertaram.

— Como sabe?

Estreitei o olhar ao fechar a porta assim que entrou.

— Toni me contou o que estava acontecendo. – balançou os ombros. — Mas vim ver os gêmeos, diverti-los já que a mãe legal está viajando.

Revirei os olhos, descendo minha atenção para a sacola em suas mãos.

— São doces?

Só depois do almoço... – cantarolou. — Eu sei, pode até ficar com eles. – estendeu a sacola em minha direção. — Aliás, vou ficar pra almoçar.

— Tudo bem.

Concordei, seria bom, alguém para distrair os gêmeos enquanto frito os neurônios ao pensar em como me aproximar da minha esposa.

— Tio Nathan!

Os gêmeos pularam pra recebe-lo.

— O que eu disse sobre a parte do tio? Isso me faz parecer velho.

Franziu o nariz, puxando as crianças para um abraço.

— Sei que a mamãe Cher é muito chata, entã... Ai! – resmungou quando o bati com o guardanapo, os gêmeos riram. — Nós vamos brincar lá fora enquanto ela prepara o almoço, o que acham?

Eles sorriram, animados com a ideia.

— Não suje eles, por favor.

Implorei enquanto os via caminhar para o lado de fora.

Lion os seguiu, como sempre faz, onde as crianças vão, o cachorro vai junto. Me vi sozinha, caminhando de volta para a cozinha para preparar o almoço das – agora, três crianças.

Pensei em mandar mensagem pra Toni, talvez tenha pensado nisso muitas vezes, a cada cinco minutos ou seis, mas estava com medo de ser rejeitada, já estamos em um clima péssimo.

E se eu piorar tudo?

Quando o almoço ficou pronto, fui chama-los para almoçar. Nathan não pareceu me ouvir quando pedi para não suja-los, os gêmeos tinham terra por todo lado e suavam de tanto correr. Queria brigar com os três, mas não consegui, apenas respirando fundo e conduzindo os dois para o banho. Nathan me ajudou, é claro, a culpa é toda dele.

Almoçamos com meu afilhado fazendo piadas e brincadeiras durante a mesa, poderia dizer que esse garoto é a versão masculina da minha esposa, é como se Toni estivesse ali só que no corpo do Nathan. Scarlett e Henry ficaram ainda mais apaixonados quando ele deu os doces de sobremesa, algumas balas e pirulitos, que faziam os dois se lambuzar.

A casa ficou silenciosa quando meus filhos caíram no sono, cansados do agito que tiveram na parte da manhã. Eles sempre tiram um cochilo durante a tarde para descansar, aproveitei o momento para lavar a louça do almoço sem nunca deixar de dar uma checada no celular.

— Esperando alguma mensagem importante, madrinha?

Nathan perguntou ao adentrar a cozinha.

— Não. – respondi, alcançando o guardanapo mais próximo e jogando pra ele. — Me ajude, seque a louça.

— Ei, sou visita aqui.

Falou em um tom ofendido.

Revirei os olhos.

— Mas diz ai, por que estão brigadas?

— Já nem sei mais. – respondi, focando o olhar no prato enquanto o ensaboava. — Nós brigamos, ontem ela bebeu, saiu com uma desconhecida... Enfim, pedi desculpas por tudo, mas continua me evitando.

— Hum... – murmurou, secando o prato que lhe alcancei. — A chefe está magoada porque não tinha sua atenção, ela andava muito frustrada nas ultimas semanas.

Suspirei.

— Eu sei disso agora, mas ela não me da abertura para me aproximar. Estamos longe e odeio ficar angustiada, sem saber se quando chegar poderei lhe dar um beijo ou não.

— Calma, madrinha. Vou te ajudar, sou um ótimo conselheiro.

Gabou-se.

Tirei a atenção da louça, encarando o mais novo ao meu lado.

— Nathan, você não pode estar falando sério. – quase rosnei para ele. — Terminou com o garoto mais legal que já conheci e acha que pode me dar conselhos amorosos?

Arqueei as sobrancelhas.

— Madrinha, já faz quase um ano...

Choramingou.

É, faz quase um ano que ele partiu o coração do Elliot, o único garoto que aceitaria que namorasse, segundo Nathan se viu obrigado a terminar já que estavam em momentos diferentes. O músico focado em sua carreira e meu afilhado focado na academia de Toni onde agora é um dos personal trainer.

 — Já faz quase um ano, mas ainda não te perdoei e nem sei se irei perdoar.

Voltei minha atenção a louça.

— Ok, então, nem irei compartilhar a ideia que tive.

— Nathan, só fala logo.

Respondi irritada.

— Acredito que seja sua vez de chamar a atenção. – comentou, o encarei. — O que você acha que pode fazer para obrigar a chefe a pelo menos mandar uma mensagem?

Juntei as sobrancelhas, pensando no que poderia atrair a atenção da minha esposa. Bom, não tem nada que a deixe realmente fora do controle, além de ego ferido ou... Provocação. Oh, com certeza, Toni sempre adorou um belo jogo de provocações e sei exatamente como inicia-lo.

— Nathan, até que você não é tão ruim, já sei o que podemos fazer.

Podemos?

Repetiu, arqueando as sobrancelhas em curiosidade.

— Sim, você irá me ajudar.

Sorri, piscando para ele.

Uma foto, mas não qualquer foto. Uma foto que demorou no mínimo quarenta minutos para ficar perfeita, que me fez colocar o melhor biquíni que tenho e o pior, entrar na piscina – escondida dos gêmeos, óbvio, eles ainda dormiam.

Nathan foi o fotógrafo, ele com certeza não tem nem um terço da qualidade que minha esposa tem com uma câmera, mas fez o suficiente. Eu tinha não só uma, mas duas fotos incríveis que chamariam a atenção de Toni.

Só falta achar a hora certa de postar.

Depois de molhar meu cabelo e corpo naquela água com cloro, me vi obrigada a tomar um banho. Os gêmeos acordavam de seu cochilo e Nathan ficou com eles, nós lanchamos juntos. Foi divertido, mas meu afilhado teve que ir embora, então convidei as crianças para assistir um filme.

No final da tarde, achei o momento certo, sabia que Toni deveria estar terminando seu compromisso e chegaria no hotel a qualquer momento. Ainda precisava pensar em uma legenda.

“Mães também precisam relaxar.”

Postei junto de apenas uma foto das que tirei, eu estava de costas, cabelos caindo para trás, minhas mãos apoiadas na borda da piscina com braços esticados para manter o corpo ereto. Só havia água da metade de minha bunda para baixo.

Em poucos minutos, haviam comentários de nossos amigos, a verdade é que não postei em meu instagram oficial e sim no privado, onde não temos a atenção publica. O primeiro comentário era de Nathan:

“Você nem vai me dar os créditos?”

Apenas dei uma risada ao ler, nenhum comentário que estava ali me importava. Essa foto tinha um objetivo e sabia que teria que ter paciência para alcança-lo, por mais que Toni tenha minhas notificações ativadas, ela não responderia de imediato.

Tive tempo de preparar o jantar dos gêmeos, arruma-los para dormir e só então, quando estava preparando-me para deitar, receber uma mensagem... A mensagem que tanto aguardava.

“Não acredito que entrou na piscina só para tirar aquela foto.”

Como previsto, Toni não comentou na foto e sim mandou uma mensagem privada, finalmente sendo a primeira a puxar assunto.

“Por que eu faria isso?”

Fingi não entender, olhando o meu reflexo no espelho do banheiro ao passar um creme no rosto, o final de minha skin care diária.

“Pra chamar minha atenção?!”

Ri comigo mesma ao ler sua resposta rápida, pegando em meu celular e indo para o quarto enquanto digitava.

“Se quisesse chamar sua atenção, mandaria outro tipo de foto... Mas é ótimo saber que aquela funcionou.”

Joguei o corpo na cama, deitada de bruços enquanto tinha o celular bem a frente de meu rosto, nem precisava sair de nossa conversa porque suas respostas se tornaram imediatas.

“Então... Você relaxou hoje a tarde?”

“Sim... Mas não da forma que realmente queria.”

“Por que? Os gêmeos atrapalharam?”

Mordi o lábio, sorrindo.

“Não. Outro motivo.”

“Hum... E os gêmeos estão bem?”

Não, Topaz. Não faça isso. Continue nosso jogo.

“Sinceramente, não quero falar dos gêmeos e sei que você também não.”

“Como sabe o que quero?”

Porque estou casada com você a oito anos.

“Porque ainda está falando comigo, então pergunte logo o que realmente quer saber.”

Fui direta, sem lhe dar chances de escapar.
Ela demorou mais do que as outras vezes para responder.

“De que maneira queria relaxar hoje?”

“Na piscina ou agora? Porque depende...”

“Qual a diferença?”

Sorri, sentindo meu coração bater forte dentro do peito.

“De tarde, eu estava na piscina e vestindo biquíni... Agora, estou em nossa cama e completamente nua.”

Meus dentes já maltratavam meu lábio inferior.

Essas mensagens estavam me deixando com saudade, muita saudade. A queria aqui do meu lado agora, para sentir suas mãos em mim e tocar em seu corpo.

“Acho que deveria me provar... Sabe, com uma foto.”

Suspirei com a mensagem, esse jogo é interessante, me deixa ansiosa e com certeza, excitada.

Peguei o lençol, o jogando por cima do corpo e posicionei o celular, tirei uma foto simples. Onde aparecia metade de meu rosto, cabelos soltos e o corpo nu, com metade coberta pelo lençol. Nenhuma parte intima aparecia.

“Acredita agora?”

Enviei junto com a foto.

“Porra, Cheryl.”

“Acabei de pegar seu travesseiro e seu cheiro ainda está nele, se fecho os olhos posso sentir você aqui do meu lado, seus dedos deslizando pelo meu corpo... Estou até arrepiada de imaginar.”

Não era mentira, as sensações que estava tendo só de trocar mensagens com minha esposa, não tinha a muito tempo e Deus, como senti falta de tudo. Dos flertes, provocações, da saudade, nervosismo... Como pude deixar isso de lado?

“Sinto falta de deslizar minha mão por seu corpo, deixar beijos e mordidas em sua pele. Eu estou realmente necessitada de você agora, Cheryl.”

O sorriso não saía do meu rosto ao ler, nós estamos chegando lá.

“E eu sinto falta de você, de tudo sobre você e nós, TeeTee. Me desculpa se demorei a perceber, mas prometo que serei melhor daqui em diante e não são promessas falsas, estou enlouquecendo de estar a quilômetros de mim.”

“Fico feliz de não ser a única, e eu acredito em você, amor. Nós daremos um jeito, a gente sempre da, certo?”
“Certo! Eu amo você, Toni. Não vejo a hora de voltar para casa.”

“Eu te amo mais. E falta apenas dois dias.”

Esse dia ficou marcado para mim, porque após muito tempo troquei mensagens picantes com minha esposa, mas principalmente porque conversamos basicamente a noite toda. Toni me contou seu dia, sobre as pessoas que conheceu e como é a cidade.

Foi incrível, dormir sabendo que finalmente estávamos bem.

×××
 

No dia seguinte, tudo fluiu muito bem, Toni foi a primeira a mandar mensagem desejando bom dia, quando ligou para os gêmeos, nós também tivemos alguns minutos para conversar, matando um pouco da saudade uma da outra.

Durante a tarde, resolvi sair com nossos filhos, então convidei Veronica e Betty para irmos a um parque, o objetivo é que Scarlett e Henry pudessem brincar com Arthur que é só um ano e alguns meses mais velho.

— Arthur!

Minha filha foi a primeira a pular do banco em que estávamos sentados a espera de nossas companhias, ela sorriu largo parando a frente do primogênito de minha melhor amiga.

— Oi, Scar.

Ele sorriu de volta.

Revirei os olhos.

— Ei, não vai me dar um abraço?

Betty chamou a atenção da ruivinha.

— Sua filha adora meu filho, ein.

Verônica sentou ao meu lado, sorrindo de forma travessa.

Ela sabe que odeio imaginar Scarlett com Arthur.

Ou qualquer outro garoto.

— Lodge, sei que minha filha é um sonho de nora. – gabei-me ao falar, observando os três correrem pelo gramado a nossa frente. — Mas Scarlett será lésbica.

— Não pode ter tanta certeza.

Retrucou-me.

— Sei que será, ela não me decepcionaria.

— Ok, Bombshell. E quanto ao Henry?

Arqueou as sobrancelhas.

— Ele será um príncipe, todas garotas vão querer, mas escolherei a certa.

— Você vai escolher?

Betty perguntou rindo.

— Só quero o melhor para eles. – balancei os ombros. — E por mais que Arthur seja um garoto incrível, Scarlett com certeza vai preferir meninas e achará uma que lhe tratará como uma princesa.

— Se você diz.

Veronica olhou para a esposa, compartilhando uma risada.

— E a Toni? Volta quando?

— Amanhã. – respondi a loira que agora estava sentada ao lado de minha melhor amiga. — Ainda bem porque estou morrendo de saudades.

— Hum... Parece que se acertaram.

Veronica comentou.

Assenti.

— E se você perceber qualquer outra falta de atenção minha nela, me avise porque não quero passar por isso novamente.

Suspirei.

— Pode deixar, Bombshell.

Veronica bateu continência e nós rimos.

A tarde foi boa, nós compramos pipoca para as crianças e já imaginam minha cara ao ver Scarlett – que é uma esfomeada, quase deixar metade do seu pacote para o Arthur comer. Odiava pensar em minha menininha namorando um garoto, ela não merece esse sofrimento. Veronica disse que assim finalmente seremos da mesma família, mas discordei, minha filha não vai ficar com seu filho.

Durante o passeio, Toni enviou uma foto vestindo a roupa do evento que participaria no final da tarde. A camisa social e a calça justa colada em seu corpo me fazia salivar. Provavelmente teriam muitas fotos suas na internet mais tarde e com certeza olharia todas.

×××
 

Tarde da noite me via pronta para dormir, porém sem sono algum. Primeiro, porque estava lendo um livro muito bom e segundo porque minha esposa não me dá notícias a mais de três horas. Quer dizer, seu evento já acabou e pode ter tido alguma outra coisa para fazer, mas não deu tempo nem de mandar uma mensagem?

Suspirei com o pensamento, tirando a atenção do livro por alguns segundos e encarando meus filhos que dormiam em nossa cama, decidi deixa-los comigo hoje, precisava de companhia. O vibrar do meu celular, assustou-me, o aparelho em cima do bidê brilhava indicando uma mensagem, peguei rapidamente ao ver que é minha esposa.

“Cheryl, acabei de chegar do evento, mas estou com um problema, não acho um documento que é muito importante, acho que deixei na gaveta do hack na sala, pode ver pra mim?”

Franzi a testa, confusa, mas levantei da cama largando o livro e óculos de grau onde estava meu celular. Caminhei para fora do quarto, dando uma última olhada nos gêmeos antes de começar a digitar.

“Não acredito que esqueceu um documento, é oficial, você não faz mais as malas sem mim.”

Enviei, descendo as escadas e notando a luz acesa.

Meus passos se tornaram mais lentos em direção a sala, mas quando vi uma mala conhecida parada perto do sofá, balancei a cabeça em negação abrindo um sorriso desacreditado.

— O que está fazendo aqui?

As palavras pularam para fora de minha boca quando a vi parada em nossa sala.

Toni fez um beiço.

— Achei que estava com saudades.

Rolei o olhar, caminhando até ela. Meus braços entrelaçaram em seu pescoço e coloquei os lábios nos seus os pressionando. Nós suspiramos juntas e a morena envolveu minha cintura colando nossos corpos.

— Estava morrendo de saudade.

Murmurei em sua boca, ela sorriu.

— Eu sei, por isso resolvi que assim que acabasse o evento pegaria o primeiro voo de volta pra casa.

— Só porque eu estou com saudades?

Arqueei as sobrancelhas, encarando os castanhos.
Toni sorriu maliciosa, negando.

— Talvez mais porque eu estou com muita saudade da minha esposa.

— E qual seria o tipo de saudade?

Mordi o lábio, deslizando os dedos por sua nuca em um carinho.

— Que tal te mostrar?!

Sugeriu, sorri assentindo e a mesma não demorou a me beijar.

Me derreti completamente em seus braços, sentindo sua língua invadir minha boca em busca de contato, gemidos escaparam apenas com o mínimo entrelaçar. Toni forçou mais os braços em minha cintura, tentando nos fundir e causando uma sensação incrível de ter nossos corpos tão perto.

Quando o ar foi necessário, mordi seu lábio inferior o escorregando pelos dentes e encarando os castanhos cheio de luxúria. Minha esposa sorriu, girando nossos corpos e jogando o seu contra o sofá, sentando no mesmo. Ela me puxou para seu colo, montei sobre a mesma e juntei nossas bocas mais uma vez, acelerando o beijo.

Suas mãos vagaram por meu corpo, adentrando a camisola fina que usava, impulsionei-me para ficar mais perto dela, puxando os fios de sua nuca e soltando alguns gemidos baixos em meio ao beijo.

— Por favor, não se contenha. – Toni sussurrou, beijando meu pescoço. — Quero ouvir você, Cherry.

Alcançou meus seios sem proteção alguma, os apertando com suas duas mãos fazendo com que gemesse mais alto. Mordi o lábio, divida entre fazer o que tinha realmente vontade e correr risco de nossos filhos nos pegarem, ou me conter.

— Não podemos fazer aqui. – falei, mal conseguindo juntar as palavras com seus lábios quentes pressionando meu pescoço e principalmente suas mãos massageando meus seios. — Eles podem acordar e descer aqui.

— Então, vamos para o quarto.

Impulsionou o corpo para nos levantar, mas a segurei pelos ombros.

— Eles estão na nossa cama. – suspirei, frustrada, percebi que Toni ficou ainda mais. — E não quero ficar com medo de ser pega, eu quero poder ouvir você e gemer seu nome sem preocupações.

— Porra, você consegue me levar do céu ao inferno e ao céu de novo muito rápido, sabia?

Nós rimos.

— Tenho uma ideia. – brinquei com os botões da sua camisa. — E se formos pra sua academia particular? Consigo controlar a babá eletrônica pelo celular. 

Balancei o aparelho em sua frente.

Toni sorriu, assentindo. Pulei do seu colo, entrelaçando nossas mãos e caminhando para a parte externa da nossa casa. Passamos por um Lion deitado no canto da sala, nem havia o visto ali, quietinho. A academia da minha esposa evoluía com o passar dos anos, mesmo sendo apenas para seu uso, os aparelhos tornaram-se mais mordermos para ter facilidade com os exercícios.

— Tudo bem... Só preciso deixar ligado para... Toni!

A repreendi quando mordeu meu pescoço, suas mãos apressadas navegavam por minhas coxas e bunda, dando leves apertões. Ela riu sem se importar com a repreensão, continuei o foco na babá eletrônica, deixando o volume máximo para que se houvesse algum no quarto escutaríamos.

Toni se afastou enquanto eu deixava o celular em cima de um dos aparelhos para as pernas, quando virei para minha esposa, a mesma já não tinha mais calçados ou calça, desabotoando a camisa para retira-la do corpo.

— Estamos com pressa?

Brinquei com ela.

— O que acha, Cherry? Nossos filhos podem sentir nossa falta a qualquer momento.

Caminhou até mim, não dando-me tempo de responder e chocando os lábios nos meus, esse beijo tinha muito mais intenção que os outros. A forma que chupava minha língua enquanto apalpava minha bunda, eu já estava encharcada. Deslizei as mãos por seus ombros para retirar a camisa e assim que fiz, já alcancei o fecho do sutiã a deixando apenas de calcinha.

Quebramos nosso beijo para deitar no primeiro colchonete que vimos, Toni arrancou a camisola de meu corpo e ficou por cima, encaixando-se no meio de minhas pernas. Agarrei seus cabelos, puxando-a para mais um beijo e impulsionando o quadril para cima, roçando a intimidade em sua coxa.

Nós estávamos com pressa, as duas, tanto que em meio ao beijo retiramos nossas calcinhas em velocidade absurda. Quando separamos os lábios para recuperar um pouco o ar, inverti as posições ficando por cima da morena, ela ficou surpresa franzindo a testa com a mudança repentina.

— Quero rebolar em você, amor.

Sorri ao falar, feliz por não ter que apenas sussurrar ou repetir as mesmas posições porque temos que nos esconder embaixo de cobertas quentes que nos sufocam.

— Porra... – gemeu quando encaixei meu sexo no seu. — Você está tão molhada.

Suspirou.

As mãos quentes e firmes de Toni seguraram meu quadril, rebolei devagar sobre ela, fazendo nossos líquidos se misturarem e o contato ser incrivelmente gostoso. Podia sentir o nervo inchado da minha esposa esbarrando no meu, dando-me uma sensação de prazer que não tinha a muito tempo.

— Gostoso, TeeTee?

Olhei para ela, apoiando as mãos no chão para conseguir efetuar melhor os movimentos. Toni tinha sua cabeça para trás, olhos fechados enquanto gemia e apenas assentiu incapaz de pronunciar alguma palavra.

Aos poucos, ia acelerando, rebolando em minha esposa e forçando nosso contato com mais precisão uma vez ou outra, arrancando gemidos mais altos. Queria fazer durar, mas já não conseguia mais, precisava gozar e Toni também. Movimentei com rapidez, nossos sexos se chocando, encharcados começaram a emitir um som misturando-se com nossos gemidos.

Meu corpo começou a suar e a morena auxiliou-me com os movimentos, remexendo seu quadril e segurando em minha bunda para nos pressionar com mais força. Já sentia uma pontada em meu ventre, indicando que chegaria lá, pelos sons que viam da minha esposa sabia que também estava perto, então me esforcei para chegarmos lá juntas, segurando o máximo que consegui e tentando dar o que a lutadora precisava.

Quando chegamos ao orgasmo – quase, juntas, senti o cansaço dominar meu corpo. O suor escorrendo por minha pele e da morena abaixo de mim, me trazia a lembrança de quando momentos como esse eram frequentes.

— Isso foi incrível.

Toni murmurou, sem fôlego, puxando-me para seus braços.

— Sim. – concordei, sorrindo. — Acho que a academia pode se tronar nosso lugar.

— Também, mas se quiser, podemos ir a um motel ou...

— Quero. – a interrompi, Toni me olhou e nós rimos. — Aliás, vou te levar pra jantar essa semana, um encontro.

Virei o corpo, apoiando o queixo em seu peito e encarando os castanhos.

— Nunca mais deixarei de dar a atenção que merece, prometo.

— Eu amo você, Cherry.

Declarou, tirando uma mecha de cabelo que estava grudada em minha testa suada.

— Eu amo você ainda mais, TeeTee. – sorri, colocando os lábios nos seus. — Você acha que eles perceberiam se dormíssemos aqui?

Sugeri.

 — Com certeza, e bom... Nós não temos mais idade para dormir no chão.

— Verdade, estamos ficando velhas.

Franzi o nariz.

— Mas... Talvez, eles não percebam que tomamos um banho juntas.

— É por isso que amo você, Topaz. Não poderia pensar em ideia melhor.

Nos beijamos novamente, rindo uma na boca da outra. Em meio a vestir nossas roupas, trocar beijos e sorrisos, voltamos para dentro da nossa casa.

Decidimos dividir o chuveiro em um banheiro do corredor dos quartos, é melhor que fazermos barulho em nosso quarto e com certeza acordar os gêmeos. É difícil aproveitar a água quente quando tenho o corpo moreno completamente nu a minha frente, só conseguia pensar em beija-la e deslizar aos mãos por sua pele.

— Se continuarmos aqui, vamos acabar com a água do planeta.

Toni murmurou em minha boca, mordendo meu lábio.

— E transar novamente.

Sorri ao falar, minha esposa negou também sorrindo.

— Mamãe?!

O chamado na porta misturado de batidas nos assustou, rapidamente abri o box procurando por uma toalha, sequei meu corpo o mais rápido que consegui enquanto Toni desligava o chuveiro.

— Oi, Scar. Precisa de alguma coisa?

Perguntei vestindo a calcinha e posteriormente a camisola.

— Por que está tomando banho de novo?

Seu tom confuso demonstrava desconfiança, respirei fundo dando uma olhada para Toni antes de sair do banheiro. Não abri a porta o suficiente para que visse a morena, eles ficariam chateados de saber que não os acordamos para vê-la.

— A mamãe não estava se sentindo muito bem. – expliquei, pegando em sua mão para leva-la para o quarto. — Tive que tomar um banho para melhorar.

— Tudo bem... – murmurou. — Não estou com sono.

— Mas precisa dormir, amanhã tem escola, lembra?

Adentramos o quarto, pelo jeito, sua movimentação acordou o irmão que estava sentado na cama coçando o olho. Peguei Scarlett no colo, a colocando em cima do colchão novamente, eles se aninharam na cama.

— Ei. – Toni apareceu na porta. — Será que tem espaço para mais uma?

Sorriu.

Os gêmeos pularam da cama, poderia até ficar irritada, mas não havia como, eles logo estavam no colo da minha esposa, a agarrando como se não visse ela a anos.

— Gostaram da surpresa? – encarou os dois que assentiram. — Tive que voltar mais cedo, estava com saudades dos meus bebês.

Beijou a bochecha de cada um.

— Nós saímos com o Arthur hoje!

Scarlett fez questão de comentar.

Toni me encarou com um sorriso divertido.

Revirei os olhos.

— Que bom, filha. Aposto que se divertiram muito.

Ela estava me provocando, sabe que não gosto da aproximação dos dois.

— Mas é hora de dormir! – colocou os dois na cama. — Vamos dormir todos juntos, não é, mamãe?

Me encarou, assenti.

— Então, fechando os olhos e contanto carneirinhos...

Instruiu os gêmeos, eles a obedeceram como sempre fazem, aconchegando os corpinhos na cama. Deitei junto deles, deixando um espaço para Toni deitar ao meu lado, ela fez depois de apagar a luz, abraçando meu corpo por trás e deixando um beijo em meu pescoço.

— Boa noite, Cherry.

— Boa noite, TeeTee.

Aninhei-me em seus braços, segurando sua mão que estava sobre minha barriga.

Aquele era o melhor final de noite que poderíamos ter.

×××

[A gente tenta fazer capítulos curtos, mas eles saem enormes 😭😭😭

Essa sequência acabou.

Não tenho ideia do que está por vir kkkkk

Até mais.]

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